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O poder do comentário no Facebook

Fiz este comentário a margem de uma publicação da Carta Capital no Facebook:

https://m.facebook.com/comment/replies/?ctoken=739218786099538_739253056096111&ft_ent_identifier=739218786099538&gfid=AQDaSNJxSYZxbaqy&notif_t=photo_reply&ref=m_notif

 

Ele é, obviamente, uma reprodução do texto que publiquei no GGN e no JUS:

http://www.jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/a-banana-de-charles-robert-darwin

http://jus.com.br/artigos/28093/a-banana-de-charles-robert-darwin

 

Nos dois websites em que foi originalmente publicado, o texto não despertou muito interesse. Não recebeu nenhum comentário. No Facebook, porém, ele fo lido por centenas de pessoas. Até as 13 horas de hoje ele tinha recebido 13 comentários e 126 curtidas. 

 

Todos os comentários postados a margem do texto são positivos. Um dos leitores o considerou melhor que o texto original publicado na Carta Capital, outro sugeriu a tradução do mesmo para divulgação em jornais da Espanha. Um dos comentaristas disse o seguinte:

 

Não sou seguidor das idéias evolutivas do Dr. Darwin, mais não posso deixar de elogiar a reflexão do amigo e relação ao episódio.”

 

O erro de ortografia que meu admirador cometeu (ele usou mais ao invés de mas) é irrelevante. O que importa para efeito de análise é notar como meu texto darwinista foi capaz de despertar interesse e simpatia de uma pessoa que não concorda com o darwinismo. Supondo que o autor do comentário é criacionista, isto não deixa de ser um grande avanço.

 

O Facebook, por razões óbvias, atinge uma quantidade maior de leitores que o GGN e o JUS. A diversificação dos leitores do website criado por Mark Elliot Zuckerberg é infinitamente maior que a dos dois outros websites em que o texto foi postado. Mas nem todos os usuários do Facebook são usuários ou admiradores de Carta Capital no Facebokk, onde publiquei o texto em forma de comentário.

 

Linkei no meu Facebook o texto  “A banana de Charles Robert Darwin” publicado no GGN https://www.facebook.com/fabio.deoliveiraribeiro . Tenho centenas de seguidores, mas nenhum exerceu a função curtir ou postou qualquer comentário. Presumirei, portanto, que lá ele despertou bem menos interesse do que como comentário à margem do texto da Carta Capital.

 

Quais são as lições que podemos extrair deste pequeno episódio?

 

A primeira e mais óbvia é que a internet é fluída. Quem quiser visibilidade nela tem que ocupar vários espaços ao mesmo tempo, pois atenção garantida é algo que somente os grandes veículos de comunicação conseguem ter. Atrair a atenção dos leitores na internet não é uma tarefa fácil.

 

O mesmo texto publicado em vários lugares desperta muita atenção, pouca atenção ou nenhuma atenção. Às vezes o texto publicado em forma de comentário à margem de outro tem mais chances de chamar a atenção do se fosse publicado num website. A hierarquização das fontes na internet é algo difícil de medir, principalmente quando vemos um leitor considerar o comentário ao texto de uma revista melhor do que aquele que foi produzido por um jornalista.

 

Os profissionais da comunicação conhecem e usam sofisticadas técnicas de comunicação textual e visual, mas isto parece não impressionar todos os leitores da Carta Capital. É difícil dizer, porém, se os usuários do Facebook são mais ou menos exigentes do que os compradores da versão impressa da mesma revista.

 

  

Fábio de Oliveira Ribeiro

Fábio de Oliveira Ribeiro

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