Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
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A Lava Jato e seus inimigos íntimos, por Aldo Fornazieri

A Lava Jato e seus inimigos íntimos

por Aldo Fornazieri

A grande frente que se formou para perpetrar o golpe do impeachment está se desfazendo aos poucos. O ponto de convergência desta frente foi a Operação Lava Jato. Ela era o estandarte, a bandeira tremulante, na qual estava estampada a cruz  para liderar o expurgo dos corruptos que haviam se apossado do país. Sérgio Moro parecia ser uma espécie de São Bernardo de Clairvaux, cujos pareceres nos processos e nos mandatos eram verdadeiras chamadas à mobilização de cruzados. Ou, quem sabe, era o bispo Fulk um dos chefes da Cruzada Cátara para combater com violência os hereges porque, entre outras coisas, estes queriam uma maior igualdade.

Nas cruzadas do impeachment todos eram santos: os que foram às ruas, os integrantes do judiciário, os porta-vozes da grande mídia, os políticos contrários ao governo Dilma, os deputados do indescritível espetáculo do 17 de abril, os grupos que pregavam a volta dos militares etc. São Michel, com seu cortejo de anjos e arcanjos, haveria de purificar o Brasil com seu jeitinho manso, com sua habilidade de conversar, com sua capacidade de construir consensos. O Brasil, livre dos demônios vermelhos, seria unificado, num estalar de dedos a economia voltaria a crescer e o manto verde e amarelo da ordem e do progresso haveria de produzir paz, contentamento, empregos e opulência.

Esta grande mentira, que embebedou boa parte da sociedade, hoje não passa de um espelho estilhaçado em mil pedaços, todos eles refletindo a face da maior quadrilha de corruptos que se apossou do poder. Todos eles refletindo as faces de um grupo indigesto de políticos que se acotovelam para participar da suruba do Foro Privilegiado. Todos eles refletindo as faces de antigos comparsas que agora querem queimar o sagrado estandarte no fogo cruzado que objetiva bloquear a marcha da libertação da terra santa. Até os santos, os chefes dos cavaleiros templários, o São Bernardo, são diariamente chamuscados pelas chamas que vêm das barricadas que tentam bloquear a justiça purificadora.

O PMDB, principal beneficiário, se tornou também o principal inimigo da Lava Jato. Já tentou várias manobras no Congresso para detê-la. Agora vêm os ataques públicos. Junto com alguns colunistas e blogueiros de direita, que se valeram de todas as ilegalidades da Lava Jato e do juiz Moro para derrubar o governo Dilma, desferem petardos contra os vazamentos seletivos, contra a criminalização da política, contra as conduções coercitivas, contra a manutenção de acusados na cadeia para que eles façam delações premiadas, contra o “lado obscuro” da operação e assim por diante. Investigar corruptos do PMDB e do PSDB virou sinônimo de “criminalização da política”. Contra o PT se tratava de “limpeza moral”. Mas a partir do governo Temer, a fetidez do ar bloqueou até mesmo a chuva nos céus de Brasília.

O PMDB está na linha de frente no combate à Lava Jato. Age como se fosse uma infantaria, uma espécie de bucha de canhão. Já, o PSDB, age como se fosse um grupo de comando de forças especiais. Usa a inteligência, tem infiltrados poderosos nas trincheiras “inimigas” como Rodrigo Janot, o próprio Moro, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e o ministro plagiador. Entre os infiltrados, nem todos são amigos entre si. O único ponto de convergência consiste em proteger os caciques do tucanato. Uns torpedeiam a Lava Jato, citando, inclusive, ilegalidades contra petistas; outros, querem preservá-la no que lhes interessa.

As direitas que patrocinaram as mobilizações de rua agora estão divididas. De um lado estão aqueles que querem salvar Temer para salvar o PSDB em 2018. Além de atacarem a Lava Jato, acusam seus ex-colegas classificando-os de “direita xucra”, de fazer o jogo da esquerda por querem continuar mobilizando contra a corrupção. Ocorre que as perspectivas de 2018 colocam as direitas em uma encruzilhada, em marchas para caminhos distintos. A “direita xucra” quer a continuidade das mobilizações por duas razões: 1) ficar com Temer poderá significar um naufrágio; 2) não quer uma alternativa tucana, pois está engajada na construção de um projeto mais à direita – talvez Bolsonaro, talvez um outro candidato a la Trump.  

