E-mail foi registrado quando Mônica estava presa, e não é abordado em vídeo de delação

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O e-mail fictício que Mônica Moura disse à Lava Jato que usava para se comunicar com a ex-presidente Dilma Rousseff foi registrado em cartório para valer como prova de sua delação no dia 13 de julho de 2016, quando a empresária, esposa do marqueteiro João Santana, estava presa em Curitiba por ordem de Sergio Moro. O juiz soltou a dupla cerca de duas semanas depois do registro, no dia 1º de agosto de 2016.
 
A conta do Gmail é usada por jornais da Globo para incitar a prisão de Dilma Rousseff, diz nota assinada pela ex-presidente, neste sábado (13). O grupo destacou Merval Pereira para escrever que o e-mail seria prova suficiente para Moro encarcerar Dilma. Em outra reportagem publicada no site, O Globo afirmou que o e-mail é “válido” e pode ser “rastreado” para atestar a veracidade da delação de Mônica Moura.
 
Contudo, o e-mail registrado em cartório e entregue à força-tarefa como evidência contra Dilma não é abordado no vídeo da delação de Mônica Moura, divulgado pelo Supremo Tribunal Federal. Ao contrário disso: a delatora só mencionou mensagens de celular trocadas com o ex-assessor presidencial Anderson Dornelles e um arquivo de Word onde teria salvo uma suposta mensagem de Dilma, que Mônica deletou do Gmail.
 
A delatora disse ao Ministério Público que costumava apagar as mensagens trocadas com Dilma. No vídeo não é muito claro, mas a única menção que Mônica pode ter feito à mensagem cujo print circula nas redes sociais é essa: “Eu guardei só esse último. Nem sei porque guardei isso. Acho que foi porque fui presa tão desesperada e rapidamente que acho que guardei. Foi já nos últimos dias. Foi um dia antes da Operação Acarajé. Então, no desespero, não apaguei essa mensagem.”
 
A mensagem data de “22 de fevereiro”. A Lava Jato deflagrou a Operação Acarajé com ordem de prender João Santana e sua esposa em 22 de fevereiro de 2016. O casal se apresentou à justiça brasileira em 23 de fevereiro de 2016. Mônica não diz isso em seu depoimento divulgado pelo STF, mas o portal O Globo afirma que a mensagem “Espero que não ter nenhum espetáculo nos esperando” era uma referência à chegada ao Brasil, segundo a delatora.
 
Assista ao vídeo abaixo:
 
https://www.youtube.com/watch?v=jDQocEO3GtQ
 
Leia mai: As provas e dúvidas sobre a delação de Mônica Moura contra Dilma
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

29 Comentários

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  1. Mal saímos do depoimento de

    Mal saímos do depoimento de Lula, que fez o Brasil parar, nos chegam agora o casal de malandros, montados na nota para se salvarem da cadeia, tal como outros delatores, na base da mentira e do que ouviu dizer.

    Logo mais teremos Palocci, este com mais poder de fogo pra detonar contra Lula e Dilma. 

    Numa sequência, as novidades vão se atropelando, porém sem envolvimento de ninguém além dos petistas ex-presidentes, e amigos. 

    Há quem ache que essa parada se arrastará até 2018, e outros, que não se chegará ao final do ano sem que Lula se mude de endereço. 

  2. Alteração de senha

    Alguém já tentou acessar este e-mail?

    A senha (lice1984) foi alterada somente ONTEM as por volta das 17:00h, ou seja, até este horário, mesmo depois da senha ter sido dibulgada na midia, qualquer pessoa poderia acessar esta conta …

  3. Peraí! O tal print, que

    Peraí! O tal print, que Merval acha suficiente para prender a Dilma, contém não uma mensagem supostamente escrita por Dilma, mas pela própria Mônica? Pode isso, Arnaldo?

    1. Se alguém me envia uma carta com antrax, a culpa é minha

      Ainda que a culpa não seja minha, não fará qualquer diferença, pois, no final das contas, a vítima serei eu.

