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Marielle Franco, uma trajetória de lutas
Filha de Marinete da Silva e Antônio Francisco da Silva Neto, Marielle Francisco da Silva nasceu no dia 27 de julho de 1979, no Rio de Janeiro (RJ). Nascida e crescida no Complexo da Maré, região pobre da cidade, Marielle começou a trabalhar cedo, aos 11 anos, como camelô, ocupação de seus pais.
Antes mesmo de ingressar no curso de graduação em Ciências Sociais da PUC-Rio, que cursou com bolsa integral fornecida pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), Marielle passou a militar em defesa dos direitos humanos, depois de uma de suas amigas ser atingida fatalmente por uma troca de tiros entre policiais e traficantes na Maré. Após a graduação, Marielle ingressou no mestrado de Administração Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF) e sua dissertação, defendida em 2014, focava na atuação das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) e tecia uma análise da política de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Em 2006, após participar da campanha para deputado estadual de Marcelo Freixo, Marielle torna-se sua assessora parlamentar, cargo que ocupará nos dez anos seguintes. Durante esse período, se destacou por prestar auxílio jurídico e psicológico a familiares de vítimas de homicídios ou policiais vitimados.
Também trabalhou em organizações da sociedade civil, como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm), e coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de Marcelo Freixo.
Em 2016, Marielle é eleita vereadora do Rio de Janeiro, após conseguir 46 mil votos, sendo a quinta candidata mais votada na cidade. Na Câmara Municipal, presidiu a Comissão de Defesa da Mulher e iria integrar a comissão de vereadores que pretendia monitorar a intervenção federal no Rio de Janeiro. No curto período em que atuou como vereadora, apresentou 16 projetos de lei, especialmente pensados em políticas públicas para negros, mulheres e LGBTI.
No dia 14 de março de 2018, aos 38 anos, a trajetória política da vereadora é brutalmente interrompida quando o carro em que estava foi atingido por 13 tiros, que tiraram a vida dela e do motorista Anderson Pedro Gomes. Seu funeral é marcado por forte comoção, sendo noticiado mundialmente.
Após uma investigação marcada por uma série de erros, a polícia prende, em março de 2019, o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-policial Élcio Queiróz, sob a acusação de serem os executores do crime. Em outubro de 2019, a Procuradoria Geral da República denuncia como mandante do crime o político Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RJ). Contudo, a Polícia Civil do Rio de Janeiro continua as investigações, que ainda podem envolver, além de membros de milícias, importantes políticos da extrema direita brasileira.
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