Aliança com as Forças Armadas: duas visões e um debate

A fundamental aliança com as Forças Armadas, por Motta Araújo

A FUNDAMENTAL ALIANÇA COM AS FORÇAS ARMADAS – Os grandes países que têm projetos nacionais costumam ter um poder civil em FORTE ALIANÇA com o poder militar. É uma aliança essencial para um país caminhar guiado por projeto estratégico. No Brasil a partir da Constituição de 88 essa aliança foi desprezada, com grave perda ao País.

Forças Armadas são instituições essenciais a um Estado Nacional. Por sua longevidade, tradição, ritual, treinamento, senso de hierarquia, patriotismo elas são um CAPITAL valioso para um um Governo.

Na formação do Estado brasileiro as Forças Armadas constitui-se em alicerce de construção do Pais. A História do Brasil sempre teve personagens militares de primeiro plano, influentes e orientadores do Governo.

Nomes de ruas e avenidas como Benjamin Constant, Floriano Peixoto, Hermes da Fonseca, Menna Barreto, Caetano de Farias, Pandiá Calogeras, Leite de Cstro, Estillac Leal, todos Ministros militares,  foram artífices da formação do País.

No Governo JK a implantação da indústria automobilística teve a coordenação do Almirante Lucio Meira, os fundamentos da pesquisa e desenvolvimento nuclear tiveram o Almirante Álvaro Alberto como pioneiro, a EMBRAER nasceu sob a inspiração do Brigadeiro Montenegro, a Petrobras teve contribuição essencial de militares como Janari Nunes, Stenio de Albuquerque Lima, Adhemar de Queiroz, Almirante Faria Lima, General Ernesto Geisel.

Essa aliança entre o Poder Civil e o Militar foi DESPREZADA pelos governos da Constituição de 88 mostrando uma MIOPIA falta de sedimentação histórica, de habilidade no manejo dos instrumentos de poder, insensibilidade absoluta, os militares poderiam colaborar muito mais com o País mas foram na realidade ENCOSTADOS como um “mal necessário”, um estorvo, cercado por “”comissões da verdade” e um anel de “movimentos sociais””, na essência anti-militares, que não sendo governo influenciam os governos contra a conexão e parceria com o mundo militar.

Nos EUA, França e Inglaterra os militares tem grande presença no Governo, nas empresas, nas instituições de ensino.

É um patrimônio caro e raro que o Pais deve usar para todas as tarefas mas prefere usar o menos possivel.

Na Russia, na China, na India, a presença, prestígio e atuação do estamento militar é muito mais forte do que no Brasil.

Um episódio, UM APENAS, de meu conhecimento pessoal registra o que o Pais perde por colocar os militares atrás da cortina. A mais importante refinaria de petróleo do Pais, a pioneira Refinaria de Cubatão, teve sua construção dirigida pelo General Stenio de Albuquerque Lima, do começo ao fim. Conheço a família. O General, depois Marechal, começou e terminou a refinaria com o mesmo automóvel, na mesma casa, não trocou nem a geladeira. Essa é a aliança que a mediocridade de civis desprezou e que custou caro ao País. Nenhum grupo de brasileiros tem a coesão, a visão do interesse nacional, o patriotismo e a formação coletiva estável e uniforme mehor que os militares. Tivessem dois ou três militares na diretoria da Petrobras, a estória dessa crise poderia não ter existido.

A agenda dos governos “sociais”centrou-se apenas em garantir minorias contra a essência do Estado nacional.

Militares em aliança com o Governo JAMAIS permitiriam a loucura, a estupidesz, a falta de sentido estratégico de se criar uma reserva indígena NA FRONTEIRA norte do Brasi, a inaceitável Reserva Raposa Serra do Sol em Roraima, destruindo o desenvolvimento que vinha acelerado de um Estado estratégico para dar um santuário a 13 mil índios na idade da pedra lascada, fazendo divisa com seus iguais na Venezuela, abrindo espaço para inúmeras ongs estrangeiras prontas para incentivar uma REPUBLICA YANOMANI. Os militares, mais que civis, tem profunda noção do elemento TERRITÓRIO, um General de primeiríssima linha, como o General Augusto Heleno, protestou e foi neutralizado por mostrar total discordancia dessa ideia e decisão INFELIZ, de iniciativa de um governo sem noção de território e pior ainda, sancionada pelo Supremo Tribunal Federal no caso com relatoria de Ayres Brito.

