A Previdência como carniça do sistema financeiro, por J. Carlos de Assis

O Globo anuncia que as três grandes agências internacionais de risco darão prazo até fevereiro para decidirem se desclassificam ou não o Brasil como destino de investimento. Oh, por Júpiter, bradarão os vigaristas do mercado financeiro! Eles contam com essa ameaça não por conta do risco mas a fim de aumentar a pressão para forçar o Congresso a aprovar de qualquer forma a chamada reforma da Previdência. Afinal, nem todo parlamentar é bem informado em questões financeiras. Muitos levam a sério a opinião das agências de risco.

Agências de risco existem há décadas. Elas se dedicavam originalmente a fazer avaliações de risco sobre empresas e países cujos clientes não tinham capacidade ou desejo de fazer estudos próprios para orientar seus investimentos. Era um trabalho essencialmente técnico. A partir da crise da dívida externa dos anos 80, elas passaram a avaliar os países também sob a ótica política. No momento seguinte, tornaram-se instrumento de forçar mudanças políticas de sentido neoliberal sobretudo nos países em desenvolvimento.

A “politização” financeiras de empréstimos era, inicialmente, uma prerrogativa do Fundo Monetário Internacional. Mas a intervenção do Fundo só era relevante se o país precisasse de socorro financeiro em dólares. As crises dos balanços de pagamento dos países em desenvolvimento surgiram no momento oportuno. O Fundo não tergiversou: meteu a colher de pau dele nas políticas econômicas, sempre em sentido neoliberal, mergulhando boa parte do mundo na estagnação econômica.

Entretanto, em reação à crise asiática de fins dos anos 90, e especialmente com a política “mercantilista” de acumulação de reservas internacionais no rastro do modelo chinês, os principais países emergentes, inclusive o Brasil, começaram a acumular reservas de forma acelerada. O Brasil não só pagou sua dívida com o Fundo, mas lhe deu um empréstimo no Governo Lula. Diante disso, a influência do Fundo sobre a política econômica brasileira, em termos práticos, reduziu-se a zero. Assim como a do Banco Mundial, acionado para fazer um relatório picareta sobre gasto público e necessidade da reforma previdenciária.

O grande capital financeiro internacional ocidental, contudo, não faria por menos. As agências de risco ocuparam o espaço do Fundo e do BM na determinação das políticas econômicas dos países em desenvolvimento, fora a Ásia. Esta passou a contar com um abrigo financeiro próprio, sem condicionalidades políticas, o poderoso Sistema Bancário chinês. O primeiro movimento de institucionalização nesse sentido foi o Novo Banco de Desenvolvimento, nome oficial do Banco dos BRICS, do qual o Brasil tem uma quota relevante.

Acontece que Meirelles e a quadrilha do Temer não gostam muito do Novo Banco de Desenvolvimento. Preferem ficar pendurados no sistema bancário ocidental ao qual estão ligados por interesses pessoais.  Numa palavra, estamos escravizados pelos banqueiros americanos e europeus e  comem as migalhas. Temos as taxas básicas de juros mais elevadas do mundo, e taxas de aplicação – aquela que você paga no cartão de crédito e no cheque especial – de mais de 300%. Isso poderia dar forca se o povo entendesse de política financeira.

Os bancos brasileiros são um instrumento de extorsão. Não prestam nenhum serviço ao desenvolvimento da economia. Seu lema é a escravização do povo. Em lugar de favorecer o sistema produtivo, tira o sangue dele e tritura a carne até o osso. Miseráveis, pobres, classe média e mesmo os ricos estão estrangulados até o pescoço por endividamento. Ao lado disso, temos o endividamento do Estado, que transfere mais de R$ 500 bilhões por ano de juros aos banqueiros e outros titulares da dívida pública. O filósofo Proudhon dizia que a propriedade é um roubo. Roubo, mesmo, é o que fazem os bancos brasileiros!

Um registro adicional: todo o empenho na reforma previdenciária se reduz ao intento de piorar as condições gerais do sistema público, e transformá-lo em carniça, para  viabilizar a ampliação do sistema complementar privado com contribuições específicas dos poupadores, a carne fresca. Façam uma previdência complementar pública e esse interesse desapareceria.

Redação

14 Comentários

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  1. Previdência

    Em discurso de posse como ministro, Marun se diz ‘soldado’ de Temer.

    Marun, que segundo notícias do Estadão é acusado por improbidade administrativa e de desvio de 16,6 milhões, após defender a qualquer custo Eduardo Cunha e Michel Temer, tem agora como principal objetivo a aprovação da reforma da previdência, segundo suas declarações, é preciso uma “Previdência mais justa e menos desigual”.