    2. Com print ou sem print

      Jorge: é lógico que pode. Já leu a fábula “O Lobo e o Cordeiro”? A moral da historia é a mesma. Se é que hája “moral” na maioria dos julgadores do Judiciário de agora.

      E do geito que o Judiciário busca, com sua política partidária e a busca do glória junto a grande mídia, especialmente a televisiva, tudo é possível.

      Como esse mesmo Judiciário, semelhante aos bandidos do Congresso, tem respaldo nas Casernas, só deve estar aguardando um “slave”. como nos traficantes cariocas, para deflagarem o derramamento de sangue. E tão falando que se precisarem de reforços, os soldados nortamericanos que vêm para a Amazõnia fazer exercíos combinados com as Forças Armadas estarão eles à disposição, para o que der e vier.

      Merval, junto com o Intelectual Tadio, já foi designado para escrever a nova Carta Magna. Se prepare…

  4. Imprensa

    A esquerda anda demasiadamente assustada com a mídia. Lendo a maioria das manchetes deste blog observamos uma batalha feroz e encarniçada . Verdadeiro espírito de Stalingrado. Veremos se a história se repetirá.

    1. Piada?

      Ribeiro: você tocou num ponto sensível. Porém, não pode esquecer que, no Brasil, a chamada “esquerda” só se reune na cadeia. É a realidade da piada…

  5. Se havia caixa 2 e se era a Dilma que dava a última palavra…

    Se havia caixa 2 e se era a Dilma que dava a última palavra, então Dilma e Monica Moura se comunicaram pelo menos uma vez. Há uma comunicação eletrônica entre ambas, logo, havia Caixa 2 e era a Dilma quem dava a última palavra.

    Bingo

    Se chover, a rua fica molhada. A rua tá molhada, logo, choveu

    1. Só há comunicação quando há um emissor e um receptor

       Não está provado, nesse rascunho de e-mail, que a mensagem foi recebida. Se não houve recepção da mensagem, então não houve comunicação entre a Monica e a Dilma, já que para haver comunicação tem que haver emissão e recepção.

      Eu posso criar um e-mail falso, atribuí-lo a alguém, eniar mensagens que jamais serão lidas pelo suposto destinatário e afirmar que me comunicava com o destinatário da mensagem de e-mail. Mas isso não é verdade, porque o destinatário poderia nem saber da existência do tal e-mail.

  6. A CONSTRUÇÃO DE UMA ESTÓRIA

    A delatora diz que o gmail foi criado para que a presidenta Dilma avisasse ao casal Santana, com antecipação, o desenrolar da operação.

    Ao mesmo tempo, a delatora informa que a pedido de Marcelo Odebrecht, avisou à presidenta Dilma dos perigos da operação, mas que a presidenta disse que não tinha nada com isso e que não ia tomar nenhuma providência.

    Ora, se a presidenta Dilma se negou, veementemente, a interferir na dita operação lava jato, dizendo que não tinha nada a temer, por que razão se preocuparia em antecipar os passos da tal força-tarefa?

    Em outras palavras, se a presidenta Dilma afirmava não ter qualquer envolvimento com o caso, negando-se, inclusive, a interferir na operação, não haveria razão para se preocupar com eventual prisão do casal Santana?

    Há uma contradição evidente nessa estória.  

  7. País de cegos, guiados por idiotas

    Se a lua está no zênite ou no zênite do antípoda (nadir), então a maré está no seu ponto mínimo.

    A Maré não está no seu ponto mínimo, logo, a lua não está no zênite nem no nadir.

     

    Se um carro atropelar violentamente um homem, o homem morre.

    Um homem morreu, logo, ele foi atropelado violentamente por um carro.

     

    Qual é a diferença entre esses dois raciocínios? Ambos são necessariamente válidos?

    A existência de um email para provar caixa 2 bem como que a Dilma dava a última palavra é um argumento do segundo tipo.

