As mudanças de estilo na mídia e a aparência de neutralidade

Atualizado às 14:48

Na sexta-feira passada participei de uma das mesas do Congresso da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) ao lado do diretor de redação de “O Globo” Ascanio Seleme e do professor Edgard Rebouças, da Universidade Federal do Espírito Santo.

Foi um debate civilizado que permitiu algumas conclusões objetivas e outras indiretas do atual momento da mídia.

Chamaram a atenção duas intervenções de Ascânio.

A primeira mencionando altos investimentos feitos pelo O Globo na sua plataforma digital. E asseverando – com o que considerei otimismo exagerado – que os jornais continuariam dominando o mercado de ideias. Ambos concordamos que o jornal de papel está com os dias contados.

Ascanio manifestou otimismo em relação a O Globo,  informou que no ano passado ele recuperou seu ponto de equilíbrio e está pronto para voar novamente – daí o aumento da redação e dos investimentos. Para reforçar o otimismo mostrou números sobre o público que O Globo atingia, enquanto papel, e o público que atinge hoje em dia, como digital.

Confesso que não me convenci da viabilidade financeira. Assim como discordei do Edgard Rebouças, quando previu para as novas mídias um destino igual às rádios e televisões – que acabaram sob controle dos grupos de mídia tradicionais, que tinham no jornal seu carro chefe. Em sua opinião, o mesmo ocorrerá agora.

Ora, rádio e televisão são concessões públicas, nas quais o poder político foi fundamental para preservar o espaço dos grupos tradicionais.

A Internet é  território aberto, é mercado, é capitalismo e não mais sistema de capitanias hereditárias. Mesmo que os grupos tradicionais tenham alguma vantagem de partida, não há mais barreiras de entrada para outros grupos, inclusive estrangeiros.

Além disso, a audiência de jornais como O Globo só é elevada em relação ao público do jornal papel. Na competição por publicidade online, os competidores serão portais – com muito maior abrangência – e toda sorte de sites especializados, como Mercado Livre, Buscapé etc., com muito maior audiência. E, para orientar os anunciantes, quem dispõe de mais dados sobre hábitos de consumo dos leitores: portais de consumo ou o site de O Globo?

Ou seja, a Internet quebrou não apenas as barreiras de entrada a novos competidores, como também as barreiras no mercado publicitário. Maior prova disso é o Google, que sem produzir uma linha de conteúdo, já é o segundo veículo em publicidade no Brasil, superando a Abril e ficando apenas atrás das Organizações Globo.

A própria ideia de que tudo será como antes – apenas com mudança de plataforma – não bate. Os investimentos de O Globo, por exemplo, visam criar reportagens em vídeo, comentaristas em vídeo. Em suma, transitar para um estilo que está muito mais próximo de um G1, de uma Globonews do que do próprio jornal O Globo.

Além disso, as maiores audiências jornalísticas da Internet brasileira já são de portais, alguns de grupos tradicionais – como a UOL e o G1 – outros de novos grupos – como o Terra e o IG. Sem contar a multiplicidade de sites, blogs e portais menores. Não há termos de comparação com um tempo em que apenas 4 jornais dominavam o mercado de opinião – Folha, Estado, JB e O Globo.

Em algum momento do futuro, ficará claro a redundância entre os diversos veículos das Organizações Globo levando a uma racionalização.

A busca da aparência de neutralidade

A segunda intervenção de Ascânio foi a ênfase com que procurou demonstrar – para uma plateia de jornalistas! – que O Globo pratica um jornalismo isento, objetivo. Obviamente, foi contestado.

Recentemente, o editor para plataformas digitais de O Globo também fez tais afirmações em um debate sobre os novos tempos.

Mais importante que a afirmação é a insistência em defender  tese tão difícil.

Aparentemente, a velha mídia deu-se conta do tiro no pé que foi ir atrás do estilo escatológico da revista Veja, inundando o noticiário com notícias falsas e até inverossímeis e a redação chula, de esgoto.

Cansei de apontar essa barbaridade de, na ânsia por manipular politicamente o noticiário, ter-se deixado de lado sequer a verossimilhança dos factoides noticiados. Não apenas atentava contra o jornalismo como era ineficiente.

Uma análise das manchetes atuais dos principais jornais mostra que no plano real continua a parcialidade mas agora ao menos persegue-se a imagem da (falsa) imparcialidade. Com isso os jornais ganham mais eficiência em relação à escatologia de 2010.

Por exemplo, a ideia da neutralidade e do apuro técnico não bate com a insistência dos jornais de que a Petrobras pagou US$ 1,2 bilhão pela refinaria. Mas a tese pegou. Ao contrário dos falsários que distribuíam dossiês inverossímeis a torto e a direito, que eram imediatamente acolhidos pela velha mídia.

Hoje em dia, na cobertura da pesquisa Datafolha, por exemplo, é possível pescar uma manchete aqui e ali informando que, apesar da queda, Dilma venceria no primeiro turno. As próprias críticas que a gestão Geraldo Alckmin vêm recebendo dos jornalões paulistas é sinal dessa tentativa ansiosa de recuperar a credibilidade. Critica-se Alckmin para ganhar força na hora de criticar Dilma.

Os novos leitores

Discordei da tese do professor Rebouças, sobre a falta de interesse na notícia, por parte das novas gerações. Creio que nunca houve tanto interesse desde os idos dos anos 1960. Só que agora a porta de entrada são as redes sociais, sem a hierarquização editorial conduzida na edição das páginas de jornais.

O grande poder remanescente do jornalismo impresso é a primeira página e as primeiras páginas das editoriais, ao definir as manchetes principal e secundárias. Através da edição define-se para o leitor médio o que é relevante ou não.

Nas redes sociais o quadro muda. As pessoas compartilham nos seus perfis, livremente, sem se submeter à hierarquização imposta pela redação.

Não se trata de mudança banal, mas de algo que impacta diretamente a influência dos grupos de mídia na opinião pública.

 

Luis Nassif

77 Comentários

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  1. Doeu no bolso

    Não acredito nisso. Acho que é só fachada, fingimento, para simular neutralidade… A grande mídia está estritamente ligada à direita (demotucanos), fazem parte da coligação (ou seria quadrilha?).

  2. Continuo achando que o que sai da midia corporativa brasileira é

    lixo puro. Se o meio profissional dos jornalistas ainda acredita que o público não percebeu, problema deles. Tenho até dificuldade de ter a coragem de dar uma olhada rápida sobre as manchetes da UOL: apesar de reconhecer que esta “informação” é construída em função dos interesses de (uma boa parte do) mercado financeiro, e portanto preciso conhecê-lo para fazer minhas escolhas de investimentos. Mas tenho muitas vezes vontade de vomitar só na leitura das manchetes…

  3. Lei

    Precisamos é uma lei que OBRIGUE os jornais a tratarem cada caso com o mesmo espaço do contraditório. Se quer apontar uma falha, tem que ter outra equipe equivalente investigando como resolver, e dar-se o mesmo espaço para ambas.

    Jogar pedra na vidraça do vizinho por audiência é muito fácil, veja o AQUI E AGORA do SBT (ou a Sherazade) por exemplo. Isso em nada contribui para a cultura e informaçao, objetivos das concessoes publicas.

  4. Por exemplo, a ideia da

    Por exemplo, a ideia da neutralidade e do apuro técnico não bate com a insistência dos jornais de que a Petrobras pagou US$ 1,2 bilhão pela refinaria. Mas a tese pegou. Ao contrário dos falsários que distribuíam dossiês inverossímeis a torto e a direito, que eram imediatamente acolhidos pela velha mídia.

    Isso quer dizer que hoje os falsários estão dentro das próprias redações?

  5. Os jornais impressos estão

    Os jornais impressos estão velhos, não de idade, mas de conteúdfo. A folha de Otavinho, que vem barreada pelo tempo desde a ocasião em que emprestava ve[iculos para os torturadores, segue a linha antiga de papai. Papi morreu, mas seu espírito ainda ronda esse jornal mal cheiroso. Papi ainda é o todo-poderoso.

  6. Ajuda do Estado

    Nassif, acrescentaria às suas observações que os grandes grupos somente conseguiram se manter como dominantes no mercado com ajuda estatal. 

    Grandes jornais sobrevivem com a publicidade estatal, que também mantém as emissoras de televisão, ainda ajudadas pela impossibilidade de concorrência, por serem concessões públicas (sem nenhum compromisso com o interesse público). 

    Até o rádio, que se tornou mais democrático pelo baixo custo de funcionamento, é beneficiado pela criminalização da radiodifusão clandestina (um excesso absurdo de punição, que poderia ser apenas administrativa e não criminal) e a dificuldade descomunal de se obter licença da ANATEL para operar rádio comunitária. 

    Nenhuma interferência dessas é possível na internet.

    Aqui o poderio econômico e a ajuda estatal não consegue eliminar a livre concorrência. Basta se montar um blog com uma boa idéia e a coisa se alastra viralmente. 

    Apesar de os grandes grupos disporem de poder econômico para fazer grandes investimentos e contratar bons profissionais, a liberdade de pensamento e a criatividade é o que tem atraído grande parte do público, já cansado do padrão global, das caras e bocas de Bonner, das caretas indignadas de Boris, do novel facismo de Sherazade e dos ranços da veja, istoé, época etc. 

