A carta aberta dos petroleiros aos presidentes e à população

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Enviado por João Maria Fernandes de Sousa

Leia a integra do documento que protesta contra a venda do campo de Libra enviada pelos grevistas em cárcere privado a bordo de P-33 

Plataforma Petrobras XXXIII – P-33, 19 de outubro de 2013 

Ao nosso leitor:

Os petroleiros da P-33 se dirigem a você para relatar que a algum tempo, nos ensinaram que o futuro do Brasil se faria com lutas. Naquele tempo, estas lutas não passaram de sonhos, mas hoje, se transformam em pesadelo. Um dia me chamaram para derrubar FHC. Um dia me chamaram para combater a corrupção. Um dia me chamaram para fazer feliz o povo brasileiro. Também houve um dia, que me chamaram para defender a Petrobras.

O PETRÓLEO É NOSSO! Bradavam nosso lema. E hoje estes mesmos senhores que nos inspiravam com belos ideais, colocam tanques de guerra nas ruas numa inversão de valores que não cabe em nossas consciências. 

À Presidente Dilma Rousseff:

Nós petroleiros da P-33 viemos te pedir, te implorar, que honre seu passado. Passado que foi passado à limpo, não com um rolo de papel higiênico, mas com torturas dentro do regime militar, defendendo a liberdade social e de expressão, que com força truculenta as polícias do exército tentam nos calar. A senhora hoje está fazendo justamente o contrário que nos ensinou. Nós, os petroleiros, fomos punidos por FHC, pelos tribunais de instancias trabalhistas, e hoje muitos de nós com 30, 40 anos de Petrobras, nos assombramos em ver estas cenas se repetindo nos dias atuais.

Não seja o algoz dos brasileiros, entregando nossa fortuna em mãos de estrangeiros. Imagine a senhora, quando nossos filhos nos perguntarem: Pai, é esta mulher que um dia você me disse que foi torturada, presa pela ditadura militar defendendo os ideais de luta pelo Brasil? Aquela que combateu os tanques de guerra do FHC na luta pela defesa de Petrobras? Quando eu era pequeno vi o senhor chorando emocionado em frente da TV nos discursos do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, era esta senhora que estava ao lado dele? Quando meu filho me encarar nos olhos, terei a hombridade de dizer que sim, mas que nunca imaginei que a traição chegaria a tal ponto. Irei para as ruas defendendo aquilo que é o seu futuro e o futuro do Brasil. Sra. presidente Dilma, coloque a mão na consciência. Não venda o campo de Libra!

Ao Sr. Ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva:

Não faça do povo brasileiro e dos petroleiros massa de manobra! Não nos venda para o capital estrangeiro. E que se transforme no espelho que um dia transformou nossas vidas, balizado também em seu passado. Entre também Sr. Presidente com uma ação de liminar em nome do PT e mostre o que o Sr. nos ensinou. Não jogue na lixeira das consciências de quem um dia acreditou no seu projeto para o Brasil. 

 À Presidente Dilma Rousseff:

Nós petroleiros da P-33 viemos te pedir, te implorar, que honre seu passado. Passado que foi passado à limpo, não com um rolo de papel higiênico, mas com torturas dentro do regime militar, defendendo a liberdade social e de expressão, que com força truculenta as polícias do exército tentam nos calar. A senhora hoje está fazendo justamente o contrário que nos ensinou. Nós, os petroleiros, fomos punidos por FHC, pelos tribunais de instancias trabalhistas, e hoje muitos de nós com 30, 40 anos de Petrobras, nos assombramos em ver estas cenas se repetindo nos dias atuais.

Não seja o algoz dos brasileiros, entregando nossa fortuna em mãos de estrangeiros. Imagine a senhora, quando nossos filhos nos perguntarem: Pai, é esta mulher que um dia você me disse que foi torturada, presa pela ditadura militar defendendo os ideais de luta pelo Brasil? Aquela que combateu os tanques de guerra do FHC na luta pela defesa de Petrobras? Quando eu era pequeno vi o senhor chorando emocionado em frente da TV nos discursos do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, era esta senhora que estava ao lado dele? Quando meu filho me encarar nos olhos, terei a hombridade de dizer que sim, mas que nunca imaginei que a traição chegaria a tal ponto. Irei para as ruas defendendo aquilo que é o seu futuro e o futuro do Brasil. Sra. presidente Dilma, coloque a mão na consciência. Não venda o campo de Libra!

Ao Sr. Ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva:

Não faça do povo brasileiro e dos petroleiros massa de manobra! Não nos venda para o capital estrangeiro. E que se transforme no espelho que um dia transformou nossas vidas, balizado também em seu passado. Entre também Sr. Presidente com uma ação de liminar em nome do PT e mostre o que o Sr. nos ensinou. Não jogue na lixeira das consciências de quem um dia acreditou no seu projeto para o Brasil. 18 de outubro de 2013 Página 2

Sra. Presidente Graça Foster:

A Sra. nos faz lembrar um passado recente, onde a categoria petroleira, defendendo um patrimônio público nacional. Nossa categoria enfrentou os canhões e revólveres na Av. República do Chile, quando FHC assaltou o 12º andar da Petrobras, roubando todos os dados de estudos e mapeamentos geológicos que a Petrobras detinha, alegando precisar de subsídios para a fundação da Agencia Nacional de Petróleo. Hoje, estes mesmos canhões se encontram nas ruas direcionados para nossas cabeças, direcionados para as cabeças do povo brasileiro, impondo grande prejuízo à nação como nas grandes ditaduras dos países de terceiro mundo. A Sra. presidente deveria ter ao menos hombridade, e a qualquer custo, até mesmo com sacrifício que nós petroleiros temos a capacidade de realizar, ou utilizando o lucro acumulado da Petrobras, e recompre aquilo que já é nosso. A Sra. tem a oportunidade de entrar para a história como uma das maiores empreendedoras que esta companhia já teve. Mostre que a Petrobras tem corpo técnico capaz de desenvolver o campo de libra. Devemos utilizar a riqueza que pertence ao povo brasileiro, e mostrar nosso orgulho de ter uma presidente empreendedora capaz de utilizar o orçamento de uma empresa para possibilitar a transformação de um país.

Ao senhor José Eduardo Dutra:

Sabemos que o Sr. é o conselheiro da presidência da Petrobras. Sabemos de suas lutas dentro do PT pelos ideais da soberania nacional. O Sr. conhece muito bem os mecanismos que regem o sistema BR. Nosso passado de luta que o Sr. mesmo reconheceu quando readmitiu aqueles perseguidos por FHC, anistiando os petroleiros da grande greve de enfrentamento de 1995. Por conhecer sua história, nós petroleiros te pedimos mais um favor: Interceda no ato da venda do Campo de Libra, para que o mesmo fique nas mãos da Petrobras. Mostre a nós petroleiros, filiados ou não ao PT, que aqueles ideais que vocês nos ensinaram ainda estão vivos. Estamos perplexos com o rumo que o governo tem dado a situação, ficando anestesiados a ponto de não reagirmos.

Não ficaremos calados! A resposta virá em breve.” 

_______________________________________________________________

Traídos e profundamente desapontados.

É exatamente assim que nós, os petroleiros, estamos nos sentindo nesse momento: covardemente traídos e apunhalados pelas costas por Lula e por Dilma Rousseff, ele por não se pronunciar sobre esse crime que se está cometendo com relação ao Campo de Libra (quantos e quais mais no futuro?), ela por está desdizendo tudo aquilo que afirmava até pouco tempo, a noção e defesa da soberania brasileira jogadas no ralo das desculpas esfarrapadas da necessidade de pressa na operação dos campos, implicitamente dizendo ao povo que nós e a Petrobrás não temos condições técnicas e humanas de colocá-los pra funcionar adequadamente e no prazo que o Brasil requer, numa palavra, esse governo está dizendo que nós, os petroleiros brasileiros, somos, num certo sentido, incompetentes.

É duro constatar isso Sr Luis Inácio e Sra Dilma Rousseff, mas lembrem-se, a História é um dos juízes mais pacientes e implacáveis que existem e não costuma premiar a traição dos povos.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

56 Comentários

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    1. Esse (André?) Motta

      Esse (André?) Motta Araujo parece um zumbi.

      Só mortos-vivos ainda se mantém, há décadas, se preocupando primariamente com mortos-mortos.

      Não sabe que a morte é fria como a guerra fria que já morreu.

      Avante, Araujo!

       

  1. Ué?

    Ninguém ousa duvidar da legitimidade política dos movimentos petroleiros, mas titia não conseguiu entender:

    – O tom da carta vai da chantagem emocional a ameaça (“Não ficaremos calados! A resposta virá em breve.” ). Isto em si já demonstra ultimatos. Como você chama às falas uma presidenta eleita, ainda que detenha alguma estatura política (porém setorizada)?

    Querem medir forças com a presidenta e esperam que ela vai responder com a entrega de sua autoridade em uma bandeja? santo zeus…

    – Afinal, como andam os atuais contratos de exploração? O formato partilha é melhor ou pior? Alguém disse que cerca de 42% do petróleo extraído é da União, e que obrigatoriamente a Petrobrás vai operar 30% de todo o campo, titia pergunta: é, verdadeiramente, um mal negócio?

    O que os petroleiros sugerem?

    Eu não sei não, mas só o fato das quatro irmãs desdenharem já significa que o entreguismo alardeado não é deste jeito, senão, elas já estariam com a boca no botija, ou não?

    Esta carta parece mais uma carta testamento…

    Pelo jeito, mais um grupo que decidiu estreitar a via política…vai levar no lombo, depois lambem-se as feridas, alguns vão para partidos de extrema -esquerda, depois tudo volta ao normal…

    1. É interessante que quando FHC

      É interessante que quando FHC tentou “entregar” a Petrobrás aos estrangeiros, não se via nenhum movimento contra. O Leilão é fundamental para que a Petrobrás e o petróleo continue nosso. Parabéns Presidenta Dilma por não se envergar diante de tant pressão dos que torcem para “quanto pior melhor”.

  2. Li a demanda dos Petroleiros,

    Li a demanda dos Petroleiros, e em parte concordo com eles (não com o tom das mensagens). Mas o que eles propõem para o Campo de Libra ? 

    De tudo que li a respeito, chega-se a mesma conclusão: a Petrobras tem condições técnicas para operar, mas financeiramente não daria conta sozinha da empreitada.

    Sera que os petroleiros dispõem de dados dos quais nos não temos conhecimento ? Ou eles esperam que a Petrobras consiga sozinha, via empréstimos, extrair o pré-sal ? Gostaria muito que isso fosse possivel, que o petroleo retornasse a 100% aos brasileiros. Mas como ?

     

     

    1. dinheiro tem

      dizem que o Brasil é o terceiro credor dos estados unidos.

      porque não transformar parte desse dinheiro (papel) em petóroleo (ouro)?

      para emprestar para a falida Oi em janeiro de 2013 apareceram fácil 5,4 bilhões de reais. outro tanto para a vivo. 

      se não somos vivo, azar nosso.(sempre cabe uma piada sem graça)

      o governo Dilma existia quando por iniciativa da presidenta os juros cairam. agora caminhamos céleres para os dois dígitos para a entrega do pré sal.  já entregamos os aeroportos e vamos continuar entregando tudo.  para isso não precisaríamos da Dilma.   Çerra bastaria.

      daqui a pouco a esquerda e os progressistas bradaremos: Volta Lula!

      1. As reservas internacionais

        As reservas internacionais são ativos do Banco Central e não da União, não podem ser usadas como recursos para investimento, nem legalmente muito menos economicamente, essas reservas é que garantem a sustentação do Real como moeda conversivel e dão ao Brasil grau internacional de investimento e inserção no sistema internacional de bancos centrais organizado no Banco para Liquidações Internacionais da Basileia. Paises fora desse sistema não valem nada na

        ordem economica global.

