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Royalties de petróleo: aposentados do Estado do Rio sem salário

A notícia de que aposentados e pensionistas do Estado do Rio de Janeiro não receberão, a partir do próximo ano, seus salários, em razão da redivisão das receitas do petróleo, trará obvimente preocupantes e imprevisíveis consequências. Quem trabalhou por longos anos, hoje na terceira idade, e pagou à previdência do Estado- continuamos pagando- não terá mais como sobreviver. O Rio Previdência não terá receita em caixa para pagar os salários.

Assim sendo, juízes, coronéis, capitães, majores,tenentes, policiais militares, bombeiros, policiais civis, peritos, desembargadores, defensores públicos, promotores, agentes penitenciários, médicos, professores, serventes, auxiliares administrativos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, engenheiros, enfim todas as classes de servidores já aposentados, além de pensionistas, algo em torno de 230 mil pessoas, das quais, em média, três dependem destes(aproxidamente 700 mil pessoas) para sobreviver, morreriam de fome, sem teto por ações de despejo, além de se tornarem inadimplentes em suas contas e os doentes crônicos sem  ter como comprar remédios..O comércio teria reduzido seus lucros sem boa fatia de seus clientes. Todos perderiam caindo a arrecadação do ICMS. 
 
Vale lembrar que o ser humano sem dinheiro, com fome e humilhado, vira monstro e perde a dignidade.E os que estão prestes a adquirir a aposentadoria? Terão que trabalhar até a hora da morte? A medida de redivisão das receitas do petróleo em campos já licitados é pois absurda e sobretudo inconsequente. Está, portanto, gravemente ameaçada a sobrevivência futura do Estado do Rio e do Espírito Santo e  de milhares de seres humanos, muitos já idosos, com consequências imprevisíveis para a ordem pública e a ordem institucional. Se o projeto da nova divisão do petróleo passar pela Câmara como está proposto teremos no Brasil dois novos Haitis: o Rio de Janeiro e Espírito Santo. Com a palavra e o bom senso a Câmara Federal, a presidente Dilma Roussef e por último, se for o caso, o Supremo Tribunal Federal.
 
                        Milton Corrêa da Costa é coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro

Redação

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