  7. Ir a um Congresso da Fenaj e

    Ir a um Congresso da Fenaj e esperar ouvir do diretor de redação de “O Globo”, Ascanio Seleme, aldo diferente de ” O Globo pratica um jornalismo isento, objetivo”, é preferível ficar como os índios:

    Nós os índios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele.
    Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras.
    Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles
    nos transmitiram esse conhecimento.
    “Observa, escuta, e logo atua”, nos diziam.
    Esta é a maneira correta de viver.
    Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes.
    Observa os anciões para ver como se comportam.
    Observa o homem branco para ver o que querem.
    Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos,
    e então aprenderás.
    Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
    Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando.
    Dão prêmios às crianças que falam mais na escola.
    Em suas festas, todos tratam de falar.
    No trabalho estão sempre tendo reuniões
    nas quais todos interrompem a todos,
    e todos falam cinco, dez, cem vezes.
    E chamam isso de “resolver um problema”.
    Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos.
    Precisam preencher o espaço com sons.
    Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.
    Vocês gostam de discutir.
    Nem sequer permitem que o outro termine uma frase.
    Sempre interrompem.
    Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive.
    Se começas a falar, eu não vou te interromper.
    Te escutarei.
    Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo.
    Mas não vou interromper-te.
    Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste,
    mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.
    Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei.
    Terás dito o que preciso saber.
    Não há mais nada a dizer.
    Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
    Deveríamos pensar nas suas palavras como se fossem sementes.
    Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.
    Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando,
    e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
    Existem muitas vozes além das nossas.
    Muitas vozes.
    Só vamos escutá-las em silêncio.
      
    “Neither Wolf nor Dog. On Forgotten Roads with an Indian Elder” – Kent Nerburn

    1. Leia rápido:

      Talvez esse Diretor quisesse dizer:

      “um jornalismo isento – de verdade” … 

       

      (tem um sítio de humor, que usa esse bordão!) 

  8. Concordo. As plataformas

    Concordo. As plataformas digitais da Globo (G1 e O Globo) são muito melhores, em termos de usabilidade que os outros grandes portais de notícias no Brasil. Na Globo, há investimentos em pesquisa nessa linha que se reflete em bons projetos gráficos. São portais fáceis de ler e navegar. Nem se compara com o novo Terra nem com o UOL, que mais parece o galinheiro do velho Frias.

    Já o conteúdo é de doer, acrescido da cloaca aberta que são as caixas de comentários, principalmente, no G1. Aliás, algum desses portais deveria tomar  à frente e resolver de uma vez por todas a questão da curadoria de comentários.

    Ambas plataformas não chegam a ser uma “Hora do Povo” com sinal trocado, como é o Globo impresso (Folha e Estadão são iguais, em inutilidade). Mas, essa história de neutralidade é conversa. Pelo menos, até o momento, não se sustenta em fatos.

    Jornais impressos só sobrevivem se forem relevantes, se servirem para alguma coisa.

    1. Os grande portais ainda

      Os grande portais ainda padecem de uma visão de mídia de massa, impregnada na cultura dos profissionais que lá atuam e pior, na própria natureza do negócio.

      Embora sejam bons em termos técnicos, esses grandes portais não conseguem produzir um conteúdo interativo. O conteúdo produzido é para ser consumido passivamente, como os profissionais aprenderam a fazê-lo. Essa é a parte da formação dos profissinais.

      Quanto à natureza do negócio, por ser uma empresa grande, tem que atingir um número muito grande de pessoas para sobreviver. Acontece que grupos muito grandes não são adequados ao debate interpessoal. Há muita diferença de pontos de vista e um volume muito grande de participantes. OS comentários normalmente não são moderados ou são moderados demais. No primeiro caso os comentários são apropriados por pessoas interessadas em atender a algum tipo de frustração pessoal ao atrapalhar a conversa entre pessoas, debochar dos comentários alheios (geralmente um deboche forçado, feito com mediocridades) e até mesmo agredir os demais comentaristas. Enfim, no jargão da internet, trollar. A moderação é necessária, mas um grande ortal não consegue fazer uma moderação adequada devido ao grande volume de mensagens, aí quando a moderação é feit, peca pelo outro lado, engessando demais a participação das pessoas.

      Acho que a própria natureza interativa da Internet favorece a multiplicidade na produção de conteúdo e inviabiliza a concentração da informação ns mãos de poucas empresas.

      1. Concordo, Ruy. A

        Concordo, Ruy. A interatividade em grandes portais de notícias é um desafio, mas precisa ser enfrentado.

        O problema é que a fendentina que emana dos que deixam a porteira dos comentários aberta é tão grande, que invialibiliza qualquer função jornalística mais nobre.

        Alguns portais, como o da BBC Brasil, só permitem comentários em áreas mais autorais, como blogs e colunas. Não sei se é um bom caminho. Provavelmente, fazem isso por falta de grana.

        O portal GGN é um bom exemplo. Tecnicamente, em termos de usabilidade, acho meio problemático, com muito conteúdo estático na home e seções internas confusas, com editorias, posts do dia, últimos conteúdos etc.

        Mas, em termos de interatividade, é bastante inovador, pois valoriza a contribuição dos leitores e estimula o funcionamento de uma espécie de “ecossistema” nas caixas de comentários, que ajuda a regular a civilidade dos debates. Além é claro, do serviço interno, oculto ao público, de dragagem das toneladas de lixo produzido por trolls, profissionais ou não.

      2. O que o Ruy afirma sobre a

        O que o Ruy afirma sobre a interatividade nos Portais de Notícias, vale também para a área de Educação a Distância.

        Os alunos não querem, apenas, assistir ao Telecurso (broadcasting).

        Querem, e precisam, para construir coletivamente o conhecimento, de interação. E também por necessidade emocional de seres humanos. 

  9. Na UTI, entubados, respirando por ventilação mecânica.

    Sexta, 15 horas, estou na Rodoviária de São Paulo, no guichê da Viação Piracicabana, comprando uma passagem para Santa Bárbara do Oeste. Concluída a compra, o funcionário aponta para uma pilha de jornais e oferece “O Estado de S. Paulo” do dia. Respondo que não. Ele sorri, e diz baixinho: “Ninguém quer…”

    Fim melancólico do Estadão: de distribuição gratuita na ponta aérea Rio-São Paulo para a ponte rodoviária São Paulo-Santa Bárbara do Oeste, Nova Odessa, Americana, Piracicaba e São Pedro. 

  10. A credibilidade é a

    A credibilidade é a propaganda da mídia , não é mudando a plataforma ou o estilo , que a percepção do público se altera. É preciso mudar o objetivo , despolitizar a notícia e se render aos fatos , sem a pretensão de pautar a opinião pública  e fazer da notícia instrumento corporativo , político ou empresarial …

  11. Ainda no mundo analógico

    Como toda grande empresa, essas de comunicação se acomodaram com o monopólio que exerciam. São tantos os exemplos de empresas líderes de mercado que em poucos anos fecharam ou foram reduzidas à fração do que eram por motivo de avanços tecnológicos ou novos concorrentes,  que não vale a pena o trabalho de citá-las. 

    Tudo, absolutamente tudo muda com o desenvolvimento e disseminação da internet. Acredito que em menos de uma década essas empresas, jornais principalmente, serão apenas sombra do que ainda são atualmente. 

    Jovens, sempre eles, unidos em comunidades ou projetos coletivos, devem revolucionar aquilo que hoje entendemos por jornal ou portais de notícias. 

    O que se percebe é que ideias estão pipocando e a massa crítica está se formando. 

     

     

  12. Joseph Pulitzer morreu em 1911 e ele já falava:

    “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”

    Joseph Pulitzer

  13. A mim parece que uma parte

    A mim parece que uma parte dos jornalistas ainda não se deu conta que a Internet não é um meio de comunicação de massa.

    A imprensa, o Rádio e a TV são veiículos de massa, ou seja, há um transmissor e múltiplos receptores. O papel da massa é só o de consumir e apenas uns poucos podem produzir conteúdo.

    Isso não é verdade na Internet onde quialquer um pode produzir conteúdo além de consumir.

    Isso de cara implica em um número muito maior de transmissores. Nem todo mundo quer produzir conteúdo, é verdade, mas todos querem retransmití-lo e muitos (muitos mesmo) querem acrescentar a ele um toque pessoal, seja no formato de um comentário, um apoio ou uma crítica.

    Durante a maior parte da História da civilizção a notícia espalhou-se dessa forma. Desde o boca-a-boca da cultura oral, até os murais da Roma antiga, toda transmissão de informação foi muito mais pessoal. Apenas com o advento dos tipos móveis é que surgiu a primeira mídia de massa, a imprensa.

    Muitos defensores dos jornais em papel argumentam que essa mídia sobreviveu bem ao advento do Rádio e da TV, mas estes dois são meios de comunicação de massa também. Hoje a imprensa escrita enfrenta uma tecnologia que retorna a uma comunicação muito mais natural, que é a comunicação bidirecional que permite a quem consome um conteúdo agregar opiniões e impressões pessoais e com elas atingir um público pequeno, mas dentro de uma rede ampla e complexa. O fenômino dos chamados “virais” demonstra o poder de comunicação dessa rede, permititndo que vídeos, imagens e até mesmo textos produzidos de forma absolutamente despretenciosa possam atingir um número massivo de receptores, cada um com plena capacidade de agregar suas opiniões a esse conteúdo.