    É importante sabermos que:

    O valor médio real dos benefícios pagos pela Previdência Social em 2016 ficou em R$ 1.283,93, segundo dados da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda, 68,6% dos benefícios pagos pelo INSS tiveram valor de até um salário mínimo, 15,5% receberam entre 1 e 2 salários mínimos, outros 8% entre 2 e 3 salários mínimos e 5% receberam entre 3 e 4 salários mínimos.

    Realmente precisamos de uma Previdência mais justa, por isto, temos que ser totalmente contrários a esta proposta de reforma previdenciária que estão querendo enfiar “goela abaixo”, aos trabalhadores brasileiros, pois querem tirar benefícios conquistados de forma justa, de uma pequena parcela de trabalhadores, os colocando como vilões da previdência! Puro engodo; e o que é pior, não se menciona em nenhum momento em melhorar os valores miseráveis, pagos a grande maioria dos aposentados. Reparem nos dados acima, que quase 70% dos aposentados receberam até um salário mínimo. Como, em um país em que o governo não cumpre o seu papel nem mesmo para com as necessidades básicas do cidadão, como por exemplo, a promoção de serviço público de saúde com qualidade, quer continuar pagando esses valores miseráveis aos aposentados? Poderíamos descrever inúmeros motivos, para comprovar que não podemos aceitar esta proposta de reforma da Previdência da maneira que está sendo apresentada, mas talvez o fato mais importante seja: “O MAIOR PROBLEMA DA PREVIDÊNCIA NO BRASIL HOJE, É PAGAR UMA APOSENTADORIA MISERÁVEL PARA A GRANDE MAIORIA DOS APOSENTADOS”, portanto, vamos acabar com a corrupção, cobrar dos grandes devedores ao invés de constantemente ficar perdoando suas dividas e aí sim iniciar uma reforma da previdência, buscando fazer justiça, melhorando os benefícios da grande maioria dos que vem sendo a décadas, injustiçados pelo grande sistema capitalista que domina nosso país hoje, onde se coloca sempre o financeiro acima do ser humano! Talvez, aí esteja o maior de todos os erros!

    Em tempo: Preferiria que o Marun fosse um soldado do povo! 

    1. Marun jamais poderia ser um

      Marun jamais poderia ser um soldado do povo, porque faz parte justamente de uma quadrilha anti-povo e anti-Nação, que (des) governa o Brasil para atender os interesses do mercado financeiro ladrão que está nos afundando…

  2. Estatizar!

    Um futuro governo popular (algum dia) terá que fazer a estatização da maior parte do sistema bancário e financeiro e regular estritamente a parte minoritária restante. Sem isso não há como por freios à rapina dos 99% pelo 1%, à sonegação avassaladora e à despudorada compra do poder político pelo capital.

    Não à conciliação!

  3. um grande roubo/furto?

     A mim me parece que essa tão propalada refforma da previdência não passa de um enorme, monstruoso assalto ao dinheiro da população., pois o dinheiro que está na previdência, pelo menos em grande parte dele, é um dinheiro privado, é uma soma de dinheiros depositadas pelos trabalhadores  todo mês. Mesmo a outra grande parte é dinheiro das empresas que, em teoria, o depositam  também regularmente nos cofres da previdência, Não ha que se falar em governos decidrem o que será feito com essa montanha de dinheiro, simplesmente porque nada ali lhe pertence e nem sequer deveria estar ao seu alcance. E muito menos h´que se aceitar a participação exclusiva de empresas privadas nos destinos da previdência, simplesmente pelo fato de que nada ali lhes pertence.Aliás, muitas dessas empresas, Globo entre elas, tem enorme interesse na tal privatização da previdência, porque elas são donas de seguradoras e tem interesse pessoal nisso.  Para desgraça de todos, parece que ninguém atenta para a necessidade de uma tomada de posição da população diante de tudo isso que esta ocorrendo. Mas por estranhos destinos, parece que todos estão contentes e concordando com tudo. Especialmente a classe média, que parece entender que viverá melhor de ora em diante.

    1. Eu tenho quase certeza que a

      Eu tenho quase certeza que a idéia é redirecionar o máximo possível dos recursos da previdência para o pagamento de juros, isso explicaria porque os conspiradores querem aprovar a “reforma” custe o que custar. Eles estão sendo pagos pelos financistas para isso.

