Snowden defende Vaza Jato: “se a informação é de interesse público e verdadeira, tem que ser divulgada”

Jornal GGN – O ex-funcionário da NSA (Agência Nacional de Segurança) dos Estados Unidos, Edward Snowden, que ficou reconhecido mundialmente por liberar milhares de informações secretas do programa de vigilância norte-americano, saiu em defesa dos vazamentos da Operação Lava Jato no Brasil, mais conhecido como Vaza Jato.

“Não importa de onde a informação veio. Se ela é de interesse público e verdadeira, tem que ser divulgada”, afirmou Snowden. O ex-agente da CIA foi quem repassou as centenas de dados sigilosos ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald, fundador do The Intercept Brasil, o mesmo que recebeu os arquivos das mensagens trocadas entre procuradores e membros da Lava Jato, incluindo Sergio Moro e Deltan Dallagnol.

A declaração de Snowden, que hoje vive na Rússia, foi dada em entrevista à revista Veja. Ele defendeu a divulgação dos diálogos que apontam ilegalidades e irregularidades cometidas por autoridades políticas ou jurídicas, uma vez que se trata de interesse público e que tais pessoas estão submetidas a isso.

“Toda publicação de conversa privada causa algum desconforto, mas acho que ministros, políticos, procuradores e juízes devem estar sujeitos a desconfortos desse tipo. São eles que decidem quem vai para a cadeia, quem é libertado, quem vive, quem morre, como será nosso futuro. Não importa de onde a informação veio. Se ela é de interesse público e verdadeira, que seja divulgada”, afirmou à revista.

A revista questionou onde morava o perigo quando se tratam de segurança de dados. Snowden respondeu que é justamente “o poder de influenciar”, e “até em eleições”, e que este uso dos dados, para disseminar informações mentirosas, as Fake News, é ferramenta de controle de massas usada por governos autoritários como Trump, Putin e Bolsonaro, listou.

“Fake news são construídas sob medida com base nesse gigantesco banco de dados sobre o comportamento das sociedades e têm se tornado armas para pavimentar o autoritarismo de figuras conhecidas, como Donald Trump, Vladimir Putin e Jair Bolsonaro”, disse.

Leia a entrevista completa na revista Veja.

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Redação

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  • O Snowden pensa da mesma forma que o $érgio Moro:

    "O problema não era a captação do diálogo e a divulgação do diálogo, mas o conteúdo do diálogo em si". - $érgio Moro

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