Temer deveria renunciar e Moro se afastar

Não é necessário muito esforço de lógica para perceber o que a “Operação Mula”, que envolve José Yunes, Eliseu Padilha e Michel Temer quer esconder. O PMDB tinha três chefes que recebiam e distribuíam propinas: Michel Temer, Eduardo Cunha e Eliseu Padilha. Não se tratava atos fortuitos, ocasionais, mas de operações sistemáticas de corrupção tramadas, inclusive, em palácios da República.

A continuidade de Temer na presidência da República foi, é e será uma afronta à dignidade nacional, à moralidade social, aos conceitos fundantes da Constituição Federal. Se ainda restam alguns resquícios de comunidade política nacional, Temer precisa se afastar ou ser afastado. Aqui cabe uma cobrança às sumidas oposições: sem o afastamento de Temer, o futuro da dignidade da política, da sua moralidade, da responsabilidade, estará comprometido por anos seguidos. Sem a saída de Temer a herança que ficará serão os escombros da democracia e a percepção de que golpes valem a pena.

O juiz Moro, por seu turno, não  tem mais condições morais de permanecer à frente da Lava Jato. Em recente palestra proferida nos Estados Unidos ele afirmou que não contribuiu para derrubar Dilma. Ele não só contribuiu de forma decisiva como, agora se sabe, agiu deliberadamente para proteger os mal-feitos de Temer ao cancelar perguntas dirigidas pela defesa de Cunha ao presidente-usurpador. Ao barrar as perguntas de Cunha, o juiz Moro cometeu duas ilegalidades: 1) barrou o direito de defesa, algo que não cabe a nenhum juiz praticar; 2) prevaricou, pois o certo era permitir que se pudesse conhecer aquilo que as perguntas pretendiam revelar.

Vejam-se apenas duas das perguntas barradas por Moro dirigidas a Temer: “Qual a relação de Vossa Excelência com o Sr. José Yunes?” e “O Sr. José Yunes recebeu alguma contribuição de campanha para alguma eleição de Vossa Excelência ou do PMDB?”. Moro classificou como “chantagem” e “provocações” as perguntas da defesa de Cunha. Está claro que ele agiu para proteger Temer, protegendo um esquema criminoso.

A cada dia que passa, as provas deixam mais evidente que quem destruiu a Petrobras pela corrupção foi o PMDB. A destruiu para agora entregar os seus ativos ao capital estrangeiro. Este governo foi instituído para liquidar as empresas brasileiras a preço de banana, para entregar os direitos dos trabalhadores ao capitalismo de predação, para vender as aposentadorias de pobres idosos ao capital financeiro, para destruir a educação e a saúde públicas.

Agora a mídia e setores de direita querem vender a seguinte equação: a política vai mal, mas a economia vai bem, pois os indicadores estariam melhorando. Proclamar a queda da inflação e dos juros como grande feito desse governo significa vender fumaça, pois os dois indicadores são consequência do efeito inercial da recesssão. Na verdade, a política está podre e a economia vai mal. Uma economia que tem mais de 12% de desempregados não pode estar bem. Uma economia que produz novos pobres todos os dias não pode estar bem. Uma economia que destrói o pouco de seguridade social do seu povo vai muito mal.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política.

 
Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

21 Comentários

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  1. Quando se procura sucesso em algo

    Alia-se aos amigos, parceiros, camaradas, semelhantes. Um ajuda o outro, ainda que separados, pois a meta é a mesma ou é semelhante.

    Entre estes meliantes engravatados é a mesma cois que com bandidos. Não há parceria, amizade. São feitos conchavos, já que os mesmos são comparsas. Entre estes há interesses diluídos, individualizados.

    Nunca perdura e o pior, torna-se como um câncer para as adjascências. A história do Brasil tem sido esta. Golpes em cima de golpes, pelos meliantes da União. Golpes sustentam a falsidade, a hipocrisia. A classe média brasileira já ficou também contaminada por esta mentalidade golpista. Se sustenta por base na mediocridade. Pouco tem a contribuir para um melhor futuro.

    Isto é que é pior: a mediocridade sempre se alimenta do que está embaixo, poristo tende sempre a nivelar por baixo e para baixo.

