Darcy Ribeiro: O Brasil tem uma classe dominante que não deixa o país ir pra frente!

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Do Facebook de Elvis Rocha

Darcy Ribeiro: “O Brasil tem uma classe dominante ranzinza, azeda, medíocre, cobiçosa, que não deixa o país ir pra frente!”

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. Estou começando a achar que o

    Estou começando a achar que o problema maior nem é a “classe dominante” em si, mas a imensa galera de brasileiros que segue a tal classe achando que fará parte dela algum dia.

    1. com certeza

      A classe dominante não seria nada se não fosse o apoio dos cooptados por ela. E os cooptados são alheios aos métodos de convencimentos que são aplicados. Por isso é que informação é tudo, é mais poderosa do que armas e exércitos.

      Veja que informar – sobre os métodos, sobre as versões x fatos, sobre os interesses omitidos, sobre os meandros da política – é muito diferente de aliciar com base na demonização dos que pensam diferente. A paixão não pode cegar, adversários não são inimigos e a isenção é o bem mais precioso a ser preservado. É a estrutura apodrecida que deve ser combatida, não as pessoas que foram cooptadas por ignorância, com base em falácias e com o incentivo ao ódio e preconceito.

    2. “Estou começando a achar que

      “Estou começando a achar que o problema maior nem é a “classe dominante” em si, mas a imensa galera de brasileiros que segue a tal classe achando que fará parte dela algum dia.”

      Na mosca!  Sem esse povo de rebanho a elite não consegue nada. Eles sempre precisam do apoio de cretinos dispostos até a brigar pelas causas dos patrões e senhores, esperando por merecer “meritocraticamente” sua inclusão à classe dominante.

      Vide a aliança FIESP & Coxinhas: Classe média defendendo causa de industriais bilionários.

  2. Classe dominante é a representação do nosso subdesenvolvimento

    Nossa classe dominante é mesquinha, egoísta, descompromissada com a sociedade, subdesenvolvida e desonesta. Não presta. O único comprometimento que têm é em se enriquecerem. 

  3. Na Suíça é diferente…

    Recentemente um bilionário brasileiro morador na Suíça, certamente um dos patrocinadores do golpe, disse que lá é diferente, com pessoas com recursos e por isso bem melhor de se viver…

    Se ele fosse perspicaz ele deduziria que:

    1 – Comunismo não instala em sociedades de CLASSE MÉDIA e veria QUE O PT TIRANDO 40 MILHÕES DE PESSOAS DA MISÉRIA AFASTOU O RISCO DO COMUNISMO NO BRASIL, coisa que pode voltar a ser possível neste golpe que certamente fará recuar os avanços sociais e provocará a IRA DAS PESSOAS CONTRA OS MAIS RICOS, isso tudo talvez com participação de seu patrocínio.

    2 – Um país não se constrói da noite para o dia e é RESULTADO DO TRABALHO DE SEU POVO DURANTE ANOS! Quem perde as eleições aguarda o próximo pleito para tentar. Se houvessem golpes na Suíça, CERTAMENTE HOJE A SUÍÇA NÃO SERIA A SUÍÇA QUE ELE MORA! A estabilidade das INSTITUIÇÕES É BOA.

    3 – Se soubesse disto E VERDADEIRAMENTE QUISESSE O BEM DO BRASIL, talvez não apoiaria golpes.

  4. O Mono Carta já afirma isto

    O Mono Carta já afirma isto há anos.

    Temos a pior elite do mundo. Gananciosa, ignara, egoista e seum nenhum traço de solidariedade.

     

  5. Os eterno senhores de escravos

    Ela é exatamente como descrito pelo saudoso Dary Ribeiro. Esse fim de semana, conversei com alguns brasileiros que fazem parte das classes média e alta, todos a favor do golpe, se dizendo de “saco cheio” do governo Dilma, do PT e, portanto, pelo conjunto da obra querem a derrubada de Dilma, como se isso não tivesse um preço a pagar nos proximos anos. São inescrupulosos e falam do povo com escarnio e desprezo.

