Universalização do ensino básico esbarra em 60 milhões de crianças fora da escola

Sociólogo Jorge Werthein problematiza cenário frente ao desenvolvimento sustentável necessário em um mundo que demanda cada vez mais informação e conhecimento.

Por Ana Luiza Basílio do, Centro de Referências em Educação Integral

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram projetados para 2015. Mas, a sete meses para o término do ano, o cumprimento deles causa preocupação, sobretudo quando se olha para o de número dois que prevê a universalização do ensino básico.

O tema foi debatido pelo sociólogo Jorge Werthein no artigo Agenda em Aberto, publicado pelo O Globo no último mês de abril. No texto, o autor chama a atenção para as quase 60 milhões de crianças que estão fora da escola no mundo e questiona a promoção de um desenvolvimento sustentável diante de populações que mal sabem ler e escrever.

A “agenda pendente” vem mobilizando esforços, caso do Encontro Global sobre Educação promovido em 2013 pela UNESCO e Unicef. A Fundação Education Above All, que atua em 38 países, também integra as iniciativas e, no Brasil, desenvolve o projeto Aluno Presente, realizado pela Associação Cidade Escola Aprendiz em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.

A iniciativa tem como missão contribuir para que todas as crianças e adolescentes da cidade do Rio de Janeiro, entre seis e 14 anos, tenham o seu direito à educação básica garantido. Para isso, atua na mobilização e articulação de familiares, educadores, equipes escolares, órgãos públicos e instituições locais.

Buscando identificar e localizar as 21 mil crianças que nunca estudaram ou com histórico de evasão escolar, uma equipe de profissionais percorre diferentes bairros de todas as regiões da cidade visitando casas, associações de moradores, postos de saúde, comércios e organizações comunitárias.

Até janeiro 2015, a equipe do Aluno Presente já identificou 4.463 crianças, das quais 3.364 foram matriculadas.

https://www.youtube.com/watch?v=WDXrZbwB58I align:center

Entre as atividades previstas estão:

– entender a realidade das famílias e os motivos pelos quais crianças e adolescentes não frequentam ou abandonaram a escola, auxiliar os pais e/ou responsáveis a encontrar vagas e efetuar a matrícula na rede municipal de educação, contribuir na criação de condições para que mantenham a frequência escolar;

– articular os diferentes órgãos governamentais do município – buscando a integração das políticas públicas nos territórios – e a aproximação com a comunidade e agentes locais dos diversos setores;

– sistematizar as metodologias aplicadas em todas as etapas do trabalho para que possam ser replicadas em outras realidades de diferentes regiões brasileiras ou de outros países.

Redação

10 Comentários

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    1. Claro que podemos
      Podemos e devemos discutir educação no mundo sim. Aprender com os erros e acertos dos outros é não só inteligente como saudável. O contrário seria a auto-condenação a uma espécie de “autismo cultural” injustificável. O país de Paulo Freire, Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira tem muito a aprender e ensinar sobre educação no intercâmbio com outras experiências.

  1. Nassif, volto aa sugestão (apoiada por Anna Dutra e outra pessoa

    de quem esqueço o nome.O tema Educação em nosso pobre e rico país. Que tal um Brasilianas e mais Posts sobre isto? Esses blogs/posts são de reaidades muito distintas da nossa. Há um antigo roa viva com darcy ribeiro em que ele sem pudor esculhamba nossas escolas. Um sociólogo com quem tenh algum contato propõe o que seria o óbvio: reduzir drasticamente o números de disciplinas (sacou o “disciplinas”?). Uma menina de Taiwan a quem tntei ensinar português disse que ela escolhia as matérias que a interessavam, era uma adolescente.

    1. Mangabeira Unger fala sobre isso também.

      O método Paulo Freire (em que pesem críticas já citadas, abordadas por mim) não é mais tentativa de melhorar nossos sistema educacional. A experiência da Finlândia (mas não só – Taiwan, p ex) pode ser trazido aqui, laro que adaptado e pra longuíssio prazo. Mangabeira Unger fala sobre isso também.

      1. Para comentar é preciso entender minimamente do assunto…

        Em vez de soltar palpites sem propósito. Para começar, nao existe “método Paulo Freira”. Mas até aí OK, porque muita gente repete isso. Mas, a ser método, seria um método de alfabetizaçao em contextos extra-escolares, como campanhas de alfabetizaçao. NINGUËM usa sistematicamente nenhum pretenso método Paulo Freire em escola nenhuma! Entao falar contra ele é apenas repetir os coxinhas de passeata, tem dó!

        1. Agradeço

          agradeço seu esclarecimento. Mas não sou o único a achar você azeda e agressiva. Digo isso “pela frente”. Se você soubesse o que dizem por trás… Você não precisava ser assim. Ou precisa. Ou tá precisando do quê? Ainda há tempo pra ou se educar, ou, quem sabe… Seu vocabulário se estreita, e se empobrece, quando você repete “coxinha”. Deixe disso. Eu tô te enviando uma mensagem, poderia silenciar (até pensei nisso), mas não te vejo como inimiga implicante, e entenda até como consideração.

          1. Macaco, OLHA O SEU RABO

            Você falar em agressividade só pode ser piada. Aliás esse seu comentário mostra isso bem. Completamente fora do assunto, pura agressao. E do meu vocabulário cuido eu, trate de sua vida.

          2. Meu amor, você não é sempre tão azeda, de mau com a vida, assim

            Eu agradeci com sinceridade o esclarecimento, mas você não olha, só vê o que realimentar seu amargor. Sei que você não é tão assim, não: Ah, nossos doces momentos – sim, finjamos pra ninguém deconfiar de nosso secreto caso. Meu amor.

            [video:https://www.youtube.com/watch?v=LnItjVMziKQ align:center]

             

          3. Respeito é bom e eu gosto, seu desclassificado

            É um abuso esse tipo de resposta. E nao projete seus sentimentos sobre os outros, de seu amargor dê você mesmo conta. Vc nao se conhece, é um poço de ambivalência, agride fingindo de bonzinho, morde e assopra. Figurinha desprezível.

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