Marina faz comício esvaziado na terra de Lula, no ABC paulista

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Nesta sexta-feira (19), Marina Silva (PSB) teve apenas uma agenda pública: um comício tímido na Praça da Igreja Matriz, no centro de São Bernardo do Campo (SP). O ex-presidente Lula mora ali, no berço de movimentos sindicais e do PT. De acordo com uma pesquisa local, a ex-ministra do Meio Ambiente bate Dilma com vantagem de 10 pontos no primeiro turno.

O bom desempenho no reduto petista “é um indicativo de que aquelas pessoas que se mobilizaram na década de 1970 para buscar a nova política, para garantir conquistas sociais, continuam à frente daqueles que desistiram dessa agenda e agora estão indo para o caminho do retrocesso”, avaliou Marina.

Mas se por um lado os números sopraram à favor de Marina no ABC, por outro, a chuva intermitente, a organização do evento e o cansaço físico da candidata contribuiram para um comício esvaziado. Marina fez um discurso rápido, em cima de um pequeno trio elétrico, ao lado de Beto Albuquerque e Luiza Erundina e foi embora. Sem direito à caminhada pela principal via comercial da cidade, entre populares. Dilma, quando passou por lá no último dia 2, fez questão de travar o trânsito por quase duas horas, ao lado de Lula.

No tempo que tinha, Marina falou das “mentiras e ataques que o PT” vem desferindo contra sua campanha a algumas dezenas de militantes que trajavam camisetas de partido ou carregavam adornos que promovem candidatos a deputado federal e estadual do PSB na região. Eram poucos os curiosos que se aproximavam para ver a presidenciável. 

Em um dos momentos em que foi aplaudida, Marina disse que a nova política rompe com elos que o PT criou com figuras como Maluf e Collor. Cerca de três horas antes do evento começar, porém, militantes do PSB tiveram de correr para esconder cavaletes nos quais Marina aparece ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Além de não casar com o discurso da “nova política”, o “Geraldina”, a dobradinha entre Geraldo e Marina, é indigesto à candidata.

Direitos trabalhistas

À imprensa, Marina concedeu alguns minutos de entrevista antes do comício na praça. Na ocasião, ela recuou novamente com falas sobre atualizar a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). A ideia foi discutida com empreendedores na capital paulista essa semana. Sem muitos detalhes, abriu margem para críticas de Dilma, que sugeriu que Marina vai reduzir direitos trabalhistas, se eleita.

“Em nenhum momento a nossa aliança falou em revisar a CLT. Essa é mais uma mentira muito semelhança àquelas ditas sobre o pré-sal. A Dilma é quem tem que explicar por que que a renda voltou a se concentrar no Brasil e por que o salário do trabalhador voltou a recuar diante da inflação”, respondeu.

Embate com Lula

Marina também evitou, mais uma vez, entrar em conflito direto com Lula ao ser incitada a rebater críticas do ex-presidente. Ela tangenciou ainda a dúvida sobre uma possível aliança com o PSDB de Aécio Neves no segundo turno das eleições. A estratégia da pessebista é focar no debate, e não no embate.

“Para mim, a atitude nessa campanha será sempre a de oferecer a outra face. Para a face de desviar do debate com alguém que defende a presidente Dilma e não está na disputa, eu ofereço a face de chamar a Dilma para o debate do programa de governo que ela não apresentou.”

A presidenciável, que vem apresentando tendência de queda nas últimas pesquisas, uniu os dois principais concorrentes no mesmo balaio quando falou da agressividade da campanha. “É muito interessante isso que está acontecendo. Pela primeira vez na história, PT e PSDB estão juntos numa mesma cruzada de preconceito, boatos e difamações”, disparou. “Eles me tratam como se eu fosse a exterminadora do futuro, para disfarçar que eles estão exterminando o presente”, acrescentou.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

52 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. E o cheiro?

      Como era o cheiro da multidão? Algum especialista em cheiros dos agrupamentos humanos se pronunciou sobre o tema? Qual a diferença entre os aromas exalados das massas em um comício de Marina e de Aécio? Bem que eles podiam arranjar um especialista…

  1. A Internacional

    Na confusão do multimídia do dia (não confundi com a Seção Multimídia) todo os post- titulos são pasíveis de terem vídeos-músicas, com ou sem mensagens estritamente poiiitcas (estritamente). Assim o blog tem permitido, sem puxões de orlehas, já reclamados diretamente ao Contato do Blog..