  6. expressiva e comovente

    expressiva e comovente denúncia que se repete a cada golpe npo brasil,

    desde a sacada machadiana, que ironizou a classe dominante ao deixar claro

    que essa elite escravocrata posava de vanguardista ao querer usar

    conhecimentos iluministas, por exemplo, mas ointernamernte

    sempre

    açoitou

    seus escravos…

  7. Argumentação frágil

    A explicação do Brasil pela dicotomia Povo X Classe Dominante é frágil e falaciosa, embora sempre dê prestígio a quem a diga, pois como a maioria das pessoas não é ou não se considera membro da classe dominante, malhar esse espantalho é gostoso e não apresenta riscos. Darcy Ribeiro foi apenas um entre tantos áulicos a repetir esse bla-bla-bla. Mas a primeira dificuldade é definir quem constitui, afinal, essa tal classe dominante. Comecei a perceber isso lá pelos idos dos anos 80, quando Saturnino Braga, candidato a prefeito do RJ, acusado de ter o apoio dos bicheiros, respondeu: prefiro ter o apoio dos bicheiros a ter o apoio da elite. Veja só, no entender dele, os milionários banqueiros do bicho não eram membros da elite. Um artista milionário como Chico Buarque tampouco é um membro da elite, pois defende causas de esquerda. Um arquiteto milionário como Oscar Niemeyer tampouco é. Lula não é membro da elite porque é operário. Lulinha da Gamecorps não é membro da elite porque é filho de operário. Então, quem?

    Na verdade, a única diferença entre povo e elite, no Brasil, é a conta bancária, porque de resto ambos são assemelhados cultural e psicologicamente. E quem constatou isso não fui eu, foi um pesquisador de esquerda, JJ Chiavenatto, ao comentar o fenômeno do coronelismo. Por definição, a elite é sempre superior à média, e portanto, uma elite ruim nada mais é do que o sintoma de uma média pior ainda. Mas malhar a elite dá uma compensação psicológica, pois permite remover toda a responsabilidade de nós mesmos e atirá-la sobre um judas de sábado de aleluia, uma mera abstração chamada elite ou classe dominante.

    1. Concordo com sua visão.

      Concordo com sua visão. Professores universitarios de esquerda com holeriths de 29.000 Reais se consideram de anti-elite, não temos mais no Brasil a elite de berço como existe nos EUA, na mesma familia há ramos ricos e ramos pobres, há sim uma elite intelectual que nem sempre é elite economica assim como há sucateiros milionarios que não tem um livro em casa, o termo e a qualificação de elite o Brasil é algo muito fluido e de conistentcia indefinivel.

      Ao contrario, há na Argentina uma elite sólida, os chamados “”terratenientes”, casta de fazendeiros, há uma elite na Colombia, centrada em Bogotá, quase todos Presidentes da Colombia são parentes ou contra-parentes, herdeiros da elite espanhola que forma a corte do Vice Reinado de Nova Granada, há uma elite no Panama, os “rabiblancos”, no Brasil há

      camadas elitizadas mas sem clareza social ou cultural bem definida, há ainda em escritos da esquerda brasileira de hoje

      uma narrativa de uma “burguesia” que não existe como classe especifica, ou será burguês quem tem um perua Tucson?

      1. Bem lembrado

        Bem lembrado: além da Argentina, mesmo alguns países desenvolvidos e com predominância da classe média possuem elites tradicionais bem claras e definidas, mas no Brasil as complexidades de nossa História trituraram e pulverizaram nossa elite ao longo do tempo, dando-lhe um aspecto indistinto. A última elite tradicional que tivemos foram os barões paulistas de café, mas a crise de 1930 tratou de liquidá-los: hoje em dia é hilário ler aqui alguns postantes achando que a elite paulista é constituída de ex-fazendeiros escravocratas, quando qualquer consulta ao catálofo da FIESP mostra que e grande maioria é descendente de imigrantes chegados na virada do século 19. As antigas elites de cafeicultores fluminenses e senhores de engenho nordestinos entrou em declínio antes até do século 20. Os barões da borracha amazonenses desapareceram quando a seringueira começou a ser plantada na Malásia. Nem mesmo os coronéis de cacau de Jorge Amado existem mais, desde que a praga da vassoura-de-bruxa dizimou as plantações.

        Mas nada disso impede que um postante semi-instruído aqui nesse forum encha a boca para falar das “elites”. Mesmo que o dito membro da elite seja só alguém que possui um Tucson.

        1. ok, voces venceram, no Brasil

          ok, voces venceram, no Brasil nao existe elite, nem gente com nostalgia da escravidao, nem exploradores de empregadas domésticas, nem racismo, nem discriminacao, somos todos iguais, na verdade vivemos um regime quasi-comunista. Aplausos para os genios que destroem conceitos e nao sabem colocar outros no lugar. 

