Categories: EconomiaNotícia

Ata do COPOM destaca queda na Selic e cenário favorável para a inflação

Na última terça-feira (17), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM), divulgou a ata da reunião que reduziu a taxa Selic para 13,00%. Este resultado demonstrou preocupação com a atividade econômica no curto prazo devido à sua evolução além do esperado.

Segundo a avaliação dos integrantes do COPOM, a atividade econômica brasileira está abaixo do esperado a curto prazo, o que também aconteceu no último trimestre de 2016. As perspectivas para este ano, é que o ritmo do crescimento da economia seja lento e gradual.

O cenário econômico a curto prazo é desafiador. Elevados índices de desemprego, somados ao alto nível de ociosidade dos fatores de produção, impactando assim os índices de utilização da capacidade industrial.

O principal ponto de avaliação das mudanças da política monetária é a inflação, que se mostrou mais promissora do que o esperado. Apresentando sinais de redução das pressões inflacionárias de forma mais difundida e mais próximo da meta para 2018 e abaixo do teto da meta (6%) em 2017.

A pesquisa Focus apurou as medianas da projeção da inflação para este ano, e os resultados apresentam um recuo compatível a essa avaliação. A mediana de projeção apresentada pela Focus neste mês é de 4,80%, enquanto em dezembro de 2016, era de 4,90%. Já as expectativas para 2018 estão alinhadas ao centro da meta, sendo de 4,5%, segundo a mesma pesquisa.

Atingir a meta da inflação nos anos de 2017 e 2018 continua sendo o objetivo do Comitê. Por isso, a necessidade de ajustes na condução da política monetária do país. A flexibilização das políticas monetárias dependerá da evolução da atividade econômica, e também de fatores que permitam maior confiança para alcançar as metas previamente definidas para a inflação, principalmente em um prazo maior, com relevância para a meta de 2017 e 2018.

A redução dos níveis de preços é um ponto de cautela que corroborou o corte mais agressivo da taxa de juros. Alguns fatores foram apontados como responsáveis por essa redução. São eles: os elevados níveis de desemprego, o ritmo desacelerado da economia e a queda da confiança dos agentes econômicos.

Esforços como a aprovação da emenda constitucional que limita os gastos públicos com crescimento real zero, assim como todas as reformas no âmbito fiscal, são fundamentais para o desenvolvimento e estabilização da economia brasileira, segundo o COPOM. Como esses esforços têm reflexos importantes no processo de desinflação, o Comitê deve acompanhá-los atentamente.

O COPOM também afirma que o cenário internacional é incerto. A evolução da política monetária norte-americana e suas possíveis implicações para a economia brasileira devem ser acompanhadas de perto.

Tendo em vista este cenário, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações, o COPOM decidiu por unanimidade, reduzir a taxa Selic, taxa básica de juros brasileira, para 13,00% ao ano. Os membros do Comitê de Política Monetária devem avaliar a evolução dos fatores apresentados acima para tomar novas decisões nos próximos encontros de 2017.

Redação

Redação

Recent Posts

Choques políticos em série refletem bagunça institucional, por Antonio Machado

O chamado ativismo judicial provoca rusgas institucionais desde o tempo do mensalão, antecedendo os ataques…

10 horas ago

Lei de Alienação Parental: revogar ou não revogar, eis a questão

Denúncias de alienação descredibilizam acusações de violência contra menores e podem expor a criança aos…

10 horas ago

Papa Francisco recebe Dilma Rousseff no Vaticano

Os dois conversaram sobre o combate à desigualdade e à fome. Para Dilma, o papa…

13 horas ago

Exposição à poluição aumenta o risco de doenças cardíacas em moradores de São Paulo

Os pesquisadores constataram que pessoas que sofrem de hipertensão sofrem ainda mais riscos, especialmente as…

14 horas ago

Vídeo mostra a ação da polícia durante abordagem de Tiago Batan

Caso ganhou repercussão no interior de SP; jovem faleceu após ser baleado na região do…

14 horas ago

Roberto Campos Neto e o terrorismo monetário

É papel do Banco Central administrar as expectativas de mercado, mas o que o presidente…

16 horas ago