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TV GGN 20h: Lula Favorito no Datafolha, com Marcos Coimbra e Eliara Santana

O programa começa apresentando os dados de covid-19 no Brasil: 2494 pessoas perderam a vida no dia, e a média diária semanal atingiu 1948 – ficando abaixo dos 2 mil. Porém, o total de novos casos voltou a crescer – a média diária semanal está em 61.316.

“Os óbitos, refletindo a primeira onda, começaram a cair – mas você tem o risco de uma terceira onda podendo começar a pegar”, diz Nassif.

Sobre o depoimento de Fabio Wajngarten, Nassif diz que “o sujeito é inexpressivo. Ele voltou ao anonimato, daí achou por bem aparecer em uma entrevista para a Veja, falou um monte de bobagens, se colocando em uma posição maior do que ele tinha”

“Hoje, na CPI, foi um vexame. E terminou com um abuso do Flávio Bolsonaro, xingando – no padrão Bolsonaro. Espero que ele não contrate o Escritório do Crime para resolver essas pendências dele”, diz Nassif.

“O ponto central é que ficou claro nesse jogo que a entrevista desse Fabio – antes ou depois da entrevista – foi programada para fritar o Pazuello e para livrar o Jair Bolsonaro (…) Ele fez todo um jogo de cena, mas tudo dentro da mediocridade que caracteriza esse pessoal”. Para discutir o discurso na CPI e na mídia, Nassif conversa com a jornalista e pesquisadora Eliara Santana,

“Foi um absoluto vexame o depoimento dele na CPI. Ele (Wajngarten) tentou construir um discurso com a entrevista na Veja e, depois, ele não conseguiu segurar as mentiras todas para defender Bolsonaro, dizendo que não se lembrava de campanha nenhuma, enfim”, diz Eliara.

“Desde o ano passado, eu venho estudando essa questão da disseminação de desinformação para além das fake news”, diz Eliara. “Eu acho que a CPI está começando a entrar nesse processo e, aliás, eu acho que é por isso que o Flávio Bolsonaro ficou tão indignado (…)”.

“Acho que as perguntas (ao Wajngarten) foram muito incisivas, para demonstrar exatamente esse esquema vergonhoso, esse esquema gigantesco de desinformação profissional que essa turma que está no governo montou”, diz Eliara

“Se a gente pensar que, desde a campanha de 2018, nós temos aquele momento com aquela reportagem da Folha que fala do disparo massivo de notícias falsas, mas cutucam apenas uma ponta, falam apenas em disparo massivo”, explica Eliara. “A questão é esse grande esquema que envolve produção profissional, profissionalíssima, de desinformação – e nisso aí eu acho que eles vão chegar nos influencers, a jornalistas que recebem por isso para fazer vídeos. Eu acho que a CPI chegou muito nesse ponto”, diz Eliara

Para Nassif, “um ponto que vai ser central nessa CPI é a questão daquela vacina chinesa – esse é um escândalo (…) O governo chegou a assinar um contrato de compra de 2 bilhões para adquirir uma vacina que não tinha nem certificação ainda”

Pesquisa Datafolha e o cenário eleitoral

Segundo Nassif, outro ponto que chamou a atenção são as diversas pesquisas sobre as eleições de 2022 culminando com o Datafolha desta quarta-feira, “que destoa de todas as anteriores e dá o Lula com possibilidade de vencer no primeiro turno”. Para discutir os dados das pesquisas eleitorais, Nassif conversa com Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi.

Sobre as disparidades dos resultados das pesquisas, Coimbra compara com uma cirurgia de catarata: “Sabe quando a pessoa começa a ter um problema de enxergar longe? Aí, à medida em que o tempo vai passando ela vai enxergando menos, até uma hora em que ela vai no oftalmologista, faz a cirurgia e pronto”

“É assim que nós estamos desde meados do ano passado, quando por razões evidentes os institutos de pesquisa no Brasil pararam de fazer pesquisa presencial – que é, em um país como o nosso, a única maneira de você ouvir o que pensa o conjunto da população. E aí, inventou-se que era possível fazer pesquisa remota no Brasil, seja por telefone, seja pela Internet. E é óbvio que isso funciona bem em alguns lugares do mundo, mas funciona mal em outros”, diz Coimbra.