    Triste sina de todos estes brasis.

  2. Pois é, mas eu me lembro do

    Pois é, mas eu me lembro do sociólogo atacando sem parar o PT e seus governos no auge da Lava Jato. Ainda bem que entendeu o que estava por trás da operação.

    Mas continua errando quando diz que a política está podre. Generalizou e esqueceu-se de apontar que por culpa do Judiciário e da imprensa parcelas de políticos brasileiros, especialmente da direita, continuam impunes e roubando o país. Mas não são todos. Porque por mais que os inquisidores da Lava jato se espremam não há acusações de falcatruas perpetradas por Lula. E vários políticos do PT, do Psol, do PDT etc.

    Lembro o sociólogo que quando finda a política inicia-se a guerra e a criminalização indiscriminada da política é exatamente o que os arautos do poder desejam. Um outsider no poder sem qualquer compromisso que a prática da política proporciona.

  3. a lava jato…

    Grande mentira? Não. Direcionada? Sim. Mas também direcionada por direcionar o abismo. Escancarou descaradamente que não temos Estado. E nunca criamos um Estado. Nem reescrevendo uma nova Constituição com menos de 3 décadas, nem governados por pseudo-socialistas, pseudo-democratas. A hipocrisia nacional  foi revelada como diarréia incessante. Não é culpa deste juiz ou desta Lava Jato. É uma vergonha assombrosa de um dos maiores países do planeta. Explica como podemos estar nesta situação em pleno 2017. O mérito verdadeiro desta operação até aqui é expor tamanha podridão, inclusive em muito acobertada pela imprensa.  

  4. Nem tudo está perdido

    Lembrando que a ideia de que a atividade política “está podre” serve para eleger João Dória Jr. e Geraldo Alckmin, e que corrupção não é apenas desviar dinheiro público para o próprio bolso mas toda ação que verte os poderes públicos para atendimento a desejos pessoais, privados. Por exemplo sucatear a educação e a saúde públicas é corrupção. Enfiar intermediários privados entre o erário e o beneficiário final de programas sociais também. A lista é grande…

    Quem sabe se o professor procurasse visitar reuniões partidárias ou não em que se debate política e administração pública a sério? Não cito nomes mas garanto que tem um monte de gente que, se não tem seu nome vendido pela propaganda da hegemonia de empresas privadas que se dedicam à comunicação social, de massa, pensa a coisa pública de forma bem menos corrupta que a maioria. Tem bastante nas periferias dos centros urbanos…

  5. Aldo Fornazieri

    Excelente artigo, porém permita-me indagar: qual ato o senhor atribui ao Ministro Dias Tofolli que possa significar tolerância com tucanos? Não menr corro de nenhum. Ao contrário, vi o Ministro exigir a diminuição de competência do autocrático juizeco de Curitiba. Vi invocar princípios constitucionais pra autorizar Paulo Bernardo sair da “prisao preventiva” abusiva. Igualar Tofolli a Gilmar Mendes e ao plagiador da Opus Dei não é razoável. Peço reflexão. Obrigado 

  6. Excelente artigo, porém

    Excelente artigo, porém permita-me indagar: qual ato o senhor atribui ao Ministro Dias Tofolli que possa significar tolerância com tucanos? Não menr corro de nenhum. Ao contrário, vi o Ministro exigir a diminuição de competência do autocrático juizeco de Curitiba. Vi invocar princípios constitucionais pra autorizar Paulo Bernardo sair da “prisao preventiva” abusiva. Igualar Tofolli a Gilmar Mendes e ao plagiador da Opus Dei não é razoável. Peço reflexão. Obrigado 

