Investimento estimado para minimizar impactos dos fenômenos meteorológicos em zonas costeiras do Brasil, até 2050, é menos de 3% do valor total do patrimônio ameaçado. O estudo, desenvolvido por 11 instituições públicas do país, estima que, se nada for feito, o aumento do nível do mar e de eventos meteorológicos extremos resultará em perdas da ordem de R$ 136 bilhões a R$ 207,5 bilhões ao longo da costa brasileira.
Já os investimentos em medidas de adaptação somariam R$ 3,72 bilhões até 2050, ou cerca de R$ 93 milhões por ano. A zona costeira brasileira abrange aproximadamente a faixa territorial de 50 km de largura em terra e 12 milhas náuticas no mar (plataforma continental), com uma extensão aproximada de 12.500 km.
Os principais impactos esperados nos próximos anos são: erosão; danos a obras de urbanização de cidades litorâneas; prejuízos operacionais a portos e terminais; danos a operação e obras de saneamento; exposição de dutos enterrados e danos dos que estão expostos; intrusão salina em estuários e aquíferos; evolução dos manguezais e danos em recifes de coral.
A pesquisa foi realizada em cima de dois cenários climáticos do IPCC: o A2 (que prevê aumento do nível do mar, até o final deste século, entre 0,23 m a 0,51 m) e B1 (0,18 m a 0,38 m).
O desafio mais importante do país é formalizar a base cartográfica unificada da zona costeira, englobando áreas emersas e submersas, e marégrafos (tipo de equipamento medidor) para acompanhar as flutuações de nível do mar e observações oceanográficas, meteorológicas e geológicas.
Em segundo lugar, os pesquisadores apontam a necessidade de mais obras de infraestrutura, além das costeiras, para enfrentar as alterações climáticas, como estabilidade de encostas, redes de drenagem, saneamento e abastecimento de água. “As empresas de saneamento relutam em antecipar ações referentes ao problema, provavelmente em razão da grande incerteza relativa à sobrecarga das redes de drenagem e de coleta de esgotos e aos custos de redimensionar parte das redes”, concluem.
Os estados nordestinos estão entre os mais vulneráveis. Com um número grande de cidades na região costeira, a elevação do nível do mar resulta em riscos a manutenção de patrimônios e infraestrutura urbanas de faixas territoriais extensas e altamente populosas. O valor de patrimônio da costa é estimado em R$ 21,2 bilhões em Salvador, R$ 13,1 bilhões em Recife e R$ 12,1 bilhões em Fortaleza.
Os autores destacam que a valoração dos impactos e das respostas à mudança do clima nessa região é incerta, pelo pouco conhecimento sobre eventos importantes, como geração de ondas e maré meteorológica, relevo da região e morfologia da plataforma continental interna. Logo, parcela significativa dos investimentos deve incidir sobre pesquisas.
Todas as propostas apresentadas na pesquisa demandam decisão política e planejamento orçamentário seguro para um período entre 10 e 20 anos.
Para acessar o estudo na íntegra, clique aqui.
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