          1. Uma prova de que não temos elite…

            Uma prova de que não temos elite no Brasil é que aqueles que mais malham a elite quase sempre também podem ser conceituados como membros de uma ou mais elites.

    2. É uma boa discussão Pedro.

      É uma boa discussão Pedro. Porém desde a chegada da Corte portuguesa por aqui existe essa constatação de duas forças, que eu chamo de classe do chicote; os que chicoteiam e os que são chicoteados. Assim penso ser mais fácil dividir; assim não há que se falar e o que possuem mas em que campo se colocam. Castro Alves era da elite e se colocou no piquete dos chicoteados eassim muitos abolicionistas também o fizeram.

      Pois passando por Gilberto Freyre, Darci Ribeiro, e, mais recentemente, Cláudio Lembro e Bresser Pereira, todos perceberam essa elite rancorosa. Não é possível que todos estejam equivocados. 

      1. Visão simplificada

        Essa redução de nosso quadro social a uma classe de chicoteadores e outra de chicoteados é uma abordagem simplificada, para não dizer caricatural, própria de quem conhece a História só de ouvir professores de escola metidos a doutrinar. Nem isso começou com a chegada da corte portuguesa, nem nossa sociedade extremamente complexa se reduz a isso: há milhões que nunca foram chicoteadores nem chicoteados, por exemplo, os colonos e imigrantes que nunca tiveram escravos e sempre batalharam por conta própria em pequenos negócios e às vezes ascendendo à elite.

        No fundo nossa elite não passa de um totem, uma construção abstrata à qual se atribuem determinadas características. É por esse motivo que tantos como Gilberto Freyre, Darcy Ribeiro, Cláudo Lembo e Bresser Pereira a tem denunciado através dos tempos: é fácil malhar um totem, tal como é fácil malhar um judas de sábado de aleluia. Abstrações não reagem.

        1. Darcy

          Pedro, ninguem melhor para dizer deste país e desta elite que este brilhante estudioso dos problemas brasileiros. Negar esta verdade com exemplos simplórios é ser simplório demais. Leia um de seus livros, que deviam ser obrigatórios nas escolas.

          Leia um pouquinho de Carl Max, o gênio deste assunto. E é tão contundente que estamos proibidos de saber o que disse por esta mesma classe dominante, cruel, egoista, azeda, antidemocrata, golpista.

          Só um fato: a nossa eleite, elite gentalha, nunca libertou os escravos; isto só foi feito teóricamnte, em 1988, apesar de que em 1850 já havia leis (que coisa…, leis) acabando com a escradidão, porque os ingleses assim impuseram. Na verdade a escravidão ainda não acabou.

          Deixa de bobagens.

    3. Seu pensamento é hipócrita e

      Seu pensamento é hipócrita e manipulador. Ele estava falando de Sres de escravos e escravidao. Ou voce nao percebeu? Ora, é muita hipocresia e distorsao do discurso de Darcy, e do discurso de muita gente durante décadas, por puro o que? acho que é inveja, frustracao, por nao poder ser tao brilhante, critica com sarcasmo o que nao pode explicar melhor que o outro. Destruir pessoas e discursos porque nao sabe construir conceitos. Só criticar. Esse complexo de crítico do brasileiro nao é na verdade espírito critico, é espírito de porco, sem argumentos, sem conhecimento algum, somente com algumas ocorrencias regadas a cerveja vagabunda de xarope de milho. Triste esse Brasil atrevido, ignorante e arrogante. 

    4. Espinha Dorsal

      Negar a existência de classes seria o mesmo que negar o racismo sob o pretexto da mistura de raças no Brasil.

      A despeito da mistura étnica, uma pessoa pode identificar-se com uma raça. Da mesma forma, a origem social não interfere na colocação de classe do indivíduo. Ambas opções são auto-afirmativas e são de natureza afetiva e intelectual. Ou seja, independende da cor da pele ou do Tucson na garagem.

      Assim como negar o racismo contribui com sua perpetuação, tentar provar a inexistência da relação dominador/dominado no Brasil seria o mesmo que intimamente adorá-la. Além do trabalho de Sísifo, conferiria a seus interlocutores certo cínismo.

      Neste contexto existe a polaridade das classes e das raças. A relação senhor/escravo está na Espinha Dorsal da sociedade brasileira.

