Mulheres recebem 74% do rendimentos dos homens, mostra Pnad

Da Agência Brasil

As mulheres recebem, em média, 74,5% do rendimento dos homens. A constatação é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, divulgada hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano anterior, a proporção atingia 73,5%.

O rendimento médio mensal real, ou seja, descontada a inflação, alcançou R$ 1.987 entre os homens no ano passado, enquanto o das mulheres foi R$ 1.480. Na faixa de 15 anos ou mais de idade, entre a população em geral, o rendimento médio mensal ficou em torno de R$ 1.774, superando em 0,8% a média do rendimento apurado em 2013, que foi R$ 1.760. Já o rendimento médio mensal real domiciliar per capita cresceu 2,4%, subindo de R$ 1.217 para R$ 1.246.

Em 2014, o Brasil tinha 98,6 milhões de pessoas ocupadas, um aumento de 2,9% em comparação com 2013, enquanto a população em idade ativa evoluiu 1,7% no período. A proporção de pessoas ocupadas entre a população em idade ativa foi de 61,9% no ano passado, mostrando aumento de 61,2% em relação a 2013. Entre as mulheres, o aumento ficou em 51,2% e, entre os homens, 73,7%.

Sobre a forma de inserção no mercado de trabalho, a pesquisa revela que a participação dos empregados com carteira de trabalho assinada, 60,5 milhões de pessoas, diminuiu um ponto percentual, tendo alcançado 61,3% em 2014. Já os trabalhadores por conta própria evoluíram de uma fatia de 20,7% do pessoal ocupado para 21,4%, totalizando 21,1 milhões de pessoas.

O contingente de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado em atividade não agrícola, que somou 35,1 milhões de pessoas em 2014, aumentou 1% (mais 345 mil trabalhadores). Essa expansão só não ocorreu no Sudeste, que apresentou queda de 1,2%.

Desocupados

O contingente de pessoas desocupadas também aumentou em 2014. Eram 7,3 milhões de pessoas desocupadas no ano passado, 9,3% a mais que em 2013. A taxa de desocupação ficou em 6,9% no ano pesquisado, contra 6,5% em 2013.

O maior aumento do desemprego foi verificado na Região Sudeste, com um crescimento de 15,8% no número de pessoas desocupadas. Mais da metade, ou o correspondente a 56,7% dos desocupados, eram mulheres, e 28,3% do total de desocupados nunca tinham trabalhado.

Redação

Redação

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  • Agora é que são elas!

    E por falar em Mulheres, essa aqui esta redendo:

    Site: O Cafezinho

    Porque toda mulher é sobrevivente

    13/11/2015 Denise Godinho

    Ontem, pela terceira vez em duas semanas, as mulheres voltaram para as ruas.

    Protestaram contra Eduardo Cunha e o projeto misógino de lei PL 5069, que dificulta o atendimento de mulheres que sofreram abuso sexual.

     

    As mulheres estão unidas e não vão descansar.

    Ontem o jornal The Guardian publicou uma reportagem sobre a campanha #primeiroassédio criada pelo coletivo feminista Think Olga.

    A campanha, que fez com que mulheres corajosas contassem as histórias dos seus primeiros assédios, ganhou uma hashtag em inglês #firstharassment e, agora, corajosas do mundo todo compartilham seus causos.

    Terríveis.

    Também ontem, a vlogueira Jout Jout foi ao Jô Soares e driblou uma afirmação bastante preconceituosa do apresentador.

    Jout Jout ganhou notoriedade com o vídeo "Não tira o batom vermelho", onde reflete sobre relacionamentos abusivos.

    A ideia do vídeo surgiu depois que uma amiga lhe contou que o namorado balançou um guardanapo na cara dela e disse para tirar o batom vermelho porque estava com cara de puta.

    Jô Soares durante a entrevista disse: "Mas não dá para sair por aí com cara de puta".

    Quem viu a entrevista, percebeu o visível desconforto de Jout Jout com o apresentador.

    Nesta manhã, para fechar a semana bem conturbada, a cantora Clarice Falcão divulgou o clipe “Survivor”, uma versão da canção da banda “Destiny ‘s Child”.

    O clipe conta com mulheres interagindo com um batom vermelho. (Talvez uma referência para o vídeo da vlogueira Jout Jout?)

