Candidatos bolsonaristas perdem fôlego nas eleições municipais

Jornal GGN – A onda antipolítica que tomou conta das eleições de 2018 mostra sinais de que sua força está se esvaindo. Um exemplo disso é a dificuldade que os candidatos apoiados ou que tentam se aproximar do presidente Jair Bolsonaro estão enfrentando nas disputas eleitorais.

As mais recentes pesquisas mostram que o maior temor de Jair Bolsonaro corre o risco de se tornar realidade – o de ligar seu nome a fracassos eleitorais. Segundo o jornal Folha de São Paulo, os nomes que adotaram um discurso antipolítica (muitos deles alinhados a Bolsonaro) estão nas últimas colocações em pesquisas do Datafolha e do Ibope, a maior parte delas lideradas por nomes já conhecidos do mundo político.

Os principais candidatos ligados ao bolsonarismo passam por dificuldades nas principais cidades do país: em São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos) já aparece numericamente atrás de Bruno Covas (PSDB); no Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos) disputa com outros dois candidatos para não ficar fora do segundo turno; em Belo Horizonte, Bruno Engler (PRTB) está nos últimos lugares das pesquisas.

Apenas três bolsonaristas estão nas primeiras colocações nas 26 capitais: São Paulo, com Celso Russomanno; em Fortaleza, onde o candidato Capitão Wagner (PROS) tem escondido sua vinculação com o presidente, e em Cuiabá, onde Abílio Júnior (Podemos) tenta colocar sua imagem à de Bolsonaro.

 

 

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Redação

Redação

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  • Análise que merece retoques.
    Vários analistas já disseram, inclusive aqui, a fraca conexão entre eleições municipais e o plano nacional.
    Há casos excepcionais onde a agenda nacional repercute mais.
    Mas via de regra, até porque as municipais sejam algo como as eleições de "meio termo", as forças de oposição tendem a testar suas hipóteses para as nacionais, e logo, a miríade de problemas locais junto com este aquecimento pré eleições presidenciais fortalecem candidatos contrários ao planalto, especificamente nas maiores cidades.
    Este ano a gestão da pandemia acrescenta outras variáveis.
    A questão é apurar, ao fim do pleito, se os vencedores estão mais ou menos próximos do planalto.
    Por outro lado, a construção simbólica que se reifica no presidente é coerente com seu esvaziamento como padrinho eleitoral, isto é, o palco é só do déspota.
    Nas eleições de 2018 ele não era o presidente, portanto sua ascensão, também alimentada pelos robôs e algoritmos, deu força a todo espectro ultra conservador, e ao contrário do que dizem alguns, não foi pela nossa incapacidade ou pelo antipetismo:
    Foi sim a conhecida solução de força usada historicamente para abater a esquerda.
    Lembrem-se: Lula preso e incomunicável, após anos de ataque diário ao PT, golpe de 2016, e mesmo assim Haddad vai ao segundo turno e arrecada 45 milhões de votos.
    Bancada federal eleita do PT foi uma das maiores.
    A dimensão deste resultado do PT mostra qual foi o nível de força exigido pelos conservadores para manter intactas suas posições pós golpe.
    Por isso o Bolsonaro surge como a alternativa, de fácil digestão pelas elites e de fácil difusão no senso comum machista, homofóbico, racista e violento brasileiro.
    Não é todo mundo que é capaz de vocalizar o que diz Bolsonaro sem parecer ainda mais irreal que ele mesmo.
    Como é o caso de Trump.
    Enfim, as intrincadas relações e interações locais, que em muito se diferem das pautas estaduais e nacional, até por uma questão simples: é a cidade onde se vive, e esta condição estabelece limites para uma retórica de costumes (sexualidade, ambiente, geopolítica, etc), e transfere as expectativas para questões cotidianas, cujas soluções exigem mais que pirotecnia verbal.

  • Bolsonaro acreditava mesmo que a conta dos atuais 160.000 mortos, que não terão seus túmulos visitados amanhã, não cairia em seu colo. E a choradeira será ainda maior em 2021, com a morte do auxílio emergencial e a piora no quadro mundial.

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