  7. A lava-jato sempre foi instrumento de poder.

    Se hoje a lava-jato se volta contra o PMDB,  ela ganha a fama pelo que não faz. O famoso departamento de propina foi obra da descoberta suiça do servidor . A lava-jato apenas prepara a cronologia  dos vazamentos em comum acordo com grupos, que me parecem  continuar incolúmes e lucrando muito com toda esta crise que nos atinge. Condenam os desafetos do PT, meia dúzia de  corruptos notórios  do PP,  mantem o PMDB na coleira, e o PSDB com as mãos livres. Agora, para obrigar o PMDB a impor as politicas entreguistas  e impopulares, ditadas de fora pelos neoliberais do PSDB, a Lavajato é o instrumento.  E  os membros da Lava-Jato depois de beberem as águas do poder, querem mais. Mas as ambições conflitam com os interesses de seus criadores. Membros da lava-jato não querem  abrir mão do poder que amealharam e alguns tem ambições maiores. Mas esbarram, não nos políticos apenas do PMDB, como quer vender a imprensa, mas sim no conjunto formado pelos políticos do PSDB, juizes do supremo, a Procuradoria da Republica, imprensa e capital financeiro. Estes são poderes que tentam controlar o que talvez seja incontrolável nem nunca será.

    Hoje o que vemos, no que aparentemente é esta explosão contra o PMDB, são apenas mal feitos requentados e alimentados midiaticamente. As delações do fim do mundo, foram as delações de Sérgio Machado, que já são conhecidas há mais de ano. O Plano Jucá e o conhecido acordão  já apareceu na mídia e fragilizou um grupo que no entanto continua explicitamente no poder e escondeu um outro que continua nos bastidores .  Temos assim as  quase “desconhecidas”    delações contra o PSDB. Aquelas que todos sabem que existem mas jamais tem folêgo. A mídia os transforma em novidades ou mini-manchetes, quando é conveniente para aparentar neutralidade. E a mesma mídia esconde o que não quer explicitado, e conta principalmente com a falta total de transparência do  trabalho investigativo, se é que ele existe. A pergunta é, quem controla tanta informação?

    As acusações contra Lula, são apenas midiáticas e ideológicas.  Judicialmente parecem ter ficado apenas na criação inicial, pois neste tempo todo continuam atrás de um triplex inexistente, um pedalinho, e agora o máximo dos máximos, 65 testemunhas para dizer o óbvio. Uma das testemunhas, com muitas mesuras, explicou  o que é um acervo presidencial para Moro. E Moro demonstrando o que acha da justiça e da luta anticorrupção, mesmo depois das declarações de FHC  manda expropriar algumas peças do acervo. Ou ele tem problemas de entendimento, ou explicita o puro preconceito, pois, com isto,  reafirma que não aceita  Lula como presidente, e assim deixa explícito que o problema dele não é justiça nem corrupção. Esta é mais uma demonstração do seu papel no golpe. Este ato tem como objetivo, midiaticamente, manter vivo, aquele grupo  que odeia Lula e os pobres de qualquer jeito. É apenas um ato de agitação e propaganda. Pois sabe que  alguns antigos defensores já  se desiludiram e com certeza Moro  sabe que tudo isto não tem nada a ver com luta anti-corrupção. Ele precisa realimentar o imaginário desta parcela, pois disto depende o seu poder. Porém, nas ruas todos podem ver   a destruição do país que está cada dia mais  explícita.

    Nada mais destrutivo para uma operação anticorrupção do que explicitar de forma tão clara a parcialidade. E isto  não foi feito por inimigos íntimos, mas sim pelo proprio Moro. As declarações deste juiz no exterior foram verdadeiras bombas. Mas internamente a mídia continua fazendo a sua parte. Chamar isto, de operação anticorrupção em risco,  é apenas uma das jogadas na briga interna pelo poder. O PSDB, continua desaparecido nas ações e na mídia. Quando aparece alguma coisa é logo escondida numa avalanche de notícias, muitas delas requentadas  contra o PT, ou PMDB. O juiz Moro chama FHC, para lhe prestar homenagem e quer proibir gravações que deixem explícito o que midiaticamente pode ser contrário a ele vazando o que é conveniente. Tratar Lula e sua defesa agressivamente, não o incomoda, pois é a peça de propaganda que precisa para estimular  seus seguidores e  defensores . Mostrar as mesuras com FHC, ou as fotos na festa, também não o incomodam, pois se dirigem a seus seguidores e  explicitam de quem ele quer ser herói .  Mas estas atitudes mostram que tem  ambições que podem contrariar  alguns. Nesta briga não se tem inimigos íntimos mas sim cúmplices que nunca nutriram amizades, mas apenas interesses.

