Nordeste é a melhor região para atrair investimentos em energia eólica, afirma Rui Costa

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Pandemia, políticas públicas em educação e saúde, coronelismo, salto tecnológico. Governador da Bahia fala a Luis Nassif, na TVGGN, sobre os principais programas em desenvolvimento no Estado. Assista

A Europa está interessada em investir em energia renovável, saneamento básico e agricultura no Brasil, e o Nordeste se destaca como a melhor região para receber os recursos destinados à energia eólica. É o que afirma o governador da Bahia, Rui Costa, em entrevista exclusiva ao jornalista Luis Nassif, na TVGGN.

Costa disse que hoje a energia eólica é uma realidade que vem transformando o interior da Bahia, gerando inclusive renda para proprietários de terras não produtivas. 

“A transformação é impressionante pelo interior. Mudou o padrão até dos comércios e pousadas. Em geral, para esses projetos, não se compra a terra. Eles pagam o arrendamento para cada torre colocada na propriedade. Em geral, [os investidores] procuram os lugares mais altos para colocar as torres – que são lugares mais rochosos, de menor ou nenhuma produtividade agrícola – e eles pagam, em média, 6 mil reais por cada torre instalada, e com isso o proprietário da terra consegue alguma renda.”

No final de 2019, governadores que compõem o Consórcio Nordeste viajaram à Europa em busca de investimentos internacionais nesta e em outras áreas. A pandemia do novo coronavírus, contudo, paralisou as negociações, que devem ser retomadas tão logo o vírus estiver melhor controlado.

A entrevista com Rui Costa faz parte de uma série que a TVGGN lançou neste mês de março no Youtube, chamada “O Nordeste e a reinvenção da política”. Comandada por Luis Nassif, as entrevistas contam com a participação de outros governadores da região, que relatam as políticas públicas aplicadas em seu Estado que podem servir de exemplo para a região ou até inspirar um programa nacional para 2022. Clique aqui e confira a playlist.

Assista à entrevista completa com o governador Rui Costa:

Luis Nassif: Quais os fatores que levaram à renovação da política do Nordeste?

Rui Costa: Eu diria que foi um longo período sem resolver problemas cruciais, fundamentais para a sobrevivência e a vida das pessoas. Posso citar a questão do abastecimento de água. Nós tínhamos cidades sem água potável. Apenas uma pequena parte da população rural tinha acesso à água potável. Havia baixíssimo investimento em saneamento básico. Quando olhávamos para a rede de saúde, havia completa falta de infraestrutura. Na área da educação também resultados pífios, sem grandes investimentos. Enfim, isso foi demandando, e eu diria que a partir do governo Lula, em 2003, foi ficando mais claro para o povo do Nordeste que era possível reverter essa situação. E aí veio essa sucessão de governos com foco na gestão, na melhoria da qualidade de vida das pessoas e, portanto, conseguimos dar uma sequência. Aqui na Bahia estamos no quarto mandato seguido, apresentando significativas melhorias nos indicadores de vida da população – queda drástica da taxa de mortalidade infantil, redução do analfabetismo… Foi nesse período a maior construção de programas habitacionais da história do Nordeste. Só para dar um exemplo, na área da educação, a Bahia, desde o seu descobrimento, da Colônia, tinha uma universidade federal apenas. E hoje temos cinco federais e quatro estaduais. Tínhamos apenas uma escola técnica federal, em Salvador. Hoje temos 35 unidades do Instituto Federal de Educação Tecnológica espalhados pela Bahia. É uma mudança impactante na vida de jovens, idosos, do povo urbano ao rural. 

LN: Nos anos 1980, 1990, devido ao enorme poder político de Antônio Carlos Magalhães havia aqui no Sul uma fantasia de que existia na Bahia um governo moldado por gestão. Foram feitos investimentos petroquímicos em várias áreas, mas por que isso não transbordava para a população? Qual era a maneira de encantar a população sem lhe oferecer nada?

Costa: Sempre tiveram e têm até hoje uma estrutura de comunicação muito forte. À época que tinha esse poder político, eles se apoderaram da transmissão da Rede Globo e hoje têm cinco afiliadas no Estado, uma rede forte também de rádios, jornais e blogs. E isso, eu diria, criava uma imagem de falsa modernidade porque, de fato, a vida não avançava, não melhorava. Nesse período, posso afirmar que, sem sombra de dúvida, nunca houve na História da Bahia um volume de investimento em água e na rede de esgoto. De programas habitacionais, postos de saúde construímos 2 mil. Só no meu governo são 10 hospitais novos espalhados pelo Estado. Nós adotamos a filosofia de regionalizar a saúde, porque antes a rede estava centrada em Salvador e outras poucas cidades apenas. As pessoas tinham de viajar 800 quilômetros para fazer uma tomografia. Hoje temos 25 policlínicas com toda gama de exames, um para cada território, viabilizando o acesso das pessoas, inclusive, com micro-ônibus gratuito, com ar-condicionado. Pode existir uma policlínica privada igual à nossa, melhor não tem. No passado se criava uma espuma. Havia investimento na industrialização, mas isso não se transportava para a qualidade de vida das pessoas.

