Procuradores fazem política e depois reclamam quando tachados de parciais, diz Kennedy Alencar

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
 
Jornal GGN – O jornalista Kennedy Alencar publicou artigo nesta terça (28) chamando de “infantil” a fala de Deltan Dallagnol que associa a eleição de 2018 a uma “batalha” própria da Lava Jato. Para ele, “alguns integrantes do Ministério Público fazem política abertamente e depois se incomodam de serem tachados de parciais.”
 
O artigo de Kennedy foi pautada pela chamada “carta do Rio”, um manifesto que os procuradores da Lava Jato no Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná lançaram na segunda, prometendo combater a corrupção nos três estados e pedindo para que a população não vote em candidatos com problemas na Justiça.
 
Além de atuar politicamente, os procuradores decretaram que existe um comando da Lava Jato paralelo à Procuradoria Geral da República sob Raquel Dodge, avaliou Alencar. Resta saber se a chefe do Ministério Público Federal vai reagir ou fingir que não está vendo nada, acrescentou o jornalista.
 
Por Kennedy Alencar
 
Procuradores do PR, RJ e SP confrontam Raquel Dodge
 
Um grupo de procuradores da República do Paraná, de São Paulo e do Rio de Janeiro se reuniu ontem e lançou um manifesto. Com a “Carta do Rio”, os procuradores pediram que o eleitor vote em 2018 em candidatos que não sofram acusações de corrupção. Eles prometeram uma atuação conjunta do Ministério Público Federal desses três Estados no combate à corrupção.
 
Em entrevista, o procurador da República Deltan Dallagnol disse que a Lava Jato travará sua “batalha final” em 2018, ano eleitoral.
 
O manifesto é uma contestação à liderança da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Há um contraponto à procuradora-geral, com o anúncio de uma coordenação da Lava Jato abertamente paralela à de Brasília.
 
Será importante ver se Raquel Dodge terá alguma reação ao manifesto ou se ela fingirá que não viu. O clima na Procuradoria Geral da República entre o grupo de Dodge e alguns integrantes do Ministério Público, especialmente do Paraná, é de desconfiança recíproca.
 
A sugestão de como o eleitor deve votar e a declaração de Dallagnol de que a Lava Jato enfrentará a batalha final em 2018 são atitudes imaturas e autoritárias. Cabe ao Ministério Público identificar condutas criminosas, investigar e acusar.
 
Sugestão de como o eleitor deve votar não é papel de procurador da República. Alguns integrantes do Ministério Público fazem política abertamente e depois se incomodam de serem tachados de parciais. Tratar um ano eleitoral como uma batalha final da Lava Jato chega a ser infantil. É preocupante o grau de imaturidade e messianismo de procuradores que possuem tanto poder.
 
O combate à corrupção não é uma luta de boxe com batalha final. Apesar da importância da Lava Jato, esse trabalho não começou ontem nem vai terminar em 2018.
 
Uma atuação mais técnica e menos política faria bem à Lava Jato e ao Ministério Público. Para o bem da investigação e da instituição, menos guerra interna também seria recomendável.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

17 Comentários

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  1. Se algumas pesquisas – como a

    Se algumas pesquisas – como a da Carta Capital/Vox Populi de abril/17 – apontam parcela crecente da população a desaprovar a Lava Jato e seus métodos, mais da metade dos entrevistados, e se somarmos a isso a crescente aprovação de Lula, podemos concluir que essa tal batalha final de 2018 é contra parte significativa da população brasileira.

    Então é esse o papel do MP? Pra pensar na cama. 

  2. Sem dúvida!

    Verdade! Além de infantis (aparentemente), são cínicos e hipócritas! Com que cara vão ficar esses “justiceiros” se avançar as investigações contra a Globo?

  3. A narrativa lavajateira

    A narrativa lavajateira assemelha-se e muito, com o discurso apocalíptico dos pastores neo-pentecostais. 2018 é o Juizo Final. Putz, pobre Brasil!  A lava-jato é o caminho da salvação! Só falta esses procuradores dizerem, sou o caminho, a verdade e a vida. Aliás já disseram. Lembrem-se da placa exibida com todo orgulho pelo “janot vc é nossa salvação”(sic).

