Como desatar o nó da sustentação de projetos que não têm apoio da mídia?

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Margot Riemann

Referente ao post “As semelhanças entre a crise de 1989 e a atual”

Acrescento um dado à análise: Nas republicas democráticas cabe aos partidos garantir a sustentação política dos governos. São a correia de transmissão entre o Estado e a sociedade, funcionando nos dois sentidos. Em nosso país, os partidos, em sua maioria (a exceção recente mais expressiva é o PT), são federações de caciques regionais com nenhum enraizamento popular. Daí que os governos  têm problemas para legitimar-se, pois não contam com partidos que lhes dêem sustentação.

Os recursos do clientelismo e da troca de favores tem tido a função de compensar esta dificuldade. Mas são recursos limitados, funcionam em pequenas cidades, em  grandes metrópoles já fica complicado. Aí entram os meios de comunicação de massas. A mídia tem cumprido a função de esteio político dos governos da era democratica. Só que tem lado, apoia o liberalismo econômico, e governos desenvolvimentistas foram e são sistematicamente combatidos, caso de Vargas, João Goulart e recentemente Lula e Dilma.

Collor cavalgou o neoliberalismo e foi apoiado pela mídia, por isso conseguiu ser eleito, mesmo como outsider. Mas como desatar o nó da sustentação política de projetos que não têm apoio da mídia?

 

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

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  1. há muitas diferenças também

    Penso que a análise substima a força do PT e sua base de apoio. 

    Noto que o partido é força em ascensão em MG e, no Nordeste, não há contexto político estadual que não tenha que ser levado em consideração. 

    Em São Paulo mesmo aguardemos a eleição de 2016 para termos ideia exata do que ocorre. 

    Aliás, a maior parte do PT é contra o ajuste Levi, que, dessa forma, antes unifica o partido do que o enfraquece. 

    PT X PSB vitaminado pelo adesismo de ex-petistas e psdbistas deve ser a nova polarização da politica brasileira no futuro.

    Mas antes é preciso barrar o golpe, pois a turma aécio/cunha não tem responsabilidade e querem reinar em terra arrasada. 

  2. Mas como desatar o nó da

    Mas como desatar o nó da sustentação política de projetos que não têm apoio da mídia?

    Com comunicação. Quer uma prova?

    O governo emplacou o Mais Médicos mesmo com uma campanha ferroz da mídia, do CFM e da direita política.

    Quando o governo lançar mão de seu poder de comunicação – ferramentas e orçamento não faltam – a mídia vai ter que explicar sua posição. E não será fácil para o governo mostrar ao povo quem ganha e quem perde com cada projeto. MEsmo que a mídia minta, manipule e batalhe contra.

    O que falta é comprometimento e coragem. A bancada do PT morre de medo de Kamel e seus jornais. Contra esse poder só o governo nas rádios, tvs e internet explicando e discutindo fatos.

    Claro, uma boa dose de processos na justiça ajudaria o governo a enfrentar os crimes cometidos pelos grupos de mídia, vide a Veja e a capa antes do segundo turno.

     

    A batalha das ideia precisa ser lutada. E o PT abriu mão disso.

     

    É covarde! É antipovo, pois é antidemmocrático.

  3. sugestão

    Já que está difícil o governo se mexer para quebrar o monopólio da mídia….

     

    O governo poderia mexer na outra ponta do problema: a organização dos partidos no Brasil.

     

    Fazer com que sejam obrigados a seguir regras para escolha de representantes, e retirar poder dos “caciques”.

     

    Por exemplo, as decisões dos partidos teriam que ser tomadas pelos filiados ao partido.

    Alguém vai dizer: “e um partido cujos filiados são somente os “caciques”, como fica”?

    Resposta: não fica.

    porque um partido que não tivesse filiados em X% dos municípios de um estado e que esses municípios abrangessem Y% dos eleitores do estado, não poderia concorrer a eleições estaduais.

    E um partido que não tivesse esse participação em Z% dos estados, não poderia concorrer a eleições nacionais.