  3. Mais uma fraude para constar do epitafio de FHC

    “quando FHC assaltou o 12º andar da Petrobras, roubando todos os dados de estudos e mapeamentos geológicos que a Petrobras detinha, alegando precisar de subsídios para a fundação da Agencia Nacional de Petróleo.”

     

    1. Foi o que mais me chamou a

      Foi o que mais me chamou a atenção em todo o texto!

      Pergunto-me cada vez mais como não se investiga a suspeita notória de traíras como esse e seus parceiros nos mais altos escalões de uma nação de cerca de 200 mlhões de interesses humanos tão candidamente desperezados..

  4. Tropas Do Exército Posicionadas!

    Cerca de 1.100 homens! O PT e Dilma lançam tropas militares para protegerem o poder! Traição.  Estas mesmo tropas militares que não permitiam a liberdade estão sendo jogadas agora para silenciar e apoderar do petróleo, afrontam  os movimentos e manifestações contra suas ações politicas e econômicas de vender o pais ao capital. Tirem as mãos de nossas terras e riquezas.

    RIO DE JANEIRO (Agência Brasil)  – As tropas do Exército já estão posicionadas em frente aoHotel Windsor Barra, no Posto 4 da Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, onde nesta segunda-feira, a partir das 14h, ocorrerá o primeiro leilão de Libra, do pré-sal da Bacia de Santos, atendendo às novas regras do modelo de partilha.

    Os militares ocupam a entrada do hotel desde a meia-noite de hoje (20), equipados com escudos e armas não letais. A tropa está preparada para agir em casos de manifestações, que estão sendo convocadas pelos petroleiros em greve e pelos movimentos sociais que apoiam a paralisação, contrários ao leilão da camada do pré-sal. Os petroleiros estão parados, por tempo indeterminado, desde quinta-feira (17).

    Os black blocs, grupos que se vestem de negro e usam máscaras contra gás, presentes em todas as manifestações, estão convocando pelas redes sociais para um ato unificado amanhã, a partir das 10h, na praia da Barra da Tijuca, entre a Ponte Lúcio Costa e a Praça do Ó. O texto diz que o ato unificado é “Um milhão contra o leilão, a opressão e pela educação”. Os black blocs também estão marcando uma concentração, às 17h, na Candelária, para um ato ao longo da Avenida Rio Branco, com término na Cinelândia.

    A segurança na região da Barra da Tijuca, onde ocorrerá o leilão, será feita pelo Exército, com o reforço da Marinha, da Força Nacional e da Polícia Militar. O patrulhamento ostensivo começou na madrugada de hoje (20), na faixa do litoral e nas vias do entorno do Hotel Windsor. A área de atuação das forças de segurança está delimitada pelas avenidas Lúcio Costa, Érico Verissímo, Armando Lombardi, Afonso Arinos de Melo Franco e o Canal de Marapendi.

    O efetivo total empregado na operação é formado por cerca de 1.100 homens, entre militares e policiais federais e estaduais, policiais civis, guardas municipais e funcionários públicos. Em nota, o Comando Militar do Leste (CML) pede aos motoristas que evitem a região entre hoje e amanhã, por causa de retenções no tráfego nas vias próximas ao hotel.

    De acordo com o assessor de imprensa do CLM, coronel Roberto Itamar, “as coisas estão acontecendo progressivamente”, com o efetivo total a ser empregado até o início da manhã desta segunda-feira.

    O comando das operações está a cargo do general Lundgren, coordenador do Centro de Operações do Comando Militar do Leste e pelo general Nolasco, comandante da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada no Rio de Janeiro.

    Uma tropa do Exército está a postos em frente ao Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde ocorrerá, nesta segunda-feira (21), o leilão do Campo de Libra (Foto: Fabio Seixo/ Ag. O Globo)

  5. Petroleiros e Libras

    A QUEM servem essas distorções? Desde quando se trata de venda? O petróleo É nosso e NÃO vai deixar de ser! Os ‘contra’ têm os BILHÕES necessários para investir?

  6. Alternativa

    Sou petroleiro também e não concordo com esta carta !

    O leilão de Libra pelo regime de partilha é muito diferente dos leilões feitos por FHC no regime de concessões.  A começar pela participação obrigatória de 30 % da Petrobras e pela Petrobras ser a OPERADORA ÚNICA.

    Essas duas características, coadjuvantes a olhos leigos, são essenciais numa indústria traiçoeira que não se inibe em falsificar dados de produção para pagar menos royalties, falsificar contratos para atender a percentuais de conteúdo local  e que faz todas as artimanhas possiveis e imagináveis para conseguir reservas petroliferas expurgando da equação as sociedades sendo exploradas e suas estatais !!

    Além disso, vence o leilão quem garantir maior percentual de óleo para o estado, diferentemente do regime de concessões onde havia um percentual fixo, oficializado por decreto. Na partilha esse percentual de óleo a ser dado ao estado será de no minimo 41,25 % !! Isso sem falar de royalties e bônus de assinatura, cifras bilionárias…

    Portanto este leilão não é , nem de longe, uma “entrega” ou “venda” do petróleo nacional !!!

    Não é contudo a melhor opção !!

    Como disse o ex- diretor de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrella..

    Dentro da própria lei de partilha há a possibilidade de contratar somente a Petrobras para explorar o campo caso seja de interesse nacional. Pra mim este seria o caso ! Sem dúvida o melhor caminho a ser tomado !!

    Contratando-se a Petrobras o governo federal através do tesouro e de empréstimos internacionais a juros baixisimos poderia financiar a exploração e produção de Libra, sem participação alguma da industria petrolifera internacional. E com ganhos expressivos para a Petrobras.

    Contudo , ser contratada para explorar não é o negócio da Petrobras, e a empresa, na opinião de alguns,  ganharia menos do que poderia no caso de leilão.

    Portanto para os neoliberais dentro da própria Petrobras e do governo Dilma, essa opção é inaceitável ! O próprio regime de  partilha  ja foi dificil de engolir para eles !

  7. A ESQUERDA PRECISA APRENDER A

    A ESQUERDA PRECISA APRENDER A SER PRÁTICA (O PRESIDENTE LULA ESTÁ ENSINANDO)

    No regime de concessão a empresa concessionária fica sendo a dona do petróleo. Paga o bônus de assinatura, os royalties e a participação especial.

    No regime de partilha brasileiro o dono do petróleo é o governo. A Petrobrás adquire direitos de exploração das áreas, sozinha ou em consórcio com outras empresas. Nesses consórcios, por lei, a Petrobrás deve ter participação mínima de 30%. Ao governo é pago o bônus de assinatura, os royalties e a percentagem de óleo excedente.  As empresas contratadas (a Petrobrás sozinha ou ela em consórcio com outras) recebem como remuneração quantidade de óleo que corresponde ao custo da exploração e sua percentagem de óleo excedente.

    Alguém duvida que a Petrobrás arremataria todas as áreas e exploraria todas sozinha, se tivesse dinheiro para isso?

    Alguém duvida que a Presidente Dilma seria capaz de raspar todo o dinheiro do BNDES e de qualquer outro lugar onde tivesse dinheiro para financiar a Petrobrás de modo que essa pudesse assumir tudo sozinha?

    Mas não há dinheiro suficiente. Portanto deve haver partilha e sócios. O petróleo é nosso. Mas em parte. Paciência.

    Ou isso, ou deixar o Pré-Sal em berço esplêndido, aguardando o PSDB ou outro grupo entreguista semelhante voltar ao poder e retomar as concessões, e o povo mais necessitado do país não ter nenhum benefício.

    Agora, pelo menos, entrará um dinheiro mais rápido que pode injetar sangue novo na educação e resgatar milhões de brasileiros da ignorância.

    A esquerda tem de aprender a ser prática (O Presidente Lula está ensinando). Quero dar só um exemplo: O Distrito Federal, todos sabem, é aquele quadradinho dentro do estado de Goiás e encostado em Minas. É pequeno mas dentro dele há muita terra pública. O que fez a direita com o Sr. Joaquim Roriz? Fez loteamentos em determinadas áreas (lotes na maior parte mixurucas, em média 150m2) e distribuiu aos “eleitores”, aos cabos eleitorais e seus apaniguados, às “Cooperativas de Habitação”, todas dominadas pelos cupinxas.

    Não interessa a politização. A demanda reprimida do povão por um lugarzinho para morar foi sendo atendida. Daí surgiram cidades enormes como Samambaia, Recanto das Emas e Santa Maria. Agradecido, esse povão se tornou  a base eleitoral resistente que sustenta os políticos de direita do DF e que orbitam em torno de Joaquim Roriz.

    Então a esquerda, por sorte, conseguiu o governo, com Cristovam Buarque (Será se esse homem é de esquerda?) como governador. Teve toda a chance de democratizar parte da terra pública do DF, distribuindo lotes a quem realmente precisasse, de forma organizada. Nada fez. Pelo contrário, colocou a polícia para reprimir um loteamento que foi surgindo por invasão, de onde resultou até morte de pessoas pela polícia. Desse loteamento surgiu a cidade Estrutural e a fama do PT de “ser contra o povo”.

    Na próxima eleição, lógico, Joaquim Roriz ganhou do PT e tivemos doze anos de mandatos da direita que ocuparam as páginas dos jornais do Brasil inteiro.

    Concluindo o recado: fiquem com firula, parte da esquerda e dos “nacionalistas”, e o pré-sal,  com grupos de poder de direita que vierem a governar o país, passará às mãos de quem não dará ao povo brasileiro nem uma pequena migalha dessa riqueza.   

     

  8. Pré-Sal: Ficção e Realidade

    Por Wladimir Pomar

    Oitenta entidades representativas dos movimentos sociais, com a certeza de estarem imbuídas da “vontade de defender os interesses da soberania da nação brasileira e de nosso povo, sobre os nossos recursos naturais”, enviaram carta a Dilma para suspender o leilão das reservas do pré-sal, previsto para o dia 21 de outubro de 2013.

    Segundo elas, no momento da confirmação da existência das reservas do pré-sal, Lula retirou 41 blocos do nono leilão, contrariando os interesses das empresas petrolíferas transnacionais, preservando os interesses nacionais, e elaborando um novo marco regulatório muito melhor do que o  modelo de concessões praticado no governo FHC, especialmente sob a ótica do benefício social. No entanto, acham que o Campo de Libra seria um caso particular. Não deveria ser leiloado, mesmo através do modelo de partilha adotado, porque não seria um bloco, no qual a empresa petrolífera irá procurar petróleo. Seria um reservatório totalmente conhecido, delimitado e estimado em seu potencial de reservas em barris, faltando apenas cubar o petróleo existente com maior precisão.

    Ainda segunda as entidades sociais, o desafio colocado diante de um volume tão grande de petróleo conhecido seria o de maximizar esse benefício para toda  sociedade brasileira. Isto poderia ser feito ao entregar o campo diretamente para a exploração e produção pela Petrobras, como previsto no artigo 12 da lei 12.351. A Petrobras assinaria um contrato de partilha com a União, com o percentual do “óleo-lucro” a ser remetido para o Fundo Social obtido por definição do governo, percentual que deveria ser bem alto, para beneficiar a toda a sociedade.

    Portanto, a ANP e o Edital deveriam justificar esse leilão do ponto de vista dos interesses do povo. O MME, o CNPE, a ANP ou a EPE deveriam ter dado acesso público aos documentos explicando a perspectiva de descobertas, quanto será destinado para o abastecimento brasileiro e quanto deverá ser exportado, dúvidas que não foram esclarecidas nas audiências públicas. Mesmo entre técnicos e especialistas não haveria noção da base de calculo para chegar a um preço mínimo para a arrecadação de R$ 15 bilhões, e qual o percentual de óleo lucro a ser remetido para o Fundo Social.

