Categories: Notícia

Cai desemprego na América Latina

O desemprego caiu 0,6% na América Latina e no Caribe em 2010. Para 2011, é esperada uma redução entre 0,2% e 0,4%. O dado consta de relatório elaborado pela Cepal e pela OIT, agências ligadas à ONU. De acordo com o documento, o avanço é resultado da recuperação econômica na região, refletida no aumento da demanda interna devido às políticas estabelecidas em cada país e na melhoria das condições das empresas e das instituições financeiras. A economia na região cresceu em 6%.

No entanto, a taxa de desemprego entre jovens (menos de 25 anos), no Brasil é 3,4 vezes maior do que a traxa de desemprego de adultos. No Uruguai, essa taxa é 4,6 vezes maior em relação à população adulta, e na Venezuela, 2,6 vezes maior. Sobre a evolução do desemprego nessas faixas etárias, nos três primeiros trimestres de 2010 e em igual período de 2009, no Brasil e no Uruguai houve uma redução do desemprego maior entre os jovens adultos.

Em contrapartida, na República Bolivariana da Venezuela sobre o aumento do desemprego foi maior para os jovens do que o observado para os adultos. Dos sete países com informações disponíveis para o primeiro semestre de 2010, em comparação ao mesmo período em 2009, só no Brasil e Panamá o emprego assalariado apresentou taxas maiores de expansão em comparação ao trabalho autônomo. De acordo com o documento Situação do Trabalho na América Latina e Caribe nº 4, embora o aquecimento da economia tenha estimulado a criação de empregos formais, aumento nos salários, o desempenho não foi igual para todos os países e sub-regiões.

“O Brasil, onde um forte crescimento econômico foi acompanhado por uma dinâmica geração de emprego formal e quedas das taxas desemprego para níveis não vistos há muito tempo. Outros países sul-americanos têm se beneficiado da forte demanda por recursos naturais pelos países asiáticos. Isso, juntamente com o aumento da demanda interna, aumentou o seu crescimento econômico e teve um impacto positivo sobre os indicadores de trabalho. Por outro lado, em alguns países e sub-regiões, particularmente no Caribe, a recuperação ainda é fraca e os indicadores do mercado de trabalho continuam a deteriorar-se”, ressalta o relatório.

Outro alerta das instituições é que a recuperação econômica não é garantia de um crescimento necessário de empregos no longo prazo. “Para fortalecer a melhoria dos indicadores do mercado de trabalho e gerar empregos produtivos e trabalho decente, os países da região devem reforçar as suas políticas macroeconômicas, uma melhor coordenação das políticas a nível regional e global, identificar e eliminar gargalos no mesmo mercado trabalho e reforçar os instrumentos que promovam uma maior igualdade”, explica Alicia Bárcena, secretária executiva da Cepal, e Jean Maninat, Diretor Regional da OIT Instituto de América Latina e no Caribe, no prefácio do boletim.

Sustentabilidade

Em termos de desenvolvimento, o documento alerta que o desafio para a região é mudar os processos produtivos, de modo a permitir uma economia sustentável de longo prazo. Alterações climáticas e o desenvolvimento e fortalecimento das formas de produção e consumo, com reflexos nas emissões de carbono, também afetarão as formas de trabalho. O documento dedica um capítulo à geração de empregos verdes, definidos como os que contribuem de forma decisiva para promover a transição para uma economia de baixo carbono. As ações evitariam também o efeito das alterações climáticas nas empresas e nos trabalhadores.

Embora o debate sobre este tema seja relativamente recente na região, há exemplos concretos, como o caso da Costa Rica, que desenvolveu uma Estratégia Nacional de Mudança Climática, que inclui a formação no domínio da gestão dos recursos naturais. Enquanto isso, segundo o relatório, o Brasil aumentou a produção de combustíveis a partir de biomassa, e habitações estão sendo construídas com painéis solares. Além disso, vários outros países na região estão se movendo em áreas como ecoturismo, agricultura sustentável, infra-estrutura para adaptação às alterações climáticas e formalização das pessoas que trabalham na reciclagem de resíduos domésticos.

O boletim ressalta que, embora a transformação para uma economia mais sustentável possa levar à destruição de postos de trabalho em alguns setores da economia, o problema deve ser solucionado com incentivo à criatividade em outras áreas. “Inevitavelmente, o mundo do trabalho experimentará grandes mudanças. Se a região resolve o problema através do diálogo e políticas públicas adequadas, existe a possibilidade de criar mais postos de trabalho decente por essa transformação, contribuindo assim para o crescimento econômico, a construção de maiores níveis de igualdade e proteção do ambiente”.

Redação

Redação

Recent Posts

Papa Francisco recebe Dilma Rousseff no Vaticano

Os dois conversaram sobre o combate à desigualdade e à fome. Para Dilma, o papa…

1 hora ago

Exposição à poluição aumenta o risco de doenças cardíacas em moradores de São Paulo

Os pesquisadores constataram que pessoas que sofrem de hipertensão sofrem ainda mais riscos, especialmente as…

2 horas ago

Vídeo mostra a ação da polícia durante abordagem de Tiago Batan

Caso ganhou repercussão no interior de SP; jovem faleceu após ser baleado na região do…

2 horas ago

Roberto Campos Neto e o terrorismo monetário

É papel do Banco Central administrar as expectativas de mercado, mas o que o presidente…

3 horas ago

Museu do Trabalhador: Alfredo Buso conta como foi preso sem cometer crimes

Ex-secretário de obras de SBC, entrevistado da TVGGN anuncia absolvição do caso e lembra os…

4 horas ago

Justiça suspende julgamento de ex-policial que matou tesoureiro do PT

Defesa alega que comarca pode sofrer interferência devido à repercussão do assassinato e da influência…

5 horas ago