Um Brasil estilhaçado, com uma agenda exclusiva de concessão de direitos a indivíduos sem nenhuma preocupação com o ESTADO NACIONAL, esquecendo que este foi criado pelo Exército, a mais antiga instituição do Pais, garantidora da própria existenção da Nação desde a expulsão dos holandeses na Batalha de Guararapes.

Governos inconsequentes vão ver na próxima curva da crise a falta que faz esse grande ator da História.

Em graves crises políticas a falta dessa aliança significa a falta de proteção e garantia a Governos que se julgavam fortes.

 

Comentando A fundamental aliança com as Forças Armadas, por Anna Dutra

André, respeitosamente, minhas ressalvas:

– ser militar não chancela a idoneidade de ninguém; todos falíveis como quaisquer de nós. Não fora assim, a CNV sequer teria existido por absoluta inutilidade.

– Há um expressivo grupo manobrando nas sombras – para não afrontar os QGs e os Ministros militares que já declararam estar em consonância com a legitimidade do resultado eleitoral.

A atuação da CNV não é aceita. E é imputada ao PT, nas figuras de Dilma e Lula, a “grande revanche” que a Lei de Anistia teria varrido. Sabemos quem estipulou os termos desta lei e também que há crimes imprescritiveis que deveriam estar sob análise.

Logo, esta Aliança não avança por restrições mútuas. Ambos os “campos” – civil e militar – nutrem também desconfianças mútuas.

As Forças cumprirão seu dever constitucional; é certo. Mas não creio em adesão integral.

Há um bocado de gente manobrando e alimentando atitudes antidemocráticas. Minha caixa de email está repleta de exemplos; emails anônimos com narrativas impublicaveis sobre os últimos 12 anos e sobre autoridades da República.

Os serviços prestados ao país são reais, mas não os considero a solução para nossos problemas institucionais neste momento. Seria jogar gasolina ao fogo. Já basta o que está sendo urdido por vários outros atores com diferentes propósitos.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  • Esta guerra precisa de novo campo de batalha

    Tem gente exigindo da Dilma muito mais do que a Democracia atual no Brasil lhe conferiu. Talvez se ela agisse como Maduro, na Venezuela, mandando prender alguém, seria então mais respeitada?

    A Democracia brasileira é até agora feita para: a) mostrar ao povo (apenas simular) que existem alternativas de poder no plano Executivo; b) para distribuir homeopaticamente o poder político entre dezenas de partidos e de interesses – gerando a torre de babel tupiniquim, e, finalmente, c) para manter o verdadeiro poder global e suas ramificações brasileiras (econômico, financeiro, midiático, militar, jurídico e etc.), nas mãos das mesmas poucas famílias e oligarquias de sempre, há 500 anos, hoje com capital em Miami.

    A batalha política, agora “judicializada”, é travada aqui, mas dirigida desde fora do Brasil, onde as vitimas são apenas aquelas desavisadas que ainda tinham interesses o patrimônio no Brasil. Pegam alguns apartamentos, algum carro importado, enquanto os 520 bilhões de dólares ficam intocados.

    Depois que o esquema da Petrobrás (e outros menores antes deste) começou a ser desvendado, o PT ficou mesmo num vácuo, pego como “penetra” pobre em festa de bacana. Não bastou a “carta aos brasileiros” de 2002 para ser admitido naquela festa. Agora as dondocas gritam mandando o PT embora, assim como o “vtnc” à Dilma nas olimpíadas ou como aquela senhora xingando o ex-Ministro Mantega dentro de um hospital.

    O PT, apenas dominando (embora parcialmente) o poder Executivo, fica gradativamente sem financiamento para campanhas e sem força econômica para manter a sua estrutura política, que permitiria, no campo de batalha atual, batalhar pelo poder político no Brasil contra o enorme poder global que controla o mundo (em nome do povo?). Pior ainda, perde muita moral, ao ter tentado combater politicamente os seus adversários com as mesmas ilegítimas armas.

    O PT não terá muitas condições para disputar contra a direita (vaquinha de operário pobre contra contribuições de multinacionais), se o campo de batalha político for o mesmo. Por causa da abertura da panela da corrupção geral no Brasil, o PT pragmático perde mais, pois, a direita neoliberal terá o seu eterno sustento do poder econômico global, de outras múltiples formas. Sempre haverá uma “Neca”.