    As entidades reafirmaram a consciência de que as empresas transnacionais têm a intenção de se apoderarem das reservas do pré-sal e que a entrega para essas empresas fere o principio da soberania popular e nacional sobre a nossa mais importante riqueza natural que é o petróleo. Os recentes episódios de espionagem patrocinada pelo governo dos Estados Unidos da América teriam revelado o claro interesse das empresas estadunidenses em abocanhar as reservas do pré-sal. Nessas condições, as entidades reivindicaram a suspensão do leilão do Campo de Libra e a convocação de um plebiscito para que o povo decida quem deve explorar as riquezas do pré-sal e qual deve ser o seu destino.

    Nesse meio tempo, porém, ocorreu algo inusitado. A Exxon, a British Petroleum (BP) e a British Gas (BG), três das maiores gigantes da área internacional de petróleo, anunciaram que não têm interesse em participar do leilão do Campo de Libra. Além disso, das 40 empresas que a ANP esperava disputarem o leilão, somente 11 pagaram a taxa de participação. Com isso, grande parte dos argumentos expendidos pelas entidades sociais desceu água abaixo, e muita gente está sem entender o que ocorreu.

    Alguns especialistas do setor dizem que um dos fatores que afastaram as petroleiras americanas e inglesas teria sido a presença obrigatória de uma operadora, no caso a Petrobras, durante exploração. O problema não seria o trabalho da Petrobrás, em si, mas o fato de que as grandes empresas transnacionais só têm interesse em entrar como operadoras do negócio. Isto é algo para o qual as entidades sociais parecem não ter dado atenção. A participação obrigatória da Petrobras subordina as estrangeiras, e as transnacionais têm horror a isso. Não é por acaso que cresce a campanha contra a interferência do Estado na economia.

    Executivos da Deloitte, por exemplo, reclamam que é preciso uma flexibilização do governo em relação às regras de exploração no pré-sal, para que a “indústria” não seja prejudicada caso a Petrobrás não tenha condição de fazer frente aos investimentos necessários. Como manda o novo marco regulatório, a estatal brasileira deverá ter pelo menos 30% de participação em todos os blocos do pré-sal, onde será obrigatoriamente a operadora. O que foi pensado pelo governo como uma maneira de garantir a presença da Petrobrás nas grandes reservas nacionais de petróleo é visto por parte dos grandes grupos internacionais como um entrave à ágil expansão da exploração no país. Mas este é um aspecto chave do marco regulatório do pré-sal, que garante a soberania através da participação da Petrobras como operadora e como participante em 30% de todas as áreas de exploração e produção.

    Outros especialistas sustentam que o afastamento daquelas transnacionais estaria relacionado ao interesse delas em outros negócios já firmados ou futuros, como a abertura do México à exploração de petróleo. Acrescente-se a isso que as empresas norte-americanas estão investindo pesado na exploração e produção do gás de xisto em território estadunidense, que exige alta (e cara) tecnologia e está causando problemas ambientais e sociais de monta, que também custam muito caro.

    Os investimentos na exploração e produção do Campo de Libra não se destinam apenas a cubar o petróleo existente com maior precisão. Essa exploração e produção exige uma montanha de recursos, principalmente na criação e desenvolvimento de novas tecnologias e na elevação das antigas tecnologias a novos patamares. As transnacionais americanas (e várias outras) talvez não estejam em condições de abrir duas frentes da mesma envergadura.

    Nesse sentido, o problema da envergadura dos investimentos para a exploração e a produção do Campo de Libra também é algo para o qual as entidades sociais não deram a devida atenção. Essa exploração e produção envolve um montante de recursos que, segundo os especialistas na indústria do petróleo, limita em muito a quantidade de empresas que se dispõem a participar dela. A suposição de que a Petrobras pode arcar sozinha com tais investimentos é irreal. Para obtê-los, ela teria que captar capitais no mercado financeiro internacional, cujos custos, para a saúde financeira e para a soberania do país, certamente serão muito superiores aos custos pagos a qualquer parceria internacional nas condições estabelecidas pelo marco regulatório do pré-sal.

    Se a exploração e a produção do Campo de Libra ficarem por conta exclusiva da Petrobras, que não possui capital para tanto, tão cedo não veremos jorrar os recursos esperados para educação e saúde. E se tivermos que colocar para um plebiscito decidir sobre o leilão do Campo de Libra, sobre quem deve explorar as riquezas do pré-sal, e sobre qual deve ser o destino do petróleo extraído, ficaremos à mercê de uma pré-aprovação do atual Congresso. Com isso, certamente poderemos viver um belo movimento democrático, mas transferiremos para as calendas qualquer perspectiva de que as riquezas do pré-sal contribuam para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil.

    Do ponto de vista concreto, justamente pelo grande volume de capital exigido para a exploração e a produção do Campo de Libra, alguns especialistas supõem que a entrada das empresas chinesas pode ter afastado outros participantes. A presença dos chineses na negociação, com suas três maiores empresas estatais (China National Petroleum Corporation – CNPC, China National Offshore Oil Corporation – CNOOC, e Sinopec) tirou qualquer chance das transnacionais petrolíferas fazerem chantagem com a ANP e a Petrobras, exigindo mudanças na participação da Petrobras como operadora e boicotando o leilão. Nessas condições, a entrada dos chineses, por um lado, afugentou as americanas e inglesas, mas também garantiu a presença de outras asiáticas, europeias e sul-americanas, que não pretendem ver os chineses reforçarem sozinhos seus laços com a Petrobras.

    Portanto, vários fatores podem ter influenciado as surpresas relacionadas com as empresas que pagaram a taxa de participação no leilão. No caso das empresas chinesas, o fato delas terem que se unir à Petrobras como executora do projeto representa um fator favorável para elas. Como diz um especialista, elas apenas terão que acompanhar o ritmo da estatal brasileira. Todos reconhecem que elas têm o capital financeiro e estão interessadas no óleo. Mas nem todos estão abertos para o fato de que, além de garantir suprimento futuro, a China tem interesse estratégico em que, com as riquezas do pré-sal, o Brasil dê um salto em seu desenvolvimento econômico e social.

    A China sabe que não pode enfrentar sozinha o declínio econômico, social e político dos Estados Unidos e da Europa desenvolvida. Para ela, a multipolaridade é questão estratégica para manter a paz e administrar os espasmos daquele declínio. Assim, sem um grupo considerável de países emergentes com economia forte, dos quais o Brasil deve fazer parte, um mundo multipolar não passará de uma ficção. Nessas condições, a decisão chinesa de colocar suas três maiores estatais na licitação do Campo de Libra foi, antes de tudo, política e, depois, econômica. É uma pena que muita gente, no Brasil, não tenha a mesma visão e não contribua para fazer com que tiremos partido dessa situação internacional favorável.

  9. Libra não é só petróleo

    Por Saul Leblon

     

    Em todo o mundo o discurso conservador subsiste em estado comatoso desde o colapso da ordem neoliberal, em 2008. O empenho  é para  injetar sobrevida ao defunto, resistir e desgastar o anseio de mudança. Até que se generalize o descrédito nos partidos, na luta pelo desenvolvimento e no aprofundamento da democracia política e econômica, como instrumento de emancipação histórica e social.

    A ascensão da Frente Nacional Fascista na França é um sintoma (leia a reportagem de Eduardo Febbro; nesta pág). Outro, o poder de uma falange, como o Tea Party, de empurrar até perto do abismo fiscal a nação mais poderosa da terra. São manifestações mórbidas recorrentes. Que afrontam  o anseio da mudança instalado no coração da sociedade pela maior crise capitalista desde 1929.

    Quando o extraordinário acontece, as lentes da rotina já não conseguem  explicar  a vida.  A ‘redescoberta’ de Marx, analisada por Emir Sader nesta pág  (leia o blog do Emir), é um sintoma do anseio por um novo foco. É  mais que uma redescoberta intelectual. Essa é a hora em que o preconceito histórico  inoculado  contra o socialismo perde força. Até nos EUA.

    Uma pesquisa feita pela Pew Research, no final de 2011, tentou medir esse ponto de mutação. Os resultados foram significativos:

    a) na faixa etária entre 19 e 28 anos a menção ao ‘socialismo’  encontra receptividade favorável entre 49% dos jovens norte-americanos (entre 43% ela é negativa).
     
    b) entre a população negra – açoitada pela crise – os dados são ainda mais expressivos: respectivamente 55% de aprovação ; 36%, rejeição.

    c) a mesma medição, agora para  ‘capitalismo’, obteve os seguintes percentuais  nos grupos mencionados: 46% e 47%, entre os jovens; e 41% favorável e  51%  negativo, entre os negros.

    A informação consta de um artigo de Michelle Goldberg, cuja íntegra será publicada  nesta página. A liquefação da agenda neoliberal e do preconceito anti-socialista não amenizam  a responsabilidade  de se erguer linhas de passagem críveis ao passo seguinte da história. No caso brasileiro, a operação envolve agravantes  de singularidade e circunstância.

    Em primeiro lugar, a responsabilidade de  ser governo. Portanto, mais que nunca,  de erguer pontes que partam da correlação de força existente para superá-las, sem risco de regressão.

    Em segundo lugar, os sinais de desgaste na confortável pista incremental,  pela qual o país  tem transitado  para responder  a  desafios seculares  com  avanços específicos .

    Um terceiro agravante: o  crepúsculo  de um ciclo internacional de alta da liquidez e dos  preços das commodities. A inflexão externa  adiciona percalços à renovação do motor do desenvolvimento brasileiro.

    Quarto,  os capitais e os grandes oligopólios não estão parados. O colapso financeiro acelerou a descentralização produtiva que define a nova morfologia  da industrialização no mundo. Travada pelo câmbio desfavorável,  a manufatura brasileira ficou de fora do novo arranjo global das cadeias  de tecnologia e  suprimento.

    O país não  resgatará sua competitividade  sem recuperar o terreno perdido nessa área. A flacidez industrial  rebaixa  a produtividade sistêmica da sua economia. Com efeitos regressivos na geração dos excedentes indispensáveis à convergência da riqueza . É nesse horizonte de mutações e desafios que deve ser analisado um  acontecimentos que divide o campo progressista brasileiro. O  leilão de Libra.

    A mega-reserva do pré-sal, capaz de conter acumulações equivalentes a até 13 bilhões de barris de  petróleo e gás, deve ser leiloada na próxima 2ª feira (21). Democratas e nacionalistas sinceros divergem. Petroleiros vão à greve.
     
    Defende-se que a Petrobrás assuma sozinha a tarefa de extrair uma riqueza guardada no fundo do oceano que pode conter até 100 bilhões de barris.
     
    A Petrobras tem o domínio da tecnologia para fazê-lo. É quem foi mais longe nessa expertise em todo o mundo.
     
    Mas não dispõe dos recursos financeiros para  acionar esse trunfo na escala e no tempo imperativo. Paradoxalmente, em boa parte, porque cumpriu seu papel de estatal na luta pelo desenvolvimento. Os preços dos combustíveis no Brasil foram congelados pelo governo como instrumento  de controle da inflação. Durante anos. Sob protesto da república dos acionistas ,  cuja pátria é o dividendo. E nada mais.

    Secundariamente, o leilão será feito porque o governo necessita também de recursos para mitigar a conta fiscal de 2013. Ademais do peso dos juros  no orçamento federal – exaustivamente criticado por Carta Maior – o Estado, de fato, realizou pesados dispêndios este ano e nos anteriores.