LN: Para implantar políticas públicas tem que ter vontade política, mas estruturas sociais de apoio. Na saúde, como é montada a política pública para dar eficácia às policlínicas e na descentralização do atendimento?

Costa: Nós introduzimos aqui o conceito do consórcio interfederativo de saúde. Para fazer o devido reconhecimento, copiamos o modelo do Ceará, que já estava aplicando esse modelo. É um modelo onde o Estado constrói o equipamento de saúde – cada policlínica custa em torno de 22 a 24 milhões de reais, em construção e equipamentos. Vinte e cinco delas foram construídas no meu governo com recursos próprios, sem participação do governo federal. No custeio a gente também inovou. O Estado participa com 40% do custeio e os municípios que fazem parte do consórcio dividem os outros 60%. Em geral dá uma contribuição de R$ 1,00 até R$1,20 para cada habitante do município. Então o município que tem 10 mil habitantes paga entre 10 mil a 12 mil reais para fazer todos os exames. Assim, além de aumentar a quantidade de exames, a gente reduziu o custo de muitos municípios. E também impactou na regulação dos preços dos serviços oferecidos pelos planos de saúde privados.

LN: O que foi pensado em termos de sistema de educação para as universidades federais e estaduais que foram criadas?

Costa: As universidades estaduais vieram antes das universidades federais, através de uma insistência grande nossa, nos governos Lula e Dilma, foi que conseguimos consolidar essas universidades porque a Bahia, comparado a qualquer outro estado, era o que tinha a menor oferta no ensino superior público, principalmente quando se fazia a relação pelo tamanho da população. A universidade pública brasileira, ela precisa ampliar muito sua relação com a vida real, sociedade, a atividade econômica. Temos um caminho ainda a percorrer. Lula tem o grande mérito de ter iniciado essa forte expansão do ensino superior e eu diria até do ensino técnico. Mas ainda tem um passo largo a ser dado para aumentar, e muito, a interação das universidades com a vida cotidiana, a vida real das pessoas, interagindo com projetos. Existem alguns e bons méritos em algumas universidades, mas não tem a escala de outros países. Minha percepção é que, na Europa, e até nos EUA, há uma vinculação maior das universidades com os diversos segmentos sociais. No Brasil as universidades ainda estão fechadas para si mesmas. 

LN: Como o governo tem tratado a questão dos pequenos produtores rurais e urbanos?

Rui Costa: Aqui temos o maior número de agricultores familiares do Brasil. São quase 700 mil famílias caracterizadas como agricultores familiares. Em meu governo contraímos um empréstimo do Banco Mundial e outras agências de fomento internacionais. Estamos aplicando 1,5 bilhão de reais em apoio à agricultura familiar no programa batizado de Bahia Produtiva, ou seja, para qualificar e dar apoio técnico para aumentar a produtividade no campo, dar apoio comercial, logístico, para que nós possamos criar e fortalecer cadeias produtivas. Essa seleção de projetos é feita por edital, por ramo e cadeia produtiva. Em um dos editais, batizado de Aliança Produtiva, permite a vinculação a um grande produtor. Por exemplo, conseguimos reabrir uma fábrica de sucos que estava há muitos anos fechada com um investidor inglês Nós montamos com ele uma parceria para ter uma rede de pequenos agricultores que pudessem plantar as frutas que o investidor vai processar na indústria. São diversos projetos com capilaridade grande, visando melhorar a renda e fazer rodar a roda da economia nas pequenas cidades.

LN: Quais são os instrumentos, as instituições que o senhor usa para levar esses serviços aos pequenos produtores?

Costa: Nós temos a Companhia de Assistência Rural que coordena, realiza essas ações, e trabalha junto com ela uma empresa de abastecimento rural. Temos duas empresas, uma que faz o serviço comercial das áreas que têm perfil comercial. E as áreas que não tem esse perfil, por causa da distância, nós fazemos o investimento pela Cerb (Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia), e executamos barragens de todos os tamanhos, seja para abastecimento humano ou irrigação. 

LN: Como está o sistema de pesquisas acadêmicas do Estado?