    Tirando a parcela de horário político que lhe corresponde na TV, o PT está saindo gradativamente da serie “A” da política, da rodas de poder, da influencia, tendo que voltar às suas origens, na rua, do lado do povo, do lado do PCdoB, do PSol e outros. O PT deixará de ser o irmão siamês da direita convencional (tucanos e DEM) e do grupo da Marina (como falava a Luciana Genro), e terá que voltar a sua tentativa de chegar ao poder, desta vez ao verdadeiro poder, rompendo os paradigmas atuais.

    Países que aprofundaram a relação com o povo, como Venezuela e Bolívia, as esquerdas chegam ao poder com legislativo majoritário e, inclusive com apoio das suas forças armadas. Assim e tudo a luta tem sido dura para avançar. Imaginemos aqui no Brasil, sem maioria no legislativo e sem a participação efetiva das FFAA.

    O novo campo de batalha seve ser traçado na rua, compactuando com forças que ainda amam o Brasil e o seu povo, como as FFAA. A esquerda deve pressionar, nas ruas, por reforma política real e efetiva. No contexto dessa nova reforma, poderá surgir um verdadeiro poder popular, com executivo e maioria do legislativo. Juto com as Forças Armadas, sindicatos e organizações civis, deverá enfrentar, combater e, desta vez com maiores chances de ganhar, contra o PIG, contra o poder econômico global e contra os poucos maus brasileiros que roubam as riquezas nacionais, a conta gotas.

  • Se aliar a bandidos vendidos???

    Fala das forças armadas do Brasil mas ignora um fato claro:

    TODA VEZ QUE AS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL PEGARAM EM ARMAS FOI PARA ATACAR SEU PRÓPRIO POVO

    Exigir que a gente se alie a uma corja que sempre foi subserviente aos interesses estrangeiros, que só dirigiiu as armas contra o próprio povo, que tem como hérois grandes cagões e traidores como Duque de Caxias, é um pouco demais pedir ao povo que apoie quem sempre foram seus agressores né??

    • FORÇAS ARMADAS QUE ATACAM SEU PRÓPRIO POVO.

      NÃO PODEMOS ESQUECER A "OPERAÇÃO BROTHER SAM". A LIBERDADE DADA PARA MATAR GENTE BRASILEIRA EM SOLO BRASILEIRO.

      • DELIRIO.
        O movimento começou

        DELIRIO.

        O movimento começou em 31 de março e acabou em 2 de abril. Um navio tanque para vir do Texas ao Brasil leva 12 dias.

        Os petroleiros da ""Brother Sam"" já estavam nas costas do Brasil ?

        DELIRIO. Nunca houve um unico navio deslocado para o Brasil na Operação Brother Sam, que nunca existiu.

        Em março de 1964 o Brasil tinha estoque de combustivel para 100 dias, não precisava de petroleo do Texas.

        O Embaixador Lincoln Gordon, que não era diplomata, escreveu muita bobagem, não era levado a sério no Departamento de Estado.

        O apoio dos EUA ao movimento de 1964 foi diplomatico, do mesmo tipo que o Brasil apoia o Governo Maduro na Venezuela.

        • Os navios já estavam próximos a costa!

          Caro André, não se faça de ridículo com tais argumentos, o dia do golpe já estava marcado e os navios já estavam proximo da costa ainda em águas internacionais, logo não precisariam dias e mais dias para chegar ao Brasil.

    • Não é bem assim. Isto é uma mera provocação.

      Durante o tenentismo, muitos militares se colocaram contra as hierarquias vigentes e foi um dos poucos movimentos que se colocaram contra os desmandos da primeira república.

      Na Legalidade no Rio Grande do Sul a maioria dos quadros militares foram legalistas, garantindo a posse de Jango.

      Logo afirmações como estas, que devem ser guardadas para os golpistas de 1964 são meras provocações desprovidas de qualquer sentido histórico.

    • Ignorância

      Prezado Fernando, vê-se que você não entende nada de história e muito menos de miitares. Deve ter sido um dos quais o quartel dispensou por baixa qualidade ou limites insuficientes.

      Atacar o próprio povo ou aqueles que queriam quebrar tudo e etc?

      Não tive nenhum problema na década de 70. você teve? Acho que não era nascido. Por isso, está falando merda.

      Só opine quando conhecer o assunto.

      Alexandre

  • Meus comentarios sobre o

    Meus comentarios sobre o comentario:

    1.È evidente que os militares são faliveis MAS o percentual de desonestos, farsantes e demagogos entre os militares é INFINITAMENTE MENOR do que entre politicos.