    Esta pretensa briga contra a Lava-jato já era conhecida por todos, e nesta briga, o PSDB,  partido do Janot, sempre ficou a cavaleiro, esperando a hora do poder. Enquanto  isto, Janot apertava o cangote de Cunha, jogando-o depois na mão de Moro, em nome da luta contra a corrupção. Cunha agora é mais útil preso pois mantém Temer também prisioneiro. Enquanto Cunha tenta se comunicar ameaçando abrir o bico,  Moro protege Temer, porque este é util lá fora. Temer em sua inteligência, pensa estar no poder. Corre para botar Serraglio, que dependendo do momento pode anistiar ou não seu amigo. Os Franciscos passam ao largo. Agora apertam Temer, enquanto Parente entrega a Petrobrás e Janot a Oderbrecht,  Embraer etc…, enquanto acionistas da bolsa de Nova York e a Chevron festejam. O PSDB continua em seus objetivos e apesar das divergências, a figura ímpar de Dória,  é a terceira opção, mas continua sendo a opção  caso tudo não funcione, o que pode contrariar  as ambições de  Alckmin, que  é a primeira opção. A  segunda opção Aécio Neves virou pó, e Serra aparentemente  já fez o seu papel. Mas não se pode descartar que tenha saido  do ministério para assumir de vez a guerra interna do PSDB, quem sabe mais um dossiê apareça.  O supremo talvez vá conter Moro, afinal, não aguentam mais as pretensões do juiz  de primeira instância. 

    Continuam falando no ajuste fiscal, quando  querem mesmo é garantir que mesmo fora de poder, um governo não possa fazer absolutamente nada, e que todo o dinheiro de programas sociais sejam destroçados. Primeiro  a previdência e depois o SUS, já que já conseguiram transformar a escola numa coisa amorfa. Parte da  classe média que se sentiu ameaçada pelas cotas e este monte de formados, do Prouni e das centenas de Escolas Técnicas Federais e das dezenas de novas universidades. está feliz e pode agora respirar aliviada, apesar de estar esquecida da luta contra a corrupção. 

    O problema central do PSDB e da Lava jato é a eleição. Apesar da eleição de Dória ter-lhes dado , quiçá um candidato, sabem que Dória destroi Dória em pouco tempo, mesmo com o auxílio luxuoso da imprensa. O criador da criatura Alckmin, tem suas próprias pretensoes. Mas sobretudo   eles temem as urnas e derrubar Temer, também em nome da corrupção, pode ser uma opção  para uma indicação indireta.  Alckmin, ou Cunha, ou Temer ou Jucá, jamais foram inimigos intimos da Lava-Jato, foram na verdade seus criadores e cumplices,  todos sabemos que as vêzes é dificil controlar nossas criações. As vezes a criatura se volta contra o criador, mas neste caso ainda não sabemos se tudo isto   faz ou não  parte do mesmo plano, o  PSDB explicitamente no poder

  8. 1905-1964 1917-2017 ?

    A paciência se esgotou finalmente? 

    Teremos aprendido finalmente a repelir golpes?

    Vamos finalmente deixar de ser uma colônia?

    Vamos punir golpistas exemplarmente em vez de anistiar assassinos e torturadores?

     

  9. O conceito de niilismo

    O conceito de niilismo cunhado por Nietzsche é uma crítica que esse autor faz à ideia dos antigos filósofos gregos e cientistas sociais modernos que acreditavam ser possível existir uma sociedade perfeita, aquela que se deve buscar conhecer. Ou seja, cria-se a hipótese de uma sociedade perfeita (o mundo das ideias de Platão) e, a partir dela, se faz a comparação com a sociedade real, a sociedade brasileira, por exemplo. Segundo Nietzsche*, essa sociedade ideal/perfeita não existe e, por isso, comparar algo a ela é cair num vazio – nihil = nada.

    No caso do autor, ele faz uma análise sociológica segundo um “moralismo terra arrasada”. Como ninguém é perfeito (político ou instituição), então nada presta. Sempre tem algo errado. O problema é que a sociedade (pessoas e instituições) não são perfeitas, logo, cai-se numa crítica vazia. Daí o conceito de nihilismo de Nietzsche. 

    Quando o autor critica meus “adversários,’ concordo. Quando critica meus “aliados”, discordo. E o autor é um ser capaz de enxergar o mundo perfeito. Da moral. Da ética. Dos valores. Do bem comum. 

