Mascarados iniciam confusão no sétimo ato contra a tarifa em São Paulo

Jornal GGN – Um grupo não identificado iniciou uma confusão generalizada na noite desta quinta-feira (20), na avenida Paulista, durante o sétimo ato contra a tarifa do transporte coletivo de São Paulo, ocasião em que o Movimento Passe Livre (MPL) foi às ruas com simpatizantes para comemorar a revogação do valor da passagem de R$ 3,20 para R$ 3. A confusão começou por volta de 19h, quando um grupo de homens, em sua maioria mascarados, começou a insultar com palavrões e gritos contra militantes de partidos como PT, PCdoB, PCO e de movimentos sociais, como MST.

Aos berros, os mascarados direcionavam basicamente os insultos aos petistas, que ao lado de membros de outros partidos, faziam uma corrente humana atrás de outros manifestantes que acompanhavam o pelotão de frente do MPL. “Mensaleiros”, “ladrões” e palavras de baixo calão eram repetidas a exaustão. Apesar do clima tenso, alguns dos militantes do PT tentavam pedir calma e alegavam ter participado desde o começo das manifestações em São Paulo contra a tarifa. Pessoas não ligadas aos partidos hostilizados que acompanhavam a caminhada pelas calçadas, pediam calma aos mais exaltados.

O clima ficou mais pesado quando alguns dos mascarados começaram a lançar latas de cerveja e garrafas de água mineral contra o grupo, que não chegou a revidar naquele momento. Partidários do PT pediam que eles retirassem as máscaras para conversar – o que foi respondido com mais palavrões. Mas a discussão acalorada perdeu o controle quando, já chegando em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), um dos mascarados puxou uma das bandeiras e começou a rasgá-la, atitude que foi acompanhada de outras pessoas sem máscara. Os membros dos partidos tentaram, em vão, evitar a destruição das bandeiras.

Bandeiras queimadas e lançadas à multidão

Daí em diante, houve empurra-empurra entre partidários e os grupo auto-declarado “sem partido”. Houve pancadaria em certas ocasiões, que eram separadas pelos dois lados. Depois de alguns minutos, as bandeiras dos partidos e movimentos sociais começaram a ser arrancadas dos militantes e queimadas. Por várias vezes, os mascarados lançaram as bandeiras em chamas contra a multidão à frente, formada basicamente por homens e mulheres do PT, PCO, PCdoB e MST. Algumas pessoas ficaram feridas, entre eles um homem branco, de cabeça raspada, que se envolveu em luta corporal. Sangrando na testa, ele foi retirado do local por pessoas próximas, sendo acompanhado pela imprensa.

Depois de quase uma hora de confusão, poucas bandeiras restavam inteiras. Muitas ainda ardiam em chamas no meio da avenida Paulista e nos canteiros centrais quando os partidários começaram a se dispersar. A reportagem do Jornal GGN acompanhou as confusões de diferentes pontos e não observou, em nenhum momento, qualquer tentativa da Polícia Militar, que estava dividida em grupos nas calçadas, de intervir na violência. Alguns jornalistas também foram empurrados e atingidos por latas de cerveja, garrafas de água e outros objetos durante o confronto.

Mais cedo, pouco depois que os diretórios municipal e estadual do PT e outros partidos confirmaram presença para dar apoio à presidente Dilma Rousseff, o MPL informou que, apesar do prefeito da cidade ser do PT, o movimento não via problemas na presença de partidos nas manifestações. “O MPL nunca vai impedir ninguém de se manifestar. Somos apartidários, não contra os partidos”, disse Mayara Vivian, integrante do MPL. Por outro lado, ela criticou a presença de slogans e cartazes tidos como “conservadores”.


Danilo de Camargo, do PT.

‘PT atendeu ao chamado’

O diretor da Comissão de Ética do PT, Danilo de Camargo, disse que não apenas ele, mas outros membros do partido participaram desde a primeira manifestação, quando o movimento ainda era criminalizado por setores da população e pela imprensa. Camargo, que estava na rua e na corrente humana durante a confusão, afirmou que movimentos sociais haviam sido convocados pelo partido para se juntar ao movimento. Sobre a ida dos militantes ao sétimo ato pela tarifa, ele disse que o partido “atendeu ao chamado” do movimento, que, de acordo com ele, passou a incluir na pauta de reivindicações questões ligadas à reforma agrária e reforma urbana.

Redação

2 Comentários

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  1. Cansei de ouvir das emissoras

    Cansei de ouvir das emissoras de TV que o movimento é composto de uma “grande maioria pacífica” e apenas “uma pequena minoria”  de vândalos. Conversa fiada ! Outra conversa fiada da TV é dizer que o movimento é por redução da tarifa do transporte coletivo. Bonner, acorda, a tarifa já foi reduzida.

    Todo movimento de protesto tem apenas uma parte composta de pessoas encarregadas das ações violentas. Já pensou se todos aqueles 300.000 manifestantes do Rio de Janeiro fossem fazer depredações ? Destruia a cidade em minutos.

     A Globo e todas as outras TV’s pensam que o telespectador não tem inteligência para perceber as coisas. 

    Que minoria é essa que a ” imensa maioria pacífica” não consegue controlar ? Ou não é tão imensa assim ? Era só deixar que os “vândalos” fossem pegos pela autoridade policial. Mas fazem o contrario, os protegem.

    Os lideres do movimento se eximem da respondabilidade dizendo não conhecer e não saber quem são os vandalos. Lógico, num movimento convocado por redes sociais era de se esperar isso. Quem eles pensavam que iria atender tal convocação ? Todo tipo de gente, é claro! Logo os vandalos são também os convidados do movimento.

    Que o movimento, então, cuide de seus convidados!

    O que se vê é sempre a mesma cena. Enquanto a tal minoria faz o quebra-quebra e invade palácios e predios públicos a “imensa maioria pacifica”, de mãos dadas, canta o hino nacional.

     

     

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