“Nos EUA, por exemplo, os eleitores se registram voluntariamente, são as pessoas que querem participar da eleição (…) Aí você tem um banco de dados em que tem os eleitores, as pessoas que efetivamente vão votar com o telefone delas. Aí não tem mistério nenhum (…) Você pega uma amostra dos telefones dos eleitores, liga e funciona – não perfeitamente bem, mas muito melhor do que em um país como o Brasil, em que os eleitores são o universo da população, pessoas de baixo interesse, baixa informação mas que são obrigadas a votar (…)”, diz o sociólogo.

Marcos Coimbra diz que, no final de fevereiro, uma pesquisa presencial foi feita pela turma que saiu do Ibope Opinião. “Essa turma que saiu de lá fez uma pesquisa presencial, e deu um resultado muito parecido com esse do Datafolha – porque entrevistou todo mundo”.

“Hoje, nós tivemos a primeira pesquisa (…) Nessa, do Datafolha, tem a lista, com todo mundo, espontâneo, estimulado, segundo turno, cenários diferentes. É uma pesquisa normal, e daqui para frente vai ser assim – a menos, é claro, que tenhamos um repique na doença”

“Essa é a primeira pesquisa presencial do Datafolha desde 2019 (…) Essa mostrava um quadro completamente do que as (pesquisas) telefônicas começaram a mostrar em 2020”, explica o presidente do Vox Populi.

“E continuaram – como mostra esta de hoje, o Bolsonaro tem uma inserção melhor nas classes médias, empresários, pessoas de escolaridade mais alta – que, por razões pra mim misteriosas, simpatizam mais com o Bolsonaro”, diz Coimbra.

“Quando você super-representava essas camadas, o resultado era mais favorável ao Bolsonaro do que uma pesquisa em que essas camadas estão na proporção correta. Agora, essa pesquisa e outras que sairão daqui para frente (…) provavelmente vão à mesma do Ibope e do Datafolha”.

“Vamos esquecer esse monte de pesquisa remota, que foi feita nesse ano e pouco. Joga fora, elas só servem para te dizer ‘Bolsonaro está bem nas camadas de renda média e alta’ – todo mundo sabia disso. Então, essas pesquisas, a rigor, para mim não servem para nada”, diz o presidente do Vox Populi. “O que a lógica política sugere é que nós tenhamos um Lula em processo de consolidação e melhora daqui para frente, e um Bolsonaro em processo de fragilização e piora nos próximos meses”, diz Coimbra

“O Lula vai ficar melhor por que: hoje, quando ele já é um nome cuja última eleição foi disputada em 2006, nós já estamos 15 anos depois (…) Agora, o Lula vai poder se reencontrar com uma parte grande do eleitorado brasileiro que gostava dele antes, e vai poder se reapresentar ou se apresentar para um eleitorado mais jovem (…) Ele vai fazer uma campanha, e tem muitos garotos e garotas que vão conhecer Lula agora”, explica o sociólogo.

“Não tem mais nada a dizer contra ele (Lula). Tudo o que havia de argumento, e que se podia imaginar, já foi dito”, diz Coimbra. “A grande maioria das coisas ditas contra ele eram simples mentiras (…) Agora não, de onde vai poder tirar mais coisa ruim contra ele?”, ressalta Marcos Coimbra. “O Bolsonaro, a tendência é ficar de onde está para pior. O governo dele é uma catástrofe, a turma dele é horrorosa. Na medida em que ele ficar mais histérico com a chance reduzida de reeleição, ele vai partir cada vez mais para a ignorância (…)”, explica Coimbra.

Redação

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