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=suVB3YGIUk0 align:center]

  2. Mais uma volta

    Matéria mostra que ruralistas se animaram com programa de governo do PSB; partido diz que “jamais” irá relaxar legislação

    A campanha de Marina Silva (PSB) considerou “mau jornalismo” a reportagem do portal iG sobre a proposta da candidata de alterar a tipificação do trabalho escravo. Em nota, a equipe da pessebista diz que o texto faz uma “falsa ilação” entre o programa de governo do PSB e as demandas de “alguns segmentos” do Congresso.

    A reportagem, publicada nesta sexta-feira (19), mostra que o programa de governo de Marina pretende “tornar mais clara e inequívoca” a tipificação do trabalho escravo no Código Penal e que a bancada ruralista via, nessa alteração, a possibilidade de retirar expressões como “jornada exaustiva” e “condições degradantes”.

    As expressões, incluídas na legislação em 2003, foram vistas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como um avanço no combate à escravidão.

    Em nota, o PSB informou que a falta de definição precisa sobre o que é jornada exaustiva de trabalho “abre brechas para interpretações diversas da lei e permite que se perpetuem no Brasil práticas cruéis e ilegais – que a coligação e sua candidata condenam e combatem.”

    O texto não diz qual é a mudança que seria necessária nessa expressão, mas ressalta que a campanha de Marina “jamais defenderá uma reivindicação que resulte no relaxamento” da legislação sobre o combate ao trabalho escravo.

    Leia abaixo a íntegra da nota

    Não passa de mau jornalismo a reportagem “Marina afaga ruralistas ao propor mudanças”, publicada pelo iG nesta sexta-feira (19) e que faz uma falsa ilação entre o que diz o Programa de Governo da Coligação Unidos pelo Brasil e propostas de alguns segmentos do Congresso Nacional sobre a questão do trabalho escravo.

    Entendemos que a decisão editorial tomada pelo iG não tem como base o que vai na plataforma da candidata à Presidência. Em nota enviada à jornalista Luciana Lima, deixamos claro que o objetivo da coligação é unicamente “tornar mais clara e inequívoca a tipificação do referido artigo”. Jamais mencionamos a possibilidade de “mudar as regras do trabalho escravo”. Nossa posição sobre o assunto é inequívoca: ao propor uma nova redação para o Artigo 149, a coligação quer justamente apertar o cerco ao trabalho escravo no Brasil.

    A falta de definição precisa do que seja, por exemplo, “jornada exaustiva de trabalho”, abre brechas para interpretações diversas da lei e permite que se perpetuem no Brasil práticas cruéis e ilegais – que a coligação e sua candidata condenam e combatem. O que a coligação deseja, portanto, vai no sentido oposto do que possam almejar todos os que, no Congresso Nacional, desejam relaxar o que consta no Artigo 149 do Código Penal.

    Marina Silva assinou a Carta-Compromisso contra o Trabalho Escravo, documento que contribui para pautar o combate ao trabalho escravo e é parte das ações previstas no Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, uma iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal.

    Reiteramos ao iG que a Coligação Unidos pelo Brasil jamais defenderá uma reivindicação que resulte no relaxamento do que prevê o Artigo 149. Pelo contrário, seu Programa de Governo firma um compromisso explícito com o propósito de aprimorar e aperfeiçoar as conquistas da cidadania no Brasil.

     

  3. Já repararam que toda a mídia

    Já repararam que toda a mídia conservadora, todos estão dando uma enfase enorme no tal de segundo turno. Ninguém cogita que não vai ter segundo turno. Estão apavorados. A turma da oposição, esta fazendo de conta e de tudo , que o primeiro turno nem existe, aliás, nunca existiu, em momento algum, é algo inexistente. Hummmmmmmm.

    1. Primeiro turno

      Mesmo faltando menos de 3% dos votos válidos para as eleições serem resolvidas no primeiro turno.