  4. Eu estava pensando porque os

    Eu estava pensando porque os conspiradores querem aprovar a “reforma” da previdência custe o que custar, e eu acredito que encontrei a razão ao olhar o gráfico abaixo que representa o orçamento brasileiro para 2016:

    O que aconteceria se for aprovada a “reforma” previdênciária? Eu tenho quase certeza que os 22,54% do orçamento para a previdência ilustrado acima seriam desviados para pagar juros da dívida pública. E uma dívida que eu devo alertar que os conspiradores e os credores não têm nenhum interesse em pagar, a idéia é pagar juros eternamente.

    Agora faz sentido para mim porquê os conspiradores querem aprovação custe o que custar, certamente eles foram subornados para repassar o máximo possível do orçamento da previdência para o orçamento da dívida pública. Mas eu imagino que não explicaram para os conspiradores que o apetite dos financistas não têm limites e eles não vão parar mesmo quando mais de 80% do orçamento for repassado para o pagamento de juros (mais uma vez note-se que a idéia é pagar os juros, não a dívida que gera os juros).

    Ou os conspiradores talvez esperam estar seguros em algum país sem acordo de extradição quando a violência explodir.

    1. eu….

      ‘Burro acostumado ao cabresto não precisa nem ser tocado para levar a canga’. Existe algum outro país que ainda dá ouvidos às Agências de Risco? Estes golpistas já foram mais que desmascarados. É muita baixo auto-estima e perda de tempo. 

    2. O motivo é garantir a PEC

      O motivo é garantir a PEC 55!

      E o pior é que com rombos crescentes, aumenta a divida, fato que agrava a situação e pelo que estamos vendo não há nenhuma preocupação do governo em estancar o rombo, que no fundo serão pagos principalmente por trabalhadores!

      E no ritmo dos aumentos dos rombos que vamos em alguns anos nem essa previdência será pagável…

      Será um esforço inútil e violento para com os mais pobres…

  5. Estamos numa guerra de informação!

    E vamos perdê-la se continuarmos a agir desta forma!

    Assim como perdemos a reforma trabalhista, que julgava impossivel – mas, aconteceu!

    A TV invade diariamente a nossa casa com aquilo que ela quer dizer com um monólogo, que se repetido todos os dias se torna verdade!

    Nem sempre aceitamos como verdade, mas como inevitável, como irremediável!

    Nossa reação não é ouvida e ai dizemos a nós mesmos: Fazer o quê?

    Assim foi a reforma trabalhista…

    O que fazer então?

    Usar a internet?

    Sim, mas a internet sozinha não é suficiente ainda!

    É preciso invadir também, distribuir panfletos nas casa, nas associações de bairros, nas portas das estações de metro diariamente, repetidamente…

    “Toda ideia tem de ir aonde o povo está!

    Se foi assim, assim será!”

    Lula vai até o povo, com sua Caravana…

    É ter a voz, a fala, mas ter mais pernas, mais corpo a corpo, mais suor…

    Cada pessoa poderia incluir em Facebook!

    Videos destes assuntos deveriam ter milhões de visualizações!

    Por enquanto o nível de interesse de visualização ainda estão nas casa de algumas dezenas de milhares e deviam ser milhões devido a importância e consequências para as nossas vidas!

    Devíamos nos preocupar como vamos terminar nossos dias, de forma amena ou atribulada, em nossa casa ou em abrigos ou o pior, que seria acabar morando de favor ou nas ruas!

    O problema nosso é interpretação dos fatos que está nas mãos do PIG!

    Tanto é verdade que os canalhas vão aos noticiários falar que quem votar contra a previdência serão punidos!

    A céu aberto, diariamente!

    Estão tão confiantes naquilo que o PIG fala da previdência – o fim dos privilégios!

    O que chamam de privilegiados já têm uma nova previdência, aprovada no governo Dilma que deu um teto que hoje seria em torno de 5.000 reais tanto para procuradores, juízes que teriam buscar previdência privada, da qual a rede globo é dona de uma das maiores empresas!

    O resto dos privilegiados não vão durar para sempre!

    Tem sempre gente morrendo!

    Que sindicados panfletassem nas estações de metro – nos locais de grande transito de pessoas, nos e-mails de seus afiliados, um panfleto simples, barato dizendo “Para saber a real situação da previdência” com endereço de um site que teria que ser dividido em 3 partes!

    1 – Entendimento objetivo, linguagem simples, textos claros

    2 – Agregar videos, textos e etc…

    3 – Agregar referências de técnicos e etc.

    Na página inicial e numa única página o resumo do que se tem, do que se teria e teria links para aprofundamento dos tópicos com textos e videos, muitos dão sopa na internet e com links para uma terceira parte já com textos mais aprofundados para que todo trabalhador de todos níveis pudessem compreender!

