Pizzolato deixa prisão de Modena para ser extraditado para o Brasil

Da Agência Brasil

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato deixou a prisão de Modena, no Norte da Itália, para ser entregue às autoridades brasileiras. A expectativa é que ele chegue ao Brasil amanhã (23). Pizzolato está sendo levado da penitenciária de Sant’Anna até o aeroporto de Malpensa, em Milão.

Condenado a 12 anos e sete meses de prisão na Ação Penal 470, o processo do mensalão, Pizzolato deve embarcar, ainda nesta quinta-feira (22), rumo a São Paulo. Sua chegada está prevista para o Aeroporto de Guarulhos na manhã de sexta-feira (23). Em seguida, ele deve viajar novamente, escoltado pela Polícia Federal, para Brasília. Após passar por exames no Instituto Médico-Legal, ele será transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

Com isso, encerra-se uma novela de mais de um ano e meio, iniciada em fevereiro de 2014, quando Pizzolato foi capturado pela polícia italiana em Maranello, onde estava na casa de parentes. No fim de 2013, o Supremo Tribunal Federal (STF) havia confirmado sua pena no processo do mensalão por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Em seguida, ele fugiu para a Itália com um passaporte falso em nome de um irmão morto e chegou a alugar uma vila com vista para o mar na pitoresca cidade de Porto Venere, no litoral da Ligúria.

Em outubro de 2014, Pizzolato chegou a ser solto pela Corte de Apelação de Bolonha, que negou sua extradição.

No entanto, mais tarde, a Corte de Cassação de Roma e o Ministério da Justiça da Itália confirmaram a expulsão do ex-diretor de Marketing. Seguiu-se uma série de recursos administrativos e na Corte Europeia de Direitos Humanos, sediada em Estrasburgo (França), mas todos foram rechaçados.

A defesa alegava que as prisões brasileiras não tinham condições de garantir a integridade do condenado, apelo feito também pelos senadores italianos Luigi Manconi e Cecilia Guerra, porém, sem sucesso.

Em dezembro, Pizzolato ainda deverá responder a um processo por falsidade ideológica na Itália, fato que também era usado como argumento para mantê-lo no país. Pizzolato foi o único dos condenados no mensalão que fugiu do Brasil. Também sentenciado a pagar multa de mais de R$ 1 milhão, ele desviou quase R$ 3 milhões do Banco do Brasil para as empresas de Marcos Valério, operador do esquema do mensalão.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Aguardo ansiosamente.
    Será

    Aguardo ansiosamente.

    Será que o dossie que ele levou para a Italia e que desmascaria a Ap 470 esta na mala ?

    Tomara que ele não tenha pedido na fuga,

    Vai Pizzolato, força homem 

  • Aberração da justiça

    Como pode. Nem cheque ele assinou, nem autorizou. Foi nomeado depois do ocorrido. Num montante de recursos há mais funcionários do Banco do Brasil, que deveriam estar presente para autorizar o empréstimo e essas pessoas nem sequer foram citadas. A propósito, não era dinheiro público. Extratrordinário essa justiça.    Há, esqueci-me. Ele não tem foro privilegiado, teria que ser julgado em última instância no STF. Espetacular, mesmo.........Viva o Brasil e o procurador que denunciou e disse com todas as letras que não havia prova e o relator o Senhor Joaquim Casa Grande e Zenzala Barbosa

    • Em adendo; para comprar um

      Em adendo; para comprar um carimbo de R$ 9,00, é necessário duas assinaturas(partidas) no BB, em ítem orçamentário administrado pela subordinante. Na coxinolândia, o super-Pizzolato, pagou, desviou, lavou, gastou, etc..,  - tudo sozinho!

      O único dos diretores em Mkt nomeado pelo PT, que não demitiu os nomeados anteriores! Viva o Brazil!

      O inquérito desviante continua nas gavetas do STF.

  • Inquérito 2474

    Nassif, e por onde anda a análise do Inquérito 2474? Não seria aberto o procedimento de verificação pelo Ministro Lewandowiski? Por favor, Vc poderia nos informar, já que foste um dos mais árduos defensores da abertura do mesmo?

     

    Grato!!!

  • Enquanto isso, o 'outro" das

    Enquanto isso, o 'outro" das contas na Suiça, o "outro" do aeroporto no sítio do titio, das verbas para as empresas de comunicação da família, do bafõmetro e de outras "playboyzadas" ,  o "outro" dos 300 mil, o "outro" do cartel de trens em São Paulo, o "outro" e o "outro e outro "outro", todos do PSDM, continuam impunes e soltos a atazanar a vida política da nação....

  • Eu, particularmente, sinto

    Eu, particularmente, sinto pena de Pizzolato. Não queria estar na pele dele. Pior é saber que, pelo que foi exposto em seu desfavor, ele foi uma vítima daquela AÇÃO espetaculosa, sem direito de defender, ou se defendendo, porém sem seu ouvido.

  • "Também sentenciado a pagar

    "Também sentenciado a pagar multa de mais de R$ 1 milhão, ele desviou quase R$ 3 milhões do Banco do Brasil para as empresas de Marcos Valério, operador do esquema do mensalão":

    Mentira.

    Adicionalmente, Eduardo Cunha movimentou 411 milhoes em suas contas.  E Aecio ainda nao se sabe, RODRIGO JANOT ta sentado em cima do processo.

  • Um mistério

    Pizzolato sempre sustentou ser inocente, que as provas de sua inocência não foram analisadas e que não teve direito a recurso. Por que toda essa argumentação não foi apresentada na Itália, tendo ele cidadania italiana?

     

      • Exato.  A pergunta nao faz o

        Exato.  A pergunta nao faz o menor sentido.  TODOS os condenados do mensalao a um ponto ou outro disseram que iam apresentar suas provas nos foruns certos (esqueci o nome da corte de apelacao internacional que lida com isso, se voce se lembrar eu agradeceria muito).

        Nem sequer um deles o fez ate agora embora todo mundo saiba que o mensalao foi uma farsa.

        • Ao que me lembro

          Alguns condenados falaram em recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Não sei se algum deles o fez, mas na minha modesta opinião de advogado essa corte não tem competência para revisar o caso, logo não tem como reformar alguma decisão do STF. Pode, no máximo, recomendar uma revisão do caso - o que é o mesmo que nada.

          Em todo caso, o sítio da corte registra apenas dois casos do Brasil em fase de sentença, e três outros em fase de supervisão. Nenhum deles relativo a condenados do Mensalão.

          • Problemas da Justiça Brasileira

            Entenda de uma vez por todas: o judiciário italiano não vai refazer um julgamento brasileiro, sobre um fato ocorrido no Brasil. O judiciário italiano não pode se substituir à Justiça brasileira - independente de considerações sobre o direito de defesa ou não.

  • Tem muito mais argumentos

    Tem muito mais argumentos sólidos em favor de Pizollato do que fez crer aquele miserável tribunal do Joaquim Barbosa. Espero que haja menos espetaculosidade na sua chegada  por parte do circo da imprensa corporativa e falida. Falida moralmente e praticamente falida materialmente. Pizzolato é a repetição do caso Gushinken, que só foi inocentado próximo à sua morte. E ainda tem aquele diretor do Banco do Brasil que foi inocentado agora no velho  caso dos aloprados, muitos anos depois (Brasil 247).

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