Jornal GGN – A variação de preços registrada pela população mais carente chegou a 0,98% em setembro, ficando bem acima dos 0,29% vistos pela classe mais rica, segundo o índice de inflação por faixa de renda pesquisado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Com isso, o índice do Ipea no acumulado do ano atingiu 2,5% para a população de renda muito baixa – mais de oito vezes superior à da parcela de renda alta (0,2%). O primeiro grupo compreende famílias com rendimentos domiciliares mensais menores que R$ 1.650,00, enquanto na parcela de maior poder aquisitivo eles ultrapassam R$ 16.509,66.
A inflação avançou para todas as faixas da população em um período de 12 meses, mas foi maior (4,3%) para a classe de renda muito baixa e menor para a parcela mais rica (1,8%). Na comparação com setembro de 2019, a inflação das famílias de menor renda disparou de -0,10% para uma alta de 0,98% –, enquanto a evolução para a classe mais rica foi menos significativa (0,27 ponto percentual).
Segundo os dados divulgados, quase 75% da variação total da inflação das famílias mais pobres em setembro veio dos alimentos e bebidas, com as altas do arroz (18%), do óleo (28%) e do leite (6%). Itens como materiais de limpeza (1,4%) e do gás de botijão (1,6%) ajudaram a compor a pressão inflacionária para a população mais pobre.
No caso das famílias mais ricas, a alta de preços dos alimentos e da gasolina (2%) foi atenuada pelo recuo nos planos de saúde (-2,3%) e nas mensalidades de cursos diversos, como os de idiomas (-1,5%) e informática (-1,6%).
A desaceleração dos serviços afetou diretamente a inflação para a classe mais abastada: os serviços livres registraram deflação de 0,05% no ano, devido principalmente às passagens aéreas (-55%) aos preços de hospedagem (-9%) e às mensalidades das creches (-1,7%).
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