    Em ações contracíclicas para impedir a internalização da crise mundial no Brasil. O conservadorismo reprova acidamente essas escolhas. Solertes entreguistas, súbito, pintam-se de verde-amarelo  em defesa da estatal criada por Vargas. A emissão conservadora alveja  o que chama de ‘ uso político da Petrobras  e da receita pública’ para financiar  ‘ações populistas’ , que não corrigem as questões estruturais  do país. A alternativa martelada  é  a ‘purga’ saneadora.

    Contra a inflação, choque de juros (muito superior ao que se assiste). Contra o desequilíbrio fiscal, cortes impiedosos na ‘gastança’. Qual?  Qualquer gasto público destinado a fomentar o desenvolvimento, financiar a demanda,  reduzir a pobreza e combater a desigualdade. O ponto é: sem agir  a contrapelo dos interditos conservadores, desde 2008, o Brasil teria  hoje um governo progressista?
     Subsistiria  ao cerco de 2010 contra Lula e Dilma? Ou  da terra  ‘semeada’ pela recessão e o desemprego  emergiria a colheita devastadora? José Serra, que, ato contínuo, reverteria a regulação soberana do pré-sal, como, aliás,  prometera à Chevron. O governo fez a escolha oposta.  O resto é a história dos dias que correm.

    Ao decidir pelo leilão de Libra está dobrando a aposta. Qual seja:  mais importante que adiar  Libra  para um futuro de hipotética autossuficiência exploratória,  é  aceitar a participação de terceiros, mas preservar e colher, antes, o essencial. O essencial são os  impulsos industrializantes  embutidos na regulação soberana  das maiores reservas  descobertas neste século em todo o planeta.
     
    Um exemplo resume todos os demais. O Brasil  hospeda  a maior  concentração de plataformas submarinas do mundo. Uma em cada cinco unidades existentes está a serviço da Petrobrás.  Em dez anos, essa proporção vai dobrar.  Assim como dobra a produção prevista de petróleo em sete anos: dos atuais  2 milhões de barris/dia para 4,5 milhões b/d.

    Entre uma ponta e outra repousa a chance de a industrialização brasileira engatar  um salto tecnológico e de escala, ancorado nas encomendas  e encadeamentos  do pré-sal. Emprego, produtividade, salários e direitos sociais estão em jogo nesse salto.  A convergência sonhada entre a democracia política, a democracia social e a democracia econômica depende, em parte, do êxito desse aggiornamento industrializante da economia brasileira.

    O leilão do dia 21 é um pedaço dessa aposta. Que tem a torcida adversa daqueles que não enxergam nenhuma outra urgência no horizonte do desenvolvimento brasileiro, em plena agonia da ordem neoliberal. Exceto recitar  mantras do  defunto. Na esperança de ganhar tempo para que o desalento faça o serviço sujo: desmoralizar  a política e interceptar o salto histórico do discernimento social brasileiro.

    Uma  retração econômica redentora cuidaria do resto, injetando disciplina  nas contas fiscais e ordem no xadrez  político. Para, enfim, providenciar aquilo que as urnas sonegam:  devolver  a hegemonia do país a quem sabe dar ao ‘progresso’  o sentido excludente e genuflexo que ele sempre teve por aqui.

  10. Libra: os números que mostram o equívoco de cancelar

    Recebo um telefonema de um amigo que pede que eu explique porque sou a favor do leilão de Libra.

    Fica , porém, surpreso quando lhe digo que não sou a favor do leilão, mas apenas de ganhar o leilão, porque sei, como dois e dois são quatro, que a Petrobras vai ganhar este leilão.

    E porque é que sei, alguém me contou?

    Infelizmente, não.

    É apenas – se é que se pode chamar de “apenas”  ler e tentar interpretar todo o noticiário do setor de petróleo – a conclusão lógica do que vem acontecendo.

    Quando, há dois anos, a Petrobras começou um grande programa de desmobilização de ativos – leia-se: venda de bens e direitos – e partiu para grandes captações de recursos, era sinal de que a empresa “fazia caixa” para alguma ação de grande vulto, se desfazendo de tudo o que não é estratégico ou produz caixa.

    A empresa fez, também, sua mais ousada captação de recursos em um único lance: US$ 11 bilhões, em maio.

    A Petrobras vai com a força destes recursos próprios para o leilão. Poderiam até ser suficientes para o lance, mas seu caixa não faria frente aos talvez 100 bilhões de dólares necessários para os investimentos nos cinco ou seis anos necessários para o campo começar a produzir e gerar receitas.

    Portanto, é preciso arranjar este dinheiro.

    Como?

    “Ah, o Governo empresta e depois a Petrobras paga em petróleo”.

    Ótimo! E como o Governo arranja dinheiro? Vende títulos ao mercado, pagando os juros que o tal mercado nos exige.

    Hoje, 9,5% ao ano brutos ou 3,5% reais, descontada a inflação.

    Um “cancelonista” – como chamo os que se opõem ao leilão agora – publicou ontem, como ironia, um fantasioso e-mail interceptado pela espionagem, onde a Petrobras acertaria com os chineses a forma de eles nos financiarem a exploração de Libra.

    E o que era para ser uma acusação de Paulo Metri, veja só, acaba se tornando uma proposta de negócios, verdadeiramente da China, para o nosso país.

    1. A empresa dos Senhores, representando os seus bancos coligados, financiará a participação adicional de 20% da nossa empresa, que, assim, passa a ter 50% do capital do nosso consórcio. A empresa dos Senhores ficará com os outros 50% do consórcio.2. Este financiamento será pago com o fornecimento do nosso produto, da parcela que nos cabe, durante o tempo necessário até o abatimento completo, à empresa dos Senhores.3. As remessas mensais mínimas serão calculadas multiplicando-se o número de dias do mês por 300.000 unidades por dia.4. Sobre o saldo devedor, incidirão juros à mesma taxa da valorização das Letras do Tesouro Americano.5. Os abatimentos mensais do saldo devedor da nossa empresa terão o valor fixado em dólar com o preço do produto no mercado internacional no mês em questão.

    Traduzindo: empréstimo com carência até a entrada do campo em produção, com saldo convertido em barris de petróleo (o produto), a taxas de juros do Tesouro americano – hoje, de 0,25% ao ano! – e amortizações abatidas com venda garantida de óleo a preço cheio do mercado internacional!.

    A Petrobras não consegue dinheiro assim em parte alguma! Aliás, nem ela, nem empresa alguma.

    Mas o tal e-mail imaginário com que se tenta atacar o leilão de Libra ainda diz mais:

    “Se os Senhores estiverem de acordo com esta lista de compromissos, podemos fechar este acordo e formar o consórcio. Ainda teremos que submeter nossa proposta ao órgão regulador do Governo responsável por este setor, que só se prende, para aprovação, ao valor da taxa sobre o lucro líquido do consórcio. Portanto, seria recomendável colocarmos um percentual em torno de 65% para garantir a aprovação. Assim, seremos imbatíveis.”

    Queira Deus, que aquilo que é dito para criticar possa acontecer exatamente assim.

    Porque 65% de oferta percentual para o Estado Brasileiro dá um resultado bárbaro de receita para o poder público. Veja o que aconteceria na participação estatal com uma oferta assim e o barril a 100 dólares:

    Receita bruta por barril (A) US$ 100

    Royalties (B=15%*A) US$15

    Custos de Extração (C)  US$30

    Receita líquida (D=A-B-C) US$ 55

    Óleo Governo (E=65%*D) – US$ 35,75

    Óleo Consórcio (F=D-E)  US$ 19,25

    Imposto Renda (G=25%*F)   US$4,81

    CSLL (H=9%*F)   US$ 1,73

    Lucro Final do Consórcio (I=F-G-H) US$ 12,71 (18,2%)

    Fatia de Governo s/ dividendos (L=B+E+G+H)  US$ 57,29 (81,8%)

    Mas isso ainda não é tudo: como o consórcio teria 50% de participação da Petrobras, metade do lucro – US$ 6,35 – pertenceria à nossa empresa. E, tendo o Governo Federal, apesar de toda a lambança feita por Fernando Henrique no lançamento dos ADRs da na Bolsa de Nova York, direito a 48% dos lucros da Petrobras, terá 48% deste valor: mais US$ 3,05.

    rpp

    A participação governamental total, portanto, fica em US$ 60,34 dos US$ 70 que vale o barril, ou 86,2%, claro que descontados os custos para faze-lo vir de 5 ou 6 mil metros abaixo do leito do oceano profundo.

    Coloco aí ao lado uma tabela de quanto é a participação governamental em diversos países que praticam o regime de partilha puro ou associado ao regime de concessão.  Ela é parte do trabalho dos professores Sérgio Wul Gobetti e Rodrigo Valente Serra, doutores em Economia pela UnB e pela Unicamp, respectivamente. Foi deles, também, que tirei o guia de cálculo, adaptados para aqueles valores.

    Portanto, a se confirmar a “desgraça” prevista por um dos mais respeitáveis adversários do leilão, teremos uma participação governamental mais baixa – e por muito pouco – à aplicada por Hugo Chávez às jazidas venezuelanas.

    Eu até acho que não chegaremos a esse ponto mas, confesso, nunca torci tanto para um adversário de ideias estar certo e o que ele prevê como desgraça de realize.

    Como eu estava achando que ganhar um pouco menos se justificava para não deixar Libra “dando sopa” para a turma da privatização, fico sabendo, graças a quem não quer o leilão, que corremos o risco de nos sairmos melhor que a encomenda, como dizia a minha avó.

  11. O regime de partilha é correto

    Lembro perfeitamente da intensa discussão que se instalou no Brasil a partir do ano de 2006, quando foi confirmada a existência de grandes jazidas de petróleo no pré-sal. 

    Já em 2007, o então Presidente Lula interrompeu às licitações, pois ainda vigorava o regime de concessão. 

    Houveram ácidas críticas contra o governo federal por parte da oposição e da ‘grande mídia’. A acusação era de que Lula estava prejudicando os interesses do Brasil ao interromper às licitações sob o regime de concessão. 

    Iniciou-se, ainda em 2007, vários estudos comparativos e análises técnicas sobre qual seria o melhor modelo para explorar o pré-sal brasileiro. Em 2009, Lula apresentou o projeto de lei que instituía o regime de partilha para a exploração do pré-sal. 

    A esquerda brasileira comemorou efusivamente o enterro do regime de concessão e o surgimento do regime de partilha! 

    Depois de intensas disputas no Congresso Nacional, finalmente aprovou-se, em dezembro de 2010, o regime de partilha. 

    Essa discussão foi feita, inclusive, na campanha eleitoral de 2010, com Dilma defendendo o regime de partilha e Serra e a ‘grande mídia’ criticando e dizendo que o melhor era retornar ao regime de concessão dos tucanos. 

    O Wikileaks chegou a publicar a promessa de Serra aos norte-americanos (de acabar com a partilha e retornar ao regime de concessão…). 

    O regime de partilha é utilizado na Rússia (Putin não é nenhum liberal), e na Venezuela de Chávez e Maduro (que possui a maior reserva de petróleo do globo terrestre) para a exploração da faixa do Orinoco. 

    Várias empresas internacionais exploram as jazidas da faixa do Orinoco, em parceria com a PDVSA.

    Por tudo isto (e tem vários outros argumentos) é que sou a favor da licitação do Campo de Libra. A quem interessa interromper esta licitação? Vamos esperar até que Eduardo Campos ou Aécio Neves vençam uma eleição presidencial e acabem com o regime de partilha? 

    Nem mesmo a questão da espionagem norte-americana é ainda um argumento contra a licitação. Nenhuma empresa norte-americana ou inglesa participará desse processo licitatório! 

    Para mim, a discussão principal no que se refere à Petrobrás não é sobre a licitação atual, mas sim sobre a ‘apertura petrolera’, feita por FHC em 1997. 

