A hora de se ter sentido de urgência na economia

O quadro que se tem é o seguinte.

Há um iceberg se aproximando, já visível no horizonte.

1.     Queda do PIB de 4% no ano passado, provavelmente mais 4% este ano, segundo previsão da OCDE (o conjunto das nações industrializadas). Significa depressão à vista, aquela situação em que o organismo econômico não reage nem a choques de insulina.

2.     Há riscos concretos de uma inviabilização da dívida pública, devido à dinâmica de crescimento da dívida (turbinada pela Selic) e de queda da receita fiscal (em decorrência da queda do PIB).

Inflação aleija. Crise externa aleija (com o nível de reservas em ordem). Crise fiscal, mata.

***

No entanto, o debate público está dominado por meia dúzia de jovens turcos da Lava Jato associados a jornais sem nenhuma noção de notícia, brincando de impeachment.

A cada dia que passa mais aumenta o perigo, mais o iceberg se aproxima, mas o país parece despido de qualquer  sentido de urgência. Têm-se um governo amorfo, sem competência para montar uma estratégia econômica à altura do momento; um sistema judicial irresponsável, no qual juízes, procuradores e delegados querem assumir o protagonismo político sem terem votos; uma oposição incendiária e um setor empresarial representado por um empresário que vive de rendas, Paulo Skaf.

***

 Como é que faz?

O desafio central é a criação de demanda. Sem ela não há investimento. Sem investimento não há crescimento. Sem crescimento, não há superávit fiscal.

Onde criar a demanda?

No consumo das famílias, o realinhamento brusco de preços, câmbio e tarifas, na gestão Joaquim Levy – aquele choque mágico que, em um instante devolveria a credibilidade à política econômica -, na verdade demoliu o poder aquisitivo e desmontou a perna do consumo.

A excessiva demora em recuperar o setor de petróleo e gás, em parte devido ao carnaval em torno da Lava Jato, em parte devido à excessiva lentidão do governo em encaminhar a Lei de Leniência, paralisou o gasto público.

***

Os fatores imediatos de demanda são as exportações – com um câmbio favorecido mas um comércio mundial andando de lado – e os gastos públicos.

***

E aí se entra na questão fiscal e em alguns axiomas que precisam ser considerados:

1.     É impossível obter-se superávit via aumento nos cortes de gastos. Cada corte significa uma queda mais que proporcional da receita. Não haverá como fugir da CPMF, a não ser que se queira o caos fiscal instalado.

2.     A manutenção da Selic nos níveis atuais em breve elevará a relação dívida/PIB a tal ponto que colocará em risco a própria segurança dos títulos públicos. Dilma não tem mais tempo para pagar para ver. A conta já chegou.

***

Nesse quadro, há a necessidade premente dos seguintes pontos:

1.     Aprovação da CPMF.

2.     Redução rápida da Selic, ainda mais tendo o risco da depressão econômica no horizonte.

3.     Destravamento imediato da cadeia de petróleo e gás através da agilização dos acordos de leniência. O governo não pode ficar nas mãos de procuradores rasos, que não conseguem enxergar um palmo além do seu inquérito.

4.     Montagem de um plano que ajude a destravar os investimentos a partir dos municípios. Isso pode ser feito equacionando o endividamento dos estados e municípios em troca de direitos de concessão em áreas como saneamento, iluminação etc., no que puder alavancar investimentos privados, produção industrial.

5. Aprovação da lei de limite de crescimento de despesas, para sinalizar para o mercado a intenção de recuperar o controle sobre os gastos.

***

Em situação de emergência, não adianta soluções convencionais, próprias para administrar economias em estado de relativo desequilíbrio. Tem que ser algo de impacto, que permita à presidente convocar todos os poderes em uma batalha de salvação nacional que lhe devolva o protagonismo político.

Sem esse sentido de urgência, vai se continuar na lengalenga atual, no qual a declaração de qualquer procurador, sem nenhum senso de responsabilidade institucional, paralisa o governo.

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Dilma já jogou a toalha

    Segundo o primeiro-ministro Jaques Wagner, Dilma sabe que não reverterá os níveis baixos de popularidase, está mais interessada em deixar um legado, o da reforma da Previdência. Foi o que rolou na reunião com o PIB, em São Paulo. Em português claro, jogou a toalha, com apenas 1 ano e dois meses de mandato. Daqui a 20 anos, seu netinho vai ler nos livros que a vovó aprovou a reforma da Previdência tal qual o Mercado exigia.Quanto ao sentido de urgência, Dilma deve imaginar que o segundo mandato dura uns 15 anos, pra que pressa? 

