Vice-presidente do PSDB diz que partido não tem projeto de país

Jornal GGN – “Em carta enviada à cúpula nacional do PSDB, o primeiro vice-presidente do partido, Alberto Goldman, afirmou nesta terça-feira (26) que a legenda não é capaz de dizer o que faria se tivesse vencido as eleições presidenciais. ‘Nós não temos um projeto de país’, reclamou.” As informações são da Folha de S. Paulo.

Goldman decidiu se manifestar um dia após o tucanato na Câmara Federal apoiar a empreitada de Eduardo Cunha (PMDB) na reforma política. Seguindo o presidente da Casa, 21 deputados do PSDB votaram a favor do chamado distritão como sistema eleitoral, mas foram derrotados pela maioria.

À Folha, Goldman dise que “a falta de debate interno se agravou no período recente, de Aécio Neves” na presidência nacional do PSDB. O senador mineiro, candidato derrotado à presidência da República, está no comando da legenda para pavimentar a própria candidatura desde 2013, e deve ser reconduzido ao posto até 2017. Para isso, divide espaço com o grupo do governador Geraldo Alckmin.

Segundo o jornal, Goldman queixou-se na carta de que questões como a reforma política e mudanças previdenciárias “não são discutidas e decididas pelo partido em seu foro natural e legítimo”.

Em seu blog pessoal, o ex-vice-governador paulista disparou contra o distritão, afirmando que o personalismo do modelo reduz o papel dos partidos políticos. “O distritão acaba, numa só penada, com os partidos políticos. (…) Nem mesmo a ditadura militar teve a coragem de sustentar um regime sem partidos”, escreveu.

“O distritão é o aperfeiçoamento do autoritarismo que supúnhamos já superado e deixará os prefeitos, govenadores e presidentes eleitos ainda mais reféns dos parlamentares mais votados, com os quais terá de se haver, um a um.  Assim se chegará ao nível máximo possível do fisiologismo.”

“Só espero que o meu partido, o PSDB vote, unânime, contra essa aberração que põe em risco todas as conquistas políticas das últimas décadas.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  • Discordo. O projeto nacional

    Discordo. O projeto nacional do PSDB é evidenciado pela avalanche de notícias ligando seus membros à corrupção. Os tucanos querem que o Brasil seja uma grande Mina de Ouro que possa ser roubada à vontade e impunemente exclusivamente pelos tucanos. O produto das pilhagens eles depositam no  exterior, onde podem falar mal do Brasil enquanto levam suas vidas inúteis de aristocratas. Simples assim. 

    • Com seu comentário, não

      Com seu comentário, não deixou nada para acrescentar a essa excrescencia que é o psdb. Mas valeu! 

  • O único projeto de país do

    O único projeto de país do PSDB é a total submissão do Brasil (ou como eles gostam, "banânia") ao estrangeiro.

    O Aécio está presidente do partido, mas não comando coisa alguma, não é um líder.

    • Era o que eu ia dizer,

      Era o que eu ia dizer, Hamilton. As pessoas se enganam se acham que se trata de um ataque de "sinceritite" do grão tucano. Ele fez questão de culpar o Aécio, mesmo que indiretamente. Quer o PSDB sob o controle total do tucanato paulista. O plaboy mineiro do Leblon teve sua vez e perdeu

      PS: Só não entendi como ele é contra o distritão, que é coisa do Serra e o PCdB é a favor. Isso não entendi

  • Já tinha um tempo...

    Fazia algum tempo que eu não lia o Goldman defendendo alguma posição que preste... Folgo em saber que ainda existe uma nesguinha de alguma concepção democrática que ele defendia no passado...

    Um abraço.

    • Não se engane.

      Esse ex-comunista infame é capaz de dizer qualquer coisa (como acontece com todos os ex-comunistas) para salvar seus pelos. Os ratos são os primeiros a pressentir o naufrágio. Ele agiu assim quando trasladou-se do PCB para o tucanato, assim como agiu Marta, do PT para o PSB, assim como o abominável Roberto Freire e tantos oportunistas contumazes. Os poderes institucionais vivem uma crise monumental de identidade. Na ausência de uma verdadeira reforma política, o parlamento começa a liquefazer-se. Os atuais partidos não atendem mais às demandas dos seus representados. O judiciário e o legislativo  extrapolam o que legitimamente lhes cabe e não permitem ao executivo - acuado, quase inerte - levar adiante o projeto que a população elegeu. Um golpe. A reação não sabe agir de outro modo. Porém, parece que algo novo está para surgir no horizonte. O  melhor cenário político que os  progressistas podem esperar para avançar é quando a direita regurgita suas rusgas intestinas. É o que o biltre está anunciando.

    • Nada.

      Depois que o Grande Golpe falhou, só resta a ele defender alguma concepção democrática e tentar mostrar que alguém no PSDB tem consciência crítica.