    Não sou vidente para saber como o jornalismo vai enfrentar esses desafios nem como a atividade vai se configurar no futuro, mas posso dizer sem medo de errar, que será algo muito diferente do que é hoje em dia. Quem está prevendo que o mercado vai se acomodar ao novo meio de forma parecida com o que é hoje, está apenas expressando o seu desejo sobre o que ocorrerá e não uma avaliação racional que leve em conta os cenários mais prováveis.

  14. Mais uma da série do Nassif

    Mais uma da série do Nassif chamada: “Esperança na velha Mídia”. Brincadeiras a parte, está corretissimo o texto quando fala em busca de “falsa” imparcialidade. O desejo ardente de tirar o inimigo do poder permanece. Mas eu tenho uma curiosidade. O brasileiro medio fica uma arara quando diz que é manipulado.Bate no peito e diz: “faz um tempão que eu não vejo jornal Nacional, que eu vejo TV!”. Mas quando a gente ve, ele  entra todo dia no G1 e no UO, compartilhando as noticias sempre verdadeiras. Assim pode?

  15. Eu acho que a oposição e a

    Eu acho que a oposição e a mídia estão uma passo à frente.

    Enquanto perde-se tempo falando de “aparência de neutralidade”, eles já identificaram o “inimigo” deles claramente. Falar de “aparência de neutralidade”  de Veja, OGlobo, Folha, Estadão só se for praqueles que reeditaram a tal marcha da família pedindo novo golpe. Para estes os blogueiros sujos vivem à soldo de estatais compondo a rede petralha. E enquanto isso ficam falando de “aparência de neutralidade” desse pessoal.

    Muito chique.

    O negócio deles entra em perigo; correm o risco de perder privilégios, praticam a terra arrasada: morrem e levam o jornalismo com eles. Quando algum desses teleguiados pelo milenium comenta algo que viu ou ouviu comigo eu já devolvo logo: “isso não é jornalismo, não; isso é campanha política.”

    “Aparência de neutralidade”…

     

     

  16. Suicídios

    Muitas vezes os suicídios passam anos em gestação para, no final, serem sustados. Este o motivo para se concordar com as conclusões do Nassif. Depois de tanto tempo sangrando lodo de esgoto direitista, sem levar grande abalo ao partido no Poder, que se dizia de esquerda não seria plausível a mídia tradicional  não se enfeitar de neutralidade. Meas-culpas em relação a 1964 são parte do processo. Denúncias, sobretudo na Folha, quanto a oportunismos de Aécio e Eduardo, também. Paus na polícia e nas águas paulistas, também.

    Todos sabem muito bem que não aguentariam viver nas águas de Veja por muito tempo. Mesmo os maiores players das próximas eleições, Aécio, Eduardo Campos e Marina, não ousam grandes teses à direita, em suas locuções. Somente Azevedos e Magnolis imaginam o que escrevem sendo comprado por muitos eleitores. Até porque, quase sempre, o texto é ruim, inintelegível.

    Mas queria fazer um pequeno “fora de pauta”, e para isso tomo o seguinte trecho do post do Nassif: “Além disso, as maiores audiências jornalísticas da Internet brasileira já são de portais, alguns de grupos tradicionais – como a UOL e o G1 – outros de novos grupos – como o Terra e o IG”.

    Pode até ser implicância ou ignorância minha, pois creio que um portal como o Terra não se arriscaria a perder a proeminência, mas  alguém conseguiu entender algum benefício na nova disposição e arquitetura do Terra?

    Eu, com certeza, não. Tudo misturado. A mesma notícia repetida várias vezes em locais diferentes. Esporte é economia é moda é novela é ciência, tudo junto, a aí se repete, novela é economia é ciência é rock.

    Cacete, tô confuso. O Terra Magazine, então, onde tenho o blog, só pelo Google. Acho que estou muito velho pra carga tão grande de inovação.

    1. Portal Terra

      Prezado Rui, concordo plenamente com você. Me parece que o portal Terra ficou extremamente ruim.

      Como você colocou, o acesso ao seu blog agora é somente via Google (isto é, quem sai ganhando mais uma vez é o Google).

  17. É… Não convence…

    esse papinho de auto-regulamentação é sempre suspeito.. credibilidade se conquista com esforço e muito tempo..

    O interesse da mída jornalística é corporativo.  mídia corporativa vende um público previamente adestrado, e receptivo, para os seus clientes (grandes corporações do comércio, indústria e finanças).

    Ou o Estado intervém ou atura o quarto poder..

      1. Oportuna sua pergunta, Caetano.

        Da forma resumida que escrevi ficou mal. “intervir” seria regulamentar o setor e promover a democratização da mídia. “intervenção” que escrevi nada tem a ver com censura. É, de fato, o oposto disso.

  18. Sobre neutralidade…

    Nassif,

    Ontem meus filhos queriam comprar o álbum de figurinhas da copa do mundo. Não era vendido separadamente, era obrigatório comprar ou O GLOBO ou o EXTRA.

    Resultado? chegaram em casa com 2 exemplares da edição de domingo do GLOBO, rindo muito de mim, pois são adultos e já sabem de minha opinião sobre a linha do jornal e brincaram:

    – Aê pai, trouxemos o jornal pra você ler…

    Nem me lembro da última vez que entrou um jornal  de domingo em casa. Todos os membros da família se utilizamda internet pra tudo, principalmente para se informar sobre o que vai no mundo.

    Pois bem, resolvi tentar ler o dito cujo. Exatamente na edição de ontem vem a matéria sobre a renovação do jornal, apostando na agilidade das plataformas digitais e na renovação da abordagem da notícia.

    Mas…e a linha editorial ? Só se ouver alguma mudança no futuro, porque a edição de ontem estava patética. 

    O jornal em franca campanha eleitoral, fazendo todo esforço para criticar o governo. De outra forma como poderia numa edição só vir com o seguinte:

    1) uma reportagem falando mal do COMPERJ

    2) Um artigo do FHC exaltando as privatizações e dizendo que a Dilma descobriu as concessões, mas as faz mal.

    3) Uma colna do presidente do CFP (conselho federal de psiquiatria)  falando mal do Mais Médicos

    4) Uma reportagem sobre o político do pT do Paraná envolvido com o doleiro

    5) Destaquepara a pesquisa DataFolha onde a Dilma sofreu queda.

    6) Uma página inteira alertando sobre o risco de aparelhamento da EMBRAPA.

    7) Crítica ao governo por não “pressionar” a Venezuela, “um governo que não garante a liberdade de expressão e os direitos humanos”

    Até brinquei de achar o nome DILMA, sabe como aquela brincadeira de onde está o Wolly?

    Só na coluna do Merval, o nome Dilma aparece 9 vezes. É grafado dezenas de vezes, em duas o contexto é neutro, nas demais é contexto negativo.

    Reservei o jornal para forrar a gaiola das Calopsitas.

     

     

    1. 171

      Prezado, seus filhos são ótimos, mas foram enganados. Semana passada, comprei o álbum para meu filho (e para mim também, é claro!) sem precisar levar nenhum contrapeso.

      Abraços!

    2. Aqui no meu bairro de classe

      Aqui no meu bairro de classe média alta de Sampa o pacotão é levar a Veja junto do Estadão de domingo com um bom desconto. Colocam num saco plástico os dois: o jornal e revista. 

      Assim, é que tentam vender os dois. O motivo se alguém quiser arriscar que se aventure!

       

  19. O que diz Chris Edges sobre a grande imprensa

    em uma releitura da obra de Orwell e Huxley:

    “O estado corporativo (…) controlam o uso da ciência, da tecnologia, da educação e dos meios de comunicação de massa. Elas controlam as mensagens do cinema e da televisão.  Elas usam as ferramentas da comunicação para aumentar a tirania. (…)

    O resultado é um sistema monocromático de informação. Cortejadores das celebridades, mascarados de jornalistas, experts e especialistas, …”

    Leia mais em: http://assisprocura.blogspot.com.br/p/orwell-estava-certo-huxley-tambem.html

    Se a concentração continuar na internet teremos este mesmo problema. Sobre isso rodou um post preocupante hoje aqui no blog:

    Para membros da SIP, desconcentração da mídia enfraquece as empresas

  20. Estes dias conversava com um

    Estes dias conversava com um colega sobre a tamanha burrice da Rede Globo, ao segmentar sua audiencia ao escolher um publico para seus jornais. Nossa duvida sempre foi: tera sido burrice, falta de percepção que os tempos eram outros ou tera sido necessidade?

    1. Pois é…

      Neste processo de segmentação foram me empurrando para fora da seguinte maneira:

      1) Num primeiro momento sabia do posicionamento ideológico da emissora mas assistia ao Jornal Hoje, JN e Jornal da Globo com alguma regularidade para obter informação – Eu filtrava o que era a notícia e o que era da interpretação.

