Um documento enviado pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos, a UNRWA, ao presidente da Assembleia Geral da ONU, Dennis Francis, denuncia uma série de ações de Israel na “tentativa deliberada de inviabilizar o socorro humanitário” a 2,2 milhões de civis na Faixa Gaza.
A carta assinada pelo chefe da UNRWA, o suíço Philippe Lazzarini, em 22 de fevereiro, lista uma série de medidas adotadas por Israel contra a agência há um mês, como a limitação de vistos a funcionários internacionais, desalojamento de sedes históricas, contas bloqueadas e até o confisco de mercadorias pela aduaneira. O documento foi obtido pelo jornalista brasileiro, Jamil Chade, colunista do Uol.
As ações acontecem na esteira do anúncio feito há um mês pelo governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que havia descoberto que 12 dos 13 mil funcionários da agência tinham participado de alguma forma dos ataques do Hamas, em outubro, que desencadearam no conflito em Gaza.
Após a “denúncia” veio o primeiro golpe contra a UNRWA: doadores globais suspenderam suas contribuições. A ONU, então, abriu investigações e demitiu os funcionários acusados, mas informou nesta semana que o governo de Israel ainda não apresentou todas provas de suas acusações.
Na carta, a agência denuncia que “houve um esforço conjunto de algumas autoridades israelenses para confundir enganosamente a UNRWA com o Hamas, para interromper as operações da UNRWA e para pedir o desmantelamento da Agência“.
O governo de Israel defende que a UNRWA deve ser fechada e que uma nova operação deveria ser estabelecida. Mas, para membros de equipes humanitárias, apenas a UNRWA teria a capacidade, competência e capilaridade para chegar aos 2,2 milhões de palestinos que precisam de ajuda.
Essas são algumas das acusações da ONU contra Israel, informadas por Jamil Chade:
“Essas ações e declarações prejudicam as operações da UNRWA, criam riscos à segurança da equipe e obstruem o mandato da Assembleia Geral da Agência“, disse o chefe da UNRWA. “Temo que estejamos à beira de um desastre monumental com graves implicações para a paz regional, a segurança e os direitos humanos“, alertou.
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