Costa: As universidades têm centros de pesquisas, mas os mais relevantes estão em Salvador. Temos a Secretaria de Ciência e Tecnologia e um fundo de apoio à pesquisa que gira em torno de 130 milhões de reais ao ano, para projetos selecionados a partir de editais voltados a várias cadeias produtivas, buscando fazer esse elo a que me referi, com a vida das pessoas. 

LN: Como tem sido a interação com parceiros internacionais?

Costa: Nós tentamos repor aquilo que o Brasil absolutamente deixou de fazer. Se você olhar esses dois anos e três meses de governo federal – ou até diria logo depois que tiraram o governo Dilma – o Brasil perdeu qualquer padrão de interação internacional, de busca de investidores de forma persistente em diversos países. Hoje eu diria que a divisão social do trabalho, divisão da renda internacional, ela se dá, hoje, pela disputa internacional. Os países disputam uma parcela dessa renda incorporando tecnologia. Isso fica evidente no setor automobilístico, por exemplo. Os países mais desenvolvidos não querem necessariamente a montagem das fábricas para montagem de carros, eles querem disputar a produção tecnológica do motor, o design, os softwares embarcados. Isso é muito maior do que a montagem em si. Eu visitei na China uma fábrica de alta performance. Eu perguntei: se a gente tivesse que dividir o custo do que é tecnologia embarcada do que é parte eletrônica, eles disseram que 70% dizem respeito à tecnologia e 30% à montagem, à roda. Ou seja, nós ainda estamos disputando os 30% enquanto os outros estão disputando os 70%. Você só vai dar um salto tecnológico se investir em tecnologia e fizer parcerias internacionais. E assim buscamos. 

Na pandemia, quando os laboratórios internacionais anunciaram que estavam iniciando a fase 3 [dos testes de vacinas], nós fizemos o que o Brasil não fez: buscamos oferecer a Bahia para ser campo de teste para a fase 3, vincular nossos cientistas à ciência internacional. A Moderna fez a pesquisa aqui. Fomos atrás do laboratório russo, chinês. Enfim, faltou buscar essa interação.

O Nordeste hoje é referência na produção de energia limpa no mundo. Temos investidores espanhóis, italianos, chineses, todos são unânimes em afirmar que aqui tem o melhor vento para geração de energia eólica. É a melhor performance no mundo.

LN: A energia eólica já gera renda para o proprietário da terra no interior? 

Costa: Sobre a renda, de fato, a transformação é impressionante pelo interior. Mudou o padrão até dos comércios e pousadas, o perfil das lojas. Em geral, para esses projetos, não se compra a terra. Eles pagam o arrendamento para cada torre colocada na propriedade. Em geral, procuram os lugares mais altos para colocar as torres – que são lugares mais rochosos, de menor ou nenhuma propriedade agrícola – e eles pagam, em média, 6 mil reais por cada torre instalada, e com isso o proprietário da terra consegue alguma renda.

LN: Como o Estado está buscando preencher a saída da Ford e o impacto sobre a cadeia produtiva?

Costa: Estamos buscando, prioritariamente na Ásia, empresas para substituir. Pediram para guardar o sigilo, mas tivemos visitas de empresas chinesas. Estão analisando. Não é momento de tomada de decisão. A crise é mundial. As empresas do mundo inteiro estão trabalhando com ociosidade. E mudou o comportamento em alguns países. Muitas pessoas não querem mais o carro, pagam o Uber ou outras modalidades de transporte. 

De fato, temos um buraco que precisamos preencher urgentemente. Mas o setor automotivo no Brasil vai sofrer muito. Infelizmente, com essa desvalorização cambial absurda, cada vez mais temos componentes sofisticados que são importados, então vai ter cada vez menos conteúdo embarcado de produção nacional, e maior conteúdo comprado de fora, e comprado com o dólar a 6 reais. O preço fica impossível de ter uma competição ou sustentar fábricas aqui. O custo está inviabilizando a produção nacional. 

É por isso que é urgente, emergencial, o Brasil se inserir na disputa de produção tecnológica.

LN: Como está a relação com os setores industriais?

Rui Costa: Temos uma boa relação com as federações da indústria e do comércio. Temos dois centros de pesquisas, um em Salvador, e introduzimos o Senai industrial, que serve de laboratório para simular a produção em desenvolvimento. Então temos uma interação grande na área de desenvolvimento e pesquisa.

LN: A oposição política teve mais espaço nas capitais, onde tinha uma estrutura mais moderna de sindicalismo. Hoje a oposição tem uma penetração maior no interior, mas a capital continua sendo carlista [referência ao ex-governador Antônio Carlos Magalhães]. O que explica esse fenômeno em Salvador em relação à Bahia como um todo?

