Política

Bolsonaro perdoa crimes de militares e policiais em indulto natalino

Jair Bolsonaro perdoou os crimes de militares e policiais, o chamado “indulto natalino”, em decreto publicado nesta sexta-feira (23).

A medida é publicada nos dias que antecedem o natal no Diário Oficial da União (DOU) e um benefício que perdoa, solta da prisão, o grupo de beneficiados selecionado pelo presidente da República, que cometeram crimes culposos, ou seja, sem intenção.

Quem recebe o indulto natalino tem a pena extinta e é solto da prisão. Há uma série de critéiros e restrições para se conceder esse benefício. Geralmente, o grupo atendido é de pessoas com doenças graves, deficiências físicas ou de caráter humanitário, que afetam o encarceramento.

Mas Jair Bolsonaro incluiu os militares e agentes públicos, como policiais, neste grupo de beneficiados, desde o primeiro ano de seu governo, em 2019. A impunidade de Bolsonaro inclui agentes que cometeram crimes, inclusive, estando fora de serviço.

E, novamente neste ano, o mandatário deu a liberdade a militares e policiais. De acordo com a colunista Carolina Brígido, do Uol, a decisão vai na contramão de uma recomendação recente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP).

O órgão ligado ao Ministério da Justiça encaminha um documento sugerindo o que deve ser incluído, as restrições e condições, para se conceder o indulto.

E Jair Bolsonaro contrariou o texto do órgão, que não incluía militares e profissionais da segurança pública, e excluía expressamente do benefício os que foram condenados pelo Código Penal Militar.

Leia a íntegra do Indulto de Natal concedido por Jair Bolsonaro: DOU-indulto-natalino-23-dez-2022

Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

View Comments

  • Faz sentido. Afinal, apesar de diversas representações e do bem fundamentado relatório da CPI da Covid Augusto Aras perdoou todos os crimes que Jair Bolsonaro cometeu durante a pandemia. Dizem que o PGR vai sustentar a inconstitucionalidade desse Decreto de Indulto. Todavia, nesse caso a ação é apenas um meio para um fim: o PGR quer salvar sua prória imagem. Ao atacar o Decreto de Indulto dos policiais criminosos o que Augusto Aras realmente quer é ser perdoado pela opinião pública. O PGR quer ficar "bem na fita" porque está com medo de ser considerado co-autor dos crimes em massa cometidos por Bolsonaro?

Recent Posts

Governo federal suspende dívida do Rio Grande do Sul por três anos

Isenção dos juros incidentes sobre o estoque da dívida vai liberar mais R$ 11 bi…

38 minutos ago

Lula vai anunciar novas medidas de apoio aos cidadãos do Rio Grande do Sul

Vítimas das enchentes devem receber auxílio financeiro imediato, além da inclusão no programa Bolsa Família

47 minutos ago

Ex-advogado de Trump confirma pagamento de propina a atriz pornô

Em meio ao julgamento de ex-presidente, Michael Cohen diz que pagou US$ 130 mil do…

2 horas ago

TV GGN Justiça discute estratégias para recuperação financeira no RS

Medidas como a liberação do FGTS e a suspensão de prestações habitacionais amenizam os desafios…

2 horas ago

As margens não são plácidas: um dia tudo transborda, por Maria Betânia Silva

O fenômeno da manipulação de fatos e produção de mentiras se instaurou como a nossa…

3 horas ago

Cientistas identificam circulação de vírus mayaro em Roraima

O mayaro não é contagioso. Porém, o sangue dos doentes é infectante para o contágio…

3 horas ago