“Não estamos num momento ‘normal'”, diz PT em balanço do ano eleitoral

Por resultados obtidos mesmo em meio à crise do cenário político, Fernando Haddad foi apresentado como a nova liderança nacional do partido

Foto: Divulgação
Jornal GGN – Em balanço publicado neste final de semana, o Partido dos Trabalhadores (PT) fez uma análise do ano eleitoral, destacando as perseguições políticas e judiciais contra lideranças que buscavam o pleito, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e apresentando o então candidato Fernando Haddad como a “nova liderança nacional do Partido”. O documento foi divulgado em encontro em Brasília, nesta sexta (30) e sábado (01), comentando os resultados nas urnas.
Desenhando o cenário do país que enfrentamos hoje, com a “radicalização da econômica neoliberal”, o partido mostrou-se preocupado com a “agenda regressiva de ataque aos direitos humanos, aos direitos das mulheres, dos negros, da comunidade LGBT, dos índios, migrantes e dos direitos dos trabalhadores no mercado de trabalho”.
“É uma política que verbaliza, milita e tem o objetivo de acabar com o que restou de Estado Laico e de direitos dos grupos historicamente discriminados”, manifestou o partido.
Da mesma forma escreveu Lula em sua última carta de dentro da prisão de Curitiba, o partido reafirmou que “não estamos num momento ‘normal’ pós-eleições”. Entre os fatores vistos, a ruptura do “pacto constitucional” desde a derrubada do governo de Dilma Rousseff, a prisão e o impedimento da candidatura de Lula, foram vistos como “ataque à democracia” que “ecenrrou o respeito aos direitos civis e políticos mínimos”.
“Depois da eleição, no período de apenas dez dias, a aparato jurídico – policial do golpe iniciou 5 processos novos contra Haddad, Dilma, Lula, Guido Mantega, Vaccari e outros. O objetivo nesse momento é condenar Lula em várias outras ações sem base legal, sem provas e sem direito ao contraditório. No mesmo passo, o companheiro Fernando Haddad foi transformado em réu por meio de ação arbitrária e infundada, seguido pela presidenta Dilma e outros petistas o que revela a natureza do Estado policial que se estrutura a partir do Ministério da Justiça, composto por quadros oriundos da Operação Lava Jato”, lembrou o PT, no balanço.
Por fim, na rápida ascensão que conquistou o candidato escolhido por Lula para o substituir nas eleiçoes 2018, Fernando Haddad foi apresentado oficialmente como a “nova liderança nacional” do partido.
“É imprescindível ressaltar nesse balanço que o companheiro Fernando Haddad se projeta como uma nova liderança nacional do Partido. Defendeu o legado do PT, ao mesmo tempo em que simbolizou aspectos de renovação política e social de que o PT é capaz, logrando conjuntamente com a militância democrática, da esquerda e do partido chegar ao final do segundo turno com 47 milhões de votos. É com este saldo político que Fernando Haddad poderá cumprir destacado papel frente aos novos e complexos desafios da conjuntura”
Leia, abaixo, a íntegra da resolução:
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Telegramas do fim do mundo
    O erro de análise se dá em varias instâncias, mas todad podem derivar da própria incapacidade do partido, refletida na sua fala institucional, de que não compreendeu o momento de apocalipse das formas normais se organização social e políticas pautadas pelo modo de produção conhecido:o capitalismo produtivo de valor.

    A resposta do partido parece uma negativa de enxergar o fim que se precipita.... talvez intuindo sua obsolescência iminente,não como instrumento de luta política, mas pela crença de que essa luta se dará (continuará)nas formad conhecidas.

    A tese da excecionalidade não explica o ineditismo do que vivemos.

    O capital está mudando de pele... no entanto, a troca vulgar que nos apresentava uma nova serpente não mais explica sua sucessão... agora nasce um Hydra.

    E cada cabeça devora a vizinha e renascem mais duas.

    A contingência (monetização do valor em dinheiro e os sistemas de monetização fictícios, o crédito) virou fim em si.

    Ora... o PT revela uma exceção (anormalidade) mas ao mesmo tempo esquece que essa anormalidade é o normal do capital e também responde como se a "anormalidade" descrita pudesse ser combatida com aspectos "normais" da luta politica:

    Indicar o candidato como liderança nacional. Como se eleições ainda importassem.

    E embarcam na tese da exceção requerendo medidas excepcionais... (embora nada de excepcional façam).

    Esquizofrenia?

    O PT parece querer salvar aquilo que já não existirá... imaginando possível reaver um pacto constitucional dentro de um ordem capitalista que não tem mais sentido.

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