    Dá para fazer?

    Dá!

    O LULA fala ao povo, e se deixar o povo aprende vendo a globo, a Dilma falava aos técnicos que certamente já tinham conhecimento do que ela falava e a aceitação ou não só tinha a ver com interesses!

    O que a Dilma falava a um financista, ele podia ver a lucidez e a razão, mas agir ao contrário para obter lucro!

    Já o povo não, ele segue…

    Estamos numa guerra de informação e se não informar corretamente a população, vamos perdê-la por isso eles têm pressa!

    Vamos ser simples para quem precisa de ser informado com simplicidade, sem textos longos…

     

    videos exemplo de clareza e objetividade:

    [video: https://youtu.be/Fv-2rmAaSDs%5D

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=6CIP-DxSFOs%5D

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=zxDmbfcJ6fE%5D

  6. Dúvidas

    Minha dúvida é se seria viável uma reforma destas em conjunto com a reforma trabalhista. Desde a desvinculação das receitas, foi legalizado o uso das receitas da previdência para pagar despesas do governo, leia-se juros. Seria possível o governo ficar sem estes recursos ?  O objetivo é fazer a tal reforma fiscal em cima dos aposentados, ou em linguagem dos mercados, sem aumentar os impostos? Seria viável?

    Tenho minhas dúvidas sobre a tal previdência privada sem que haja garantias do governo. Na realidade o mercado no Brasil são dois bancos paulistas monopolistas. As taxas de juros mostram que o BC independente é propriedade do setor bancário, os 2 bancos, não há economia que suporte esta ineficiência traduzida em ‘spread’ em bom  mercadês. Há a necessidade de uma reforma antes desta privatização das aposentadorias, banco não é apenas para financiar o estado um dia destes tem que financiar a economia e 30% ao ano é palhaçada, não há produtividade que justifique isto. E qual seria a fração de renda que poderia fazer uma previdência privada se a população também vai ter que pagar escola e seguro saúde? Vamos lembrar que quem ganha 5 salários, é considerado classe média, a folha até os considerou na fração dos mais ricos. Tem hora que eu acho que estes caras não tem idéia do que estão fazendo.

    Horacio

  7. AMORTIZAÇÃO da divida publica

    AMORTIZAÇÃO da divida publica não é custo, é simples rolagem. JUROS são custo, não se pode misturar duas rubricas completamente distintas. Quando eu pago uma parcela no banco de 5.000, sendo 4.300 amortização e 700 juros,  estou gastando realmente os 700 de juros, o pagamento do principal não é custo, é liquidação da divida.

    Sou aqui no blog o maior cirtico da politica monetaria e do uso dos

    juros da divida publica  para gerar DEFLAÇÃO,  é o processo que hoje paralisa o Brasil.

    Dito isto, é preciso SIM trazer a realidade da logica economica APOSENTADORIAS integrais de 30 mil por mês com 51 anos de idade e que carregam pelo resto da vida qualquer beneficio que recebam os colegas na ativa. ISS NÃO O EXISTE EM PAIS ALGUM DO MUNDO. Nos EUA a aposentadoria no Departamento de Estado é de 2% por ano de trbalho, quem trabalhou 30 anos se aposenta com 60% do salario, na Alemanha, Inglaterra, Holanda é muito semelhante mas só é possivel se aposentar com 65 anos de idade NO MINIMO.  Em 90% dos casos aposentam cedo e vão trabalhar na area privada, concorrendo com quem nem sonha em se aposentar.

    Em economia DOIS ERROS NÃO FAZEM UM ACERTO. Juros altissimos constuiram a maior parte da divida publica federal

    atual, a MAIOR PARTE SÃO JUROS ACUMULADOS mas aposentadorias prematuras e altas TAMBEM SÃO UM ERRO

    e para isso a Reforma é necessaria. Eu conheço  mais de dez pessoas, algumas de minha familia, que trabalharam pouco,

    uma passou a maior parte da carreira em licença medica, se aposentaram muito cedo e levam vida de viagens ao exterior

    com o dinheiro dos impostos que são pagos pelos mais pobres, enquanto quem trabalha na iniciativa privada com a mesma idade ainda tem que trabalhar muito para sobreviver e ainda correm risco permanente de desemprego.

    1. B a bá da dívida para iniciação

      “AMORTIZAÇÃO da divida publica não é custo, é simples rolagem. JUROS são custo, não se pode misturar duas rubricas completamente distintas. Quando eu pago uma parcela no banco de 5.000, sendo 4.300 amortização e 700 juros,  estou gastando realmente os 700 de juros, o pagamento do principal não é custo, é liquidação da divida.”

