“Atiram em qualquer pessoal na rua”: a reação do avô da menina Ágatha

Jornal GGN – O Quebrando o Tabu reproduziu no Twitter um trecho da reportagem da Rede Globo que mostra a reação desesperada e indignada do avô de Ágatha Félix. A menina de 8 anos faleceu na madrugada de sábado (21), após levar um tiro de fuzil nas costas, disparados por policiais que atuam no Complexo do Alemão.

Em nota, a Polícia Militar argumentou que núcleos da UPP estavam sendo atacados ao mesmo tempo em vários pontos da região e decidiram revidar com tiros. Não há, contudo, informações sobre agentes feridos.

Na contramão, moradores negaram os alegados ataques simultâneos à imprensa e informaram que os agentes abriram fogo numa rua movimentada porque tentavam acertar uma moto em movimento, mas acabaram atingindo uma kombi onde Ágatha estava com um familiar.

O avô de Ágatha reagiu afirmando que a menina era “filha de trabalhador” e que foi assassinada por uma polícia irresponsável que atira em “qualquer pessoa na rua”.

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Redação

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  • Em 1965 fui com meu pai ao Rio de Janeiro quatrocentão. Criança ainda, mesmo assim anotei na retina o incômodo da Baixada Fluminense vista da Av. Brasil. A Cidade Maravilhosa já era então a Ilha da Fantasia denunciada pelo escritor Lima Barreto no início do século passado. Repito: Ilha da Fantasia.
    Tanto que o carnaval, o MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA, ainda hoje, brotava sua alegoria saída das entranhas estranhas ao urbanismo maravilhoso que desenhava o Aterro do Flamengo em contraste com o Morro do Pinto, esse binômio asfalto-favela que timbra o a cartografia das cidades brasileiras. E não vou falar de sol, praia e mar. Estou falando de sangue e cidadania.
    Falar nisso, outra maravilha é a canhestra Curitiba, a Cidade européia e suas 220 favelas, sem contar sua pobreza, ou melhor, miséria cultural, aonde a democracia brasileira está enclausurada, não sem heróica resistência. E por aí vai.
    Voltando ao "humor carioca", cortina de fumaça tapando o pau puro do dia a dia, Geraldo Pereira compôs a abolição de sua "nega" escravizada na "cozinha da madame em Copacabana", quando Getúlio Vargas criou o Ministério da Economia. Aí o clichê que não tem graça nenhuma, muito pelo contrário. Com o Flamengo embalado a Festa na Favela desvia o olhar do Ninho do Urubu, da Maré, Alemão, Fallet etc. Ali a elite carioca comemora com fogos sem nenhum artifício o sacrifício da galera e o topônimo dissimula discriminação.
    É a cidade horrorosa e sua marcha marcial que pisoteia a gente preta e pobre, confinada nos currais compulsórios (a bala) de concentração. A intuição da criança alcançou o velho.

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