  • Eu quero debater o caso FHC

    Eu quero debater o caso FHC aqui no GGN !

     

    Este caso é fundamental para destravar o país de sua hipocrisia.

     

    Se não expusermos isso ficaremos circulando e circulando, uma vez que promotores, procuradores e juízes paralisaram o país ao acharem que do outro lado havia virtude.

     

    E não há.

     

    Precisamos esfregar na cara desses sujeitos que sua atuação política e persecutória foi desleal e antirepublicana e que quem precisa ser investigado não é Lula e seu sítio mas FHC e seus abortos pagos por empresários.

     

    Precisamos exigir que o MP/SP,  MPF e  que a Polícia Federal investiguem se FHC durante o seu mandato usou empresas laranjas e off shores diretamente do Planalto, como parece ter ocorrido para enviar recursos ao exterior.

     

    Precisamos explorar este caso ao máximo!

     

    Ele é fundamental para acabar com a hipocrisia de agentes públicos, de políticos e da "besta" Nassif...

     

     

  • queremos saber se FHC alguma

    queremos saber se FHC alguma vez já tinha admitido contas no exterior. Isso é muito importante. Parece que esta foi a primeira vez.

    queremos saber se FHC operava com fábricas de Off shores enquanto estava na Presidência da República. Isso é relevante.

    queremos saber se o patrimônio de FHC declarado à receita no Brasil corresponde às suas bondades e ao seu apto na Avenue Foch, isso é relevante.

    Contrariamente ao que você disse que seria fácil FHC comprovar seus gastos com suas rendas, nos parece que há distribuição farta de alegrias para si e para outros, sem que o cidadão comum saiba de onde elas provém. Isso é uma questão relevante.

    O que queremos é que a PF, o MPF, COAF, O MP/SP investiguem de onde vem tanto dinheiro e tanta alegria distributiva de FHC.

    Também

  •   Esta depende quase só do

      Esta depende quase só do governo e se não efetivar, a vaca foi pro brejo. 

     Redução rápida da Selic, ainda mais tendo o risco da depressão econômica no horizonte.

  • Artigo do Deputado Chico Vigilante do PT/MG sobre FHC

    Quer dizer, então, que o "príncipe" da sociologia, o elegante neoliberal que fala várias línguas, o timoneiro da social democracia brasileira não passa de um canastrão de fotonovela?

    As recentes declarações da jornalista Mirian Dutra, ex-amante declarada do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, desmontam por inteiro a fantasia de bom moço com a qual o sábio de Higienópolis se projetou, até aqui, na História – não sem a ajuda descarada dessa mídia vergonhosa que temos no Brasil.

    Até agora, sabíamos da compra de votos da reeleição de 1994, do escândalo das privatizações feitas a preço de banana e, mesmo no caso de Mirian Dutra, a conhecida história da jornalista grávida que a TV Globo exilou na Europa para não atrapalhar a eleição do tucano.

    Mas, agora, passamos a saber muito mais.

    FHC, esse mesmo moralista que acusa o PT de corrupto, mantinha contas secretas nas Ilhas Cayman, em uma offshore de fachada, em conluio com um concessionário de free shops, para arcar com as despesas da amante.

    Um presidente da República!

    A mesma amante revela, agora, que FHC, de novo o moralista que brilha nas páginas dos velhos jornalões brasileiros, pagou dois abortos de outros dois filhos indesejados da mesma Mirian.

    FHC é um hipócrita, assim como todos os tucanos que, nas eleições de 2010, José Serra à frente, fizeram uma campanha sórdida contra a então candidata Dilma Rousseff, a quem acusavam, vejam vocês, de abortista.

    Num momento memorável da campanha tucana, a mulher de Serra, Mônica, chegou a espalhar que Dilma "matava criancinhas" – quando ela mesmo acabaria desmascarada por uma ex-aluna como tendo feito um aborto do marido senador do PSDB.

    FHC foi capaz de armar com a Veja uma entrevista na qual Mirian Dutra foi forçada a mentir sobre a paternidade do filho que levava na barriga, segundo ela mesma conta.

    Quem é capaz de uma coisa dessas, é capaz de qualquer coisa.

    E quanto isso custou ao Brasil? O que foi dado em troca à Rede Globo e à Editora Abril para que, juntas, montassem essa farsa de quinta categoria em favor de um presidente da República?