Costa: Eu não diria que a capital é carlista, não tenho do que reclamar da capital. Eu ganhei na capital em todas as vezes. O Haddad em 2018 ganhou em todas as regionais de Salvador, mesmo nas regionais de classe média e alta, que, historicamente, o Lula nunca ganhou. O Haddad levou em todas e eu também. Então não caracterizaria dessa forma. Salvador tem uma tradição oposicionista. Ontem eu recebi uma projeção de que nossa aprovação aqui estava em 85% em Salvador. O que acho que nós não acertamos a mão foi na definição de candidatura. O ano que chegamos mais perto (de vencer a prefeitura de Salvador) foi o segundo turno de 2012. Não tivemos um bom desempenho nos detalhes. Não tivemos um bom desempenho no último debate, o que nos custou votos. Em 2016 tínhamos um candidato do PCdoB, e eu pessoalmente defendia outro nome (deputada Olívia Santana) que eu achava que tinha mais condições de acumular votos para a próxima eleição, de 2020. E em 2020 escolhemos um nome, e em função da própria existência da pandemia, a campanha foi prejudicada. [Hoje o DEM comanda a prefeitura com ACM Neto]

LN: Como está a penetração do bolsonarismo no Estado? 

Costa: Graças a Deus, nem no período eleitoral – a votação dele foi pífia no Estado – e durante a pandemia – com o pagamento do auxílio emergencial – na Bahia esse crescimento foi leve, nada expressivo. Agora, as taxas estão absolutamente lá no chão. Ele está absolutamente rejeitado e tem razão de ser. Hoje se o povo sofre, comércio tem que fechar, desemprego está alto, o responsável é o presidente da República. Eu digo aos comerciantes aqui que, infelizmente, têm que fechar seus estabelecimentos para conter a disseminação do vírus: se o presidente tivesse comprado as 70 milhões de doses da Pfizer, que tinha se comprometido a entregar em dezembro, janeiro e fevereiro; e se tivesse comprado as 50 milhões de doses que nós oferecemos no pré-contrato da Sputnik, só aí seriam 120 milhões de doses, ou 60 milhões de brasileiros imunizados. Não estaria precisando fechar a economia e tantas mortes acontecendo. O fechamento do comércio, o desemprego, se deve à incompetência do governo federal em não comprar a vacina, não enfrentar a pandemia. O Brasil, daqui a 50 anos, quando as pessoas estiverem discutindo nas universidades o que foi a pandemia no mundo, o mundo inteiro vai discutir que o pior no mundo foi o Brasil, que tinha um presidente que dizia para não usar máscara, que saia na rua para aglomerar, que tinha que envolver muita gente porque teria a imunização de rebanho e com isso a pandemia iria embora. Não precisava de vacina porque teria a imunidade de rebanho, a tese dele era essa. E está aí: o País perto de ser o campeão mundial de mortes. Estamos chegando a 300 mil mortes e, queira Deus, que não ocupemos o primeiro lugar. E a economia, destruída, por causa desse comportamento de negar a ciência e não comprar a vacina. Os baianos e os brasileiros estão pagando alto. Isso não foi o povo nordestino nem baiano, mas a maioria dos brasileiros se deixou dominar pelo ódio e acabou botando um incapaz para governar o Brasil.

LN: Quais são as prioridades do Consórcio Nordeste em termos de projetos interestaduais?

Costa: Nós fizemos uma viagem [para a Europa] no final de 2019, tínhamos feito estudos e  programado no calendário de 2020 replicar essa viagem, para convidar esses empresários com quem nos reunimos lá. Na área de saneamento, conseguimos sensibilizar muitos investidores. Área de energia renovável, que a Europa tinha um interesse enorme, também. Estava tudo marcado para poder convidar empresários do mundo inteiro para conhecer oportunidades de negócios no Nordeste. Infelizmente a pandemia suspendeu toda essa agenda. Mas eu diria que a área de energia sensibiliza muito, e o Nordeste tem a melhor posição competitiva do Brasil para atrair investimento em energia eólica e solar. Área de saneamento também atrai investimentos. Na área de agricultura também há oportunidades. Na área de turismo temos muito investimentos de grupos espanhóis e alemães. Estamos concluindo uma PPP com um grupo alemão que, a partir de sua estadia aqui em Porto Seguro, desde a Copa do Mundo, vai disputar a licitação da construção de um aeroporto em Porto Seguro. São muitos investimentos e vamos desdobrar isso após o controle da pandemia.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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