    Na minha modesta opinião, não se constrói nada “fuzilando” tudo e todos. Sai-se bem na foto, mas não se deixa nenhum legado construtivo. Simplificando ao extremo, tá tudo errado, nada e ninguém presta. Assim, só eu (sempre) estou certo. Nunca erro, pois sempre há erros e nuca deixo de apontá-los (quando há acertos a serem apresentados, eles são, na prática, inatingíveis).

    Por fim, vale observar que os pós-modernos, embora estejam corretos na sua crítica ao mundo ideal (uma leitura sociológica que de certa forma Maquiavel também criticava), acabam caindo, igualmente, num vazio, acreditando que tudo é absolutamente indeterminado. Nessa perspectiva a realidade é absolutamente caótica, sem começo meio e fim. A fome, a miséria não tem causa. Não há ricos e pobres. Não há estruturas, instituições que perpetuam relações iníquas. A realidade é indeterminada. 

    Os cientistas sociais, além de críticos, necessitam correr riscos. O mundo é desigual e ao mesmo tempo imperfeito. Tem-se que ter a coragem de escolher um caminho do meio, como ensinava Aristóteles. E esse caminho, sempre será imperfeito, porém, será o melhor que a humanidade pôde fazer até o momento. Nenhuma sociedade é perfeita. As normas, não são uma linha reta, mas apenas apontam numa direção. Não há partidos políticos perfeitos, nem juízes. A questão é saber identificar o menos imperfeito e ter coragem para defender a proposta viável no momento.

     

    *Criador da pós-modernidade e que inspirou sua crítica à filosofia antiga e a ciência moderna nos sofistas da antiga Grécia, arqui-inimigos de Sócrates, Platão e cia. 

     

  10. Peneira

    A lava a jato é golpista?  E os corruptos ,continuarão impunes? As empreiteiras de toda a natureza e de todos os níveis fazem licitações honestas? O Brasil é um país extremamente corrupto?  Se todas as respostas forem sim estamos ferrados.

  11. O Aldo voltou..

    Retorno visível ! Ótimo artigo. Quando a Aldo se libertou da decepção a área voltou a ficar limpa para que ele voltasse prá linha de frente no combate. Porque quem pensa que já viu de tudo deve se preparar para o que vem pela frente. O Aldo é como nós, de carne-e-osso. Para ilustrar: “Somos homens, não somos deuses nem pedras.  Se a grandeza que nos coube foi essa ao menos de saber, conquistemo-la até onde, nos limites das evidências primeiras, ela se nos anuncia. E se o “absurdo” é a face desses limites, assumamo-lo como quem não rejeita nada do que é ainda nós próprios. A cobardia não está em assumir esses limites, mas em recusá- los. (…) – “Virgílio Ferreira, Carta ao Futuro”

  12. Depois do golpe, até o Gilmar

    Depois do golpe, até o Gilmar Mendes critica os abusos e as ilegalidades do juiz fora da lei, Moro.

    O editorial recente do estadão também sinaliza a adesão do jornal à operação abafa, mas apenas na proteção aos polítcos tradicionais, porque, quando o assunta é Lula, estão mais ferozes do que nunca.

    O estilhaços do espelho podem ser vistos no interior da própria força tarefa da vaza jato. Delegados e procuradores, antes tão unidos, como siameses, agora já se estranham. Delegados não digeriram a exculsão das delações premiadas da Odebrecht. Levaram um chega pra lá e ficaram com a fama de vazadores. Muito espertinhos esses procuradores.

    Mesmo entre os Delegados já há dissidências. Quatro deles já deixaram a turminha de Curitiba. O episódio do timing para a prisão do Lula deixou explícita a divisão entre eles. 

    Mas não nos iludamos. Quando o assunto é PT, Lula e Dilma, todos se unem numa força mágica: procuradores, delegados, Gilmar Mendes, juiz fora da lei, Moro, mídia, STF, políticos tradicionais, todos no bloco do golpismo, que prepara sua segunda etapa de atuação, com a prisão ou condenação de Lula em segunda instância, tornando-o inelegível.

  13. Descobri o nome original da

    Descobri o nome original da operação lava jato. É Kick Ass ou na tradução para os cinemas Quebrando Tudo. Um monte de débil mental com fantasias caseiras bancando os super heróis.

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