A mídia tenta vender o Super Bowl, por João Sucata

ESPORTE BRETÃO

A mídia tenta vender o Super Bowl, por João Sucata

Tudo que é grandioso nos EUA repercute na colonizada mídia brasileira, às vezes até eventos menores, tacanhos, ganham espaços por virem da matriz. O Super Bowl, disputa do campeonato de futebol americano, em dias da mais exuberante festa mundial, o  carnaval brasileiro, recebeu muitas páginas de jornais e espaço de TV.

Como o jogo é chato, simplório, desinteressante, grosseiro, está mais para desforços físicos, os jornalistas se ocupam  dos números: quanto custa o ingresso, quando custa uma propaganda no intervalo, quantos aparelhos de TV estarão ligados no jogo e outras curiosidades tão a gosto da superficialidade e do rei-mercado.

Acontece que até isso é irrelevante, tendo em vista a popularidade do futebol disputado com o pé, que depois de tomar a América Latina e a Europa, agora se espalha pela Ásia, África e Oceania. Foi sim, inventado por ingleses, mas tomado pela plebe, milhões de jogadores que os praticam em campos de várzea em todos os continentes. Entre os profissionais, vários jogos de nosso tão querido esporte enchem  estádios com mais de oitenta mil pessoas e são vistos por milhões de pessoas em todo o mundo, semanalmente. Real Madri x Barcelona, Manchester United x Chelsea, Milan x Juventus, já tem mais espectadores pelo mundo que o tal Super Bowl.

Os americanos foram competentes para encher os demais países  com seus filmes de terceira qualidade e suas músicas padronizadas (preparadas em um único local, para serem impostas por marketing e repetição em centenas de países, propiciando gordos lucros). Nos esportes que mais gostam, o futebol jogado com a mão e o beisebol, chatérrimo, que mais parece o jogo de taco da crianças brasileiras, os EUA fracassaram.

Além dos motivos acima, ambos são reservados para rapazes bem alimentados, de físico privilegiado, bons de porrada, que no futebol, é característica dos perna de pau, gente detestável.  Artistas como Garrincha, com seu corpo quadrado e pernas tornas, o mirrado Pelé de 1958, o também mirrado Neymar, o baixinho Romário, jamais teriam chance nesses jogos. Nosso futebol é muito mais sofisticado, artístico, complexo, pensado, vibrante. Não venham com tentativas de aumentarem o processo de colonização.  Chega o que já temos, chega ver na TV todo dia a mesma bandeira em todo tipo de cenário, a mesma língua, os mesmos valores, a mesma mediocridade, ou essa mesma língua  e barulho estridente  de guitarras elétricas ao ligar o rádio (João Gilberto, Milton Nascimento, Vinicius,  Chico Buarque foram banidos?)..

É bom não baixar a guarda. São inúmeros os canais que mesmo fora da data do Super Bowl, tem tentado nos viciar em futebol americano. Resistamos.

João Sucata

 

Redação

Redação

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  • Há quem goste de abacaxi... e

    Há quem goste de abacaxi... e quem goste de tangerina.

    Você pode odiar o futebol americano. É natural não gostar de algo.

    Mas qual sentido de querer comparar o futebol com os pés do futebol com as mãos?

    Fique com Deus.

    Grande abraço.

  • Penso que gostar ou não de

    Penso que gostar ou não de Futebol Americano vai de cada um. Mas é inegável que é um sucesso. E as razões são:

    1)  Cada time joga, no máximo, 16 vezes ao ano o que torna cada jogo um evento épico (para quem gosta, claro)

    2) É uma liga comunitária: todos recebem a mesma cota de TV  pela transmissão

    3) Os direitos são vendidos para nada menos do que 4 conglomerados de Tv (ESPN, Fox, NBC e CBS) 

    4) A NFL comercializa o GamePass, jogos transmitidos via internet e repass o valor inegral aos times

    5) As camisas são limpas, ao contrário dos times brasileiros

    6) O time mais famoso da liga, o Green Bay Packers, pertence à cidade. Suas ações estão pulverizadas

    7) É tudo extremamente organizado

    Como eu disse, gostar ou não do jogo é absolutamente subjetivo, mas a NFL é sem dúvida o estado da arte em gestão esportiva

     

  • Respeiro a opinião dos outro,

    Respeiro a opinião dos outro, mas não sei como alguem em sã consciencia consegue assitir a tão feio esporte. Alguns dizem que basta entender as regras para gostar. Pois bem, procurei saber como funciona o tal supor bowl. Ficou pior do que quando não entendia nada. É horrível e muito, mas muito feio. 

    Querer empurrar aquela coisa guela abaixo do povo brasileiro é querer forçar a barra.

    O pior é que essa coisa tem mais espaço nas tv do Brasil do que o basquete brasileiro da NBB, que por sinal está muito bom.

  • Agora o articulista exagerou,
    Agora o articulista exagerou, perdeu a mão mesmo.
    O esporte é interessantíssimo - pra quem entende, obvio.
    Maniqueísmo demais também é uma espécie de fascismo.

    A propósito, a final desse ano foi um lixo.

