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Quando chegaram ao poder em 1994 os tucanos tentaram com apoio dos grandes grupos de mídia mexicanizar o Brasil, justamente o que acusam o PT de fazer agora, mas sem nenhum fundamento.
Para chegar ao poder os tucanos precisavam de sócios no sistema oligárquico brasileiro, conseguiram o PFL, com Marco Maciel como vice de FHC, que venceu a eleição no primeiro turno com a força do Plano Real. E após a vitória conseguiram cooptar a grande maioria do PMDB e diversos partidos de aluguel.
Descobriram que a melhor maneira de se manter no poder seria reformando a Constituição e instituindo no país a inédita reeleição, que nem a ditadura militar de 64, ou Republica Velha tiveram coragem de instituir, porque FHC seria a melhor maneira de manter unidas as forças do conservadorismo. E convenceram seus aliados do PFL com a promessa de alternância na Presidência da República, que logicamente não cumpriram.
O primeiro passo para se livrar do aliado inconveniente foi impor um tucano para a Presidência da Câmara dos Deputados, o Aécio Neves. O segundo foi destruir a alternativa do PFL para uma candidatura própria para a Presidência em 2002, Roseana Sarney, utilizando a Polícia Federal aparelhada pelos tucanos e com a banda tucana do MPU. Livre deste, escolheu o PMDB como novo sócio minoritário, cabendo a este indicar o Vice, no caso a Vice, Rita Camata, que foi escolhida a dedo para causar impacto junto ao eleitorado, até pelo efeito Roseana, então a mídia cantava em verso e prosa a grande oportunidade de o Brasil ter uma mulher na Vice-Presidência da República, o mesmo que não faz agora quando temos uma mulher com grandes possibilidades de ser não Vice, mas a própria Presidente da República, contudo simplesmente ignoram o gênero de Dilma, a não ser é claro para questionar de maneira subliminar sua sexualidade neste vale-tudo eleitoral.
Destruir candidaturas alternativas conservadoras ou de centro, para permitir competição com os tucanos dentro deste campo, foi uma das principais estratégias do PSDB e da Mídia, assim impediram Itamar Franco de sair candidato em 1998, fizeram de tudo para destruir Paulo Maluf, através de CPIs e ataques na mídia, que escondeu pesquisas eleitorais em 1998 que apontavam a liderança de Maluf ao Governo de SP, e o derrotaram como o apoio do PT, sepultando o projeto de fusão do PFL com o PP, que resultaria num partido de direita poderosíssimo, uma ameaça a hegemonia do PSDB dentro campo conservador dentro de um esquema eleitoral baseado em: UM CANDIDATO ESCALADO PARA PERDER E OUTRO VENCER, neste caso um tucano.
O candidato escalado para perder seria é claro um membro da esquerda, que preferencialmente seria o Lula, tido então como um derrotado nato, contudo poderia ser qualquer um, pois o importante seria o esquema para estigmatizar este candidato, explorando os preconceitos e o medo
A proposta tornar o PSDB como força hegemônica dentro do campo conservador foi vitoriosa, basta ver que tanto o DEM, quanto o PMDB, não tem candidatura competitiva para a Presidência da República, atuando como meros coadjuvantes na disputa política, não apenas no plano nacional, mas também nos estados mais ricos e poderosos da federação, São Paulo e Minas Gerais. Perdeu o Rio Grande do Sul, todavia ganhou o Paraná, além de estar mantendo ou ampliando os seus espaços em estados mais pobres, como Alagoas, Piauí, Pará, Tocantins, Goiais, e outros.
Então o que deu errado em 2002?
O fato é que o CANDIDATO ESCALADO PARA PERDER resolveu não seguir o roteiro, abandonando o radicalismo, a até fazendo algumas alianças ao centro e a direita, ele inventou o “lulinha paz e amor” e foi tão convincente que àquela que seria a BALA DE PRATA DE 2002, a Regina Duarte, saiu pela culatra.
No poder Lula ampliou as alianças, que mesmo não sendo formalmente constituídas, o ajudaram muito em 2006, principalmente no segundo turno. Fazendo uma campanha baseada principalmente na comparação entre os governos dele e o anterior, de FHC, foi reeleito.
O que esta acontecendo nesta eleição é que sem o Lula, os tucanos e a mídia depois de se garantirem no segundo turno usando a Marina Silva, resolveram insistir no velho esquema de UM CANDIDATO ESCALADO PARA PERDER E OUTRO VENCER, até por que sabem que Dilma não é Lula., então é mais fácil demonizá-la, e esta evidente que a transferência de votos tem um teto, e acho que a candidata do PT bateu nele, e ao bater voltou, como uma bola que é jogada na parede.
Precisamos desmontar, ou pelo menos minimizar os efeitos do esquema citado acima que funcionou tão bem contra Lula em 1989, 1994 e 1998.
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