Categories: Políticas Sociais

Bolsa Família – Por que a mídia monopolista e a direita (partidos, empresários, elites rurais e urbanas) tanto criticam.

A questão fundamental é: o Bolsa Família é o maior e mais bem sucedido programa de distribuição de renda à população brasileira pobre que já existiu na história.

Isto incomoda muita gente.

Isto coloca milhares e milhares de pessoas com acesso a alimentos e bens de  consumo básico.

Isto trouxe um conjuntos de melhorias na qualidade de vida para milhares de famílias brasileiras.
Bolsa Família é isto: distribuição de renda.
É este fato que se quer negar terminantemente, seja a mídia conservadora, sejam os empresários e os políticos do psdb, dem, md e toda a direita brasileira.
O Bolsa Família precisa ser visto como ele é: um programa social que procura garantir mínimos recursos econômicos às famílias de baixa renda.
Se formos mais fundo na história: é um modo do Estado Brasileiro reparar as mazelas com as quais milhares dessas famílias convivem, as injustas relações de poder e as formas desiguais de apropriação da terra e, claro, do capital (sendo a terra, obviamente, um valoroso capital).
Mas é, também, um investimento no saber socialmente construído por esta população.
Política social precisa estar diretamente relacionada com economia popular e solidária.

Citando Ilya Prigogine: “o possível é mais rico do que o real”.

O governo do PT foi capaz de criar e por em execução este grande programa de distribuição de renda. Logicamente angaria fundos políticos com o programa. Mas está é apenas uma das consequências: eleger quem promove políticas sociais de ampla magnitude.
É esta pauta que devemos assumir. Devemos demonstrar, com todos os dados coletados e pesquisas realizadas, os efeitos positivos do programa para a diminuição da miséria e a melhoria do bem estar das populações de baixa renda. Sobretudo para as mulheres-mães desse imenso país.
Devemos falar, com a mesma ênfase, sobre os vários empréstimos públicos feitos por vários governos brasileiros a usineiros, às Organizações Globo, às grandes indústrias, aos grandes agricultores, às grandes empreiteiras. Empréstimos que muitas vezes foram e são perdoados, gerando efeitos de má distribuição da renda, gerando uma acumulação perversa do capital.
Temos vários exemplos de isenção de impostos ad infinitum, acordos de comodato para cessão de terrenos da união, etc.
Devemos comparar o enorme volume de dinheiro que o sistema financeiro distribui (sem nenhum suor e trabalho produtivo) para as mãos de pouquíssimas famílias e o que o programa bolsa família distribui e promove por todo o país. Devemos pôr na roda, fazer circular informações referentes ao trabalho social e comunitário importantíssimos das mulheres que recebem o bolsa família. Devemos denunciar este forte preconceito – disseminado diuturnamente pelas “vejas”, “épocas”, “folhas” e “jornais nacionais” – contra essas mulheres e famílias.
Utilizando dos termos de Immanuel Wallerstein, eles (caráter predominantemente machista) continuam recriando e banalizando o conceito da dona-de-casa. As mulheres sempre trabalharam, e a maioria dos domicílios tinha sido historicamente patriarcal e agora, muitos voltam a ser administrados por mulheres. Entretanto, o que ocorreu e ocorre ainda é que as mulheres são excluídas daquilo que é definido, arbitrariamente, como trabalho que produz renda. O resultado continua sendo que as mulheres trabalham mais ou em tarefas mais difíceis, mas seu trabalho é sistematicamente desvalorizado. E na verdade, por mais que ninguém fale mais disso, a dona-de-casa sempre subsidiou parte do salário da renda familiar com a natureza do seu trabalho: cuidar dos filhos, da casa e alimentar a força de trabalho do capital.
Fernando Cisco Zappa

Belo Horizonte

Redação

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