      E ainda falam em imprensa livre…

  4. Atualização de statusDe Emir

    Atualização de status
    De Emir Sader
    A Marina estava indo pro segundo turno, mas mudou de ideia. (Clodoaldo Damasceno)

    1. pode chorar

      a marina pode chorar ,se nem o geraldo e o josé cerra com o pig em massa conseguiu, vamos lembra de 2010 a globo sendo escurrasada com o Grito de “””éuoeúo éuo a globo se fu….”’ durante a divulgaçao da vitoria de Dilma ,o Fator da derrota de Marina é o ant,,,ser ant-Dilma é o q matou as chances de segundo turno ,quanto mais confrontos a pessoa de Dilma mais clara a apelaçao e o povo recua a isso ,seria perfeito a marina se ela implicasse o fato deste governo ficar vuneravil ao senado ,,,,,contudo ,marina provando que suas falassias são apelos sem nenhum efeito ,a derrota é inevitavel ,nao que o povo tenha dilma a mais certa, mas pelo fato de que os concorrentes sao os mais errados.

  5. No JN disseram que “estava

    No JN disseram que “estava lotado”. Na verdade, o câmera num ato de puro contorcionsmo, tentava enquadar o repórter fechando a imagem em  meia dúzia de pessoas atrás. Não deu muito certo…

    O pior é ter que ler que Marina tem “10% mais votos do que Dilma em SBC”…… Deve ser outra cidade…..

    SBC vive um tsunami vermelho pouco visto antes. Basta ir na cidade e conferir.

    E quem encontrar um eleitor de Marina perdido por aí ganha uma viagem ida e volta para o Acre.

  6. ela enrola bem.
    dia desses o

    ela enrola bem.

    dia desses o lula participou de um comício por aí com

    uma enorme multidão,

    era multidão

    mesmo,

    não era iformação da globo.

    era um vídeo dos movimentos sociais.

    duvido que ela vença no berço do pt.

    até o final da eleição o pessoal vai

    sacar o que representa a dona marina,

    embora   tenha uma história ligada ao partido.

  7. Duas semanas

    Fantam duas semanas, e na velocidade em que Marina perde votos, fico em dúvidas se estará no segundo turno. O segundo turno é o desejo das forças de direitas, fortemente apoiadas pelo PIG, de onde saem as pesquizas de votos.

    Como sabem que o Aecin não tem nenhuma condição de ganhar de Dilma, esperam que no segundo turno, com Marina, exista a união das forças anti petistas, consagrando a vitória da pior dos candidaturas . Eu pessoalmente acho Marina mais despreparada , mais indecisa, mais “controlável” pela direita e capaz de atos e ações que nem o Aécio e o PSDB teriam coragem de fazer. Seria um Obama, que foi colocado para atender os desejos dos republicanos e fazer coisas que nem os piores republicanos conseguiriam, pois ele tem o apoio dos republicanos e de parte dos democratas (pois ele é do partido democrata).

    Ela e seus assessores, tentam esconder os seu real programa de governo e apoiadores (tipo FHC, Alquimin, Serra, Itaúuuu, etc.), pois sabem que são totalmente impopulares.

    COM UM POUCO MAIS VAMOS GANHAR NO PRIMEIRO TURNO ! VALE ACREDITAR, PELO TAMANHO DO PRÊMIO EM JOGO – O FUTURO DO BRASIL , DE NOSSOS FILHOS E NETOS!

    1. Em russo, diversas Ave-Marias.

      tenho um disco russo, muito antes de perestroikas, somente com diversas ave-marias de diversos compositores. A inúmeros pedidos, qq . hora ponho todas aqui. De uma veez só. Em todas as seções. Pra ninguém perder. E… deixa pra lá…

  8. Rs…. Entrevista local 10

    Rs…. Entrevista local 10 pontos a frente,quer enganar a quem,concerteza os entrevistados foram os gatos pingados do seu comite que compareceram ao comicio.