    2.Os militares são legalistas e formalistas, é claro que respeitam o resultado das eleiçõs. A intervenção militar só se dá QUANDO O PAIS ESTÁ EM RISCO DE DESINTEGRAÇÃO E CAOS, intervieram em 1889, 1930, 1932, 1937, 1945,  1964 e vão interfvir novamente se as mesmas circunstancias ocorrerem.

    3.Não existem mais Ministros Militares, como diz o comentarista. Ninguem está manobrando coisa alguma, os militares estão estritamente dentro do quadro constituciona, não deram o minimo motivo para se dizer que estão "manobrando".

    4.Comissões da Verdade e quetais NÃO SÃO DEMANDA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA, revoção da LEI DA ANISTIA nunca foi uma causa da população brasileira. São questões que interessam a pequenos, MINUSCULOS, grupos de esquerda, causa IDEOLOGICAS REVANCHISTAS que não são do interesse geral dos eleitores. "Crimes imprescritiveis' é uma tese posterior à lei, os militares não aceitam e consideram que fizeram um PACTO com o Poder Civil que deve ser respeitado. A posição dos militares na atual Constituição é perfeitamente clara e não admite "interpretações" a la carte escolhida por grupos anti-miliatres. Na Constituição as Forças Armadas são instituição de Estado e não de Governo, em certas circunstancias estão acima do Governo, basta ler a Constituição. Por exemplo, se um Governo resolve ceder territorio a outro Pais, as Forças Armadas podem intervir para garantir a integridade nacional.

    5.Em pesquisa de avaliação conduzida a cada dois anos pela Fundação Getulio Vargas e outro similar tambem bianual conduzida pela Latinobarometro, as FORÇAS ARMADAS são a instituição MAIS CONFIAVELdo Pais, de longe.

    6.Quando se faz o balanço do Governo militar de 1964 é preciso colocar o lado negativo, 474 perdas de vida em 21 anos, periodo no qual foram assassinados em crimes comuns 1.100.000 civis e no ATIVO toda a infra estrutura basica do Pais, o alcool combustivel, a exploração maritima de petroleo, a EMBRAER, a EMBRAPA, o FINEP, o FINAME, o FGTS,

    os programas habitacionais, os Metros de São Paulo e Rio, a Ponte Rio Niteroi dois terços das usinas hidroeletricas do Pais, todos os aeroportos internacionais, sete das onze refinarias de petroleo, a frota de petroleiros da Petrobras,

    a agricultura no cerrado, as usinas nucleares Angra I e II, rodovias Bandeirantes e Imigrantes, as melhores do Pais e por ai vai. Todos os governos posteriores não fizeram uma fração do que fez o Governo militar em termos de realizações de infra estrutura e desenvolvimento do Pais.

    • Você compara banana com

      Você compara banana com laranja...

      Muito simplista sua tese.

      Como sempre, quando interessa, buscam comparação com os EUA.

    • DEMANDA DA POPULAÇÃO??

      As penas aplicadas e a perseguição aos nazistas e seus crimes jamais foram uma demanda do povo da Alemanha, preocupados e atarefados com a própria sobrevivência e reconstrução do país arrasado.  A legalidade, a dignidade e a segurança do futuro depende de como se administra o passado e como se evita seus erros. Isso vale para qualquer sociedade e sua direção política. Ignorar, minimizar, tolerar, deixar impunes crimes contra a humanidade é ser condescendente com eles. Quem relega a segundo plano tais coisas, com certeza relega a segundo plano sua repetição.

    • André, militares brasileiros são brasileiros!

      Achar que os militares brasileiros são diferentes do resto da população brasileira é não conhecer determinados fatos da vida militar, lá por volta dos anos 60 e 70 as Forças Armadas possuíam uma espécie de cooperativa que comprava alimentos em nível nacional e os revendia-os ao preço de custo as famílias dos militares, como a minha família tem vários militares na sua história eu me lembro com meus dez anos ir sistematicamente ao supermercado desta cooperativa para comprar diversos produtos. Avantagem no início é que as pessoas que lá compravam obtinham produtos a preço de custo e as despesas eram descontadas diretamente no soldo ou na pensão no mês seguinte.

