Negado pelo MPF, Gebran valida delação de Palocci à PF

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: TRF-4
 
Jornal GGN – Após o próprio Ministério Público Federal (MPF) considerar que as supostas acusações de Antonio Palocci careciam de provas, o relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), João Pedro Gebran Neto, homologou a delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci com a Polícia Federal.
 
No ano passado, procuradores da Lava Jato de Curitiba admitiram que as informações do ex-ministro não tinham sustentação ou como serem provadas, e retrocedeu de continuar um acordo. 
 
Preso preventivamente desde 2016, Palocci disse ao juiz Sérgio Moro, em setembro do último ano, que o ex-presidente Lula fez um “pacto de sangue” com Emílio Odebrecht para ser beneficiado com repasses que chegariam a R$ 300 milhões para articulações políticas. Entre as contrapartidas oferecidas pela empreiteira, estaria o terreno em São Bernardo para a construção do Instituto Lula.
 
Mesmo sendo graves as acusações, os próprios procuradores da força-tarefa de Curitiba negaram fechar o acordo porque, segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo, elas teriam sido insuficientes para a negociação e um dos investigadores chegou a dizer que os relatos eram mais “fofoca de Brasília”.
 
Mas foi o Supremo Tribunal Federal (STF) liberar nesta semana que delegados da Polícia Federal fechem acordos, independentemente do MPF, que o relator da Lava Jato no TRF-4, Gebran Neto, homologou o acordo de Palocci com a PF.
 
Os depoimentos tramitam em segredo de Justiça e o conteúdo não foi divulgado. Entretanto, a Rede Globo já divulgou que o ex-ministro acusa supostos crimes contra o ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. Ou o delator apresentou

    Ou o delator apresentou PROVAS cabais e irrecusáveis para subsidiar a delação, dado que o Judiciário a homolou, ou então estamos diante de mais uma farsa da Lava a Jato. 

    A questão é: por que o que não serviu para a diligente e severa Procuradoria Geral da República vai servir para a Polícia Federal? Afinal, qual da duas está errrada? 

    Sim, porque é de se perguntar o que teria de novo a acrescentar nessa delação à PF o ex-ministro Palloci? Se for algo bombástico, devidamente instruído por comprovações sólidas, por que não o fez quando ainda detinha alguma credibilidade junto ao parquet? A não ser que seja um masoquista juramentado que somente após dois anos de cana resolve abrir o bico e se beneficiar com uma eventual delação.

    A hipótese mais provável é que se trata apenas do mais do mesmo, ou seja, revigora a delação com denúncias desprovidas de provas, mas rica e expressiva em narrativas contundentes e hiperbólicas envolvendo os ex-presidentes Lula e Dilma. Algo parecido com esse estrambólico “Pacto de Sangue” e a fábula segundo a qual Lula recebia propinas em espécie no próprio Palácio do Planalto. Para um contexto eleitoral, no qual o ex-presidente reina soberano como a escolha primeira da maioria do povo, é a sopa no mel. 

    Em resumo: uma contra-ofensiva dado que, mesmo após a prisão de Lula, boa parte do distinto público ainda o dá Lula como um perseguido pelo aparato repressivo do Estado. 

    O terrível nessa história é constatarmos o quanto o Judiciário se avilta, se abaixa e se desonra  por ânimo político-ideológico. Não se trata apenas de perda de neutralidade, mas de ativismo mesmo.  

     

  2. O nosso Judiciário, com as

    O nosso Judiciário, com as últimas leis aprovadas pelo Congresso parece um polvo de tão contorcionista: se é petista, sendo governador, será julgado por juizes locais, os mesmos que são contumazes na salvação de tucanos mas que são cruéis quando julgam petistas, veja só:  o STF enviou para a 1a. instância um processo de Alckmin, por sua vez a 1al instância enviou o caso para a Justiça Eleitoral, ocupada por juizes pró-PSDB……se é petista, vale a delação feita perante um PF, em sua maioria aecistas….a plasticidade lembra a obra Bichos, de Lygia Clark: as possibilidade de reconfiguração dos processos são infinitas…

  3. O judiciário e sua auto desmoralzação.

    Os atos desta semana demonstram claramente a militância política deste judiciário que está aí.  

  4. Foi o tempo….

    nescessario para se esquecer do que fez ao PIG e BANCOS e decorrar a delação elaborada pelo MFP.

    Nestes dois anos o advogado dele tentou alguma vez algo para libertá-lo?

  5. chocado mas não surpreso.

    Nada me surpreende mais nada desse judiciario.

    O stf aceitou, se fez de desentendido, jogou para debaixo do tapete, inumeras irregularidades dos processos, delações etc, etc, agora esta preocupado com detalhes juridicos.

    Sempre contra Lula, é claro.

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