Política

“Sem olhar partido”, diz diretor da PF sobre a Operação contra PCC que protege Moro

“Operação sem olhar partido”, descreveu o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, sobre a Operação deflagrada nesta quarta (22) contra quadrilha ligada ao PCC que planejava atentados contra autoridades, incluindo Sérgio Moro (União Brasil-PR).

“Hoje, realizamos uma Operação importante em razão de ameaças, graves, gravíssimas eu diria, de várias autoridades públicas, sem olhar para qual partido, para qual ideologia, para qual governo, para qual situação essas pessoas estão”, afirmou o diretor da PF. “Simplesmente cumprindo o nosso dever constitucional e legal.”

“É essencial que todo policial federal assimile como mantra o que deve ser a base de toda e qualquer investigação, o trinômio: qualidade da prova, autonomia investigativa e responsabilidade”, completou.

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Na contramão das declarações das autoridades investigativas, o ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou e assumiu teor partidário, levando Fake News e associando o caso ao episódio de Celso Daniel e também à facada sofrida por ele em 2018.

Bolsonaro responsabiliza o PT pelo assassinato do ex-prefeito de Santo André, no ABC Paulista, em 2002. As investigações ao longo de mais de 20 anos concluíram que as motivações do caso Celso Daniel não foram políticas.

“Em 2002, Celso Daniel, em 2018 Jair Bolsonaro e agora Sérgio Moro. Tudo não pode ser só coincidência. O Poder absoluto a qualquer preço sempre foi o objetivo da esquerda”, escreveu Bolsonaro, nas redes sociais.

O promotor responsável pela investigação do PCC, Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), já revelou em diversas entrevistas a jornais nesta quarta-feira (22) que as motivações para o plano contra autoridades políticas eram de retaliação.

Gakiya foi quem pediu a transferência do líder do PCC, Marcola, para um presídio federal, em 2018, e afirma sofrer, desde então, ameaças de morte e convivendo com base a escolta policial. “Quase mensalmente tem um plano para me matar”, afirmou.

Já Sergio Moro, narrou o promotor, teria sido alvo do grupo ligado ao PCC por causar um “descontentamento” na facção, ao proibir a visita íntima a detentos do sistema penitenciário federal, enquanto era ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Esperamos que o governo anuncie essa bondade com o mesmo estardalhaço da direita. Não basta ser generoso e magnânimo, há que se anunciar aos 4 ventos, pois quem não o foi, passou por bom só por saber promover-se.

  • Cadê o porta-voz do governo Lula para dar versão oficial sobre fatos.
    O governo bolsonaro tinha mais que um porta-voz, um alto falante - o Otávio Barros do Rego ( ou seria Rego Barros?)

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