      2) Em outra época, já tendo ocorrido o fenômeno da Internet, eu assistia ao JN ou Jornal da Globo só para saber o eles pensavam e tolerava as distorções e manipulações das notícias com alguma indignação.

      3) Finalmente, passei a ficar cansado de me tratarem de estúpido diariamente e abandonei definitivamente a hábito de ver qq coisa que passe na telinha.

        1. Luiz, Flics,

          Eu cansei desse pessoal desde a década de 90. A Veja foi somente a primeira. Não há nenhuma diferença nem no tempo nem entre veículos: não há nada ali, nada que não seja campanha comercial, política ou ideológica. Tudo que consta nessas publicações, tudo é feito  para perseguir inimigos e proteger amigos, como sói acontecer no fascismo.

          Os inimigos – sem aspas porque não são vistos como meros adversários, não; são vistos como inimigos – todos sabem quem são. O que pode variar por uma veleidade ou outra são os aliados – o que á facílimo de perceber também quando identificado o inimigo comum.

          Não sei onde percebem “refinamento” ou “aparência” de neutralidade.

  21. Sinceramente fiquei assustado
    Sinceramente fiquei assustado com o que disseram sobre a estratégia do O Globo.
    Conteúdo em vídeo? Esse pessoal bebeu?

    Um jornal impresso que pertence a um grupo de mídia com diversas emissoras de TV…e vai apostar em conteúdo em vídeo?

    Eu acho que este pessoal do O Globo nunca visitou sites de outros jornais, principalmente estrangeiros.
    Lá há reportagens de 5, 10 páginas. Isso se chama falar tudo sem resumir.
    O espaço que é limitado no papel é liteliteralmente ilimitado na Internet.

    Acho que alguém na Globo resolveu acabar com o O Globo e ainda não comunicaram ao pessoal porque isso não tem pé nem cabeça. Só pode ser isso.

  22. “Aparentemente, a velha mídia

    “Aparentemente, a velha mídia deu-se conta do tiro no pé que…”

    Nassif, o eterno otimista….eles não deram conta de nada, e muito menos acham que foi tiro no pé…continuam com a mesma ladainha manipuladora de sempre. E assim vão permanecer.

  23. Cansamos de ser enganados

    Para mim, continuam com o mesmo modus operandi, manipulando informações para defender interesses de seus aliados, os demotucanos. Pelo que já presenciamos dessa corja, não podemos mais dar o nosso voto de confiança. São hipócritas e traiçoeiros, grandes picaretas; principalmente quando juntam com esses partidos. Basta ver o último episódio da pesquisa da Datafalha amplamente divulgada pela Globobo e o PIG. CANSAMOS DE SER ENGANADOS!

  24. Imparcialidade?

    O problema está ai: eles são parciais, partidarios, seletivos, cretinos, etc. NÃO fazen jornalismo. São destrutivos devido a parcialidade até para seus próprios protegidos, basta ver o namoro imoral do aécio e do eduardo para com eles. Eles não tem propostas, repetem as bobagens da “grande imprensa”, não conseguem sair disso. Chafurdam-se. Se chegaram aponto de repercutir o esgoto da revistinha do esgoto é porque não lhes resta nem um mínimo de dignidade.

    Ir a um debate onde um jornalista da globo defende a neutralidade do seu jornal, assim de cara limpa, deve ser duro para outros jornalistas. Eu disse jornalistas??? Tenho a pior imagem deles. São profissionais da parcialidade, da desinformação.

    A única solução, que não está no horizonte deles, infelizmente, seria fazer JORNALISMO. Não conseguem, por vício de tantos tempos. Faz 50 anos deram a maior facada no país, e saiiiam desmoralizados se não tivessem esta extrema cara-de -pau que os leva a dizer que são neutros, que fazem jornalismo.

    É triste saber que fizeram o que fizeram financiados pelo governo em detrimento dos contribuintes e que tentam se repetir na internet. Seu futuro, já dando provas, é o desastre.

  25. Seleme participou do debate

    Seleme participou do debate como aquele técnico de time rebaixado por antecipação: resta dizer que o campeonato do ano seguinte será brilhante.

    O modelo de negócios dos jornais atuais já era e o modelo que irá substituir não está claro para ninguém. Vejamos:

    1- Fontes de receita dos jornais de papel: classificados; publicidade; assinaturas e venda avulsa; poder de influência sobre a sociedade. Todas estas fontes dependem do número de leitores, que declina irremediavelmente e cada vez mais rápido.

    2- Os leitores mais jovens já usam outros meios para se informarem. O relógio que mede a sobrevida dos jornais atuais já está contando faz tempo. A seção de obituários será a mais lida por seus leitores em pouco tempo, visto que só lhes restaram os leitores idosos.

    3- Não adianta transferir tudo para o formato digital. Nassif já apontou várias razões. Ninguém vai ficar preso à assinatura de um jornal digital, se agora pode ter acesso a várias fontes de informação e a custo zero. 

    4- O poder de influenciar os leitores era muito fundamentado na via única de comunicação: os jornais publicam e os leitores leem, sem poder de externar sua opinião sobre a matéria. O jornal digital é obrigado a aceitar a refutação dos leitores, o que reduz seu poder de influenciar.

    E será que a internet se reduzirá no futuro ao que o mercado de tv e rádio são hoje? Não se as condições atuais se mantiverem.

    1- Rádio e TV são concessões. O poder público pode promover a concentração via legislação. Porém os jornais não são, mesmo assim há concentração. Isso porque os investimentos necessários para cobrir custos operacionais com produção de conteúdo, impressão e distribuição impedem a participação de muitos jogadores. Em condições assim, de custos crescentes, a concentração predomina. 

    2- A internet não é concessão e os custos são muito baixos. A concentração ocorrerá como efeito dominante somente se o governo mudar as regras, ou se o publico mudar seu hábito e passar a exigir conteúdo cada vez mais custoso. Veja que o custo não precisa subir muito, basta que suba o suficiente para desequilibar um negócio cujas receitas são difíceis.

  26. o alcance da notícia vem do diálogo entre diferentes…

    e sem diálogo entre jornal e leitor desaparece a terceira voz ativa, um terceiro ou novo conhecimento, razão, a meu ver, de estarem perdendo leitores dia após dia e sobrando nas bancas e em outros pontos de venda e até mesmo de distribuiçãoção gratuita

     

    exageradamente críticos e alarmantes não deixam margens para reflexão

     

    hoje o jornal não informa, mas sim afirma que tais coisas ou pessoas são assim ou assado ou da forma que o dono quer que elas sejam vistas e pronto

     

    prova é que, hoje, até o editorial não dialoga com o leitor, mas sim com as principais manchetes e ainda por cima, o que é muito pior, também com as manchetes de todos os jornais, ou seja, não opinam, informam novamente

     

     

    e evoluir para internet carregando tudo isso não muda nada

  27. Sonho impossível.

    Não creio que seja possível a neutralidade em texto jornalístico, nem em história isso acontece.

    Basta que o jornal cultive a pluraridade e deixe que o leitor forme a sua opinião.

    O que não pode ocorrer é o uso da ética seletiva, o jornalismo divorciado do fato, ou o que eu chamo de “reality maker”.

      1. Não tenho dúvidas.

        O Estadão é um jornal conservador. O André Araújo vai comprá-lo e eu não. Isso é assim e é bom que seja, embora eu sinta falta de um jornal de linha liberal. Agora, uma coisa é apoiar ideologicamente o espectro político no qual atua o PSDB, outra coisa é esconder fatos que o incriminem. Uma coisa é ser oposição ao PT, outra coisa é transformar o jornal em uma ferramenta de perseguição política.

  28. A mídia digital mais

    A mídia digital mais tecnológica e vendida na internet é a que cria as reservas fracionárias. Não faltam clientes para se colar valor. O Estado garante inversões de heteronomia para a sociedade se integrar como fonte do sistema bancário.

  29. E o custeio?

    Quem paga os jornais?

    Aqui em Belo Horizonte (e estive em João Pessoa-PB e constatei a mesma prática), os jornais são em 

    papel couché, de primeira linha,poucas propagandas da “iniciativa privada””,mas, farta em;Assembléia

    Legislativa, Camara Municipal, Governo de Minas, Grandes construtoras, etc. Os jornais de Minas Gerais

    são custeados em 70% com propaganda do governo de Minas.

    Já na televisão e revistas semanais que agridem a Presidente Dilma diariamente me assombro:

    É Petrobrás, BB, Caixa Economica Federal, Bndes, “País rico é País sem pobreza”.

    Morei exilado ca. de 8 anos na Suécia nunca vi uma propaganda do governo sueco.

    É hora do Brasil mudar….

    Em vez de propaganda. Atos concretos na saúde e educação.

    Marco Antonio Meyer – Micro empresário

  30. Para além da ideia de

    Para além da ideia de parcialidade ou imparcialidade existe a ideia de comodidade. A velha mídia se acostumou com o “Estado” financiando, em parte, sua existência via propaganda Oficial. O PT não é um aliado ideológico dela. Então, como manter essa propaganda Oficial de bilhões de reais em seus domínios? 