    Porque os sindicatos não lutam de forma decidida para retomar as ações da empresa, que os tucanos venderam em 1997? O problema não é o regime de partilha, nunca foi. Enfim, é mais ou menos isto.

    1. Você é um cretino hipócrita

      Que “gracinha” a sua indagação:

      “Porque os sindicatos não lutam de forma decidida para retomar as ações da empresa, que os tucanos venderam em 1997?”

      Faça a pergunta correta de modo direto ao poder, que os sindicatos não ocupam:

      Por que o PT, que alega não concordar com a política que os tucanos adotaram para a Petrobrás em 1997, que ocupa o poder central há mais de uma década, compraram ou cooptaram uma base aliada, muito mais extensa que os tucanos e não reverteram o que os tucanos fizeram com a empresa?

      A resposta é simples: porque concorda com as políticas tucanas, a divergência está na ocupação do poder, nos cargos, nas mordomias e comissoes, na locupletação dos dirigentes partidários junto aos lobbies, nada mais. Projeto para o país!!?? O que importa são os projetos pessoais dos oportunistas da direção; as boquinhas, os carguinhos, as tetas e as tretas armadas na ocupação do poder. Está aí uma geração de dirigentes de “esquerda”, que se tornaram ricos no exercício profissional da política.

  12. A militância se contorce toda

    A militância se contorce toda para tentar justificar o injustificável…

    Que o regime de partilha é muito melhor que o de concessão, adotado pelos privatas tucanos, é óbvio.

    Mas o que a militância não explica é POR QUE A PETROBRÁS NÃO EXPLORA SOZINHA O CAMPO DE LIBRA?

    PORQUE TEM QUE CHAMAR GRINGO PARA LEVAR PARTE DO PETRÓLEO? A PETROBRÁS NÃO É DETENTORA DA MELHOR TECNOLOGIA DO MUNDO EM EXPLORAÇÃO DE ÁGUAS PROFUNDAS? ENTÃO QUAL A RAZAO DE CHAMAR ESTRANGEIROS PARA CONCESSÃO!!?

    Se você achasse duas toneladas de ouro no seu quintal, retiraria elas sozinho, ainda que tivesse que investir em equipamentos, ou chamaria seu vizinho para “investir”, ficando satisfeito em receber “pelo menos 41%”?

    ISSO É UM ACINTE!! SE ESTIVÉSSEMOS EM 1995 O PT ESTARIA NA RUA A XINGAR FHC (COM RAZÃO!), E OS MESMOS MILITANTES QUE ESTÃO AQUI A DEFENDER ESSE ACINTE ESTARIAM GRITANDO PALAVRAS DE ORDEM!

     

    1. Custa dinheiro para tirar.
      A

      Custa dinheiro para tirar.

      A Petrobras não tem a grana.

      A questão é, vamos explorar agora ou esperar 10 anos para a Petrobras ter dinheiro.

      Simples assim.

      Abraço

      1. É mesmo?
        E o BNDES, também

        É mesmo?

        E o BNDES, também não tem dinheiro?

        Emprestou sabe quanto, só em 2012? R$ 156 BILHÕES.

        E em 2011, sabe quanto? R$ 130 bilhões.

        Somando APENAS 2011, 2012 E 2013, O BNDES EMPRESTOU CERCA DE 400 BILHÕES!!!

        Ah, mas se emprestar pra Petrobrás vai faltar pro Eike, pra BrOi, pra Volkswagen e para a JBS Friboi, não é mesmo?

        Cada um acredita no que quer. Mas tem gente que acredita neste governo de forma cega, parece um culto de fanáticos.

         

        1. Segundo li seriam necessários

          Segundo li seriam necessários 110 bilhões imediatos para começar a explorar economicamente o campo de Libra. Seu comentário diz que o BNDES emprestou 156 bi em 2012 e 130 bi em 2011. Eu concluo que para explorar o pré-sal, agpra, seria preciso quase o total do que o BNDES empresta por ano. Daí que praticamente não haveria dinheiro para mais nada.

          É isso mesmo?

  13. sempre chega o dia…

    em que sonhar com fortunas para todos, cabeça, e dedicar-se de corpo e alma à Petrobrás, coração, nada acrescentam sem que alguém coloque uma maquininha de calcular na mão de cada petroleiro.

     

    é só fazer as contas para ver do que realmente precisamos para que tudo se torne realidade

  14. Com todo o respeito.

    Com todo o respeito. Sindicato não é lugar para se discutir os rumos do país.

    Se quiserem, podem fundar um partido político. Aí eu lerei a carta.

    1. “Sindicato não é lugar para

      “Sindicato não é lugar para se discutir os rumos do país.”

      Argumento pra lá de estúpido, dessa tua frase posso intuir que Lula é um imbecil e metido, uma vez que, a partir do movimento sindical metalúrgico, fundou um partido e conseguiu chegar a Presidente da República; aliás esse teu argumento é bem típico de pessoas que não acitam trabalhadores interferindo nas coisas, nem mesmos nas suas vidas, muito menos nos rumos econômicos e políticos de uma nação.

      Minhas últimas palavras sobre o post e o leilão:

      1) Concessão, partilha ou o escambal, tudo tem um mesmo nome: entrega de patrimônio, parcial ou total. Conceder é dar, partilhar é na surdina deixar de ser dono, ao menos que nos dicionários essas palavras tenham mudado de significado.

      2) Lula e Dilma estão traindo sim, suas próprias palavras em tempos bem recentes e a uma legião de eleitores e militantes que acreditaram, trabalharam por sua eleições e votaram neles dois.

      3) A outro comentarista que me acusou de ser “psoleiro”… não chego a tanto, sou um reles trabalhador e petroleiro tentando, de acordo com teu comentário, meter o bedelho onde não me diz respeito, uma vez que só que pode definir os rumos do Brasil é gente sensata e semi-deuses… talvez como os patriotas da FIESP ou CEOs da Halliburton, Baker ou outra empresa “amiga”.

      1. Não adianta discutir com esse

        Não adianta discutir com esse povo.

        Tudo o que o governo faz está certo, é “para o bem do país” etc, e se você discorda ou é tucano, ou é “psolista”, “linha auxiliar da direita” etc.

        Acabei de provar acima que o orçamento do BNDES nos últimos 3 anos supera os 400 bilhões de reais, e nego tem a cara de pau de dizer que a Petrobrás “não tem como” investir sozinha…

        É muito fanatismo ou má-fé. 

    2. Boa disse tudo
      Desde quanto a

      Boa disse tudo

      Desde quanto a greve pode ser usada para impor ponto de vista politico?

      Greve diz respeito as condiçoes de trabalho, e nao ditar o qeu e como um governo pode gerir suas politicas em qualquer area… 

  15. Já decorríamos aqui

    Já decorríamos aqui discutindo deste leilão de libra e outras atividades ligadas ao petróleo e a Petrobras. Antes mesmo que se capitalizarem.

    Muito bom.

    Esta historia da partilha é aquela da porteira aberta, passa boi passa boiada. Será que na valvula passara 41%?

    Agora uma pergunta: Se no governo não houvesse descoberto Petróleo, o que faríamos?

    Qual a necessidade urgentíssima em dar partes desta e outras aos exportadores?

    Este dinheiro ganho agora será a diferença fundamental amanha?  Ou servira de caixa do governo.

    O Brasil não tem refinarias suficientes hoje e importa e não vai fazer uma diferença enorme neste campo de libra e sabemos que estes projetos são de médios prazos, então neste meio curto prazo é retirar o petróleo e exportar para refino no exterior e importar gasolina.

    Vejo o uso do petróleo e a Petrobras para benefícios políticos e econômicos faltando estruturas para estrutura a área.

    1. Caro João
      E ela continua a

      Caro João

      E ela continua a achar que a privatização seja um crime.

      Onde Libra e Petrobras será privatizada?!

      Saudações

  16. Preocupação com leilão de

    Preocupação com leilão de Libra afeta Petrobras e Bovespa cai

    19 DE OUTUBRO DE 2013 AT 19:03 

     

    A bolsa brasileira passou a operar em baixa no meio desta tarde, na contramão de Wall Street, sentindo a queda mais acentuada das ações da Petrobras. Vale e OGX também viraram para o terreno negativo e reforçam o movimento de queda do índice, às vésperas do vencimento de opções sobre ações.

    Às 15p5, o Ibovespa recuava 0,50%, para 55.076 pontos, mas já fez mínima em cima do suporte de 55 mil pontos. O volume financeiro é forte, de R$ 4,8 bilhões. Petrobras PN perde 2,03%, a R$ 17,84; Vale PNA recua 0,40%, a R$ 31,71; e OGX ON cai 5,0%, para R$ 0,38. Petrobras ON também opera em baixa, de 1,11%, a R$ 16,82, enquanto Vale ON sobe 0,63%, a R$ 35,13.

    Segundo operadores, dois assuntos repercutem sobre as principais ações do mercado brasileiro. Um deles está nas reportagens exclusivas divulgadas às 14h02 e 14p9 pelo Valor PRO. Trata-se do impacto do leilão do campo de Libra sobre as contas da Petrobras.

    Conforme apurou a repórter Cláudia Schüffner, há expectativa de que haverá apenas um consórcio disputando Libra. Apesar do atrativo incomum de leiloar uma área com descoberta de um reservatório gigante de petróleo, o governo pode se frustrar com uma licitação sem concorrência.

    Ainda segundo a repórter, o alto custo do bônus de assinatura do leilão de Libra, que vai representar um desembolso mínimo de R$ 4,5 bilhões para a Petrobras, adicionado à greve dos petroleiros com efeitos ainda não conhecidos sobre a produção de petróleo da companhia está preocupando acionistas estrangeiros da estatal. João Augusto de Castro Neves, analista sênior para a América Latina do Eurasia Group, conta que recebeu diversas ligações hoje de investidores.

    “As perguntas que os investidores estão fazendo são quanto tempo essa greve vai durar, quanto combustível a Petrobras terá que importar e se a produção ficar parada muito tempo. E se a greve durar um mês?”, questiona Neves, que está em Washington. No pior cenário, explica o analista, o governo terá que permitir um aumento de preços dos combustíveis.

    Outro tema que causou “estresse” nas mesas de operação foi a entrevista convocada pela Receita Federal para esta tarde. Havia alguma preocupação sobre quais medidas poderiam ser anunciadas, eventualmente alguma novidade sobre tributação de controladas no exterior. Até o momento, a Receita apenas esclareceu como funcionará o novo “Refis da Crise”, cuja adesão das empresas começa a valer na segunda-feira.

     

    Fonte: Valor.com

    – See more at: http://www.desenvolvimentistas.com.br/blog/leilaodopetroleo/#sthash.99qnRiaO.dpuf

  17. LEILOAR O MAIOR CAMPO DE PETRÓLEO É INACEITAVEL

    LEILOAR O MAIOR CAMPO DE PETRÓLEO JÁ DESCOBERTO NO MUNDO É INACEITAVEL

    19 DE OUTUBRO DE 2013 AT 20:23 

    Enquanto no resto do mundo os países exportadores de petróleo ficam com 80% do óleo-lucro – uma média de 72% do óleo produzido –, o governo brasileiro fixou para o leilão de Libra o pagamento mínimo de 41,65% à União. Em um campo sem riscos, de óleo de excelente qualidade, não seria razoável menos de 80%

     

    por Fernando Siqueira*

    Le Monde Diplomatique 

     

    Com as bênçãos do governo e do Poder Legislativo, um crime contra a soberania nacional está em andamento e já tem data marcada. O Campo de Libra, situado na província brasileira do pré-sal, na Bacia de Santos, que é a maior descoberta de petróleo convencional do século XXI, irá a leilão no dia 21 de outubro, na primeira rodada de licitações da camada do pré-sal. O pontapé inicial foi dado no dia 3 de setembro, com a publicação do edital. Todo o processo culminará, em novembro, na assinatura dos contratos com os consórcios vencedores, novos donos de um tesouro nacional desapropriado do povo brasileiro.