      Com o passar do tempo, vários clientes deste supermercado repassavam suas identidades a pessoas de fora e sistematicamente havia denúncias de desvios na compra desta cooperativa. Diga-se de passagem que os desvios eram detectados e quando provados os meliantes eram severamente punidos pela justiça militar. Com o passar do tempo, com o desgaste que causava as frequentes fraudes que eram comprovadas e punidas, as forças armadas simplesmente acabaram com este serviço, pois era quase impossível achar oficiais honestos que se sujeitassem a ir comandar o serviço, pois ele recebeu uma má fama de tal forma, que dentro das Forças Armadas quem ia para esta seção tinha automaticamente a sua fama arranhada.

      Só para constar, minha família tinha oficiais artilheiros, de cavalaria e um piloto aviador morto em combate, pelo que eu saiba ninguém escolheu a intendência! Só tivemos um agregado (casado com alguém da família) que era da intendência mas mesmo com todo o tempo de serviço nunca passou de major!

    • o ponto destacado pelo andré é essencialmente correto

      No entanto, não vejo muito sentido em relativizar os graves crimes cometidos durante o regime. Ocorreram e idealmente deveriam ser punidos, por que é justo, e não porque são uma demanda da sociedade. 

      Por outro lado, é impressionante como falta à grande parte dos colegas do blog o que Adriano Benayon, Carlos Lessa, e o próprio PHA a "dimensão nacional".

      O determinante um de nosso atraso é a incapacidade de o Brasil se mover na divisão internacional do trabalho. Nossa posião subordinada não explica apenas o fato de somos um país pobre, com menos da metade da renda méida considerada compatível com niveis civilizatórios razoaveis, mas também o consrevadorismo de nossa elite, a alienação de nossas classes médias urbanas e a despolitização de nosso povo. 

      Mais que isso, Dilma pode ser derrubada não por que é "a favor dos pobres" ou mesmo das minorias desassisitidas (há que se lembrar, FHC pôs mais de 890% das crianças nas escolas, tirou do papel o programa de genéricos, aumentou significativamente o salário mínimo incluisve na contramão do que faziam os países desenvolvidos, na sua grande parte já em france desconstiuição dos seus welfares nos anos 90 - apenas fez isso com menos intensidade que Lula e Dilma).

      O que diferencia Lula e Dilma mesmo de FHC e sua tucanalhada é a retomada de ações estruturais capazes de recolocar o Brasil no jogo - inclusive algumas vezes peitando ONGs entreguistas (ou simples instrumentos manipulados por organizações para estatais dos países líderes), na infraestrutura, no domínio de tecnologias críticas, na integração nacional e na política externa independente (a mesma que pôs Geisel em confronto com os EUA e com os organismos por eles controlados) etc. 

      Se Dilam tivesse encontrado uma forma de articular com as FA uma retomada de projeto nacional estaria muito mais protegida dos ataques covardes que vem sofrendo. E isso não é casual: todos projetos de desenvolvimento retardatário (apíses que não conseguiram acelerar suas acumulações primitivas com posição vantajosa no sistema imperial) razoavelmente bem sucedidos o fizeram em estrita articulação com as FA, as quais inclusive participaram ativamente no desenvolvimento de tecnologicas estratégicas cerceadas.

      Sem isso, não há desenvolvimento possível, e mesmo que se pudesse realmente distribuir renda - o que nao aconteceria, porque elites relativamente pobres são sempre muito mais conservadoras e autoritárias - a renda total a ser distribuída é insuficiente para permitir níveis elevados e duradouros de civilização e bem estar social. 

       

    • 1. Não sei onde voce

      1. Não sei onde voce encontrou esse termometro que mede a honestidade das pessoas.

      Ao contrario do que ele lhe aponta, os militares são iguaizinhos a todos os outros seres humanos, tem dois olhos, um nariz, boca, etc, etc.

      Evidentemente, alguns tem quatro patas, como certos civis, padres, engenheiros,professoras ou freiras.

      Somos farinha do mesmo saco, alguns mais altos, outros baixos, uns inteligentes, outros burros.

      Assim caminha a humanidade.

      É ridicula a afirmação de que os "militares são mais honestos que os politicos".

      Militares,enquanto nos quarteis engraxando tanques, sempre terão menos oportunidades para atos desonestos. Ja na politica estariam mais vulneraveis a praticas estranhas.

      Voce ja disse aqui que durante a ditadura não houve corrupção. Respondi lhe lembrando que o maior corrupto do pais, Paulo Maluf,era justamente o candidato dos militares para ocupar a presidencia da Republica.