  • O Partido da Social

    O Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB de tanto "apanhar" do PT(pelo menos em nível nacional) acabou perdendo o prumo. Se o projeto do Partido dos Trabalhadores-PT se esgotou ou perdeu ímpeto pelas mudanças nos cenários político-econômico-social, o dos tucano vai de vento em popa considerando que nunca tiveram realmente um depois do reordenamento econômico ou estabilização econômica ocorrida no primeiro quadriênio de Fernando Henrique Cardoso. 

    Se para o PT sobra a crítica acerca de um suposto desvio das intenções originais, em especial no tocante a promessa de renovação profunda na práxis política, para o PSDB cabe bem essa autocrítica do seu vice-presidente Alberto Goldman. Garimpar um projeto de país nas propostas, críticas e ações desse partido é como pescar nas areais do Saara.

    De certa maneira, o projeto original, eivado de bons propósitos a começar pela aplicação no Brasil da experiência exitosa da social-democracia que surge a partir da segunda guerra na Europa Ocidental, se desvirtuou em função do contexto da época em que assume o Poder, qual seja, de crises econômicas-financeiras  pipocando mundo sendo arrostadas pelo receituário neoliberal na forma preconizada pelo tão famoso Consenso de Washington, cujo propósito final na realidade era assegurar liquidez a países endividados com a banca internacional e o FMI. 

    O grande erro estratégico dos líderes e formuladores do PSDB foram, seja por vaidade e arrogância intelectual, seja por obtusidade política, não perceberem a falência de um modelo que claramente se esgotava. Nada aprenderam com as crises recorrentes mundo afora, em especial na Coreia, México e aqui mesmo nos nossos vizinhos da América Latina. 

    Se fixaram, como um crente num amuleto religioso, numa política econômica como um fim em si mesmo. O resultado? Foram apeados do Poder por outro projeto mais abrangente e condizente com a nova conjuntura. Na oposição, se resumiram uma agenda neo-udenista(moralista-hipócrita), a um discurso auto laudatório ancorado não no futuro e nem mesmo no presente, mas no passado de "glórias" pela estabilização econômica e a Lei de Responsabilidade Fiscal. De permeio, a peleja interminável e absolutamente sem sentido prático com o seu êmulo PT acerca de quem "roubou mais" e quem foi o "pai" ou "mãe" do Bolsa-Família. 

    O maior risco do PT(se é que ainda é só risco) é mimetizar o PSDB nesse absoluto vácuo de ideias, propostas e avaliar que discursos saudosistas do tipo "fizemos isto ou aquilo" vai satisfazer um eleitorado ávido por mudanças realmente profundas, transformadoras e consistentes que só podem acontecer se balizadas por visões menos mesquinhas e de longo prazo.  

    • Excelente

      JB, tua análise vai direto ao ponto. No caso dos tucanos, partindo de um projeto na linha da social-democracia europeia, se perderam no financismo fácil. Acredito que um elemento que acelerou muito a decadência do partido foi a morte de Sérgio Motta, única pessoa dentro do governo que tinha um projeto claro para o país (concorde-se com ele ou não), empurrava FHC para uma política mais dinâmica e fazia um contraponto aos representantes da banca mundial encabeçados por Pedro Malan.

      A morte de Sérgio Motta foi a grande tragédia do governo tucano. Quando ele falou pro FHC "Não se apequene", ele já temia o que de fato aconteceu, a saber uma acomodação e inercia total do governo, deixando-se levar pelos acontecimentos em vez de brigar para impor suas ideias.

      Esse segundo governo da Dilma é muito parecido, um barco à deriva, empurrado pelos elementos e à mercê dos oportunistas de plantão como Eduardo Cunha e Renan Calheiros.

  • Logo depois do 2o turno e

    Logo depois do 2o turno e daquele abraço "efusivo" do Aécio no Zé Serra, comentei na minha casa que o mineiro havia dado mostra de maturidade política e identificado quem seriam seus verdadeiros inimigos no projeto para 2018. Ingênuo e ignorante que sou, ainda elocubrei a possibilidade dele sair do partido para, sem se opor frontalmente a Lula, ser um candidato viável pelo PMDB, por exemplo. Dois dias depois vi como sou trouxa, depois que o cara ficou possuído pelo espírito fascista/golpista induzido pelo canalha do FHC. Esse recado do Goldman já não é o Zé Serra falando?

  • Os tucanos já começaram a

    Os tucanos já começaram a trocar caneladas pra ver quem cairá do muro primeiro. Aécio não andou se aproximando de Alckmin ou vice-versa? De qual patota goldman faz parte dentro do psdb? No mais, ele falou uma verdade, os tucanos não tem projeto, mas não disse isso por nenhum nobre motivo. Atualmente o único projeto do partido é impitimã pra depois retomar o entreguismo.

  • Como sempre digo

    A única proposta política da Oposição é o golpe.

    Mas tem uma frase deliciosa do Josias de Souza que define bem esse climão interno (e eterno) do PSDB:

    "O PSDB é um partido de amigos integralmente composto por inimigos".

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