    Sendo a oposição mais ferrenha que se possa imaginar existir para o PT se ver obrigado a anunciar nela, como forma de se contrapor ao noticiário.

    Lembro do Senador Requião que não anunciava na velha mídia, quando era Governador: a derrota eleitoral do seu partido, quando ele não podia mais se reeleger, aconteceu. Não se contrapôs ao noticiário e o Governador Beto Richa do PSDB venceu. 

    Penso bastante nessa relação PT e velha mídia. E acabei fazendo um texto que trabalha com três atores: velha mída, PT e oposição. Existe parcialidade ou estratégia? Há jogo de cena entre velha mídia e PT?

    Vou postá-lo aqui, creio que seja pertinente. E quem escreve vota no PT desde os anos 80. 

    PT X VELHA MÍDIA (MEIOS DE COMUNICAÇÃO HEGEMÔNICOS NO BRASIL) UMA DISPUTA SEM VENCEDOR E OPOSIÇÃO SEM VOTOS.

    Desde 2005 com a deflagração do “Mensalão”, este tema ligado à corrupção se tornou o instrumento central das oposições políticas para derrotar eleitoralmente o PT.

    E junto do tema “mensalão” se trava uma disputa sem vencedor entre PT e VELHA MÍDIA.

    Sabemos que as oposições políticas brasileiras foram cooptadas pela Imprensa hegemônica capitaneada pela Rede Globo e suas diversas mídias + Editora Abril, Grupo Estado, Grupo Folha, Grupo Bandeirantes, Estado de Minas, Grupo RBS, etc.

    E como elas foram cooptadas?

    Na base do alívio às denúncias de corrupção e demais irregularidades nas administrações públicas as quais elas têm o cargo gerencial. O famoso dois pesos e duas medidas. Em contrapartida os interesses econômicos e ideológicos das elites, que esta mídia hegemônica representa, são defendidos e praticados no mundo real pela maioria destes políticos e administradores da oposição.

    Mesmo possuindo uma ideologia política próxima à Imprensa hegemônica, mas nem sempre, não se deseja que a oposição política ao PT viva mais da ideia de que se “a Imprensa hegemônica” acoberta minhas irregularidades e até uma má-gestão, isto é o suficiente para a minha vitória eleitoral.

    Veja o caso da água em São Paulo: racionamento real por falta de investimento na infraestrutura necessária pela Sabesp, empresa responsável pela água no Estado de São Paulo. Estado governado pelo PSDB, partido de oposição.

    O racionamento d´água é resultado da má-gestão estadual, a velha mídia alivia nas críticas ao Governo paulista, porém, quem sofre as consequências deste acobertamento das ações equivocadas do mau administrador é a população.

    Adianta protelar as descobertas de falhas administrativas graves como esta? Adianta viver escorado no silêncio da Imprensa hegemônica para com os erros administrativos?

    No mundo real não acontece assim. Substituir ações governamentais por apoio midiático, crendo que se meus erros não forem noticiados, se elogios aparecerem do nada, se uma ação insignificante tornar-se grandiosa numa cobertura jornalística eu venço uma eleição é ingenuidade pura. A verdade da boa e má-administração não tem Imprensa que possa esconder. É a vida do sujeito que melhora ou piora, e esta vida: a realidade não consegue maquiar, nem com toda a tecnologia e maquinário ultramoderno das edições jornalísticas.

    Ações concretas é que ganham a eleição!

    Pode demorar um pouco mais em alguns Estados, mas, a cada dia mais o bom administrador é que vence as eleições.

    Nestes últimos anos, desde 2005 pelo menos, assistimos a um jogo estratégico: uma batalha sem vencedor entre o PT e a velha mídia.

    A oposição política se debruça nesta briga, buscando tirar proveito em demasia da situação, ou seja, ganhar dividendos eleitorais a partir do denuncismo calculado da velha mídia. Porém, a oposição política acaba sendo a maior prejudicada, porque não há espaço para uma terceira força nesta disputa (vou explicar logo à frente).

    “Mensalão” não saiu da pauta um dia sequer, desde 2005 e o PT continua a vencer os pleitos eleitorais para o Governo Federal. E a oposição está a se enfraquecer eleitoralmente continuadamente. Não é verdade? Adianta, eleitoralmente, apenas esbravejar, se não realiza ações concretas e benéficas para a maior parte dos brasileiros? Os resultados de 2006, 2010 e 2012 mostraram que não!

    Por que então a velha mídia e o PT não se incomodam de vivenciar diariamente um jogo que parece não terá vencedor por anos a fio?

    Eu respondo de maneira simples: os dois são beneficiados ao mesmo tempo do resultado oferecido pela disputa.

    A velha mídia fica com a quase totalidade da publicidade governamental. O PT ganha a eleição.

    E a oposição? Enfraquece!

    Já em 2009, a Presidente da Associação Nacional de Jornais (à Época) – Maria Judith Brito declarava que a velha mídia fazia o papel de fiscalização ao Governo Federal porque a oposição se encontrava profundamente fragilizada.

    “A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo”.

    http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/stanley-burburinho-executiva-da-folha-admite-que-jornal-faz-papel-dos-partidos-da-oposicao.html

    Com esta declaração, pouco contestada pela oposição ao Governo do PT em nível Federal, sobrevive até hoje uma realidade que é a que relatei mais acima: PT no poder central e velha mídia com a quase totalidade das verbas publicitárias de propaganda do Governo Federal.

    Os dois são “vencedores” nesse jogo sem vencedor.

     Imagina não ter uma oposição programática e que possa ser uma ameaça concreta ao PT? Tem coisa melhor para o partido da situação?

    E para a velha mídia? Tem coisa melhor do que ser uma oposição ferrenha ao PT, distorcendo a realidade concreta do Brasil para que o PT seja obrigado a divulgar/resgatar a verdade nos seus intervalos comerciais e nas páginas de seus jornais e revistas?

    E não está acontecendo assim faz tempo?

    Veja se não estou certo?

    A Petrobrás está quebrando! Diz a velha mídia. Vai o PT, em propaganda paga, e diz: a Petrobrás nunca investiu como agora e jamais cresceu tanto!

    E fica um noticiando A e outro anunciando B: a sua versão aos fatos noticiados. Alguns acreditam na mídia (em menor número) outros no Governo Federal (a realidade das ações permite, ao PT, contrapor o noticiário desfavorável ao qual estamos acostumados entra dia e sai dia). Mas, o principal elemento deste jogo sem vencedor se concentra nas mãos de apenas dois jogadores: PT e velha mídia.

    As oposições acabam fazendo o papel de “bobos da corte”, fazem o denuncismo exagerado, fazem umas caretas para as câmeras de televisão, acusam o Governo de tudo o que podem, enquanto o PT vence as eleições. Não passam disto mais: acusadores. Acionam o Ministério Público até por causa da cor vermelha do vestido de DILMA na TV em pronunciamento oficial. E, viram até motivo de piadas nas redes sociais. Com honrosas exceções, é claro.

    No Brasil, a oposição cooptada pela velha mídia só enfraqueceu em votos. Em 2012 chegou aos 20% dos votos. Grupo político que até 2002 tinha o poder em suas mãos e vencia eleições para o Governo Federal no primeiro turno sucumbiu aos 20% dos votos e está em curva descendente.

    Este jogo sem vencedor tem o lado prático.

    1) Não há oposição com chances eleitorais de derrotar o PT para o cargo de Presidente da República;

    2) Há um jogo de cena forte entre velha mídia e PT.

    Neste jogo de cena acontece uma situação muito interessante.

    A falsa intolerância gera ações e reações que buscam reequilibrar a situação do jogo sem vencedor. E que situação é esta?

    O antídoto do PT para quando a velha mídia atravessa o sinal, cria-se um fato político marcante e que não ameaça a situação cômoda para os dois lados, por exemplo:

     

    1) CPI do Cachoeira (segurar/equilibrar denuncismo de ano eleitoral via velha mídia)

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/congresso-marca-para-amanha-instalacao-da-cpi-do-cachoeira – abril de 2012;

    2) Resolução interna do PT favorável a aprovação de uma Lei de Meios (esta resolução foi votada num período de forte denuncismo da velha mídia colocando o PT como violento, partido que não deixava as oposições se manifestarem)

    http://www.viomundo.com.br/politica/pt-aprovacao-resolucao-sobre-midia-democratizacao-e-urgente-e-inadiavel.html – março de 2013;

    3) Proposta de CPMI ampla: Petrobrás, Irregularidades do Metrô, Suape e contratos na área de tecnologia digital (novamente, segurar/equilibrar denuncismo de ano eleitoral via velha mídia)

    https://jornalggn.com.br/noticia/base-governista-apresenta-estrategia-com-cpmi-que-tambem-investiga-psdb-e-psb – abril de 2014.

    E as coisas voltam para o lugar que estavam. Não se avança para a apuração plena – CPI do Cachoeira; não se discute no Congresso uma Lei de Médios e não se avançará na CPMI da Petrobrás, Irregularidades do Metrô, Suape e contratos na área de tecnologia digital. Acordos não divulgados ou avanços de sinais: fechados e se freiam os exércitos vermelhos e verdes.