       

      2.Dizer que os "militares são legalistas" soa como uma piada e de mal gosto. Poucos governos civis na historia conseguiram acabar seus mandatos. Para os militares "o pais estava sempre em risco",sobretudo quando governos atuavam em prol dos interesses da patria e do povo.

       

      3.É dificil dizer se os militares "estão manobrando"ou não.

      Eles costumam agir na surdina. Quando menos se espera surge um tanque na rua mirando contra o povo.

      Foi sempre assim.

       

      4. As Comisões da Verdade não "são demanda da população",nem de"minorias", nem de ninguem.

      É demanda do registro fiel da historia, necessario a qualquer povo, para compreender a sua realidade passada, presente e futura.

       

      5. Essas pesquisas são tão ridiculas que os meios de comunicação recebem nota maxima.

       

      6. Para voce 500 assassinatos é um fato normal.

      Não sei se no meio dessa vitimas estivesse um filho seu ou qualquer ente querido  continuaria achando algo tão banal.

      Esqueceu de somar os milhares de torturados, de presos injustamentes, de cassados. Esqueceu tambem de arrolar a universidade destruida, a imprensa esmagada, a divida descomunal.

       

      Apesar de todas as respostas que lhe dou acima, não acho que todos os militares são traidores da patria ou "gorilas".

      Não gosto do termo "ditadura das Forças Armadas". Não reflete a verdade. Não foram as FA que derrubaram em 64 um governo legal. Foram alguns militares ignorantes, junto a outros desonestos. Muitos outros lutaram contra o golpe e sofreram serias represalias.

      Voce e outros vão se espantar com as palavras finais de meu comentario.

      Para mim,a presidente Dilma resolveria parte da grande encrenca em que o pais esta metido, tendo a coragem de nomear um general honesto e patriota para presidir a Petrobras.

      Surpreenderia a todos os seus inimigos.

      O brasileiro tem memoria curta.

      Quando FHC se movimentou para internacionalizar a nossa estatal, foram os militares que paralisaram a brincadeira no ultimo minuto.

    • André,Em dezembro de 2014,

      André,

      Em dezembro de 2014, fiz o seguinte comentário:

      “Não tenho nenhuma dúvida de que a criação da CNV teve enorme influência sobre o (re)surgimento de discursos e figuras emblemáticas do período. Onde cresceu o apoio e o saudosismo em relação aos militares: onde estavam acomodadas as certezas de que este era um assunto encerrado. Com a CNV, e o retorno do assunto à baila, o lodo no fundo do lago foi remexido, e o que temos é isto que está aí.  Saudosismo e ressentimento, principalmente com o PT, aos olhos dessas pessoas o responsável pela revisita a um assunto que todos julgavam morto e a consequências que todos acreditavam estar varridas do horizonte.”

      Hoje, meu comentário apresentou ressalvas ao teu post sobre dois aspectos qualitativos desta questão.

      São de conhecimento público as contribuições das FFAA ao País, inclusive em outros países e em situações de risco social extremo.

      Não se discute isto.  Mas gostaria de percorrer este teu comentário com mais vagar.

      Item 1 – Qual é a fonte desta pesquisa?  Percepção é uma coisa.  Dado é outra. Se você fizer uma pesquisa em Higienópolis perguntando qual é o partido mais danoso ao Brasil, 100% das respostas conhecemos. Mas ainda assim será percepção.

      Item 2 – Concordo, o são até por formação, a disciplina os obriga e educa.  Mas quem é a cabeça privilegiada que decide que o País está em risco de desintegração e caos?  E quem os chamaria para assumir esta posição?  Os eleitos?   No seu comentário você responde: Intervenção com base nas circunstâncias; mas chancelado por quem?  A Presidenta, o Aécio, a Marina puseram a cara exposta às pancadas e foram á luta. Estão lambendo feridas até agora.  Isto é legitimo.

      Item 3 – Por Ministros Militares me referi à cúpula que, ligada diretamente à Presidenta, se manifestou sobre as “demandas de intervenção militar”, postas por Bolsonaro e cia.  Não é necessário que eu seja precisa, como você o é sempre, para que se entenda.  É claro que ELES não estão manobrando.  E eu não disse que são ELES que estão manobrando.

