Morre o jornalista José Luiz Alcântara, do Estadão

Jornal GGN – José Luiz Alcântara era chefe de redação do Estadão, na sucursal do Rio, e morreu na manhã de ontem, segunda-feira. Com 45 anos de profissão, Alcântara completaria 15 anos de Estadão em março próximo. Começou sua carreira como repórter no jornal O Povo, em Fortaleza, e depois passou pelo Jornal do Brasil, O Dia, até chegar ao Estadão. Amigos deixaram homenagens nas redes sociais evidenciando sempre o bom humor de José Luiz, bem como sua paixão pelo Fluminense. Leia a matéria do Estadão.

Zé Luiz: Apaixonado pelo Fluminense, brincalhão e piadista

do Estadão

Morre José Luiz Alcântara, chefe de redação do ‘Estado’ na sucursal do Rio

O ESTADO DE S. PAULO

O jornalista faleceu na capital fluminense na manhã desta segunda-feira, 26; ele completaria em março 15 anos de Grupo Estado

RIO – O jornalista carioca José Luiz Alcântara morreu na manhã desta segunda-feira, 26, aos 65 anos, no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, zona sul do Rio. Com 45 anos de profissão, começou a carreira como repórter do jornal O Povo, em Fortaleza, onde morou nos anos 1960 e início dos 1970. Passou duas vezes peloJornal do Brasil, como repórter, na década de 1970, e como editor de Cidades, no fim dos anos 1990. Foi chefe de reportagem e chefe de redação de O Dia. Em março, completaria 15 anos de trabalho no Estado, onde era chefe de redação da sucursal do Rio.

A jornalista e colunista Suely Caldas foi quem levou José Luiz para o Estado, em março de 2000, quando ocupava o cargo de diretora da sucursal do Rio. “Trabalhei com ele durante mais de dez anos, período em que me enriqueceu muito do ponto de vista humano, não só na maneira como lidar com nossos comandados no Estadão, mas na forma como trazia sempre um conforto e bom humor na relação com a vida. Era uma pessoa generosa, correta, honesta, excelente caráter, o que não tirava dele o bom humor. Sempre preservou os amigos e os amigos não esquecerão dele”, diz Suely.

“O jornalismo perde um profissional talentoso, que será sempre lembrado pela forma como nutria o cotidiano da redação com sua experiência, especialmente no convívio com os mais jovens”, afirma Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo Estado.

Como repórter de Política, José Luiz participou intensamente da cobertura da transição da ditadura militar para a democracia, com reportagens sobre a volta dos exilados e dos atentados na Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio, (OAB-RJ) e no Riocentro.

“Era um super amigo, alegre, uma pessoa muito querida”, diz o jornalista e escritor Dacio Malta, que conheceu José Luiz no Jornal do Brasil e o levou para trabalhar em O Dia quando assumiu o cargo de diretor do jornal carioca, em 1987. “Profissional de primeira linha, chefe adorado pela unanimidade de seus subordinados, homem de humor fino, amante da vida e de tudo de bom que ela possa proporcionar, generoso e solidário. E mais do que tudo: o melhor caráter que já conheci”, escreveu Dacio no Facebook.

O jornalista Marcelo Pontes, que conheceu José Luiz em Fortaleza, lembra o jeito piadista e alegre do amigo de mais de 40 anos. “Além de ser um excelente repórter, com faro afiadíssimo, tinha uma qualidade às vezes confundida com deboche: um senso crítico muito aguçado. Um cara alegre, brincalhão. Ao mesmo tempo, sério, crítico, rigoroso”, diz.

Velório. Torcedor apaixonado do Fluminense, José Luiz era frequentador assíduo do clube, em Laranjeiras (zona sul), onde morava. Também tinha paixão pelos animais e teve vários cachorros ao longo de toda a vida. Era filho do jornalista, escritor e dramaturgo cearense Nertan Macedo. José Luiz teve um enfarte no início da manhã. Deixa um filho, Maurício, do casamento com a jornalista Bella Stall, e a companheira Lívia Ferrari. O enterro será nesta terça-feira, 27, às 10h30, no Cemitério São João Batista, em Botafogo. O velório será a partir das 8 horas, na capela 1.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  • Ave atque vale!

    Conheci-o, por acaso, num boteco do Largo do Machado, tomando seu uisquinho, por ocasião do final daquelas manifestações do meio do ano passado. Lá maldizíamos a polícia e os blecblocs. E ele citando a cantoria dos filmes de Glauber sobre o cangaço (não sabia que era filho de Nertan Macedo). Alguém na roda do balcão perguntou porque um homem de esquerda como ele trabalhava num jornal de direita. "Sou jornalista! E tenho que pagar minhas contas!"

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