    Lembram-se do encontro de LULA com os filhos do Roberto Marinho em agosto do ano passado?

    http://www.conversaafiada.com.br/pig/2013/08/30/globo-foi-pedir-a-lula-para-voltar/

    CPMI ampla? Nada disso. Apenas uma reorganização do jogo para que a corda não penda para nenhum dos lados. Observaram que ano a ano e no mesmo período do primeiro semestre deu-se o rearranjo do jogo? Abril de 2012, março de 2013 e abril de 2014. Se puxarmos pela memória poderemos estender estes fatos para outros anos e até para o segundo semestre.

    Já a oposição, esta faz o papel de manter o jogo em funcionamento, brigando apenas contra um dos beneficiários do jogo, que só não tem vencedor porque os dois jogadores: PT e velha mídia acomodaram seus exércitos no tabuleiro.

    Fica parecendo jogo de WAR: PT domina Europa, América do Norte e América do Sul – velha mídia domina Ásia, África e Oceania e dá empate técnico.

    Caberia a oposição voltar para o campo da Política, se desvencilhar desta armadilha que só serve para o PT, se quer um dia voltar a ter votos suficientes para vencer uma eleição para Presidenta(e) da República.

    Dentro desta argumentação fica claro porque a concentração de verbas publicitárias aumenta a cada dia mais nas mãos da velha mídia, ela sabe que é só movimentar os exércitos para um desequilíbrio que o PT anuncia sem parar nos seus comerciais e páginas de revistas e jornais para reequilibrar o jogo.

    Enfim, como a velha mídia não tem força para vencer o PT no campo eleitoral e o PT sabe que não têm condições de propor uma democratização da mídia por meio do Legislativo Federal que temos, talvez, seja interessante deixar duas questões para reflexão:

    1) Será que o PT tem interesse real em discutir uma Lei de Médios? Não é cômoda a situação em que a oposição seja a velha mídia, portanto, uma estrutura, que apesar do protagonismo político não pode disputar uma eleição?

    2) Será que para o PT a ausência de pluralidade ideológica no noticiário não é benéfica: eleitoralmente? Afinal fica a disputa entre PT (mundo real) e velha mídia (mundo desejado).

    Talvez, se houvesse pluralidade ideológica na mídia nasceria uma oposição programática, nacionalista e de esquerda, até mais interessante para se votar que o PT, apoiada por uma mídia, por um conjunto de mídias diversos da velha mídia, não é verdade?

    Então, teríamos oposição e ameaça de vitória de outro partido, para além do PT. E, ameaça da hegemonia de décadas da velha mídia como fonte, quase que exclusiva, de notícias e entretenimento do povo brasileiro.

    A situação de hoje acomoda os dois jogadores.

    Hoje, oposição política não passa de um representante comercial dos interesses da velha mídia no mundo real do voto.

    Como está organizado este jogo, digo mais uma vez: só o PT, partido que eu voto desde os anos 80, e velha mídia ganham.

    E no campo político sobram estas disputas apenas:

    Entre ideias mais associadas ao PT X interesses da velha mídia (oposições apensas a ela):

    1) Futuro no caminho desenvolvimentista X passado neoliberal;

    2) Nacionalismo X novo colonialismo;

    3) Empresas nacionais fortes X privatizações;

    4) Estado forte X mercado;

    5) Investimento em infraestrutura X colonialismo;

    6) Aumento de renda e consumo X austeridade fiscal e rentismo;

    7) Inserção e ascensão social X imobilidade social;

    8) Emprego X desemprego para conter a inflação;

    9) Direitos trabalhistas preservados X terceirização (flexibilização das Leis Trabalhistas).

    Como a maior parte da população sabe distinguir estas duas formas de conduzir o Governo Federal, só têm o PT para vencer a eleição.

    Somente quando a oposição se desvencilhar dos holofotes da mídia hegemônica e apresentar programa de Governo com proposta desenvolvimentista e nacionalista, é que teremos candidaturas capazes de derrotar o PT.

    O PT capturou para si estas três bandeiras: desenvolvimento, interesse nacional e inclusão social.

     A oposição ficou apenas com o bordão: entreguistas! Este será usado de maneira inteligente pelo PT no período que decide a eleição, no tempo do horário eleitoral e dos debates presidenciais.

    Só barulho nos meios de comunicação hegemônicos do Brasil não adianta mais.

  31. Hoje nós tivemos um bom

    Hoje nós tivemos um bom exemplo de como funciona a neutralidade da mídia. Pelé disse que a morte de um operário durante as obras do estádio do Corintians é normal. A imprensa reportou o que ele disse, mas não perguntou aos familiares do operário morto o que eles sentiam em razão das palavras indignas e cruéis proferidas pelo rei do futebol: http://www.jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/a-normalidade-da-morte-operaria

     

    1. Irreparável

      Houve uma época em que a morte em acidente de alguns homens era somente – para seus proprietários – uma perda material: uma baixa (por sinal muito alta) em um balanço contábil. Parece que mudou depois de 1888, faz mais de cem anos. Libertas quae sera, conforme ponderou o Millor. Acho que o Pelé foi infeliz com as palavras. Acidentes sempre acontecem e aconteceram (porém têm que ser evitados a todo custo). Faltou conversar com os profissionais da área de segurança e prevenção de acidentes. O que tem de ser discutido é se os índices de acidentes – número de acidentes por horas de exposição ao risco – estão abaixo de um limite aceitável e o que tem de ser feito no caso negativo. Pode ainda assim parecer desumano – este tipo de perda é sempre irreparável para os que ficam – mas esta é a realidade de uma trabalho digno que precisava ser melhor reconhecido  – para evitar os equívocos.

    2. Declação de Pelé – morte de operário é normal:

      Parabens ao Romário – “Pelé calado é um poeta.” Creio que isso responde ao que penso sobre o Pelé.

  32. Neutralidade?? Aprenderam militância

    Uma das corretoras de valores que uso diariamente para operar junto a BOVESPA, começou insistentemente 

    nas chamadas de abertura e fechamento de mercado, uma campanha descarada, insidiosa, sistemática sem

    a menor ética que se impõe  ao mercado, contra o governo federal, a Presidente Dilma diretamente, Mantega,todos

    do governo etc.etc. com chamadas pejorativas e eufóricos com a subida da bolsa, atribuindo-se à pesquisa.

    Quem é do mercado sabe que esta subida recente nada tem a ver com acontecimentos de Datafolha ou que

    for, o mercado soberano e vai atrás de onde melhor se aproveite. Desde outubro esperavamos por essa correção

    que ora acontece.

    Pela primeira vez vejo isso ocorrer no mercado,

  33. Especulações – mas do tipo das que eu gosto

    From Crystal Ball to Magic Wand: The New World Order in Times of Digital Revolution

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=AErRh_yDr-Q%5DFrom Crystal Ball to Magic Wand: The New World Order in Times of Digital Revolution.

Dirk Helbing, ETH Zurich.

Talk delivered via skype on March 24, 2014, to the AAAI workshop on THE INTERSECTION OF ROBUST INTELLIGENCE AND TRUST IN AUTONOMOUS SYSTEMS

     

    We need another Apollo project, but this time focusing on our Earth. I am ready for this, are you?

    Please watch this movie to the end.
    The solution to our world’s problems is different from what many strategic thinkers believed.

     

    https://www.youtube.com/watch?v=AErRh_yDr-Q

    1. Minuto 29 dá a explicação para os movimentos de junho 2013

      A violência gerando violência. No mais o vídeo é sensacional, os que tiverem tempo de vê-lo não se arrependerão.

  34. Neutralidade suspeita

    Uma vez li um livro policial escrito por um psicanalista e se chamava “Neutralidade Suspeita”. A neutralidade do O Globo ou da Folha que gosta de se dar ares de neutra é altamente suspeita pois nesses jornais o direitismo é estruturante.

  35. Neutralidade da famiglia Marinho?

    O jornal da famiglia Marinho sendo neutro? Só se for no 1° de abril!

    E foi justamente num 1° de abril daquele longinquo 64  que o finado capô da famiglia Marinho mostrou toda a sua neutralidade e imparcialidade.

  36. Na hora que esse cara do

    Na hora que esse cara do Globo falou que o jornal pratica “um jornalismo insento e…..blablablá”, se eu estivesse na platéia, teria ficado de costas, como fizeram os deputados quando o Bolsonaro fez apologia do golpe.

    Uma acinte isso, né? Mas o pior é que a imprensa brasileira não é apenas parcial. Ela é chantagista e golpista. Seu compromisso com o rentismo fala muito mais alto que qualquer pendor ao jornalismo.

    Além disso, seus profissionias são incultos, toscos e mal-carater. No dia que o Janio de Freitas não estiver mais entre nós, não vai ter um que preste.