      Item 4 – Este discurso é justamente o que estamos tentando evitar que ganhe corpo.  Quando você atribui aos grupos de esquerda esta questão, só reforça o que coloco como sendo um sentimento disseminado de traição por ter sido remexido aquilo que se julgava morto.  Eu entendo.  Conheço filhos e netos de militares que se compadecem até hoje da mágoa e do estado – muitas vezes depressivo - de seus pais e avós por não terem sido “compreendidos” quando da “Revolução”. Mas não há omelete sem quebrar os ovos, certo?

      Não houve pacto; houve imposição aos vencidos.  Os vencedores tinham atrás de si, o Estado.  O mesmo Estado que na Faixa de Gaza massacra populações civis.

      Há algum Governo constituído neste momento prestes a entregar nosso território?  Mas me espanta que estes mesmos militares não tenham piado sobre a entrega da nossa soberania através da Petrobras ao Capital Estrangeiro.  Isto também é ameaça à Integridade Nacional.

      Item 5 – São confiáveis porque estão realizando suas responsabilidades constitucionais. Isto não é salvo conduto para “salvacionismo”.  A propósito, nos salvar de quê?  Precisamos construir nosso presente e nosso futuro com autonomia; ainda que aos trancos e barrancos.

      Esta tutela é prejudicial.  Conhecemos o que ela acarretou historicamente ao Brasil.

      Item 6 – Não avalio nada considerando no. de mortes, porque uma só é inaceitável. Quanto aos Ativos, é certo. Mas que eu saiba, estavam servindo à Pátria, certo? Então não há o que agradecer. Fizeram não mais do que sua obrigação.  A um custo alto. Este argumento dá a impressão de que há uma fatura que o povo brasileiro deve e tem a pagar pelo cumprimento das obrigações de qualquer governo e não concordo com isso.

      Quanto ao fato de que “Todos os governos posteriores não fizeram uma fração do que fez o Governo militar em termos de realizações de infraestrutura e desenvolvimento do País”, ainda que seja verdade – e em muitos casos é – as circunstâncias, os extratos sociais e a realidade posta não podem ser comparados.  Mas de toda forma, temos uma democracia incipiente, jovem, mas implantada.

      Quem quiser fazer mais pelo Brasil, em 2018 (ou talvez antes disso) teremos novas eleições presidenciais.  Estando apto conforme o que prevê nossa Carta, qualquer brasileiro pode se candidatar.  E expor-se como os candidatos do último pleito fizeram.

      • Houve um erro estratégico da Comissão da Verdade.

        A Comissão da Verdade, deveria começar seus trabalhos pelo começo, ou seja, mostrando que o Golpe de 64 pode ser caracterizado por qualquer MILITAR como um crime de traição, a medida que vários comandantes com alguns subalternos (os mesmos que estão no clube militar nestes dias) conspiraram com uma nação estrangeira para que esta, se necessário (falha no golpe) interviesse militarmente no Brasil.

        Isto mostraria que de uma árvore que nasce podre, não se pode esperar grande coisa.

        Ninguém no Brasil fala em alto em bom tom, que comandantes militares, segundo a constituição do Brasil e quase 100% das constituições de qualquer país do mundo, colaborar com forças armadas de outro país para que este invada e ajude a derrubar um governo legalmente eleito é um ATO DE TRAIÇÃO.

        Depois de caracterizado isto, com toda a documentação que se dispõe nos dias atuais, acho que as FA não teriam tanta tolerância com os atos que sucederam.

        • Um GOVERNO ELEITO não tem

          Um GOVERNO ELEITO não tem alvará para fazer qualquer coisa. Se amanhá um governo ELEITO resolver entregar o Estado do Acre à Bolivia de presente, ele pode ser expelido do Poder, e dai? Washington Luis foi eleito em 1930 e derrubado por Getulio, como fica? As eleições são um metodo de escolher o governante MAS não são sacrossantas,

          um maluco, debil mental, louco ou traidor pode ser ELEITO, como fica? Pode fazer o que quer porque foi eleito?

          Não é a lição da Historia. A legitimidade não é dada só por eleições, há mais requisitos alem da eleição.

          • Quem manda então?
            Como não se pode confiar no conceito de povo, é evidente que a autoridade será a letra do constituição, por que essa carta legal não vem como fórmula legal para a RFB, em seus comentários? Há cláusulas pétreas que ninguém pode sofismar. Uma delas a democracia. Outra: o devido processo legal. Outra: a ampla defesa e o contraditório. Outra: a soberania popular. Para tudo o povo deve ser consultado e fica tudo bem. O que não se pode é entregar aos economicamente poderosos a discricionariedade de dizer quem é ou não "maluco".