    A pressão das majors(ou Big Oils, ou sete irmãs) sobre o governo brasileiro foi muito forte. O seminário sobre óleo e gás em fevereiro de 2013 no Riocentro teve como tema central a reabertura dos leilões. Depois veio o vice-presidente norte-americano Joe Biden pressionar, pessoalmente, a presidente Dilma Rousseff e a presidente da Petrobras, Graça Foster. A escolha de Libra para essa licitação sob o regime de partilha satisfez as exigências. A área é imensa, e não será necessária a atividade de exploração, pois o campo já foi descoberto. O ganhador só vai desenvolver o campo, que hoje já se sabe conter muito petróleo. De acordo com testes de curta duração feitos pela Petrobras, que perfurou o campo, os volumes in placesituam-se entre 28 bilhões e 42 bilhões de barris. Se considerarmos um fator de recuperação de 35% (média dos campos da Bacia de Campos), os volumes recuperáveis podem variar entre 10 bilhões e 15 bilhões de barris. Mas geólogos da Petrobras estimam em mais de 15 bilhões.

    A Agência Nacional do Petróleo (ANP) fixou em 41,65% a parcela mínima da União no leilão de um campo já perfurado, testado e comprovado que abriga reservas fantásticas. Os dados que mais assustam, no entanto, estão relacionados às facilidades oferecidas pelo governo para que as empresas estrangeiras se apropriem de uma de nossas maiores e mais estratégicas riquezas. O governo vem causando um prejuízo crônico à Petrobras, reduzindo drasticamente seu caixa, obrigando-a, de forma ilegal, a comprar combustíveis no exterior e vender mais barato para as distribuidoras, suas concorrentes. Ao mesmo tempo, retoma o campo que estava com a Petrobras por conta da cessão onerosa e estabelece um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões, que prejudica a Petrobras e impede a participação das demais empresas nacionais.

    Enquanto no resto do mundo os países exportadores de petróleo ficam com 80% do óleo-lucro – uma média de 72% do óleo produzido –, o governo brasileiro fixou para o leilão de Libra o pagamento mínimo de 41,65% à União. Em um campo sem riscos, de óleo de excelente qualidade, não seria razoável menos de 80%. Estamos leiloando um bilhete premiado. Nenhum país soberano e independente faz esse tipo de leilão. “A ideia é atrair as empresas estrangeiras e não espantar investidores”, diz a ANP. As entidades nacionalistas buscam instrumentos jurídicos para impedir o leilão.

    O Congresso Nacional defendeu, até o último minuto, a destinação mínima de 60% desse óleo-lucro para a União, mas foi vencido ao final. Após reunião dos ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, com os líderes do governo na Câmara, a exigência dos 60% caiu “em nome de uma maior segurança jurídica das empresas que disputarão a licitação”. A votação, em 14 de agosto, foi rápida após o acordo com o Planalto e sepultou de vez a garantia de retorno decente para o país. Os 41,65% são um valor irrisório para o que representa o manancial do Campo de Libra. Ora, os leilões já não têm sentido por termos autossuficiência para mais de cinquenta anos, quanto mais nas condições desse campo perfurado, com reservas de 15 bilhões de barris e risco zero. Se alguém arrematar por menos de 60%, o leilão representará um fabuloso prejuízo.

    Pior é que a ANP e o governo enganam a nação quando dizem que a União ficará com, no mínimo, 75% do petróleo. Ora, o produtor fica com 40% do petróleo para remunerar seu custo de produção (esse custo é cerca de US$ 40 por barril); o contrato prevê que os royalties, de 15%, serão também ressarcidos ao produtor. Sobram 45% para a partilha. Se o vencedor oferecer 60%, a União ficará com 60% de 45%, ou seja, 27% do petróleo produzido. E o consórcio, este sim, ficará com 73% do petróleo. Absurdo!

    De volta às privatizações

    Em entrevista recente concedida ao jornalista Paulo Henrique Amorim, o ex-presidente da Petrobras do governo Lula, Sérgio Gabrielli, afirmou que leiloar Libra “vai na contramão da lei de partilha”. Ele destacou outro ponto sensível do edital: o bônus de R$ 15 bilhões pedido pela ANP à empresa vencedora do leilão. Segundo o ex-presidente, tais procedimentos estão “mais próximos da concessão de FHC do que da partilha”. Ele se refere à Lei das Concessões (Lei n. 9.478, de 1997), do presidente Fernando Henrique Cardoso, que era destinada a áreas de alto risco exploratório e exigia um bônus alto, uma vez que o concessionário passava a ser o proprietário do petróleo.

    Na mesma entrevista, Gabrielli declarou: “Como diminui o risco de exploração, o grande elemento a definir passa a ser como partilhar o lucro futuro. Então, o grande elemento deve ser a participação no lucro-óleo que deverá voltar ao Estado. À medida que você coloca um bônus muito alto, a partilha do lucro no futuro é menor. Ao fixar o bônus alto, você tem uma visão de curto prazo na exploração e no desenvolvimento de um recurso que já tem o grau de confirmação muito alto. […]. Mesmo com a certeza de que lá tem petróleo, você submete todo o ganho potencial futuro do Estado a uma parcela menor – o que é ruim, no novo conceito de partilha. […] Nessa operação de R$ 15 bilhões, o governo vai receber de imediato, mas a consequência disso é que, no lucro do futuro, o governo vai ficar com uma fatia menor”. Ou seja, o governo cobre o buraco do presente, mas compromete seriamente o futuro.

    Na verdade o governo estabeleceu um bônus alto com dois objetivos: 1) dificultar a participação de empresas nacionais, inclusive a Petrobras, estrangulada por ele; e 2) atingir a meta do superávit primário, que precisa de R$ 15 bilhões para se completar.

    Conjuntura internacional aterradora

    O momento em que o leilão ocorre é outro ponto relevante. A insegurança energética mundial é imensa. Estados Unidos, Europa e Ásia, além do cartel internacional, estão cada vez mais dependentes do petróleo das reservas mundiais, escassas, com cerca de 60% no Oriente Médio. Quando o pré-sal foi descoberto, imediatamente foi reativada a quarta frota norte-americana para “proteger o Brasil”, uma pressão militar óbvia. Ao mesmo tempo, o cartel internacional das petrolíferas vem agindo pelos bastidores. No setor, o lobbydo cartel está profundamente infiltrado dentro do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e da Organização Nacional dos Industriais do Petróleo (Onip). Todos eles juntos conseguem dobrar os três poderes do país. Só as manifestações do povo nas ruas poderão reverter essa submissão.

     

    *Fernando Siqueira é Vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet).

    – See more at: http://www.desenvolvimentistas.com.br/blog/leilaodopetroleo/#sthash.99qnRiaO.dpuf

    1. Maior campo de petroleo

      Maior campo de petroleo descoberto no mundo?? Oito a doze bilhões de barris é um campo pequeno, nem médio é.

      A Franja do Orinoco na Venezuela tem 297 bilhões de barris, Majnoun em Kirkuk no Iraque, descoberto pela Petrobrás,

      tem 108 bilhões de barris, de onde tirou que Libra é o maior jamais descoberto?

      1. Campos gigantes

        Campos de petróleo acima de 500 milhões de barris são considerados gigantes. O maior campo é Ghawar, com 71 bilhões de barris. Majnoon tem 12,6 bilhões de barris de reservas provadas, portanto, é bastante similar a Libra, que não é nada desprezivel, são poucos os campos no mundo, com quantias na ordem de grandeza de dezenas de  bilhões de barris, os restantes quase se conta nos dedos. A Franja do Orinoco é uma bacia, uma formação geologica, com muitos campos de óleo ultrapesado, de complicada e cara extração, é um petróleo baixa qualidade e dificil processamento; não se trata de um unico campo, é um conjunto de campos como é caso do pré-Sal, no qual Libra é um campo; petróleos de boa qualidade estão se tornando escassos. A exploração de uma bacia começa pelos melhores campos, os de mais fácil acesso, que dão retornos mais rápidos aos investimentos realizados; Libra está nesa situação e será entregue de bandeja pelos ENTREGUISTAS do PT. Brizola estava quase certo, o PT não virou a UDN de macacão, hoje seus dirigentes vestem Armani, virou UDN mesmo, sem um pingo de vergonha na cara, lustram com óleo de peroba.

  18. Comitê em defesa do pré-sal protesta contra leilão de Libra

    Comitê em defesa do pré-sal protesta contra leilão de Libra

    19 DE OUTUBRO DE 2013 AT 20:26 

    Crédito: Carlos Lessa afirmou que leiloar Libra é um ato de indignidade

     

    O Comitê Nacional em Defesa do Pré-sal vai se juntar a movimentos socais e sindicatos para protestar contra o leilão do campo de Libra, marcado para o dia 21 deoutubro(segunda-feira), às 15 horas, no hotel Windsor, na Barra da Tijuca. De acordo com os membros do comitê, leiloar Libra é um crime contra o patrimônio público e a soberania nacional. Por isso, eles convocam todos para irem de preto para frente do hotel num sinal de luto pela dilapidação do petróleo brasileiro.

     

    O professor da UFRJ e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social(BNDES), Carlos Lessa,  é um dos membros do comitê e destacou que privatizar o petróleo de Libra é abdicar da chance de construir um país economicamente autônomo e socialmente mais justo. “Ao privatizar o campo de Libra, na verdade, estamos entregando o futuro do nosso país à empresa que ganhar esse leilão. A entrega do campo de Libra é o maior ato de indignidade da história desse país”, reclamou Lessa durante a primeira reunião oficial do comitê.

     

    O vice-presidente da AEPET e diretor-executivo do comitê, Fernando Siqueira, explicou que a intenção da organização é defender um projeto de nação que garanta a soberania do país. “A intenção do comitê é defender um projeto de Brasil. Nós estamos entrando num leilão de partilha com características de concessão, já que com um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões você diminui a oferta de óleo-lucro oferecido e inibe a participação da Petrobrás. É um absurdo, algo inédito no mundo, um governo que entrega um campo com petróleo já descoberto”,avaliou Siqueira.

     

    A primeira reunião oficial do Comitê Nacional em Defesa do Pré-sal ocorreu no dia 17 de outubro e contou com a presença de representantes do Clube de Engenharia, da Associação dos Funcionários do BNDES, da AEPET e da TV Comunitária do Rio de Janeiro. Também integram o comitê, o Sindicato e a Federação dos engenheiros (Senge-RJ e Fisenge) e a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil(CGTB).

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  19. Muito sentimentalismo, pouca informação

    Fazendo as contas, a gente vê que o leilão é a melhor saída. Em vez de esclarecer, estas manifestações sem base só confundem. Amadorismo vergonhoso para o sindicalismo e para parte das equerdas.

  20. parados entre o ideal e o concreto…

    não há como se beneficiar do que temos……………..

     

    muitos trazendo discursos do passado como se lá ainda estivéssemos

     

    o mercado não parou, situação piorou e se os grandes se afastaram podem ter certeza que á melhor solução

  21. Estratégia. É o nome desse jogo.

    Eu não tinha uma idéia clara sobre esse assunto até começar a ler as opiniões de especialistas a favor e contra o leilão. A partir daí fiquei totalmente a favor. Quem é contra sempre vem com histórias absurdas do tipo “vão privatizar o pré-sal” e coisas do tipo. Partem para o emocional e geralmente fazem uma confusão enorme sobre contratos do tipo partilha e concessão. A “carta dos petroleiros”  deste post deixa isso bem claro. É bem infantil e desinformada.  Definitivamente não dá.