  8. Peguei uma série histórica do

    Peguei uma série histórica do índice de Gini para o Brasil outro dia e, ao analisá-la pude constatar que todas as vezes que melhoramos nossos indicadores de Gini, que avalia a distribuição de renda, houve na sequência um golpe de Estado.

    Precisa dizer mais alguma coisa?

    A pior elite. Que é dona da grande mídia e que influencia a classe média, que segue seus ideias imaginando que um dia se juntará a ela. Dá no que temos aí hoje!

    Prof. Darcy Ribeiro, genial!

     

  9. Darcy Ribeiro e a classe dominante
    Sempre houve oportunistas e aproveitadores da ignorancia e da omissão da sociedade no destino político do país. Há a “elite economica” dona do chicote e a “elite intelectual” possuidora do chicote sutil que rasga a mente, não a pele. Essa elite é badalada e não contribui para o desenvolvimento do país e do crescimento das ideias. Penetra subrepticiamente na mente das pessoas e causam um estrago a longo prazo. Por isso o estado de desenvolvimento em que nos encontramos, pois essa “elute é idolatrada” e quem discorda de suas ideias é taxado de fascista, retrógrado e de extrema direita. Vivemos há muito em um país em que vale o pensamento de um psicanalista que diz que as pessoas acreditam em uma grande mentira mais rápido do que em pequenas mentiras, e aquela repetida insistentemente passa a ser aceita como verdade. Há tantos anos a grande mentira vem dominando o espaço intelectual brasileiro que a sociedade nem se dá conta que não tem direito a opinião, a não ser que seja a opinião deles. Segregação entre chicoteadores e chicoteados só existe na mente distorcida dessas pessoas.

  10. ortografia

    Houaiss falou da “inconveniência de haver duas normas gráficas oficiais”. Pois bem, agora (se estivesse entre nós) teria mais: o português do Brasil que segue esse acordo; o que o não segue; os que, em Portugal, o seguem ou não; os que, em Angola e em Moçambique, não o seguem, pois até os seus Estados o recusam; etc. Na prática e resumindo, onde havia duas ortografias oficiais (sem problema, pois não é isso que pode unificar o português brasileiro com os restantes, e cada país pode ter diferentes pontos de vista sobre o assunto) existe agora uma pluralidade confusa. Isso foi mau para o ensino da língua e não assegurou maior circulação do livro ou da imprensa entre todos esses espaços. Basta ver que os autores brasileiros são “revistos” em edições portuguesas e reciprocamente autores portugueses (salvo os que o rejeitam contratualmente, e são vários) são “adaptados” no Brasil. Mesmo com esse “acordo”, outra coisa que nem todos sabem é que existem duas versões do mesmo: uma para o Brasil, outra para Portugal e mais alguns países e territórios. Impossível saber o que Antônio Houaiss ia pensar sobre isso.

  11. Darcy Ribeiro

    Que saudade do Darcy!  Que falta ele faz, que falta faz o Tom Jobim, que falta faz o Raimundo Faoro, que falta faz o Niemeyer, que falta faz o Milton Santos, que falta fazem tantos brasileiros brilhantes… Ai que saudade… enquanto agora temos que aguentar a mediocridade pululante.

  12. Darcy Ribeiro: O Brasil tem…

    Verdade. Ciro Gomes disse com muita propriedade que o epicentro do poder real no país está nas mãos dos banqueiros e de 10.000 famílias que ganham 600 Bilhões de reais em juros anuais. São os nossos INTOCÁVEIS QUE SE ARTICULAM POR TRÁS DE GOLPISTAS E DOS GOVERNOS INSTITUIDOS. E ao povo as migalhas que caem de suas fartas mesas!

     

  13. Concordo com a visão de que a

    Concordo com a visão de que a classe dominante (elite) somente tem todo o poder que tem graças à “servidão voluntária” (vide a obra escrita por La Boétie onde este decorre sobre o desinteresse do ser humano para com a liberdade) dos escravos modernos.

    Enquanto o brasileiro não desenvolver o senso crítico, e continuar sendo uma marionete de igrejas corruptas, políticos corruptos, circo (futebol e afins) e a mídia impondo formas de agir, não teremos igualdade em nosso país!

    Por isso a educação é um fator essencial para o desenvolvimento do país! Por isso as cotas são de suma importância nas universidades!

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