  • Mas aqui é diferente

    Se querem comparar com países desenvolvidos então vamos comparar TUDO. Outro dia a Folha publicou um aartigo criticando os gastos com pensões e aposentadorias de militares. Os gastos anuais superavam o total gasto com o Bolsa Família. INCRÍVEL! Aqui no Brasil tem esse negócio de taifeiro na casa de oficial. Na cas de um General deve haver uns 4 taifeiros na média. Tudo isso gasto com recursos orçamentários. Aí vem um ministro do MERCADO dizer que a desoneração da folha das empresas foi uma BRINCADEIRA? Que palhaçada é essa? Ainda tem muito que moralizar nesse circo aqui prá se falar em instituições sérias do Brasil. Por enquanto é tudo uma esbórnia. Não se pode falar em aliança enquanto ela for às custas da população que vai sustentar uma folha de salários imensa e um bando de pessoas pagas para tirar um processo daqui e lavar para ali.

  • Sabe o que vai acontecer

    Sabe o que vai acontecer quando a Dilma exigir das FFAA que detenham os manifestantes?

    As FFAA vão dizer que vão dar uma lida no relatório da Comissão da Verdade para saber em quais oficiais devem ser assinalados...

      • Eu não acredito, tenho é

        Eu não acredito, tenho é certeza, Anna. Mas isso em termos práticos não implicaria em nada. Ademais, as FFAA estão se renovando sempre. A nova geração de oficiais e subalternos não estão assim tão contaminadas ideologicamente como seus antecessores. O que existe nesse aspecto são reacionários extremistas na política, tipo Bolsonaro, e na imprensa tentando manter viva por ânimo ideológico, a esclerosada antinomia esquerda(comunismo endemoniado) - direita(sublime defensora das liberdades).

    • Isso se chamaria TRAIÇÃO no

      Isso se chamaria TRAIÇÃO no mais alto grau se a convocação da presidente se contivesse rigorosamente dentro dos ditames da Constituição. E traição é para o militar tão abominável como a covardia.

      Sem falar no aspecto da insubordinação, uma desconstituição dos pilares básicos do estamento militar(disciplina e hierarquia).

  • Louvo mais esta iniciativa do

    Louvo mais esta iniciativa do Motta Araújo na busca de soluções para esta crise. Não ha como negar a excelência da sua participação neste momento. Mas, as ponderações da Anna Dutra são irrefutáveis. A elas acrescentaria a menção de um fato marcante na memória dos brasileiros mais velhos: os militares romperam a o ordem democrática em março dec1964. E há notícias (nāo sei se procedentes) que continuam celebrando nos quartéis o 31 de março.

  • .

    Seguindo o raciocínio, após o golpe militar de 1964, governado por militares, o Brasil teria se transformado em um exemplo de país justo, desenvolvido, incorruptível, enfim, uma potência. Ao fim de mais de 20 anos de ditadura, o regime desmoronou sobre os frágeis pilares erguidos por ela mesmo.

  • Pandiá Calógeras

    Pandiá Calógeras sempre foi civil. Nascido no Rio de Janeiro em 1870, formou-se Engenheiro de Minas, na Escola de MInas de Ouro Preto, em1890. Foi eleito deputado federal em 1897 e foi reeleito várias vezes.

    Após chefiar a delegação brasileira à Conferência de Paz de Versalhes, ao término da Primeira Guerra Mundial (1918), retornou ao Brasil e foi nomeado (1919) por Epitácio Pessoa seu Ministro da Guerra. Ocupou o cargo até 1922 e fez uma das administrações mais bem sucedidas no Ministério da Guerra.

    Criou novos e modernizou antigos quartéis. Fundou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército.

    Um bom exemplo de administrador público.

  • Aliança civil/militar

    Andre

    Gostaria de um seu comentário sobre a escola do Panamá.Essa mentalidade ainda impera em setores militares e da policia federal? Acho temerário aspectos de seu comentário em razão da doutrinação imposta aos militares  latinos americanos, durante decadas no Panamá.

    • A Escola das Americas FECHOU

      A Escola das Americas FECHOU em 1984. Hoje , em Fort Amador, tem lá um shopping. é Historia, passado. quem lá estudou está no cemiterio ou na reserva. Não tem mais  nehuma relação com os dias de hoje.

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