  • Colônia

    O espetáculo americano para os americanos é grandioso, tanto quanto o carnaval o é para os brasileiros. A diferença já foi dita aqui no post. Eles são a sede do império capitalista.

  • Seu texto é digno de um

    Seu texto é digno de um comentarista reaça da FOX News, falando justamento o inverso, menosprezando o nosso futebol, com adjetivos ainda mais baixos que o relatado acima.

  • Super Bowl

    Mesmo pra quem tem discernimento para não se deixar levar pelos embalos da mídia responsável pela transmissão, não restou nenhuma dúvida que o 50º SB foi horrível em todos os sentidos:

    - o jogo em si foi uma tragédia aonde: o ator principal de um dos times simplesmente não estava e, mesmo nessa final, continuou sem jogar nada. Já o MVP e ator principal do time favorito amarelou não só no seu desempenho, como também na palidez que tomou conta de suas feições desde antes do início deixando prever que estava se borrando com a grandiosidade da oportunidade única (um só jogo decisivo) que se apresentava então para o seu time. Seu ar nem de longe lembrava o QB dos jogos anteriores: eletrico, marrento e propenso a estrelismo face às camêras quando eram apontadas para ele.

    - a transmissão da ESPN foi simplesmente horrorosa, sendo que não sei qual o motivo de escalarem aquela dupla para esse evento máximo da temporada. Dúvido que em uma votação conduzida pelos que assistem o futebol americano o público iria optar por essa dupla. Só se preocupavam com twiter's e impressionante em nenhum momento observaram a postura travada e amarelada do QB MVP...não rolavam o jogo como aquele sinal claro não estivesse acontecendo diante dos seus olhas desde de antes do apito inicial..lamentável só não mais do que as piadas infames e sem graça do PA que não tem o menor desconfiometro de sua falta de dotes humorísticos. Se duvidam vejam as horriveis antunadas como  ele chama um video semanal irritante que a ESPN insiste em não se atentar.

    - o famoso show do half time....horroroso...muito na cara aquele bando de debilóides soltos no gramada com a finalidade de ficarem aos gritos dando tom ufanista a qualquer coisa que joguem no palco..horrível em todos os sentidos.

    - acho que a única coisa que se salvou foi a propaganda do DORITOS que infelizmente não passou por aqui.

    De resto bater palmas pra esse SB é muito viralatismo escancarado.

    • Esse super bowl foi ruim

      Concorda nas críticas ao jogo em si. Eu fiquei espantado quando vi o pânico estampado na cara do Cam Newton (QB dos Panthers). E o fato do EM e do PA não tecerem um comentário sobre isso foi um lapso absurdo, a preocupação em passar dos 120mil tweets ajudou nisso. Era só sobre o q eles comentavam. O Peyton Manning está velho (39 anos) então dá pra entender o fraco rendimento do mesmo, numa temporada em que ficou machucado boa parte da mesma. Um jogo de defesa contra defesa não é pra deixar ninguém muito animado.

      Quando comecei a assistir a NFL eu tinha ojeriza ao PA, depois de duas temporadas já tinha me acostumado com a falta de bom senso do sujeito, e ele sabe muito sobre o jogo.

      O autor do texto é contra a propaganda/transmissão do super bowl em si, não apenas do último. Pelo menos foi o que entendi.

  • Pra que o destaque?

    Que texto horrível, cheio de achismos e preconceitos.

    Concordo que engolimos muita coisa ianque sem qualidade, apenas por ser americana. Mas dae a falar essas coisas da NFL vai uma distância imensa.

    "Como o jogo é chato, simplório, desinteressante, grosseiro, está mais para desforços físicos,"

    Opiniões, nada mais que isso. Se eu colocar alguém aqui que não gosta de futebol, não vai ser muito diferente. Mas não apresente opinião como fato.

    A graça do Super Bowl é o espetáculo que os americanos conseguem fazer de um mero jogo esportivo. Pode não gostar do esporte, mas não se pode discutir a qualidade do espetáculo. Sou fanático por futebol, fui em todos jogos do Palmeiras ano passado, e lhe digo que tirando o futebol em si, o espetáculo futebol é pobrissimo. Final do maior campeonato mata-mata (Copa do Brasil, já que o Brasileiro não tem final) foi bem mal organizada. Jogo as 22h, fazendo com quem fosse tendo que se virar para ir embora. 

    O autor ignora os problemas atuais do Futebol. As denúncias de corrupção em TODOS níveis de organização, a elitização do esporte (o público na Europa hoje parece mais um público de tênis que de futebol), as guerras de bastidores. Isso mundialmente. Se atendo ao Brasil, os estaduais horríveis, com jogos para menos de 1000 pessoas com grandes times jogando, como no Rio. Os estádios vazios durante o ano inteiro. Os clubes ganhando bilhões por ano, mas cada vez mais endividados. Culminando no 7x1.

    Então meu caro João Sucata, apoio a luta contra a colonização forçada, mas cuidado para não ser um extremista. Temos sim muito o que aprender, e não tem nada de vira-lata reconhecer isso. O futebol pode crescer muito com sua contrapartida oval.

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