Política

Relatório escondido por Bolsonaro que prova eleição sem fraude deverá ser publicado

Quando Jair Bolsonaro fomentou as Forças Armadas a fiscalizar e chegou a contratar, pelo PL, uma auditoria paralela para investigar supostas fraudes nas eleições 2022, não foram detectadas irregularidades no sistema de votação brasileiro e o então mandatário silenciou sobre a existência de tais fiscalizações e seus resultados.

Agora, o Ministério Público do Tribunal de Contas da União (MP-TCU) exige que o ex-presidente mostre estes relatórios das Forças Armadas e auditorias contratados pelo seu partido, durante a campanha eleitoral.

À época, as Forças Armadas receberam ordens diretas do então presidente para fiscalizar as urnas, na biometria de 58 equipamentos e mais uma contagem paralela de 358 boletins de urna.

E, como mostrou o GGN, o PL financiou o Instituto Voto Legal a produzir uma apuração paralela dos boletins de urnas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

E os resultados de ambos não foram revelados publicamente. Em novembro, um trecho do documento do Ministério da Defesa foi vazado à imprensa, em novembro, mostrando que os militares não encontraram nenhuma prova material de fraude nas urnas, que tivessem beneficiado Lula.

Ainda, outro relatório de dezembro de 2022, produzido pela CGU (Controladoria Geral da União) de Jair Bolsonaro, também não detectou “inconsistências no sistema eletrônico de votação”.

Nesta terça (31), o ex-mandatário voltou a questionar o resultado das eleições brasileiras, durante um encontro com apoiadores, em Orlando, nos Estados Unidos. “No fim das contas, a gente fica com uma interrogação na cabeça”, disse, o que puxou da plateia gritos de que a eleição foi “roubada”.

A tal interrogação, que estaria respondida nos relatórios das Forças Armadas e demais documentos que analisaram e fiscalizaram as eleições 2022, deverá ser divulgado publicamente. É o que pede o Ministério Público.

De acordo com coluna de Malu Gaspar, o subprocurador-geral Lucas Furtado pediu o envio do relatório da CGU, que conclui que “não foram verificadas inconsistências no sistema eletrônico de votação”.

“Tal medida se faz necessário a fim de conhecer e avaliar se o ex-presidente Sr. Jair Bolsonaro tinha conhecimento da inexistência de fraudes nas eleições e, mesmo assim, continuou intensificando a divulgação de fake news a ensejar incertezas sobre o sistema eleitoral brasileiro com possível dano ao erário”, explica Furtado.

A Controladoria-Geral da União (CGU) – não mais sob o comando de nomeados de Bolsonaro – terá 10 dias para entregar o documento e torná-lo público.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Pessima ideia.... forcas armadas brasileiras nao tem knowhow, expertise nem capacidade tecnica e/ou tecnológica para "auditar" nem eleição de condominio. O caso eh de CPI e demissao a bem do serviço publico de TODOS os envolvidos, comecando pelos generais ate o ultimo soldadinho adolescente.

  • Milico sabe muito de brincar de guerrinha de faz de conta e pintar meio fio. vamos deixar o trabalho sério com o pessoal capacitado.

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