    É essa gente, esse mesmo conluio, que hoje perseguem Lula com a ajuda do Ministério Público e da Polícia Federal. E para quê? Para trazer de volta esses hipócritas, FHC à frente, que passaram oito anos no poder mentindo, fazendo acordos subterrâneos, entregando o País para a mídia e outros grupos privados.

    As cartas estão na mesa, vamos ver se, agora, a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal – sem falar no governo – vão finalmente investigar os tucanos.

    Ou vão continuar atrás da cerveja de Lula.

  • Quem intermediou mesadão de

    Quem intermediou mesadão de Miriam Dutra era casado com funcionária fantasma de Serra

    Miriam Dutra é uma jornalista experiente. Jornalista experientes não dão entrevistas sem pensar muito antes. Sem medir o que tem a ganhar e a perder.

    A ex-amante de Fernando Henrique Cardoso disse muitas coisas com imensa carga simbólica nas entrevistas que deu.

    E algumas já começaram a explodir.

    Miriam falou de uma empresa que lhe pagava um mesadão de 3 mil dólares por mês, a Brasif. Cujo dono é Jonas Barcelos. Anote esses dois nomes, mas não vamos tratar deles neste post.

    E na entrevista para a jornalista Natuza Nery, da Folha, na qual não disse o nome da empresa, revela quem fez o acerto para que recebesse a mesada. Leia o trecho a seguir?

    Gostaria de voltar à empresa. Como foi esse acerto para você receber esse dinheiro?

    O ex-marido da minha irmã, o Fernando Lemos [morto em 2012], era o maior lobista de Brasília e era ele quem conseguia tudo. Eu sempre fui muito ingênua nessas coisas. Eu não devia nada a ninguém, por que eu ficaria cheia de pecados e pruridos? Eles fizeram contrato comigo como se eu fosse funcionária deles [da empresa], só que eles nunca me permitiram trabalhar e aí eu ganhava.

    Curiosamente hoje à tarde o colunista Lauro Jardim, de O Globo e que trabalhou por muitos anos na Veja, revelou que Margrit Dutra Schmidt é funcionária fantasma do senador José Serra, um dos maiores amigos e aliados de Fernando Henrique.

    Nesta mesma entrevista, Miriam Dutra fala de um apartamento que seu filho teria ganhado de Fernando Henrique, no valor de 200 mil euros. Curiosamente valor muito próximo ao apartamento de 950 mil reais que a nova esposa de FHC teria comprado ou ganhado dele. Nota publicada neste blogue no dia 11, há exatamente uma semana,

    Não é pouca coisa que a esposa do lobista já morto que fez o esquema, segundo Miriam, para lhe garantir 3 mil dólares por mês, seja funcionária fantasma de José Serra.

    E que o colunista a publicar esta nota seja de O Globo, para onde a ex-amante de FHC trabalhou por 35 anos. E por onde, segundo ela, foi paga para ficar exilada.

     

  • HISTÓRIAS NÃO CONTADAS
    O real

    HISTÓRIAS NÃO CONTADAS

    O real dossiê Cayman de FHC: US$ 100 mil no exterior, offshore e contrato de fachada

    Em dezembro de 2002, FHC era presidente, ainda não dava palestras. Se tinha pelo menos US$ 100 mil no exterior, qual a origem do dinheiro? Foi declarado à Receita e ao BC? Por que nunca se investigou?por Helena Sthephanowitz, para a RBA publicado 18/02/2016 17:54, última modificação 18/02/2016 18:14 REPRODUÇÃO/TWITTER/UOL

    Mirian disse receber US$ 3 mil por mês do ex-presidente por meio de empresa aberta nas Ilhas Cayman

    Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo hoje (18), a ex-namorada de Fernando Henrique Cardoso Mirian Dutra, ex-jornalista da TV Globo, revelou que: no dia 16 de dezembro de 2002, a offshore Eurotrade Ltd., sediada no paraíso fiscal das Ilhas Caymam, fez um contrato de fachada com a então jornalista da TV Globo Miriam Dutra para pagar a ela US$ 3.000 mensais; e que a Eurotrade Ltd. era controlada pelo grupo Brasif, do empresário Jonas Barcellos, do qual foi vice-presidente Jorge Bornhausen (ex-senador de Santa Catarina pelo PFL, hoje DEM).