    Entre estas mulheres estão Luíse Bello, manager de conteúdo do Think Olga e a escritora Adriana Falcão, mãe de Clarice.

    Assista abaixo o clipe de Clarice Falcão:

    [video:https://youtu.be/NlxFf40Lqx4%5D

     

  • Trabalhando de graça neste "restinho" de ano...

    Desigualdade: mulheres brasileiras trabalham 'de graça' desde 19 de outubro

    Luiza Bandeira
    Da BBC Brasil 

    Se alguém te pedisse para trabalhar de graça até o final do ano, você aceitaria? Provavelmente não.

    Mas é o que de certa forma ocorre com as mulheres, na visão de um grupo de ativistas por igualdade de salários, que, levando em conta a diferença salarial entre homens e mulheres na Grã-Bretanha (14,2%), calculou que as britânicas "pararam de receber" neste ano na segunda-feira passada, dia 9.

    Em um mundo com salários iguais para o mesmo trabalho, homens e mulheres trabalhariam 365 dias por ano recebendo o mesmo. No Brasil, devido à desigualdade de salários entre homens e mulheres, elas já estão trabalhando "de graça" desde o dia 19 de outubro.

    O cálculo foi feito com base em estatísticas do IBGE pela especialista em economia de gênero Regina Madalozzo, do Insper, a pedido da BBC Brasil.

    Segundo o IBGE, a diferença média entre os salários de homens e mulheres no país, para quem trabalha 40 horas por semana, é de 20,32%.

    Como trabalham os mesmos 365 dias, é como se esse finalzinho do ano fosse de graça. Elas só recebem pelo trabalho de 291 dias – completados no último dia 18. A partir daí, passaram a trabalhar sem receber por isso.

    A metodologia é a mesma usada no Reino Unido para marcar o "Equal Pay Day", um dia de luta pela igualdade de salários entre homens e mulheres. No país, que tem uma diferença salarial menor que a do Brasil (14,2%), a última segunda-feira foi o dia em que elas "pararam de receber".

    Brasil

    No caso do Brasil, foram usados os dados ajustados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2013, último dado disponível.

    Segundo a pesquisa, o salário médio dos homens é de R$ 1.886,50 e o das mulheres, de R$ 1.503,17. Esses valores foram calculados com dados de pessoas entre 16 e 65 anos de idade que trabalham no mínimo 40 horas por semana.

    Image copyrightThinkstockImage captionMulheres brasileiras ganham, em média, 20% a menos que homens

    A conta usa a média salarial de pessoas em diferentes profissões. Mulheres costumam seguir carreiras com salários menores, como enfermagem, e homens têm profissões mais bem remuneradas, como engenharia.

    Segundo Regina, esse cálculo base é usado internacionalmente porque leva em conta que a discriminação pode ocorrer na hora da escolha da carreira.

    "Sim, mulheres escolhem profissões que pagam menos. Mas essas profissionais merecem um salário menor ou paga-se menos nelas porque há muitas mulheres? E por que as mulheres optam menos que os homens por engenharia, por exemplo? Por que elas se acham piores em matemática?", questiona.

    "Quando você considera apenas pessoas que estão na mesma profissão, é como se você admitisse que não há um problema, que não existe preconceito em relação à escolha profissional", diz ela. "A média considera que podem haver outros preconceitos que influenciam na escolha profissional", completa a especialista.

    Leia também: Estereótipo de que 'matemática é para garotos' afasta meninas da tecnologia, diz pesquisador

    Escolaridade

    Quando o cálculo é feito considerando a escolaridade, os dias trabalhados "de graça" por elas aumentam ainda mais para alguns grupos. Isso ocorre porque, no Brasil, quanto mais escolarizada é uma mulher, menos ela recebe em comparação aos homens com o mesmo nível de estudo.

    As mulheres que têm nível superior completo, por exemplo, estão trabalhando sem receber nada, teoricamente, desde o dia 13 de agosto.

    Já aquelas sem nenhum tipo de instrução começaram a trabalhar de graça no dia 7 de novembro.

    Image copyrightDivulgacaoImage captionRegina Madalozzo: Mulher negocia menos e ainda trata emprego como "favor" da empresa

    Mas isso não significa que não vale a pena estudar – as mulheres com nível de educação maior têm um salário bem mais alto do que as que não estudaram.