  8. Se houvesse justiça no

    Se houvesse justiça no Brasil, e não um cabaré de prostitutos togados, todos os membros da máfia marinho estariam na cadeia.

     

    Ainda bem que ninguém mais assiste a rede esgoto de televisão aqui em casa. Enfim, o pessoal aqui se desintoxicou dessa droga.

  9. Quando tinha esperança, Moura apagava provas sem pestanejar

    Quando tava no desespero, não deletou a mensagem. Esses dias aconteceu que eu estava voltando prá casa de ônibus coletivo. Estava com as bias no bolso. Quando me dou conta, logo em frente há uma blitz da polícia. No desespero, eu peguei as bias do bolso e joguei fora (que desperdício, o haxixe era louco). Os policiais entraram no ônibus, mandaram os homens descer, por as mãos entrelaçadas na nuca, e nos revistaram. Ou seja, quando tinha esperança de chegar em casa com as bias sãs e salvas, eu não as joguei fora, mas na hora do desespero eu tive que me desfazer do flagra, As Mulheres que viam no ônibus me olhavam enquanto eu estava sendo revistado. Achei que elas fossem me delatar. Felizmente não o fizeram. No mínimo, eu ia levar umas porradas.

    Já a Monica Moura agiu de modo contrário. Enquanto ela não estava desesperada, ela se desfazia das provas. Quando o desespero bateu, ela não deletou a prova. Paradoxalmente estranho.

    Iolanda, quando eu te vi, eu bem que estava certo

    de que me sentiria descoberto

    o meu email vais revelando aos poucos

     

    Dizem que gato escaldado tem medo de água fria. A Dilma foi bisbilhotada pelo Obama e ainda assim não só não ficou com medo de água fria mas também de água quente.

    É fria.

  10. Dizer a verdade piora a situação do Brasil

    A Monica Moura justificou suas mentiras da seguinte forma:

    “Não falei a verdade, primeiro porque ser presa é uma situação extrema, não é fácil raciocinar em uma situação dessas. Segundo, porque na situação que o Brasil estava, com toda a pressão sofrida pela presidente Dilma, eu não quis influenciar nisso, não quis incriminar a presidente, eu achava que ia contribuir para piorar a situação do Brasil falando o que realmente aconteceu e, por isso, disse que era referente a uma campanha no exterior”.

    Dessa vez, como a Monica Moura não vai ser castigada, mas premiada, ela raciocina com facilidade, o que dificulta dizer mentiras e facilita dizer a verdade; como a situação do Brasil está bem melhor do que no tempo das mentiras da Monica, pois agora o índice de desemprego está muito mais baixo e os salários muito mais valorizados, a economia está bombando, o PIBão detonando, o que implica que, se a Monica falar a verdade, a situação não vai piorar, até porque a situação não está ruim, (está péssima), então a Monica falou a verdade na sua delação.

     

  11. Já perguntaram ao Google?

    Certamente o juiz Moro expediu logo uma diligência ao Google, perguntando:

     

    1. Qual a data de criação da mencionada conta?

    2. É possível rastrear mensagens que não tenham sido enviadas, mas apenas guardadas como “rascunho”?

    3. Em caso de resposta positiva ao item 2, é possível identificar os IP’s que acessaram a conta?

     

    Aguarda-se, para logo, a divulgação das respostas.

    1. Se o Google rastreia mensagens que não circulam na rede…

      Se o Google rastreia mensagens não enviadas, isto é, se o Google sabe o teor de mensagens não postadas, certamente ele invade nossos computadores. E se invade nossos computadores, o Google incorre no crime de Invasão de Dispositivo Informático, tipificado no art. 154-A, do Código Penal.

      1. O Google rastreia tudo.

        Achas que um rascunho é mantido no teu computador?
        Faça um rascunho e acesse sua conta de outro equipamento? Está lá. Baixou da nuvem do Google.