  4. “Agora”, é?!

    É simplesmente irritante essa conversa de que “ah, agora a lava jato deu prova de que age políticamente orientada!”

    “Agora”, é?!

    Pelamordedeus! Desde a segunda página ficou mais que claro! Enquanto ficam com esse “cavalheirismo” todo os molecões fazem o que querem em conluio com a mídia.

     

  5. O Baile da Dona Aurora, Iniciado em Março de 2014, Dura Até Hoje

    E não é que cáJu tinha total razão, é uma SURUBA ampla, geral e irrestrita, grassando às instituições do estado brasileiro, a partir do temeroso inquilino do adaptado rendez-vous jurídico-político-midiático, onde transcorre a esbórnia da carne fraca, da verba farta e do bolso forte:

    Se filmar vira ‘hard-pornô’.

    Se fotografar vira ‘revista sueca’.

    Se desenhar vira ‘catecismo’ do Carlos Zéfiro. 

    Se teatralizar vira ‘Sadô & Cunha’, juntos e misturados, acabando-se no Irajá.

    Se musicar vira ‘baião de muitos’.

    Se politizar e revelar, vira pelo avesso lava-jatos & golpistas, nus e crus, mais que rebento vindo ao mundo, com malas recheadas. 

    Chamem urgente os Bombeiros e o Papa, pois o Bispo, o Pastor, a OAB, a PF, a RF, a PGR, a Mídia, o STF, o TCU, a CBF, o COB, o PCC, o CV, a ADA, o Viúvo da Velhinha de Taubaté, etc., … 

  6. Esses caras são adeptos da

    Esses caras são adeptos da tese segundo a qual o povo não sabe votar. Estão prontos para dar o bote e continuar a acabar com a soberania popular, tese que  tão duramente vinha se afirmando entre nós. No final das contas eles estão querendo fazer  a lista de quem pode ser votado. E estaremos a um passo da lista dos que poderão votar, tudo em nome do combate à corrupção.

     

  7. O deputado Paulo Teixeira do

    O deputado Paulo Teixeira do PT, excelente parlamentar, é um gentleman quando fala dos fascistas da Farsa a Jato. Sim, um gentleman, e como soi ser um gentleman é polido, comedido e ajuizado. Só não acho que o tempo presente seja mais o tempo de gentilezas com uma turba terrorista que já extrapolou tudo o que concebemos como civilizado, legal, constitucional e tolerável.

    A exibição da cela com presas da Farsa a Jato na Globo foi repulsiva. Imagens que nem os piores ditadores de republiquetas fariam contra seus inimigos. A carta do RJ do MPF foi um deboche desaforado, adolescente, golpista, autoritário, ilegal, escravista, branco e de bandidagem pura por dentro das instituições contra uma república em frangalhos no sentido de destruí-la de vez.

    Em qualquer nação minimamente civilizada TODOS os que assinaram e divulgaram aquela aberração, sendo funcionários públicos auxiliares da justiça e com o dever legal de respeitar a constituição deveriam no dia seguinte ser sumariamente presos e depois demitidos a bem da democracia.

    Mas o que se viu diante dessa e daquela aberração global no domingo foi o silêncio obsequioso, primeiro da PGR, Raquel Dodge,  que já se sabe, não fará nada a respeito pois não lhe diz respeito (apesar de ser esta uma de suas funções) fazer respeitar as leis e a CF/88. Nem minimamente ousou abrir a boca. Silêncio é conivência quando se ocupa determinadas funções, aliás muito bem pagas.

    O segundo silêncio foi do STF de quem nada mais se espera.

    Vivemos uma anomia, uma fraude, uma ditadura onde um MPF branco, golpista, racista, antipovo, antinacional e TERRORISTA age de forma bonapartista, sem votos, sem delegação de poder pelo povo e apenas escudado em sua visão elitista, burocrática, branca, antinacional e antipovo tenta nos impingir um messianismo evangélico pentecostalista e sem limites e sem reação alguma de instituições que deveriam (CNMP) impor-lhes limites, arrastadas que foram para o corporativismo mais debochado, ilegal e sem vergonha possível. Anomia é o Estado sem leis e elas já não mais existem para as castas do poder branco rendido aos seus propósitos de liquidar os princípios de algo civilizado no Brasil.