    E por que as mulheres ainda recebem menos que os homens?

    "É o famoso e conhecido preconceito", diz a professora Maria José Tonelli, da FGV/EAESP. "O Brasil tem muita fama de igualdade, mas a gente tem uma série de preconceitos velados", acrescenta.

    "Um liberal te diria que é porque elas trabalham menos", diz Hildete Pereira de Melo, professora da UFF (Universidade Federal Fluminense) especialista em trabalho e desigualdade de gênero.

    "Mas elas também fazem o trabalho doméstico. Trabalham mais, mas isso não é valorizado."

    Segundo ela, a jornada média das mulheres brasileiras é de 30 horas, e, se não forem consideradas apenas jornadas de 40 horas, como faz o levantamento usado pela reportagem, a diferença salarial entre homens e mulheres está na faixa dos 30% – o que faria com que elas trabalhassem ainda mais dias "de graça".

    Mas a professora acrescenta que, mesmo dentro das mesmas jornadas, há diferença. "É uma sociedade patriarcal, em que homens ainda veem mulheres como de segunda categoria."

    Image copyrightPAImage captionMetodologia usada em cálculo no Brasil é a mesma do Reino Unido, onde 'Equal Pay Day' marca a luta por salários igualitários

    Para Regina, além da diferença na escolha das profissões, uma das explicações está no fato de as mulheres negociarem menos, aceitarem salários mais baixos e pedirem menos aumentos.

    "O homem pensa assim: se a empresa me contratou, tem que pagar o que eu valho. Já para a mulher é como se fosse um favor que a empresa faz. Li outro dia alguém dizendo que a gente pediu licença para entrar no mercado de trabalho e é como se continuasse pedindo. Pensamos: 'Que bom, a empresa me aceitou'."

    Mudanças

    Para a especialista, uma mudança importante passaria pela concessão de licença-paternidade para homens.

    Ela acredita que, se eles pudessem ficar em casa mais tempo com o bebê, a sociedade poderia ver homens e mulheres de forma mais igual, compartilhando as mesmas responsabilidades com a família e com o trabalho doméstico, o que poderia ter impacto no mercado de trabalho.

    Hildete acrescenta que há necessidade de incentivar garotas do ensino médio a gostar da área de exatas e dar a elas a oportunidade de seguir carreiras como engenharia e informática.

    Image copyrightPAImage captionSegundo especialista, mulheres aceitam salários mais baixos e pedem menos aumentos

    As especialistas, porém, concordam que o momento é positivo para mudanças.

    "Houve um grande debate ligado à questão do assédio (#PrimeiroAssédio) e depois os homens cedendo espaço para mulheres se manifestarem (#AgoraÉqueSãoElas). É bom, as mulheres têm que se mobilizar", diz Maria José.

    "Tem uma coisa vibrante que não é só na classe média, reverbera também entre meninas pobres, negras. Ninguém vai dar nada de graça. Os homens que comandam empresas não vão dizer que as oportunidades são iguais se as mulheres não disserem 'eu também quero'", conclui Hildete.

    http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151110_mulheres_trabalho_gratis_lab

  • Óbvio que se a mulher faz o

    Óbvio que se a mulher faz o mesmo serviço do homem com o mesmo rendimento, ela deveria receber o mesmo, mas essas pesquisas pelo jeito não levam em conta o rendimento de cada um. Por exemplo, se um homem produz 100 peças/dia e uma mulher produz 80 peças/dia em uma empresa, não tem porque ambos receberem o mesmo salário, pois senão o empregador iria contratar apenas homens para a empresa. Acho que a pesquisa deveria pegar uma amostragem de homens e mulheres no mesmo serviço e comparar o rendimento do serviço com o salário, para se ter uma noção de quão injusta estão sendo as remunerações. 

    • Vc tem alguma base p/ levantar a hipótese d q elas rendem menos?

      Entao está apenas defendendo os salários desiguais. Deixa de hipocrisia.

        • Exatamente, Vania

          E ele ainda escreve: "as pesquisas pelo jeito não (...)"  Ele não tem base fundamentada alguma para dar seu exemplo machista, é "pelo jeito" . É evidente que a pesquusa compara homens e mulheres com o mesmo  grau de formação, rendimento no trabalho e salário, senão ela não teria valor akgum.

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