Como as redes sociais revelam nossa necessidade de auto-afirmação

Enviado por jns

Do Obvious

CARÊNCIA AFETIVA E NECESSIDADE DE AUTO-AFIRMAÇÃO NAS REDES SOCIAIS
 
Soraya Rodrigues de Aragão
 
Com a democratização do acesso à internet e redes sociais, foram internalizados novos aspectos comportamentais e agregados novos valores sociais. Através destes contextos, criamos muitas vezes uma realidade pré-fabricada a partir das nossas carências afetivas e emocionais, sendo as redes sociais o grande termômetro da insatisfação e insegurança das pessoas consigo mesmas.
 
Mas… até que ponto podemos nos satisfazer nos reinventando muitas vezes na irrealidade?
 
Vivemos em uma época em que a maioria dos internautas se classificam nas gerações y e z. São jovens adultos e adolescentes que nos trouxeram mudanças comportamentais a partir de novos paradigmas tecnológicos relacionais, e que as gerações anteriores de certa forma foram compelidas a se atualizar.

 
Com a democratização do acesso a internet e redes sociais, foram internalizados novos aspectos comportamentais e agregados novos valores sociais. Presenciamos as transformações sociais reconfigurando o processo de subjetivação das novas maneiras de se relacionar com o mundo e com o outro.
 
No entanto, junto às conexões, fotos, selfies e check-ins, podemos concluir que as redes sociais foi o propulsor importante para denunciar a nossa fragilidade egoica. Necessitamos incessantemente da aprovação do outro através dos likes e comentários que elevam a nossa auto-estima. Necessitamos da validação, da aprovação do outro, em busca de convencermo-nos daquilo que não temos certeza em nós mesmos.
 
Esse olhar perscrutador, avaliador e validativo do outro acerca dos nossos estados emocionais, do nosso sucesso e bem estar nos leva à conclusão de que nós não estamos convencidos internamente daquilo que somos e do que sentimos. Existe uma fragilidade em tudo isto e não foi a internet que desenvolveu. Na realidade estas questões já existiam; a internet foi apenas a ferramenta eliciadora para a eclosão dos conteúdos que presenciamos dia a dia nas redes sociais.
 
Somos seres gregários e nos realizamos nos relacionamentos interpessoais que nos validam através do olhar do outro e isto além de legitimo, é necessário. No entanto, o que percebo nas redes sociais é uma necessidade premente e constante de autoafirmação, onde percebe-se o movimento de convencer o outro do que ainda não estamos convencidos em nós mesmos. Em outras palavras, as redes sociais é o grande termômetro da insatisfação e insegurança das pessoas consigo mesmas.
 
Isto é comprovado pelo simples raciocínio de que se não conseguimos nos satisfazer em um nível mais profundo, necessariamente precisamos buscar isto fora.
 
E’ fato que não somos e nunca fomos e nem seremos autossuficientes, portanto, não podemos satisfazer sozinhos as nossas próprias necessidades e carências. Precisamos do outro, é do humano. Mas na internet existe uma caricaturização, uma exacerbação do nosso narcisismo.
 
Sendo assim, as redes sociais “cairam como uma luva” para a insatisfação humana e pra necessidade fundamental do olhar de aprovação do outro enquanto sujeito que necessita ser valorado e reconhecido, causando um aprisionamento desta necessidade constante de criar muitas vezes uma personalidade fictícia, uma realidade muitas vezes mascarada para satisfazermos as nossas fantasias e necessidades profundas.
 
Até que ponto acreditamos nesta realidade da felicidade constante, dos amores de contos de fadas, em uma vida sem problemas?
 
Nos afugentamos nas redes sociais para criarmos esta possibilidade. Criamos muitas vezes uma realidade pré-fabricada a partir das nossas carências afetivas e emocionais. Vivemos o que gostaríamos de viver na realidade e isto agora foi possibilitado pela socialização da internet.
 
…Mas… até que ponto podemos nos satisfazer nos reinventando muitas vezes na irrealidade?
Redação

6 Comentários

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  1. Quem não tem ego? Até quem

    Quem não tem ego? Até quem critica o egocentrismo dos outros pode estar massageando seu próprio ego. Vejam como sou diferente? diz o crítico. Curtam minha postura diferenciada. Ha, ha, ha…

    1. hahaha… Pois é. Mas acho

      hahaha… Pois é. Mas acho que no caso do facebook e dos games, da “vida virtual”, há realmente um exagero fantasioso de muitos usuários, principalmente adolescentes. Se acham personagens daquele filme Avatar. O problema é que alguns não voltam para a Terra ou voltam como os personagens que criaram… aí ficam insuportáveis.

    2. Ehehe… Se escrevesse com
      Ehehe… Se escrevesse com tinta diria que seu comentário me poupou de gastar um pouco mais.
      O torto falando do aleijado – para ser coerente, no mínimo a autora teria que ser psicóloga para que sua análise comportamental alheia tivesse alguma relevância científica. Mas mesmo assim, se fosse o caso e mantendo a coerência,seu “artigo” deveria ser direcionado a profissionais da área.
      Parece mais uma auto-crítica inconsciente ou vidência através de profecia auto-realizável tipo: “vou escrever algo irrelevante e deixar espaço para comentários e algumas pessoas dirão que meu texto é irrelevante. Quer apostar?”

  2. A obesidade do ego é um caso sério quando causa danos a terceiro

    A obesidade do ego é um caso sério quando causa danos a terceiros, como foi o caso do nazismo. Na década de 80 tive a seguinte revelação de sonho: Hitler sofria de obesidade do ego. Como no sonho o outro é a gente mesmo, eu também devo sofrer disso, muitos de nós tmbm, sem ego só mesmo Buda: a diferença está em se deixar que a obesidade do ego possa causar ou não maldade a outrem, como foi o caso destes que causaram a morte do menino sírio no mar que, sem ego, o devolveu…

    http://www.adonline.com.br/ad2005/blog/coluna_detalhes.asp?idblog=459

     

     

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