    Mirian disse que recebeu o dinheiro, mas não prestou serviço nenhum. Disse que o contrato era apenas um meio de FHC complementar a renda que ela recebia da TV Globo para ficar em Barcelona em silêncio. Ela conta que a TV Globo também a remunerou para não fazer serviço nenhum durante dez anos. Disse que o contrato com a Globo a proibia de aparecer ou falar a qualquer outro veículo de comunicação, garantindo o silêncio. Mas no fim de 2002, a Globo havia diminuído o pagamento dela para US$ 4.000 por mês. Lembremos que o Grupo Globo estava em dificuldades financeiras e não conseguia pagar suas dívidas nos Estados Unidos nesta época.

    Mirian diz que o dinheiro da offshore era, na verdade, para pagar as despesas do filho que FHC julgava ser dele, fora do casamento. Uma pensão camuflada. FHC não registrou o filho e fazia questão de manter o assunto em segredo.

    Ela ainda diz que, após dois anos do contrato com a offshore, conversou com FHC: “Ele me contou que depositou US$ 100 mil na conta da Brasif no exterior, para a empresa fazer o contrato e ir me pagando por mês, como um contrato normal. O dinheiro não saiu dos cofres da Brasif e sim do bolso do FHC”.

    Em dezembro de 2002, FHC ainda era presidente e não dava palestras. Se é verdade que ele tinha pelo menos US$ 100 mil no exterior, qual a origem de tal dinheiro? E foi declarado à Receita e ao Banco Central?

    O dono da Brasif Jonas Barcellos confirmou ter havido o acerto com Mirian Dutra, mas diz não se lembrar de detalhes.

    FHC deu uma resposta evasiva, parecida com aquelas do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) antes do flagrante na Suíça.

    Mas o tucano Fernando Henrique Cardoso admite ter contas no exterior, em Miami e em Nova York, no Banco do Brasil, e no Novo Banco, em Madri. Admite também ter enviado dinheiro ao filho de Mirian Dutra, inclusive € 200 mil recentemente para o “filho” comprar um apartamento em Barcelona. “Nenhuma outra empresa, salvas as bancárias já referidas, foi utilizada por mim para fazer esses pagamentos”, afirma o ex-presidente tucano, sem citar diretamente a offshore em Cayman.

    REPRODUÇÃO/FSPContrato para remuneração de Mirian, por empresa com sede nas Ilhas Cayman, por serviços não prestados

    FHC esqueceu de informar pelo menos uma conta no exterior que ele teve no passado, no Chemical Bank, de Nova York.

    A última declaração de bens do ex-presidente divulgada publicamente foi nas eleições de 1998. O ex-presidente declarou ter em 31 de dezembro de 1997 US$ 20.016,97 no Chemical Bank e US$ 3.145,73 na agência de Nova York do Banco do Brasil.

    Mirian, talvez querendo insinuar alguma coisa da qual autoridades brasileiras devam tomar conhecimento, pergunta na entrevista: “Por que ninguém nunca investigou as contas que o Fernando Henrique tem aqui fora?”.

    REPRODUÇÃO/TSE/DOMÍNIO PÚBLICODeclaração de renda de 1998 incluia saldo de US$ 20 mil no Chemical Bank

     

  • A esbórnia foi grande, e os

    A esbórnia foi grande, e os dirigentes todos, apostaram : no mensalão, na lava jato e no impeachment da presidente, para juntos continuarem suas históricas políticas de privilégios aos ricos e roubos do povo todo, com alianças internacionais corruptas, incluídas.

    Agora devolvam o que não lhes pertence, e com certeza a multiplicação de $oluções, como milagre se realizará.

    Eu sou o bom pastor. O bom pastor  a vida por suas ovelhas. O mercenárioque não é pastor a quem pertencem, e as ovelhas não são suas, quando  o lobo chegarabandona as ovelhas e sai correndoEntão o lobo

    ataca e dispersa as ovelhas. O mercenário foge porque trabalha só por dinheiro, e não se importa com as ovelhas. (Jo 10, 11-13)

     Jesus mostra que sua mensagem é incompatível com qualquer instituição opressora e que sua missão é conduzir para fora da influência dela os que nele acreditam, a fim de formar uma comunidade que possa ter vida plena e liberdade.

    http://www.paulus.com.br/biblia-pastoral/_PXF.HTM#FYGU 

  •  
    ótimo artigo....
    lamento

     

    ótimo artigo....

    lamento que o problema é que tem g lobos uivando muito nos planaltos

    e planícies

    e avenidas paulistas

    e jardins botanicos

    nas guantanamos de  - ritiba, o (fim) do mundo  

    e outros quadrantes atucanantes...

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