    Já com relação ao Leilão, o que se percebe é que uma eventual aproximação com a China é algo bastante significativo. Traz uma segurança adicional contra os “abutres do norte”.  E ainda há o conjunto da obra que vem sendo desenhado desde o governo Lula:  Submarinos (inclusive atômicos) da França e defesa anti-áerea russa e caças que agora podem ser os Sukhoi, também russos.

    Como estratégia de defesa acho esse “desenho” impecável.

    Quando se fala em reservas bilionárias de petróleo, o mundo todo sabe exatamente quem É o grande inimigo. Toda a atenção e preocupação é válida.

  22. Jornal argentino diz o que aqui não querem ver: Libra é o Brasil

    Graças à dica no comentário do “Companheiro Luís”, aqui no blog, posso trazer a matéria publicada hoje pelo jornal argentino Pagina 12, assinada por Dario Pignotti, que diz aquilo que a mídia brasileira está vendo também, mas não tem coragem, por seu subalternismo, de publicar.

    Diz que, amanhã, o noticiário eletrônico do Wall Street Journal e do Financial Times terão um dia agitado com as notícias sobre o leilão de Libra.

    “Mas, debaixo das notícias em tempo real que nos sufocarão nesta segunda-feira, à base de índices de ações e de corretores com seus pontos de vista de curto prazo , encontra-se uma história se passou nos últimos anos , cujo recordar ajuda entender o que está em jogo : um rearranjo de forças na geopolítica do petróleo”.

    E qual é a história que Pignotti narra?

    Conta que, em julho de 2008, Celso Amorim, nosso ministro das Relações Exteriores,  recebeu um telefonema da chefe do Departamento de Estado dos EUA,  Condoleezza Rice, pedindo que fosse recebida sem preocupações a notícia da reativação da Quarta Frota e sua passagem pelo Atlântico Sul.  Fazia poucos meses da descoberta, em 2007, de grandes reservas de petróleo nas bacias de Campos e Santos, localizadas nas costas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

    “Nem o chanceler Amorim, nem seu chefe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acreditaram na retórica suave do George W. Bush. Muito pelo contrário , houve alarme no Palácio do Planalto. Lula , Amorim  e a então ministra Dilma Rousseff , que estava emergindo como um candidata presidencial, perceberam que a passagem da Marinha os EUA pela costa carioca seria uma demonstração de poderio militar sobre os mais de 50 bilhões de barris de óleo de boa qualidade guardados a mais de cinco mil metros de  profundidade, numa área geológica conhecida como pré- sal”.

    Além de ir aos fóruns internacionais, diz o jornal argentino, era pouco o que o Brasil poderia fazer para, de imediato,  ”enfrentar a supremacia militar dos Estados Unidos e sua decisão que a Quarta Frota , o braço armado das petroleiras de  bandeira americana Exxon e  Chevron no Hemisfério, apontasse sua proa para o Sul.”

    “Lula e sua conselheira para Energia, Dilma , foram confrontados com um dilema: ou adotar uma saída mexicana  – como o atual presidente Enrique Peña Nieto , que mostrou uma vontade de privatizar a Pemex , embora o termo usado seja “modernização” –  ou injetar dinheiro para fortalecer a mística nacionalista Petrobras, para tê-la como vetor de uma estratégia para salvaguardar a soberania energética. Finalmente, o governo do Partido dos Trabalhadores ( PT) escolheu o segundo caminho e implementado um conjunto de medidas abrangentes”.

    Quais?

    “Capitalizou Petrobras para reverter o esvaziamento econômico herdado de (…)Fernando Henrique Cardoso e conseguiu aprovar, no final de 2010 una lei de petróleo “estatizante e intervencionista”,segundo a interpretação dada por políticos  neoliberais e o  lobby britânico-estadounidense, opinião amplificada por las empresas de noticias locais”.

    Além disso, prossegue o Pagina 12, reativou os planos de construção, com os franceses, de um submarino nuclear (“que avançou menos que o previsto”) e pleiteou nas organizações internacionais a extensão da plataforma offshore , a fim de que não se dispute a posse das bacias de petróleo, “além de promover a criação do Conselho de Defesa da Unasul , apoiado pela Argentina e Venezuela e sob a indiferença da Colômbia”. Firmou, também, contratos de financiamento com a China para a Petrobras.

    Diz o jornal que, enquanto isso era feito, a National Security Agency americana “roubava  informações estratégicas do Ministério de Minas e Energia e diplomatas (dos EUA) em Brasília enviavam telegramas secretos a Washington classificando o chanceler Amorim como diplomata “antiamericano”.

    Garante o Pagina 12 que  até três meses atrás,surgiram as primeiras notícias das manobras da NSA , a presidente queria evitar a ” radicalização ” da situação , “porque eu acreditava em uma reconciliação com os Estados Unidos, onde ele planejou viajar para uma visita oficial em 23 de outubro” . Mas a posição de Dilma “tornou-se irredutível em setembro ao saber que os espiões haviam violado as comunicações da Petrobras”.

    Apenas transcrevo o final da reportagem:

    “A decisão de suspender a visita a Washington, apesar de Barack Obama ter renovado pessoalmente seu convite, não não deve ser entendida como um simples gesto , porque suas consequências afetaram  decisões vitais.

    O fato e não haver petroleiras norte-americana amanhã, no leilão do megacampo de Libra e sim de três poderosas companhias chinesas , dos quais dois são estatais, indica que a colisão diplomática teve um impacto prático.

    Fontes próximas ao governo terem deixado conhecer a formação de um consórcio entre a Petrobras e alguma empresa chinesa, revela que a  geopolítica petroleira de Brasília se inclina em direção a Pequim, que é também o seu maior parceiro comercial.

    E se isso não fosse o suficiente para descrever a distância estratégica entre o Planalto e a Casa Branca, na semana passada indigesto ( para Washington ), ministro Celso Amorim, agora no comando da Defesa, iniciou conversações com a Rússia para discutir a compra de caças Sukhoi .

    Foi apenas uma sondagem , mas se essa compra é formalizada será um revés considerável para a corporação militar – industrial dos EUA imaginado vender caças SuperHornet ao Brasil, durante a visita que Dilma não vai fazer.”

    Que povo imaginativo, o argentino, não é?

    http://tijolaco.com.br/index.php/jornal-argentino-diz-o-que-aqui-nao-querem-ver-libra-e-o-brasil-se-afastando-dos-eua/

  23. O que define a riqueza é o modelo formal.

    Sobre os aplausos do mercado, os bancos transformaram o meio de circulação de toda riqueza reduzida a finalidade das reservas de valor, prevalecendo as transferências de imagens digitais sobre a criação da moeda formal.

    Nisso, os petroleiros não sabem diferenciar a perda nacional: Reserva de petróleo por reserva de valor significa que nada temos se comparados a representação de contextos imediatos falsos.

    Peçam o seguinte, já que querem impor uma identidade da representação do Estado: A reserva virtual de valor, como é um meio abstrato para a riqueza, que se define na tecnologica on line  (unidade concreta), irá pertencer as situações humanas que advém em suma – num modelo formal – o valor do mundo natural, sem a perda da riqueza.

  24. ANÁLISE- Uso do poder estatal

    ANÁLISE- Uso do poder estatal em Libra será teste para futuros leilões

    Reuters  [] Texto [+]

    Por Sabrina Lorenzi

    RIO DE JANEIRO, 18 Out (Reuters) – A greve dos petroleiros e as manifestações de movimentos sociais de esquerda contra o leilão de Libra desconsideram o que justamente afastou algumas das maiores petroleiras ocidentais do certame: o forte poder governamental sobre as reservas petrolíferas, com elevado potencial de retorno financeiro para o Estado brasileiro.

    Os trabalhadores da Petrobras entraram em greve na quinta-feira, por tempo indeterminado, em protesto contra o leilão da área gigante do pré-sal, previsto para acontecer na segunda-feira. Manifestantes invadiram o prédio do Ministério de Minas e Energia em Brasília contra o que acreditam ser a venda da riqueza brasileira para empresas estrangeiras.

    No entanto, o que estará em jogo no leilão da próxima semana é a viabilidade do regime de partilha, inédito no mundo, que busca atrair investidores pelo enorme volume de petróleo ofertado, a despeito das condições contratuais restritivas para as sócias das estatais Pré-sal Petróleo SA (PPSA) e Petrobras.

    O comportamento da PPSA, poderosa estatal criada para representar a União na gestão da área de Libra, será o grande teste do novo regime de partilha de produção e determinará a continuidade deste modelo para os demais leilões do pré-sal, avaliam especialistas e executivos do setor consultados pela Reuters.

    A presença de investidores interessados em explorar o volume de 8 bilhões a 12 bilhões de barris recuperáveis em Libra é tida como certa pelo setor, ainda que com a possibilidade de pouca ou nenhuma concorrência. Mas há dúvidas no mercado quanto a sustentação de novos leilões nesse mesmo formato.

    As regras dão plenos poderes à PPSA para decidir sobre a estratégia de Libra. E entregam a operação da área à Petrobras. As estatais brasileiras terão pelo menos 65 por cento do poder de voto sobre as decisões estratégicas da área exploratória.

    “O setor de petróleo vai observar como será a gestão da PPSA; estaremos atentos sobre como será usado todo o poder que lhes foi dado neste regime e sem dúvida isso deverá nortear os próximos leilões do pré-sal”, afirmou o ex-presidente no Brasil da gigante petrolífera britânica BG Luiz Costamilan, que prestou consultoria a interessados neste leilão.

    A gestão das estatais brasileiras definirá se os próximos leilões do pré-sal vão atrair outras companhias além das 11 inscritas para a primeira rodada, ou se irá afugentar as existentes.

    “É um modelo inédito no mundo … a PPSA tem muito poder sem investir”, disse recentemente Denis Palluat, presidente da francesa Total, inscrita para participar do leilão de Libra.

    O importante para o governo, de acordo com avaliação de dois executivos do setor, que falaram sob condição de anonimato, é receber o bônus de 15 bilhões de reais e contar com a presença das asiáticas para realizar os pesados investimentos necessários ao desenvolvimento da área gigante.

    “A razão principal do interesse dessas companhias orientais é o acesso a volumes e por isso elas podem aceitar um retorno talvez um pouco menor do que poderiam ‘majors’ como Exxon e Chevron, que não vão participar”, disse Costamilan, acrescentando que “não há dúvida” que haverá ofertas para o leilão.

    Se inscreveram para o certame as estatais chinesas CNOOC e CNPC , bem como a japonesa Mitsui, a indiana ONGC e a malaia Petronas . A Sinopec, da China, também poderá ter participação indireta no leilão, por meio das inscritas Repsol Sinopec (uma parceira com a espanhola Repsol) e da Petrogal (parceria com a portuguesa Galp).

    Também estão inscritas a colombiana Ecopetrol, a anglo-holandesa Shell e a francesa Total.

    As empresas que eventualmente não conseguiram formar um consórcio com a Petrobras podem ter desistido de participar, por causa da força da estatal brasileira, avaliaram as fontes ouvidas pela Reuters.

    Para a Petrobras, disse uma das fontes, é melhor mesmo que haja pouca concorrência, para que ela não seja obrigada a acompanhar eventuais propostas com pouco retorno financeiro.

    As empresas disputarão até 70 por cento da participação na área de Libra, já que a Petrobras será a operadora da área com no mínimo 30 por cento de participação em qualquer consórcio que ficar com a área.

    Quem oferecer a maior parcela de óleo à União ganhará a licitação. A parcela mínima que caberá à União é de 41,65 por cento do petróleo, descontados os custos de produção.