    Até quando toleraremos esta tutela absolutamente ilegítima, ilegal, nefasta, golpista, inconsequente e chula, sim chula e anticivilizatória sem reação?

    Uma nova constituinte exclusiva terá que ser formada para acabar com o poder dos concursados brancos golpistas de TODOS os mps, com o fim da sua autonomia, com controle externo popular, com o fim de seus salários nababescos, com punições severas a associações com o capital monopolista da mídia e principalmente com o propósito de expurgar, julgar e botar na cadeia (após o devido processo legal que eles – o MP – jogaram na lama) TODOS os seus membros que participaram da destruição de um projeto de país e de uma democracia que se desenhava e que por conta disso tanta dor, sofrimentos e mortes foram por eles causados.

    Não pode haver nenhum tipo de perdão aos MPs, à PGRs e ao MPF em especial. Teremos que colocá-los na cadeia por alta traição nacional, após o devido processo legal reformado, por colaboração internacional ilegal e nociva aos interesses nacionais, por violarem a lei e a ordem e estabelecerem a balburdia e a imprevisibilidade, por serem TERRORISTAS incrustados no ESTADO,  por terem se tornado meganhas a serviço do capital financeiro nacional e internacional e por terem cooperado junto com parcelas consideráveis do judiciário para violar a soberania do voto, princípio número um de qualquer processo fundador de uma nação.

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    1. Apoio

      Você tem toda a razão quanto ao merecido destino dos traidores da pátria, Osvaldo. Mas quando isso será finalmente possível pela via democrática? Em outras palavras, quando a maioria do eleitorado acordará do torpor que a embala, ao deixar-se alimentar por doses diárias de midiotia cuidadosamente aplicadas pela grande mídia, representante da Casa Grande? Quando aprenderá que esse discurso de corrupção de políticos no varejo é uma cortina de fumaça para desviar-lhe a  atenção da verdadeira corrupção em larga escala, o domínio do Estado pelo mercado?  Isso ficará para nossos bisnetos?

  8. Nesta batalha delagnol,

    Nesta batalha delagnol, espero que você e sua turma sejam nocauteados.

    Espero muito vê-los demitidos, processados e presos por crime de lesa pátria.

  9. Ministério Público
    Não adianta criticar a Lava jato! O
    brasileiro que não compactua com a corrupção não vai ficar contra eles!Pelo visto, o trabalho deles incomoda muitos gente!

    1. Eu sou brasileira e não

      Eu sou brasileira e não compactuo com a corrupção, mas eu não apoio  este tipo de MPF.

      Ah… “o trabalho deles incomoda muitos gente!”

      Mas não tem incomodado os políticos do PSDB, por mais provas contra que  se tenha contra eles. Este é o principal motivo da minha falta de confiança destas instituição.

    1. A população de Jerusalém também apoiou Caifás

      O fato da maioria da população apoiar alguma coisa ou alguém não significa que essa alguma coisa ou esse alguém seja necessariamente boa ou bom. Ora, a população de Jerusalém apoiou o martírio e a crucifixão de Jesus Cristo.

      O apelo à maioria é um argumento falacioso.

  10. Candidato corrupto e candidato acusado de corrupção

    Eu não sabia que os Jateiros pediram aos eleitores que eles não votem em candidatos acusados de corrupção.

    Se eles tivessem feito esse pedido no ano passado, quando o Aécio Neve$ ainda não tinha sido flagrado comendo na mão do Joesley Batista, eu votaria no Aécio Neves, já que ele não era acusado de corrupção, apesar de ser corrupto.

     

    Quem compra imóveis subsidiados destinados a famílias de baixa renda e não é acusado de corrupção merece o voto dos eleitores. Quem ganha supersalários e não é acusado de corrupção também não é corrupto. Merece ser eleito.

     

    O Ministério Público Federal virou cabo eleitoral dos candidatos não acusados de corrupção, não de candidatos não corruptos.

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