WhatsApp tenta evitar na Índia ação orquestrada que favoreceu Bolsonaro

Jornal GGN – O WhatsApp tenta evitar na eleição geral na Índia, que ocorre entre abril e maio, a mesma ação orquestrada de disparo em massa de mensagens políticas e fake news que, aqui no Brasil, favoreceu a eleição de Jair Bolsonaro. A informação é da Reuters.

Segundo a publicação, o WhatsApp na Índia admitiu o uso, por partidos políticos, de softwares que facilitam o disparo de mensagem em volume massivo.

O uso de sistemas automatizados, financiado pelo empresariado anti-PT em favor de Bolsonaro (sendo que a doação de empresas a campanhas e candidatos é proibida no Brasil) foi denunciado pela Folha de S. Paulo ainda durante o segundo turno da eleição, mas as autoridades brasileiras não tomaram nenhuma medida contra a ação a tempo de reparar desequilíbrios.

No Brasil, o WhatsApp não quis detalhar o plano de combate a este tipo de ação orquestrada durante eleições.

Na Índia, de acordo com a reportagem, o aplicativo de conversação é uma das principais armas de campanha do partido BJP, do atual primeiro-ministro Narendra Modi. Mas a oposição, capitaneada pelo partido Congresso, também tem usado o WhatsApp para disparar notícias faltas e influenciar eleitores.

O País que elegerá 543 deputados da Câmara – e, de lá, sairá o novo primeiro-ministro – tem 900 milhões de eleitores. É a maior eleição no mundo, sendo que 500 milhões de indicados usam a internet, e 250 milhões têm Facebook. Outros 210 milhões estão no WhatsApp. No Brasil, são 127 milhões de usuários da plataforma.

De acordo com a Reuters, em comunicado recente, o WhatsApp afirmou que deletou “2 milhões de contas por mês no mundo, nos últimos três meses, por envios em massa ou uso de sistemas automatizados, para coibir o uso do aplicativo para espalhar desinformação.”

“Enviar mensagens em massa de um telefone celular é trabalhoso; por isso, as pessoas que querem fazer isso usam software ou equipamentos para automatizar o processo. Nossa tecnologia visa a identificar contas usando sistema automatizado”, afirma o relatório.

A Índia já tem histórico de problemas sérios com a disseminação de fake news via WhatsApp. O ápice foi a onda de linchamentos, que deixou 20 pessoas mortas, em decorrência de notícias falsas sobre sequestros de crianças.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  • A forma mais fácil de resolver é adicionar o numero do telefone de origem aos metadados das mensagens. Com isso e um cruzamento simples se identificaria autores das mentiras, que poderiam ser punidos. Mas a empresa se recusa a identificar os autores, logo é conivente com os crimes.

  • Fácil, é só a empresa se retirar da Índia. Não trafegar dados de origem ou destino indianos. Ou o próprio estado indiano proibir essa plataforma. Não cabe ao estado proibir produto da iniciativa privada danoso à saúde? Então...

    O pessoal dá força a firma privada e depois vem chorar que foi prejudicado em sua cidadania...

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