    GIGANTISMO

    O gigantismo de Libra e o alto custo de extração de petróleo no pré-sal ameaçam sobrecarregar a Petrobras. Sua capacidade de operar com rapidez no campo também é foco de atenção do setor. Há quem diga que o leilão vai desencorajar investimentos da estatal em outras áreas e limitar, a longo prazo, os benefícios da produção de petróleo.

    Libra deverá atingir um pico de produção de 1,4 milhão de barris de petróleo por dia (bpd) entre 10 a 15 anos depois da assinatura do contrato, estimou a Agência Nacional de Petróleo (ANP) nesta semana, às vésperas do leilão.

    Para alcançar esse pico, serão necessários de 12 a 18 plataformas e entre 60 a 80 barcos de apoio.

    A presidente Dilma Rousseff espera que Libra possa gerar ganhos de 368 bilhões de reais ao longo de 35 anos, fazendo mais do que tornar o Brasil um país mais rico. Ao pagar pela melhoria de serviços como educação e saúde, diz ela, Libra também irá reduzir a grande distância entre ricos e pobres.

    Mas as expectativas positivas não evitaram a insatisfação de segmentos da sociedade brasileira com o leilão, com a necessidade de convocar, inclusive, tropas do Exército, para assegurar o evento.

    Em peça publicitária contra o leilão, sindicatos de petroleiros lembram que a presidente prometeu que não privatizaria o pré-sal. Cobram de Dilma Rousseff o fim dos leilões de petróleo. O que o comercial não diz é que o governo será soberano nas decisões e estratégia, incluindo prazos, planos e ritmo de desenvolvimento dos campos de Libra.

    Os que protestam também parecem desprezar, por exemplo, que as exportações de petróleo pelas empresas do consórcio vencedor de Libra poderão ser canceladas caso o governo considere que há risco de desabastecimento de óleo ou derivados no País.

    1. pois é…

      e muitos acreditando que a riqueza viria de uma só vez…………..

       

      tucanoleiros é que pensavam assim e o país quase perdeu o mando no pré-sal

      1. tacanoleiros entendem muito mas é do seguinte…

        tornar escasso tudo que é muito

         

        o que reflete em todos os angulos a nobre arte de obdecer aos estados unidos antes de aprender

  25. JOÃO MARIA, LEIA COM ATENÇÃO

    João Maria, não é bem assim como você coloca a licitação do Campo de  Libra. Para reflexão, posto abaixo uma simulação –  feita pelo internauta Marcos Doniseti aqui mesmo no Blog do Nassif – do GANHO MÍNIMO do Governo Brasileiro com o Regime de Partilha na exploração do petróleo no pré-sal.

    “Regras do ‘Regime de Partilha’, criadas pelo governo Lula, garantem ao Estado Brasileiro uma participação mínima de 73,35% na renda líquida do petróleo do pré-sal. Na China o índice é de 71% e na Rússia é de 69%.

    Levando em consideração as condições acima, qual seria a participação do Estado Brasileiro com o barril de petróleo cotado a US$ 100? 
    É o que iremos calcular a partir de agora (a partir de dados retirados do ‘Tijolaço’):
    Receita bruta por barril (A) US$ 100:
    Royalties (15%) – US$ 15;
    Custos de Extração  – US$ 30;
    Receita Líquida – US$ 55;
    Óleo do Governo (participação de 41,65%) – US$ 23;
    Óleo do Consórcio – US$ 32;
    Imposto de Renda (de 25%, cobrado sobre a renda líquida do consórcio, que é de US$ 32) – US$ 8;
    CSLL (9%, também cobrado sobre os US$ 33 de renda líquida do consórcio) – US$ 2,88.
    Lucro Final do Consórcio – US 21,12 (30,2%). 
    Para saber como calcular o lucro final do consórcio basta somar o IR e o CSLL e abater o valor alcançado (US$ 10,88) dos US$ 32 de renda líquida do consórcio. 
    Então, 34% (US$ 10,88) dos US$ 32 obtidos pelo consórcio ficarão com o Estado Brasileiro, frutos da cobrança do IR e da CSLL. 
    Mas também temos uma participação mínima da Petrobras no consórcio vencedor (não importando qual seja o mesmo) e que é de 30%. 
    Logo, a Petrobras ficará com US$ 6,34 destes US$ 21,12 de renda liquida (já descontados o IR e o CSLL) que o consórcio vencedor terá.
    E também não podemos esquecer que quando o Presidente Lula capitalizou a Petrobras, a participação do Estado no capital total da empresa subiu para 48%. 
    Logo, destes US$ 6,53 de lucro líquido (que é a parcela mínima que a Petrobras terá no Lucro Líquido do Consórcio vencedor) a parcela do Estado Brasileiro será de US$ 3,17. 
    Somando tudo (ou seja: 1) Royalties; 2) IR, 3) CSSL; 4) Participação mínima de 40% do Estado Brasileiro sobre todo o petróleo extraído; 5) Participação mínima de 30% da Petrobras no consórcio vencedor; 6) Participação de 48% do Estado no capital total da Petrobras) a fatia TOTAL do Estado brasileiro na renda obtida com a extração do petróleo no Campo de Libra, nas condições descritas acima (e que são as mais pessimistas possíveis), será de (no mínimo) US$ 52,05. 
    Isso representa uma participação total de 74,35% do Estado Brasileiro sobre a Receita Líquida (que é de US$ 70, pois temos que descontar os US$ 30 de custo para extrair o petróleo) obtida com a extração do petróleo do pré-sal do Campo de Libra.” 
     

               Esses 74,35% – VALOR MÍNIMO, repito – que entrarão nos cofres da União são superiores aos ganhos da China (71%) e da Rússia (69%), só perdendo para os ganhos da Venezuela (88%) e do Cazaqustão (82%). Vale lembrar que os 74,35% de ganho para o povo brasileiro é o mínimo, podendo alcançar até os ganhos da Venezuela se a participação da PETROBRÁS no consórcio for superior ao mínimo 30%, como prevê a legislação.

                Além de tudo isto, meu caro João Maria, há um fato muito importante a ser levado em consideração: a participação da China na licitação. Isso é garantia de que a IV Frota Americana não vai ficar rondando as plataformas de extração do petróleo, como aconteceu na descoberta do pré-sal.

    1. Porque leilão de Libra

      Jornal argentino diz o que aqui não querem ver: Libra é o Brasil se afastando dos EUA

      20 de outubro de 2013 | 16:40

      Graças à dica no comentário do “Companheiro Luís”, aqui no blog, posso trazer a matéria publicada hoje pelo jornal argentino Pagina 12, assinada por Dario Pignotti, que diz aquilo que a mídia brasileira está vendo também, mas não tem coragem, por seu subalternismo, de publicar.

      Diz que, amanhã, o noticiário eletrônico do Wall Street Journal e do Financial Times terão um dia agitado com as notícias sobre o leilão de Libra.

      “Mas, debaixo das notícias em tempo real que nos sufocarão nesta segunda-feira, à base de índices de ações e de corretores com seus pontos de vista de curto prazo , encontra-se uma história se passou nos últimos anos , cujo recordar ajuda entender o que está em jogo : um rearranjo de forças na geopolítica do petróleo”.

      E qual é a história que Pignotti narra?

      Conta que, em julho de 2008, Celso Amorim, nosso ministro das Relações Exteriores,  recebeu um telefonema da chefe do Departamento de Estado dos EUA,  Condoleezza Rice, pedindo que fosse recebida sem preocupações a notícia da reativação da Quarta Frota e sua passagem pelo Atlântico Sul.  Fazia poucos meses da descoberta, em 2007, de grandes reservas de petróleo nas bacias de Campos e Santos, localizadas nas costas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

      “Nem o chanceler Amorim, nem seu chefe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acreditaram na retórica suave do George W. Bush. Muito pelo contrário , houve alarme no Palácio do Planalto. Lula , Amorim  e a então ministra Dilma Rousseff , que estava emergindo como um candidata presidencial, perceberam que a passagem da Marinha os EUA pela costa carioca seria uma demonstração de poderio militar sobre os mais de 50 bilhões de barris de óleo de boa qualidade guardados a mais de cinco mil metros de  profundidade, numa área geológica conhecida como pré- sal”.

      Além de ir aos fóruns internacionais, diz o jornal argentino, era pouco o que o Brasil poderia fazer para, de imediato,  ”enfrentar a supremacia militar dos Estados Unidos e sua decisão que a Quarta Frota , o braço armado das petroleiras de  Exxon e  Chevron , apontasse sua proa para o Sul.”

      “Lula e sua conselheira para Energia, Dilma , foram confrontados com um dilema: ou adotar uma saída mexicana  – como o atual presidente Enrique Peña Nieto , que mostrou uma vontade de privatizar a Pemex , embora o termo usado seja “modernização” –  ou injetar dinheiro para fortalecer a mística nacionalista Petrobras, para tê-la como vetor de uma estratégia para salvaguardar a soberania energética. Finalmente, o governo do Partido dos Trabalhadores ( PT) escolheu o segundo caminho e implementado um conjunto de medidas abrangentes”.

      Quais?

      “Capitalizou Petrobras para reverter o esvaziamento econômico herdado de (…)Fernando Henrique Cardoso e conseguiu aprovar, no final de 2010 una lei de petróleo “estatizante e intervencionista”,segundo a interpretação dada por políticos  neoliberais e o  lobby britânico-estadounidense, opinião amplificada por las empresas de noticias locais”.

      Além disso, prossegue o Pagina 12, reativou os planos de construção, com os franceses, de um submarino nuclear (“que avançou menos que o previsto”) e pleiteou nas organizações internacionais a extensão da plataforma offshore , a fim de que não se dispute a posse das bacias de petróleo, “além de promover a criação do Conselho de Defesa da Unasul , apoiado pela Argentina e Venezuela e sob a indiferença da Colômbia”. Firmou, também, contratos de financiamento com a China para a Petrobras.

      Diz o jornal que, enquanto isso era feito, a National Security Agency americana “roubava  informações estratégicas do Ministério de Minas e Energia e diplomatas (dos EUA) em Brasília enviavam telegramas secretos a Washington classificando o chanceler Amorim como diplomata “antiamericano”.

      Garante o Pagina 12 que  até três meses atrás,surgiram as primeiras notícias das manobras da NSA , a presidente queria evitar a ” radicalização ” da situação , “porque eu acreditava em uma reconciliação com os Estados Unidos, onde ele planejou viajar para uma visita oficial em 23 de outubro” . Mas a posição de Dilma “tornou-se irredutível em setembro ao saber que os espiões haviam violado as comunicações da Petrobras”.

      Apenas transcrevo o final da reportagem:

      “A decisão de suspender a visita a Washington, apesar de Barack Obama ter renovado pessoalmente seu convite, não não deve ser entendida como um simples gesto , porque suas consequências afetaram  decisões vitais.

      O fato e não haver petroleiras norte-americana amanhã, no leilão do megacampo de Libra e sim de três poderosas companhias chinesas , dos quais dois são estatais, indica que a colisão diplomática teve um impacto prático.

      Fontes próximas ao governo terem deixado conhecer a formação de um consórcio entre a Petrobras e alguma empresa chinesa, revela que a geopolítica petroleira de Brasília se inclina em direção a Pequim, que é também o seu maior parceiro comercial.

      E se isso não fosse o suficiente para descrever a distância estratégica entre o Planalto e a Casa Branca, na semana passada indigesto ( para Washington ), ministro Celso Amorim, agora no comando da Defesa, iniciou conversações com a Rússia para discutir a compra de caças Sukhoi.

      Foi apenas uma sondagem , mas se essa compra é formalizada será um revés considerável para a corporação militar – industrial dos EUA imaginado vender caças SuperHornet ao Brasil, durante a visita que Dilma não vai fazer.”

      Que povo imaginativo, o argentino, não é?

      Por: Fernando Brito

       

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