    As decisões partidárias seriam tomadas pelos filiados em assembléias, um conselho de eleitos teria apenas funções administrativas.

     

    Vai botar democracia nos partidos políticos. Só os caciquer seriam contra.

    Por isso uma constituinte exclusiva para a reforma política seria muito bom.

    1. A única forma de fazer isso é via Congresso

      Isso que você propõe é ótimo, mas dependeria de PEC e de leis pra acontecer. E o nosso Congresso não faz hoje nem o urgente, o remendo ou o paliativo, que dirá fazer o útil, o preventivo e a solução…

  4. “Mas como desatar o nó da

    “Mas como desatar o nó da sustentação política de projetos que não têm apoio da mídia?”:

    Projeto de bebado nao tem dono!  E isso eh primordial pra quem pensa em politica social OU engenharia social.  Alguem se lembra que Jose Serra simplesmente parou a dragagem do Tiete e que nas enchentes a media brasileira culpava os pobres de jogarem lixo nas ruas?

    Ou o projeto tem dono do dinheiro ou nao tem.  Sabendo se que o PSDB VAI SIM destruir o Bolsa Familia da proxima vez que for eleito aa presidencia, QUEM EH dono do dinheiro?

    Sim, todos nos sabemos, mas isso nao eh respeitado.  A acao de continuidade de projeto nao tem supervisor nenhum -no maximo, um processo no judiciario que sempre acaba mal, quando acaba.

    Quem faz compra e venda de favores NAO eh o dono do dinheiro mas tem poder e nao pode ser monitorado -e nao eh mesmo, como nao foi no exemplo classico de Serra que eu dei.

    Eh a falta de supervisao, mas principalmente a falta de poder dos “supervisores”, que estraga tudo -especialmente por causa do judiciario.  Ate mesmo a ideia de supervisao/monitoramento ja esta deturpada no Brasil -vide TCU parando obras por anos a fio, por exemplo.

    Nao ha controle nenhum ao dinheiro!  E EH o dinheiro sim, SO o dinheiro que interessa.

  5. Comprar espaço

    Se o gov. não consegue nem mesmo rascunhar um projeto de comunicação, podia adotar uma medida simples e de alguma eficácia (melhor que a eficácia zero dos últimos 4 anos e picos). Já que a mídia oligárquica não lhe dá espaço condizente, comprar espaço e publicar uma coluna regular nos impressos — não só nos jornalões, mas em jornais regionais, locais, de bairro e, sobretudo, em jornais distribuídos gratuitamente nas ruas, como, aqui em SP, o Destak, Metro News e semelhantes. Atingiria a classe média e o povão. Seria um começo modesto, mas um começo.

  6. É por isso que temos que ter

    É por isso que temos que ter uma BBC brasileira capaz de informar o cidadão com qualidade. Não é possível deixar o mercado de mídia a mercê dos grandes oligopólios e famiglias.

  7. Democracia é a solução.

    Democracia é a solução. Democratizando os meios de comunicação, não tem outra alternativa, do jeito que está com esse monopolio de uma meia dúzia de famílias o Brasil nunca será uma democracia de verdade.

  8. MUITA ATENÇÃO NESTE MOMENTO

    MUITA ATENÇÃO NESTE MOMENTO :

      Raramente ou nunca, a mídia  apoia sem o consentimento do povo.

       A mídia é volúvel e canalha.

      Ela aprova sim com o consentimento do povo, depois que ela o incentiva,

         É complexo entender ?

            Acho que não.

    1. O pig corrompe idéias.

      O pig desinforma. Tem até juizes, muitos, quase todos, contaminados pela sua desinformação. O pig leva as pessoas a concordância devido ao carater universal da sua atuação. Corompedor, ele também se contaminou e contamina seus clientes. É fácil entender e perceber.

      Aliás o grande trunfo do pt, o que o credencia, é esta oposição feroz, raivosa, destrutora

  9. O papel criminoso do pig

    O crime do pig é terrível. Destrutor, Corrompedor. 

    A democracia corre perigo com o pig que temos. 

    contra estes bandidos não veja o que fazer. Torço para que quebrem rápido.

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