A fila no INSS e a ocupação militar, por André ZS

A fila no INSS e a ocupação militar

por André ZS

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“Quase 6 anos de INSS. Estudei muito, dediquei meses da minha vida em um objetivo: passar em dos concurso mais visados e difíceis do país. Sou Técnico do INSS com muito orgulho, porém vejo a decadência de um Instituto que está largado às traças. Dizer que não somos capazes de realizar o serviço é uma afronta à nossa integridade e responsabilidade. Trabalhamos com mais de 20 sistemas os quais são muitas vezes inoperantes, internet de 512 kbps, não chega a 1 MB, falta mais de 20 mil servidores, mas, os que estão na ativa, são os culpados por não dar conta de uma demanda de serviço que aumenta velozmente por conta de uma reforma previdenciária que há pouco fora votada.

Chamar 7 mil militares para trabalhar no INSS é a solução? E os mais de 12 mil servidores que se aposentaram nos últimos 3 anos? Não seria vantagem pagar 30% a mais a eles?

Treinar pessoas que sequer sabem o que é Direito Previdenciário e todas as suas peculiaridades leva muuuiito tempo. Dizer que não haverá vínculo e com isso não gerará direitos, que o militar poderá entrar no programa e sair a hora que quiser é uma ideia de criança já que todo o treinamento deverá ser feito e então depois de treinados poderão sair sem gerar frutos? Querer economizar chamando militares e pagando 30% de sua remuneração é economia? Um militar da reserva não recebe menos de 7 mil reais. 30% x 7000 = R$ 2100,00 no mínimo. Isso é economia? Estão deixando nossos estagiários sem renovação de contrato por falta de verba para pagamento. Sabe quanto recebe um estagiário? R$ 650,00.

Um servidor, após entrar em exercício, demora mais de 6 meses para estar realmente pronto para a análise, tendo em vista que há muitos detalhes em cada vínculo trabalhista, em cada situação de segurado, em cada documento apresentado… Vir dizer que é um trabalho meramente burocrático e que qualquer um faz sem conhecimento técnico demonstra que estamos acéfalos e que o desconhecimento das atividades terá um preço alto se esse plano entrar em ação.

Por que não oportunizar os mais jovens com o primeiro emprego, com concurso público, com estágios mais bem remunerados?

Não sei qual a ideia do governo, mas que não é apenas reduzir a fila de serviços, isso não é!!!”

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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