      Sr. AA, vamos por partes para não confundir quem não tem clareza sobre o assunto:

      1) Quem dera pagássemos “4700 de amortização e 700 de juros”. O que acontece é que não pagamos nem os juros. A dívida jamais é amortizada, só cresce.

      2) Amortização é amortização (diminuir o tamanho da dívida), rolagem é rolagem (pegar mais dinheiro para continuar pagando a dívida).

      3) Supondo que paguemos os juros (conseguindo superávit primário), a dívida (original, 4700) se mantém eternamente.

      4) Se conseguíssemos gerar um superávit NOMINAL (dinheiro “sobrando”) suficiente para pagar os juros E amortizar (pagar um pedaço dos 4700 originais), já seria “maravilha”, pois estaríamos pagando os juros e diminuindo a dívida.

      5) Ocorre que mesmo quando estes governos contábeis neoliberais (que não investem nas pessoas e seu progresso) geram superávit primário (pagando só os juros), acontecem 2 coisas:

      5a) O superávit primário paga APENAS PARTE dos juros: aí tem que haver rolagem (pegar mais dinheiro/emitir mais títulos de dívidA) para não caracterizar “default”, convenientemente chamado no Brasil de “calote”.

      5b) Há déficit primário: aí, além da rolagem/aumento da dívida, os banqueiros não recebe(ria)m p0##@ nenhuma. Como receberão? Com mais dívida ainda, mas não para despesas do país, e sim para forrar os bolsos dos banqueiros, já que isto é “tabooooooo”.

      5c) Superávit nominal: aí, além de pagar os juros, conseguimos amortizar (diminuir) a dívida. Lembrando que isto nunca acontece, ninguém discute isto como meta, apenas o superávit primário.

      5d) Em QUALQUER dos casos acima, como o Brasil é carente de enormes investimentos (os EEUU também, mas em armas), ainda que se produza o melhor dos mundos (superávit nominal para diminuir a dívida), ainda se fará mais dívida para suportar esta necessidade. Portanto, um saco sem fundo. Ninguém (no mundo) discute superávit nominal, diminuir a dívida…

      Por que?

      Os bancos não querem que paguemos (diminuamos a dívida, superávit nominal), mas que paguemos eterno pedágio (juros, superavit primário) pelo dinheiro que sequer eles têm (a tal “reserva fracionária”, onde o banco que tem apenas 10 reais os empresta a 10 pessoas, 10 para cada, como se 100 fossem, rendendo juros em todos eles). Dinheiro virtual, que hoje é emitido não em moeda, mas em títulos de dívida. Uma mágica financeira que virou tabu.

      Se os bancos fossem pessoas físicas (mas por trás deles, elas o são de fato), estariam apenas administrand um “negócio” que resulta numa eterna e magnânima aposentadoria.

      Veja que o maior e mais poderoso país do planeta deve mais de 20 TRILHÕES de DÓLARES … e 

      …Tudo bem!

      Para os banqueiros

      Os donos desta rocha que gira na terceira órbita em torno da esterla chamada Sol.

      Mas isso vai acabar, pelo menos neste mundo…

      …Pois sabemos, nem o Sol é eterno!

      Ufa!

       

    2. Os casos que você citou

      Os casos que você citou (aposentadorias de 30 mil e aposentando cedo) são na maioria do judiciário e do funcionalismo público, e os conspiradores já deixaram claro que estes casos serão deixados de fora da suposta “reforma”. E existe mais o porém do governo brasileiro não ser honesto em relatar o valor gasto em amortizações e o valor pago em juros, eu posso deduzir pelo desepero em aprovar a “reforma” (que está mais para desmonte) que o valor pago em juros é várias vezes maior do que o divulgado, o suficiente para justificar o suborno de parlamentares para que o valor pago em juros para os financistas seja ainda maior (removendo-se do valor que está sendo gasto hoje em previdência).

    3. Apesar de uma divergência

      Apesar de uma divergência aqui e acolá, admiro muito a clareza e a crítica coerente de André Araújo, e creio como ele que sem dúvida temos que elminar aberrações e privilégios… Mas você acha que uma reforma previdenciada patrocinada por Temer e sua qudrilha de bandoleiros pró-mercado financeiro parasitário vai atacar algum privilégio? Irão pra cima dos pobres coitados de baixos salários. Forças Armadas, Judiciário e Ministério Público continurão de fora… E a economia do país seguirá indo para o buraco com esses mix de malucos com corruptos…

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