Queiroz movimentou R$ 7 milhões em 3 anos, aponta Coaf

Motorista foi assessor de gabinete do filho do presidente, Flávio Bolsonaro, pelo salário de R$ 23 mil
Foto: Reprodução
Jornal GGN – O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou uma movimentação total de R$ 7 milhões em três anos na conta de Fabrício Queiroz, o motorista e ex-assessor do senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PSL).
Além dos R$ 1,2 milhão movimentados entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o órgão vinculado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública identificou outros R$ 5,8 milhões que passaram pela conta do ex-motorista do filho de Bolsonaro entre 2014 e 2015. As informações foram divulgadas neste domingo (20) no jornal “O Globo”.
Durante o período da movimentação suspeita, Queiroz trabalhava na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), no gabinete do então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, por um salário de R$ 23 mil.
Na sexta-feira (18), a TV Globo divulgou outra reportagem, em cima do mesmo relatório do Coaf, mostrando um pagamento feito por Flávio com um título bancário de R$ 1.016.839, emitido pela Caixa Econômica Federal, sem indicar o favorecido. O Coaf não conseguiu identificar a data do pagamento e nem o nome do beneficiado.
O Ministério Público do Rio de Janeiro iniciou uma investigação nas contas de Queiroz, baseado no levantamento do Coaf que, inicialmente, identificou um lote de seis cheques que Queiroz entregou à esposa do presidente, Michelle Bolsonaro, totalizando R$ 24 mil.
Jair Bolsonaro explicou, depois de três dias do assunto vir à mídia, se tratarem da restituição de um empréstimo de R$ 40 mil não declarado no Imposto de Renda. Queiroz, sua esposa e as duas filhas foram chamadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para depor, mas não compareceram.
O Coaf também identificou que o ex-motorista recebeu, sistematicamente, transferências bancárias e depósitos feitos por oito funcionários que trabalharam ou ainda trabalham no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. Por fim, foi constatado que sua filha, Nathalia Melo Queiroz, foi ex-assessora do gabinete do presidente Bolsonaro, quando deputado na Câmara.
Ela atuou na função entre dezembro de 2016 e outubro de 2018, no mesmo período em que trabalhava como personal trainer, inclusive prestando serviço para famosos, como Bruna Marquezine.
Na quinta-feira (17), Flávio entrou com uma liminar no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a suspensão da investigação sobre as contas financeiras de Queiroz. A solicitação foi aceita pelo ministro de plantão Luiz Fux. O senador e filho do presidente, alega que houve quebra ilegal de sigilo bancário e pede a anulação das provas e, ainda, foro privilegiado para que o Supremo analise o caso.
A decisão de Fux é temporária. Na volta do recesso do Judiciário, em fevereiro, o relator, Marco Aurélio Mello assumirá o caso. Segundo informações das colunas de Valdo Cruz e Andréia Sadi, ainda na sexta, o ministro sinalizou que irá reverter a decisão de Fux, mantendo as investigações e que não irá acolher o pedido de foro privilegiado.
“O Supremo não pode variar, dando um no cravo outro na ferradura. Processo não tem capa, tem conteúdo. Tenho negado seguimento a reclamações assim, remetendo ao lixo”, disse completando, em seguida, não se tratar de “antecipação de decisão” mas de “coerência”.
Redação

Redação

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  • Globo faz tsunami num copo d'água
    Roubar tão pouco não justifica toda essa aleivosia do Clã Midiático Marinho com a Família Bolso Amaria e seu Laranja. O Filho do Lula roubou muito mais e está livre, leve e solto. Só porque os Bozos roubam um pouquinho, a Globo faz todo esse alibé. Não é justa com os Bozos.

  • É a ocasião que faz o ladrão?
    O ladrão já nasce feito ou é a ocasião que faz o ladrão?

    Com a resposta o juiz jateiro Marcelo Bretas:

    "Pois é. Tenho esse 'estranho' hábito. Sempre que penso ter direito a algo, eu vou à Justiça e peço. Talvez devesse ficar chorando num canto  ou pegar escondido ou à força. Mas, como tenho medo de merecer algum castigo, peço na Justiça o meu direito".

    Se o Jateiro Marcelo Bretas tivesse oportunidade de, tomando algo à força ou pegando escondido, não receber castigo, ele não vacilaria em roubar/furtar. Ele não é ladrão por falta de ocasião, não por convicção.

    E o $érgio Moro? Porque ele eventualmente não Roubar? Não deve ser por falta de ocasião, deve ser por convicção, já que ele condenou o Lula não com base em provas, mas com base em convicções.

  • Três anos, sete milhões...

    ... mas o que eu quero saber é quanto dinheiro o Queiroz movimentou em 2018, ano da “eleição”...

  • Bagaço de laranja

    Bagaço de laranja é combustível,  mas para fazer fogo rápido, nada melhor do que QUEIROZENE ( como disse um sábio aqui no ggn)

  • Pergunta...

    ... feita em um comentário em algum lugar:

     

    Porquê um indivíduo que movimenta 7 milhões em três anos precisou de um empréstimo de 40 mil, pagáveis em parte para a primeira-dama????

     

     

     

  • A situação de Sérgio Moro

    A situação de Sérgio Moro piorou bastante em razão do escândalo do filho vagabundo de Jair Bolsonaro. Moro é cria da Rede Globo e seu patrono na imprensa atacou ferozmente Flávio Bolsonaro. O clã Marinho colocou o mequetrefe da Justiça num beco sem saída. Se defender o vagabundo ele vai perder a aura de herói do combate à corrupção (e contradizer seu próprio livro sobre o assunto). Se não fizer isso o presidente ficará ressentido.

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