  12. Delação com essa riqueza de detalhes só pode ser verdadeira

    A Monica não é uma testemunha, é uma criminosa, tendo o direito de não produzir provas contra si mesma, por isso, não depõe sob juramento; A sua impunidade depende da incriminação dos supostos criminosos que ela delata. Por isso, eu acho que ela falou a verdade.

    Aliás, ela só mente quando está na iminência de ser presa, pois prisão é uma situação extrema, e quando o Brasil vai mal. Agora ela está na iminência não de ser presa, mas, ao contrário, de ser solta e a economia brasileira está de vendo em popa, com pleno emprego e salários hipervalorizados, baixo nível de inadimplência e crescimento do Pibão.

    Nada obstante a Mõnica tenha dito que é mais fácil mentir do que falar a verdade, um depoimento com uma riqueza de detalhes dessa não pode ser mentiroso. Esse depoimento só correria o risco de ser falso se houvesse nele pobreza de detalhes, pois a Mõnica Moura disse que:

    “Não falei a verdade, primeiro porque ser presa é uma situação extrema, não é fácil raciocinar em uma situação dessas. Segundo, porque na situação que o Brasil estava, com toda a pressão sofrida pela presidente Dilma, eu não quis influenciar nisso, não quis incriminar a presidente, eu achava que ia contribuir para piorar a situação do Brasil falando o que realmente aconteceu e, por isso, disse que era referente a uma campanha no exterio”

    1. Você afirmou:
      “A sua

      Você afirmou:

      “A sua impunidade depende da incriminação dos supostos criminosos que ela delata. Por isso, eu acho que ela falou a verdade”…

      Eu afirmo:

      A impunidade do casal depende da incriminação dos supostos criminosos que ela delata. Por isso, eu tenho certeza que ela mentiu.

      Fazer os  outros crerem no que afirmam é a profissão deles. Não vi requeza de detalhes nenhuma.

      1. Ironias, Eudes, ironias

        “Às vezes, o que eu vejo, quase ninguém vê
        E eu sei que você sabe, quase sem querer
        Que eu vejo o mesmo que você”

         

        Legião Urbana, Quase sem querer

         

        Nós concordamos um com o outro em gênero, número e grau, Eudes. Aquilo é só uma ironia.

        Abraços, Camarada, y hasta la victoria siempre!

  13. Se o Zé Eduardo sempre sabia dos passos da Lava Jato…

    De acordo com com a Monica Moura:

    A Dilma sempre dizia que Zé Eduardo sabia dos passos da Operação Lava Jato. E ela, Monica Moura, na sua santa ignorância da época, achava que o ministro de Justiça sabia mesmo. Ela achava que o Zé Eduardo tinha todas as informações da Polícia Federal, por ser o chefe da Polícia Federal.

     

    Ora, se o Zé Eduardo sabia dos passos da Operação Lavajato, porque ele só soube do Mandado de Prisão contra os Marqueteiros acidentalmente, isto é, porque o mandado foi visto, não se sabe por quem, em cima da mesa de alguém da Polícia Federal?

     

    Porque às vezes Monica tinha medo de receber pagamentos e outras vezes ela os recebia sem pestanejar?

    “Nunca contei (dinheiro na presença deles). Nunca. Não, porque eu tinha medo de ficar com aquelas pessoas do meu lado muito tempo. Eu fazia era receber. E “olha, obrigado, obrigado”. Não tinha recibo. Vou assinar recibo de dinheiro assim? “Tchau, tchau, obrigado”. E me livrar deles”. – Monica Moura

    “Ele (Lindbergh Farias) disse que não tinha dinheiro para pagar por dentro, os 600 e poucos mil que eu cobrei, que o PT do Rio não tinha como pagar esse valor completo por dentro. Mas essa história já é tão constante na minha vida de todas as campanhas, que eu nem pestanejei”. – Monica Moura

    Qual era o critério adotado pela Monica Moura para hesitar em alguns recebimentos e nem pestanejar em outros?

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