    Afirmo sem medo de errar. A imprensa brasileira é a pior entre as dos países democráticos. Para terminar gostaria de falar para o tal Ascanio, que deixei de assinar o jornal dele em 2006. Hoje me sinto um dos caras mais informados que eu conheço. E eles só estão conseguindo colocar a reeleição da Dilma em risco, porque ela é uma catástrofe em comunicação

  37. Quando A Neutralidade É Uma Quimera

    Nassif: é bíblico ser “mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha que” a grande mídia, especialmente a televisiva e particularmente a da Globo, ter qualquer NEUTRALIDADE no que quer que divulgem. Assim como a natureza dos cães seja ladrar, a dos grandes felinos, matar, essa mídia se nutre da exploração dos sentimentos populares, como os cães ou os grandes felinos. Portando, que me desculpe o catarinense Ascanio Seleme, remunerado (e possivelmente bem) para defender seus patrões, cujas atitudes são em sua quase totalidade, tendenciosas, parciais e enrustidas. Informam conforme a versão que lhes der na veneta, pouco se importando se a consequência será maléfica ou não. Sob o manto da impunidade e do poderio econômico constroem ídolos idiotas e destroem pessoas honestas e decentes. E sem qualquer escrúpulo. Na área política, o mesmo e baixo proceder. E ele, Ascanio, sabe que se não seguir a cartilha do pessoal do Jardim Botânico estará no olho da rua, com forte possiblidade de não poder exercer a profissão em nenhum outro veículo no Pais e no exterior. E quando fala de aplicação de jornalismo “objetivo”, o sentido correto do termo é “lucro” e nada mais. Realmente, eles falam de Alkmim e Dilma. Só que enquanto o noticiário contra o governo estadual é intercortado e pouco telegível, oposto ao federal, que chegam a detalhes irritantes e desnecessários à compreensão do caso, como se estivessem falando para analfabetos e idiotas. Isto sem dizer da proporção do tempo, pois cada 2 minutos do estadual corresponde a 7 do federal. Esta é a neutralidade que vemos e que sentimos.

  38. Um paradigma quebrado nem sempre funciona

     Gosto de suas análises Midia x Digital pela compreensão da quebra de paradigmas que a maioria daqueles que operam no sistema pré-digital, pré-internet, não parecem compreender.

  39. Este post é uma provocação

    Este post é uma provocação que o Nassif sabe fazer com sua sutileza característica.

    O que esperar do teor das declarações de um funcionário do Globo? Em qualquer setor, por exemplo, espera-se que um corretor ou especulador afirme que existe uma bolha imobiliária? Não existe essa de mea culpa, tudo é propaganda enganosa, se colar, colou!

    Sabe do que mais? O tempo que as pessoas gastam para se informar é limitado. Isto implica na necessidade de escolha de um meio em que o leitor sinta afinidade. Obviamente, que a garotada plugada não irá ler jornal quando crescer. … e na rede já foi dada a largada, não tem barbada. Quem quiser se estabelecer, tem que ficar muito esperto

  40. Olha o que este Professor

    Olha o que este Professor “aprontou” para a velha midia …

     

    ENTREVISTA BOECHAT

    O professor Antonio Kubitschek afirma que a pergunta sobre Valesca Popozuda aplicada numa escola de Taguatinga, no Distrito Federal, era na verdade sobre interpretação de texto.

    Em entrevista ao vivo a Ricardo Boechat, o docente diz que não escreveu a pergunta pensando no conhecimento que os alunos do Centro de Ensino Médio 3 tinham da música, mas sim na melhor resposta para a pergunta “segundo a grande pensadora contemporânea Valesca Popozuda se bater de frente”:

    A – é tiro, porrada e bomba (resposta correta)
    B – beijinho no ombro 
    C – Recalque
    D – Vida longa

    Antonio Kubitschek considera preconceito não aceitar Valesca Popozuda como uma pensadora contemporânea.

    Ele diz ainda que havia tratado com os alunos em aulas anteriores o fato de a imprensa abordar apenas notícias ruins nas escolas e garante que colocou a pergunta também para mostrar que os repórteres são atraídos por polêmica.

    Antonio Kubistchek tem 49 anos e leciona há 19.

    Ouça a entrevista no no nosso site:
    http://bandnewsfm.band.uol.com.br/Noticia.aspx?COD=709964&Tipo=227

     

  41. Olha o que este Professor

    Olha o que este Professor “aprontou” para a velha midia …

     

    ENTREVISTA BOECHAT

    O professor Antonio Kubitschek afirma que a pergunta sobre Valesca Popozuda aplicada numa escola de Taguatinga, no Distrito Federal, era na verdade sobre interpretação de texto.

    Em entrevista ao vivo a Ricardo Boechat, o docente diz que não escreveu a pergunta pensando no conhecimento que os alunos do Centro de Ensino Médio 3 tinham da música, mas sim na melhor resposta para a pergunta “segundo a grande pensadora contemporânea Valesca Popozuda se bater de frente”:

    A – é tiro, porrada e bomba (resposta correta)
    B – beijinho no ombro 
    C – Recalque
    D – Vida longa

    Antonio Kubitschek considera preconceito não aceitar Valesca Popozuda como uma pensadora contemporânea.

    Ele diz ainda que havia tratado com os alunos em aulas anteriores o fato de a imprensa abordar apenas notícias ruins nas escolas e garante que colocou a pergunta também para mostrar que os repórteres são atraídos por polêmica.

    Antonio Kubistchek tem 49 anos e leciona há 19.

    Ouça a entrevista no no nosso site:
    http://bandnewsfm.band.uol.com.br/Noticia.aspx?COD=709964&Tipo=227

     

  42. Das cartas a infovia, a mídia será sempre a mesma merda.

    As posições políticas do autor, Luis Nassif sobre a questão da mídia são conhecidas, e não poderíamos esperar texto diferente. Sua coerência é conhecida e admirada.

    No entanto, a defesa dos paradigmas que faz da sua atividade (o jornalismo) e do papel das estruturas empresarias de mídia no campo da comunicação social, e de forma subsequente, do nosso direito à informação continua partindo de premissas equivocadas, que aliás, não são exclusivas do blogueiro-jornalista (ou será jornalista-blogueiro?), mas perpassam a todos os profissionais que se equilbram entre as chamadas plataformas digitais-interativas e a mídia de viés unilateral (ainda que digitais).

    Luis Nassif nutre a esperança (que devemos respeitar) de que poderia ou pode ser diferente, em se tratando de mídia empresarial.

    Ousamos discordar.

    Primeiro:

    Desde que o capitalismo se tornou hegemônico, e não por coincidência, a produção de informação e sua disseminação tornaram-se massificadas (dada a necessidade de atender a demanda das classes dominantes de controlarem ideologicamente as outras classes), a simples mudança da forma não alterou a natureza desta relação dos meios de comunicação e o jogo de poder a qual pertencem, e que influenciam com dramático peso.

    Todo salto informacional, sejam as cartas que iam e vinham pelas caravelas, os primeiros jornais, o rádio, o telégrafo, a TV, etc, todos estes meios estiveram à serviço do controle ideológico, e nunca puderam ser consideradas formas “democráticas” de disseminar conteúdo, porque seu propósito sempre permaneceu intacto: Formar um discurso coeso que justifique a dominação, e que dilua os conflitos e atritos sociais em versões idealizadas da sociedade, do Estado, das leis, dos direitos e dos deveres, enfim, das desigualdades.

    É verdade que no nascedouro, estas novas tecnologias informacionais foram alardeadas como a libertação final para o homem, que poderia passar a ter informação de forma pura, e com pouco mediação. Tolice, é preciso dizer.

    As tão propagadas redes sociais, novidade deste século, nada mais são que as antigas redes sociais cara-a-cara, quando produtos , opiniões, gostos, conflitos, ameaças, elogios, críticas, consensos, eram organicamente encaminhados, e hoje estão confinados nas infovias.

    Ou seja, as infovias e suas redes são a última (por enquanto) fronteira de captura das formas orgânicas de comunicação. Antes pela escrita (língua), depois as ondas de rádio (fala, audição), depois a TV (fala, audição, visão), todas estas formas buscaram reproduzir a criar realidades para que fossem apresentadas a população como uma visão crível ou desejável, direcionando modos e costumes, e no caso da política e do jornalismo, decisões e rejeições.

    As novas tecnologias tentam aprisionar o que faltava: as relações sociais, a conversa, o contato, as amizades.

    São tão desnecessárias como perigosas, mas já sabemos que são inevitáveis.

    Os Beatles não precisaram de infovias para tornarem-se o maior mito mundial da música pop, e olhando suas “jurássicas” formas de divulgação, há de se perguntar: Tamanha possibilidade de globalização (internetização), por que não surge nada do tipo?.

    Temos tantos outros exemplos pré-internet, de manifestações que tornaram-se icônicas e globais sem nenhum byte: Mona Lisa (e o próprio Leonardo Da Vinci), Nirvana, A Marselhesa, Elvis Presley, etc, etc, etc. Todos demarcaram eras, e pode-se dizer que são reconhecidos por quase todos os habitantes do planeta, e ainda lembrados por quem não viveu suas épocas (tradição = entrega).

    Qual é a banda ou manifestação de cultura humana (ainda que seja um produto cultural de massas) que revolucionou esta existência?

    Michel Teló(com todo respeito ao gosto de cada um)? Os vídeos de bebês dando risadas? Os “virais”?

    Então não há nada de espantoso no internet em relação a nada em nossas vidas, a não ser aquilo que queiramos que seja.

