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Pra que serve mesmo o ombudsman da FSP

Para o jornalismo da FSP o que vale mesmo é o denuncismo barato visando o caos institucional. Segue a cartilha fedorenta da Veja e um plano de corrupção sem limites da informação. O descaso com os leitores é um dos mais graves sintomas da doença degenerativa que atinge algumas empresas de comunicação.

Em 16 de novembro de 2009 mandei uma sugestão de pauta para a FSP e, como em várias outras ocasiões, esperando ver a matéria publicada, dada a sua importância. Como o jornal não publicou, mandei uma reclamação para o email do ombudsman (ombudsman@uol.com.br) – postado abaixo – na esperança de que o mesmo pudesse levantar uma discussão sobre o papel do jornalismo na empresa. uma vez que entre as suas atribuições  está “criticar o jornal sob a perspectiva do leitor – recebendo e verificando reclamações a respeito da cobertura jornalística e procedimentos editoriais” Mas, só depois de dois anos recebo uma mensagem automática do ombudsman (COM DATA DE HOJE):

*– Esta é uma mensagem gerada automaticamente pela caixa postal deombudsma@uol.com.br. Não há necessidade de respondê-la” 

Prezado(a) Leitor(a):
Obrigada pela mensagem enviada à ombudsman da Folha de S.Paulo.

ESTA É UMA RESPOSTA AUTOMÁTICA.

Suas observações serão apreciadas e, assim que possível, o (a) senhor (a) receberá resposta.

A ombudsman tem como atribuições criticar o jornal sob a perspectiva do leitor – recebendo e verificando reclamações a respeito da cobertura jornalística e procedimentos editoriais da Folha de S.Paulo.

Se sua solicitação for destinada a outra área, confira abaixo endereços e telefones que podem ajudar:

– dúvidas ou queixas sobre ASSINATURAS, mande seu e-mail para saa@folha.com.br, ou ligue para um dos seguintes telefones: de São Paulo 0/xx/11/ 3224-3090; de outras cidades0800-7758080

– conhecimento de alguma AMEAÇA A DIREITOS, mande seu e-mail parafolhaemergencia@uol.com.br, ou ligue para 0/xx/11/3224-3505, de segunda a sexta das 8h às 22h e sábados das 8h30 às 15h30. Fora desses horários , ligue para 0/xx/11/3224-3344

– como utilizar textos e fotos publicados pela Folha
Textos, fotos, colunas, ilustrações e infográficos da Folha e do Agora estão protegidos pelas leis de copyright e são comercializados por meio da Folhapress, a agência de notícias do Grupo Folha.
Para obter mais informações a respeito, o site é www.folhapress.com.br

– Para obter outros e-mails do Grupo Folha, consulte o site 

http://fale.folha.com.br/

Atenciosamente,

Departamento de Ombudsman da Folha de S.Paulo 

Minha Mensagem de 2009:

Caro Ombusman,


Mandei uma sugestão de pauta para a redação da FSP que simplesmente a desconsiderou totalmente. O IV Seminário Nacional Sobre Dragagem Portuária vai discutir, de hoje até quinta-feira, as políticas voltadas para a questão portuária. Note que no âmbito global, 70% das mercadorias circulam no planeta por meio de navios. Os portos brasileiros em sua maioria estão situados em regiões estuarinas e fluviais, cujos canais de navegação sofrem o impacto do assoreamento em função do transporte de sedimentos pela rede de drenagem que deságua nas áreas de navegação portuária.


A fim de garantir segurança à navegação é necessário realizar constantemente dragagens de aprofundamentos e manutenção de canais, atividades que consomem milhões dos recursos públicos e privados e devido à presença de contaminantes nos sedimentos promovem diversos impactos ambientais. Em 2004 foi publicada a Resolução CONAMA 344 que tem por objetivo estabelecer as diretrizes e procedimentos mínimos para o gerenciamento do material a ser dragado em águas jurisdicionais brasileiras, visando a sua disposição final. Estas diretrizes se fundamentam numa tabela que consta níveis de contaminantes a partir de uma lista de elementos orgânicos e metais pesados inspirada na legislação canadense. Ao longo dos cinco anos de aplicação desta Resolução nos licenciamentos ambientais das dragagens portuárias, inúmeras foram as críticas apontando os limites desta Resolução. Tais críticas tem sido o foco dos seminários nacionais sobre dragagem e publicações de artigos técnico-científicos.


O jornalismo desconsidera tais pautas por falta de conhecimento ou de competência para apurar as reais dificuldades brasileira e as pesquisas acadêmicas, públicas e privadas que visam a sua solução?


Quais são as prioridades do jornalismo que ignora debates importantes sobre o desenvolvimento das políticas ambientais e do desenvolvimento econômico?


Escravizado pelo paradigma do lucro a qualquer preço, o jornalismo hoje deixa de garantir uma informação lúcida e contribuir para o desenvolvimento cultural do país, incentivando a violência e a desesperança, expondo indivíduos e garantindo um mundo pior, a cada dia.


É muito mais fácil se pautar pelo jornal nacional ou pela Veja, não é mesmo? Que promovem o medo e a descrença nas instituições. .  

 

Redação

Redação

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