Categories: Política

Jarbas e o trabalho escravo

Por Claudio Roberto Basilio

Nassif:

De fato o Senador Jarbas Vasconcelos é um autentico varão de Plutarco… Dê uma olhadinha em um artigo do seu colega de IG Leonardo Sakamoto sobre as atitudes do nobre senador em relação a fiscalização do trabalho escravo, um problema crônico em certos rincões brasileiros. Segue o link abaixo:

Do Blog de Sakamoto

Em julho de 2007, o grupo móvel de fiscalização do governo federal libertou mais de mil pessoas da escravidão na fazenda e usina Pagrisa, em Ulianópolis, no Pará. Seria uma fiscalização de rotina se um grupo de senadores não tivesse pressionado pela criação de uma comissão externa para averiguar essa operação. Dois meses depois da operação, Romeu Tuma (DEM-SP), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Kátia Abreu (DEM-TO), Cícero Lucena (PSDB-PB) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) fizeram uma visita agendada à Pagrisa para verificar as condições de trabalho (OK, me dêem dois meses de antecedência que eu transformou Guantánamo em colônia de férias).

Eles anunciaram que iriam pedir a abertura de inquérito da Polícia Federal para verificar os procedimentos adotados pelo grupo móvel durante a autuação da Pagrisa. Segundo a Agência Senado, na época Kátia Abreu afirmou que a empresa era “muito bem administrada” e formava “uma comunidade de trabalhadores rurais”. O Ministérrio do Trabalho e Emprego havia apontado em relatório com fotos e documentos que as condições no corte da cana eram desumanas e que havia trabalhadores sem receber nada após descontos indevidos.

De acordo com o Diário do Pará, Jarbas Vasconcelos e Kátia Abreu sinalizaram durante a visita que poderiam propor mudanças na legislação sobre trabalho escravo. Em vista da insegurança institucional que se estabeleceu, o Ministério do Trabalho e Emprego decidiu suspender as fiscalizações de trabalho escravo por tempo indeterminado. Muitos auditores temiam por sua segurança, uma vez que o próprio Senado colocava em cheque esse trabalho. Vale lembrar que, três anos antes, quatro funcionários do ministério chacinados em 2004 ao realizaram uma fiscalização rural de rotina em Unaí.

Diante disso, o senador Jarbas Vasconcelos, presidente da Comissão, disse que o Senado “não pode intimidar-se por um chilique de uma Ruth da vida”. Ruth Vilela é a secretária nacional de inspeção do trabalho e uma das criadoras do sistema de combate ao trabalho escravo no país. “Se Ruth da vida quer ter um chilique e ameaça fazer greve, fazer isso ou aquilo, que faça. Porém, esta Casa não pode dobrar-se a esses caprichos”, emendou.

A sociedade civil nacional e internacional, mídia, parte do governo federal, alguns governos estaduais, parlamentares passaram a criticar pesadamente a ação desses senadores. Em outras palavras, o tiro saiu pela culatra. Não só a fiscalização acabou saindo fortalecida e respaldada como o caso ajudou a colocar novamente em pauta a PEC do Trabalho Escravo, que prevê o confisco das terras em que esse crime for encontrado (a sua aprovação, é claro, são outros quinhentos).

Creio que o senador Jarbas, que tem uma história pessoal de serviços prestados ao seu estado e ao país, entrou de gaiato nessa. Outros senadores envolvidos já eram conhecidos por contestar abertamente o sistema de combate ao trabalho escravo por achá-lo injusto com os latifundiários. Ou seja, eram diretamente envolvidos com o tema, mas não ele. Por isso nunca entendi porque entrou nessa. Mais um caso que só congressistas sabem, mas sobre o qual nunca falarão.

O trabalho da comissão acabou sendo finalizado. Jarbas acabou deixando a comissão e, procurado pela Repórter Brasil na época, para comentar a suspensão dos trabalhos, preferiu não se pronunciar.

http://colunistas.ig.com.br/sakamoto/2009/02/18/o-pmdb-e-os-esqueletos-guardados-no-congresso-nacional/

Luis Nassif

Luis Nassif

View Comments

  • "Por isso nunca entendi
    "Por isso nunca entendi porque entrou nessa.", tsk, tsk,
    Para ele meter a mão nessa cumbuca, tinha coelho nesse mato.
    Macaco que muito pula quer chumbo, antes só do que mal acompanhado.

  • nassif:
    a vestal jarbas
    nassif:
    a vestal jarbas vasconcelos é falsificada.como a vestal roberto freire.
    por sinal,são aliados e um é suplente do outro.como se vê,dois bicudos
    se beijam.
    romério

  • Espero que o Pior Salário Do
    Espero que o Pior Salário Do Brasil continue a trabalhar com o PIG dessa maneira, assim fica mais fácil para a Dilma.

  • O Varão de Plutarco,codinome
    O Varão de Plutarco,codinome dado pelo Nassif ao Jarbas Vasconcelos,não gruda nele,pois assim como quase todos os políticos nordestinos(com raríssimas excessões)eles são os legítimos representantes de tudo o que há de pior na política local,sendo na verdade,os "testas-de-ferro"dos latifundiários da região.
    Todo aquele carnaval que ele ameaçou fazer na citada Comissão de Fiscalização ao trabalho escravo,em fazendas no norte do Brasil,foi só falácia,e logo em seguida,ele calou-se,pois se continuasse sua falação sensacinalista,seria defenestrado pelos seus financiadores,os coroneis que o colocaram na política.

  • Gustavo Cherubine:
    Gustavo Cherubine: "Francamente, precisamos acabar com esse Brasil das trevas".
    Concordo. Mas esse Brasil das trevas, alvo de ações da fiscalização e da polícia federal, pode voltar livre, leve e solto. Para isso, empenha-se a grande mídia, com a colaboração da mais alta corte de justiça.

  • Não consigo entender como um
    Não consigo entender como um reacionário desse já foi um dia classificado como "autêntico" do MDB. Talvez naquela época autêntico significasse outra coisa, diferente de hoje!!!!

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