    É fato que as possibilidades tecnológicas alteram nossa consciência sobre o mundo, sem dúvidas, mas esta relação é de causa e efeito, e não apenas unilateral, ou seja, nós também alteramos esta realidade tecnológica.

    Assim, não foi a tecnologia (apenas) que transformou e condenou à morte certos arranjos de comunicação, mas sim o alvo (espectador) que mudou radicalmente sua forma de consumir informação, e não foi a internet que proporcionou isto, mas sim a ampliação da Democracia e as conquistas cidadãs (principalmente no Brasil), onde a população começou a fazer valer suas escolhas.

    Claro que fica mais confortável para jornalistas e donos de empresas acharem que foi a plataforma que lhes roubou público, e que tudo é uma questão de adaptabilidade.

    Não é.

    Lembremos que a maioria dos líderes de esquerda na América Latina se elegeram sem a menor estrutura de campanha ou diálogo com a internet, e enfrentando conglomerados de mídia tradicionais e seus esquemas. 

    E continuam a ampliar seu poder e suas bases sociais de apoio apesar destes esquemas, agora migrados para as redes sociais, muito mais agressivas e invasivas.

    O número de pessoas que lê jornais, revistas, ou que consome informação de blogs específicos (como este) é estatisticamente o mesmo desde sempre.

    Por outro lado, as pessoas que inundam o feicebuquistão, e outras redes sociais, são aquelas que ainda estão na periferia do chamado consumo “qualificado” de informação (uma categoria hierárquica autoritária, óbvio), e reproduzem as mesmas informações que estes setores faziam em 1970, ou 1990, interessando-se por esportes, polícia, celebridades e fofocas, e boatos sobre políticos.

    Vez ou outra, temas mobilizam estas pessoas, que então passam a debater, com as ferramentas que têm (todas legítimas, diga-se), aborto, maioridade penal, Petrobrás, etc.

    E aí que vem a diferença, que não foi determinada pela rede ou por computadores, mas sim pelo novo momento político: O poder da mídia em colocar seus “formadores de opinião” em campo para que as classes médias e as elites pudessem direcionar as classes populares está definhando rápido.

    Boa parte da população, aquela que ganha até 5 SM, ouve, reproduz e até diz estar repugnada com as “sujeiras” da política, ri (menos, é verdade) de piadas de gênero e étnicas, mistura conceitos e preconceitos, mas na hora de decidir politicamente, segue suas preferências baseado no binômio: experiência X expectativa.

    Antes, esta expectativa era “dada” pelo patrão, pelo médico, pela professora, isto é, por aquelas referências nas quais os mais pobres espelhavam sua existência. E o patrão, o médico, a professora, bebia na fonte da mídia, como ainda continuam a beber, mas agora se irritam porque os pupilos parecem ter “vida própria”.

    E isto não é por causa da internet ou a interatividade. Eu não tenho dados para afirmar, mas especulo que a esmagadora maioria dos internautas entre 25 e 45 anos a usem como plataforma de entretenimento, e depois, como fonte de informação unilateral, ou seja, raramente comentam ou mandam conteúdo para debates mais aprofundados (geralmente ficam no protesto ou reclamação).

    Hoje não, e por isto, estas classes populares fazem a leitura que lhes convêm daquilo que leem, ouvem e assitem, ainda que estejam impregnadas do senso conservador que herdaram, mas que passo a passo vão construindo uma nova concepção, para o bem e para o mal.

    Cada vez menos a mídia consegue capturar e moldar estes sentimentos. A internet muito menos.

    Este blog é um exemplo: tem milhares de visitantes, comentadores “residentes”, uns raros avulsos, e se for realizada pesquisa nacional, deve dar traço da lembrança do público como meio de comunicação, apesar da grife Luis Nassif contar com boa inserção.

    A rede social que conta são as conexões no trabalho, na família, na escola, etc. São nestas redes que as formas de controle se mantém intactas.

    Prova disto é o caráter das redes sociais virtuais, alimentadas pelos mesmos preconceitos, ódios, consensos, etc.

    A mídia (jornal) não acabou por causa das redes e internet, ou porque não se adaptou a realidade. A hierarquia da informação, seja um em tablet ou em uma folha de jornal só tem sentido em ambientes menos democráticos.

    Quanto mais Democracia, menos mídia empresarial, esté é o mote.

  43. “(…) com o que considerei

    “(…) com o que considerei otimismo exagerado – que os jornais continuariam dominando o mercado de ideias.”
    Concordo com ele. A natureza tem horror ao vácuo. E a natureza humana tem horror ao vácuo de poder. Sensação experimentada pela esmagadora maioria, quando se defronta com um mundo multipolar e aparentemente caótico. Este é o motivo da sobrevivência das religiões. Este é o motivo da sobrevivência dos jornais, bíblias da chamada sociedade esclarecida.

    “Uma análise das manchetes atuais dos principais jornais mostra que no plano real continua a parcialidade mas agora ao menos persegue-se a imagem da (falsa) imparcialidade.”
    Gostaria de ter esse seu otimismo, Nassif! Ah, como eu gostaria! É próprio do capitalismo ir à exaustão; “roer até o osso”, como se diz na gíria. Enquanto houver um nicho, por pequeno que seja, de entusiastas do linchamento, os linchadores não vão parar. Nem mesmo o Otavinho reciclará o pulo do gato de seu pai, de quando o Regime deu sinais de final de festa, e ele transformou a Folha numa cidadela em defesa da democracia, a tantos enganando.

  44. Para a mudança, os jornais

    Para a mudança, os jornais serão sempre imprescindíveis. Como vamos acomodar os copos, pratos e toda nossa tralha? Forrar a gaiola da calopsita? Hummm… pena que não tenho calopsita!

  45. brincando de falar a verdade.

    Trocando em miúdos: o Ascânio não é bem-remunerado para defender seus patrões. Por defender bem seus patrões e por afinidades ideológicas é que ele ocupa o cargo que ocupa.

    As posições políticas dominantes na internet, nos blogs políticos e de notícias, são as posições da Direita. Mas não pensem em Direita civilizada como a francesa, onde nem mesmo Sarkozy tinha coragem de defender os preconceitos que nossos liberais (DEM, PSDB & PPS) defendem. As opiniões que leio mesmo nos blogs “de esquerda”, há sempre os “penetras”, pessoas pagas e especializadas em calúnia e difamação.

    A “Mansão do Filho do Lula”, na verdade era uma foto da sede da ESALQ, da USP, em Piracicaba (ESALQ – Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz”), e o jato do filho do Lula, de US$ 50 milhões tinha prefixo “N”, privativo de cidadãos residentes nos Estados Unidos. Idem sua participação na Friboi. Alguém inventa mentira que seja plenamente digerível por idiotas e bota na rede. Em segundos, vira viral. Mas no futuro, como na música do Chico, será “vira, virou”. Enquanto vejo opiniões da Direita mais radical nos ditos blogs de esquerda, numa Veja, numa Folha ou o Globo, se sua opinião discordar da opinião do editor, jamais será publicada.

     

  46. A midia esta tentando

    A midia esta tentando aparentar neutralidade? Não Nassif.  É muito otimismo de sua parte. Se a midia quisesse aparentar neutralidade, haveria um pouco de equilibrio no noticiario. Um pouquinho só. Um tiquinho. Mas não é isso que nós vemos. Eu, como boa parte dos internautas, coleciono fatos e eventos distorcidos pela midia, principalmente na TV. Não há tregua. Tudo é pretexto pra jogar a população contra o governo. Eu nem assisto nem leio jornais por que é perda de tempo. É tudo pela metade, é tudo carregado de insinuações maldosas e falsas calamidades. Até a Copa do Mundo, que sempre foi o maior tesão dos brasileiros, virou alvo de ataques, injurias e desmobilização. Haja estomago.

    1. PIG não tem neutralidade no seu dicionário.

      Neutralidade e imparcialidade são o que não existe no vocabulário das famiglias do PIG

  47. O YAHOO, por exemplo, já

    O YAHOO, por exemplo, já tenta mostrar alguma imparcialidade. Até pouco tempo, sempre noticiava informações contra o PT/LULA/DILMA e abria espaço para os comentários. O moderador, quase sempre, bloqueava a maioria dos comentários dos defensores. Era/é um verdadeiro encontro de THROLLS tucanos. 

    Há pouco tempo apareceu um colunista : “https://br.noticias.yahoo.com/blogs/jornalismo-wando/”  , com posts bem humorados, satirizando o comportamento da direita conservadora. Os comentários ainda são na maioria de tucanos, o moderador ainda é tucano, mas já tentam fingir a “imparcialidade”, abrindo espaço para a esquerda. Devem estar querendo  de volta o público  que tinham antes da partidarização do portal.

     

  48. PROFESSIAS

    RUY CASTRO – (folha)

     Certa vez, alguém me perguntou se a internet iria matar o livro. Respondi que o mais provável era a internet morrer primeiro. É fatal que, um dia, ela será substituída por alguma “ferramenta” mais rápida, abrangente e minuciosa, com outro nome, formato e meios. Mas seu principal uso não se alterará: fazer com que as pessoas aplaquem sua solidão comunicando-se desesperadamente entre si.

    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2014/04/1436822-tem-a-ver-com-a-russia.shtml

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