  9. chora marina

    chora marina ,chora

    buaaaaaaaaaaaaaaaaabuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa,peça ao santo malafina que derrube o aviao da Dilma KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

  10. Pessoal, confesso que estou

    Pessoal, confesso que estou em estado de choque!!!!
    Apesar de hoje ser sexta feira (dia sagrado da cerveja – PS: E eu gosto e estou tomando algumas ), acabei de assistir ao Jornal da Globo e fiquei me perguntando se já é hora de parar de beber ou se “a coisa” para a oposição ao atual governo está pior do que pensava…. a matéria imediatamente antes da do Nelson Motta foi sobre a última (??? confesso que já nem sei mais por conta de TANTAS pesquisas – praticamente diárias apresentadas pela Globo) pesquisa e fiquei em estado de assombro!!! Por que? Foram divulgados os resultados de intenção de voto no 1º turno e para os de segundo turno apresentaram SOMENTE a simulação entre Dilma x Aécio…. entre Dilma e Marina… NECA!!!!!
    Mais uma vez, confesso que estou bebendo cerveja, mas acho que não ao ponto de ter ignorado ou “perdido” os indicadores de 2º turno entre Dilma x Marina…

    Depois disso, tentei entrar no site do “Jornal da Globo” para me certificar da veracidade de minha percepção e não consegui (não sou assinante da Globo) e por isso gostaria, antes de disseminar a notícia, de que assinantes ou quem tenha acesso que se certifique se minha percepção (omitiram o resultado de 2º turno enrtre Dilma x Marina) foi verdadeira . Se sim, vamos difundir macissamente esta informação importantíssima!!!!!

    Abraços e é Dilma (13) em 2014!!!!!

    JS – RJ

     

    1. Empate

      Foi divulgado, empate técnico na margem de erro: Marina 46 e Dilmma 44% Só não divulgam os votos válidos no priimeiro turno, pois faltam menos de 3% para vitória de Dilma.

      Mudaram, antes praticamente só apresentavam ou davam maior ênfase aos votos válidos, “pois são assim que são apresentados os resultados eleitorais”. Antes na avaliação do governo eram somadas as avaiações ótimas e regulares.

      Mudaram, só não podem mudar o passado, apesar de não desistirem de tentar alterar a percepção do povo em relação a um passado nem tão remoto.

  11.  nao é o primeiro esvaziado

     nao é o primeiro esvaziado que globo transforma em popular

    bom dilmistas fiquerem espertos, percebam que duas edicoes do JN acaba com marina no mesmo movimento uma “virada expectacular,” de aecio ao segundo turno, se em 2010  ao eleitor medio marina era mais para apoiar dilma, nesta, aliancas, composicao, programa, etc etc, ela SOBE NO PALANQUE AECIO

    para um aecio antes da entrada da marina sem chance, embate marina x dilma, tras desgate para dilma e deixou tucano livre leve e solto, so nao contavam com a genro, mas isso massa nao viu, uma virada e ida ao segundo turno com apoio da marina cria o clima para os mervais da vida criarem clima de euforia, falso com candidatura marina,,,

    sobra um ministerio do meio ambiente para acreana e de bonus ser a porta bandeira da inglaterra (a dos eua tem dono) na abertura da olimpiada rio 2016,,,

     

     

  12. Marina Silva conseguiu reunir

    Marina Silva conseguiu reunir mais banqueiros que bancários em torno de sua candidatura. Uma equação financeira perfeita, mas eleitoralmente improdutiva. 

  13. A busca pela liderança da oposição

    Marina Silva tem como objetivo principal se consolidar na liderança da oposição ao PT, ocupando o lugar que até o mês passado era do PSDB.

    A oposição é uma instituição dentro do quadro institucional, a qual destinado grande quantidade de recursos financeiros, inclusive após o período eleitoral, por aqueles que participam da intensa disputa pelo controle do estado.

     

     

  14. MARINA: a possibilidade de um Pacto Republicano

    O processo eleitoral de 2014 caminha para sua quinzena final. Todas as pesquisas indicam que MARINA-PSB x DILMA-PT disputarão a preferência eleitoral.

    Se os brasileiros escolherem a continuidade com PT darão o voto de confiança em DILMA. Se confirmarem que preferem mudanças, votarão em MARINA representando a 3ª via do PSB. A remota hipótese de Aécio disputar o segundo turno seria desastroso: consolidaria a nefasta bi-polarização entre PT x PSDB, impedindo aos melhores quadros políticos do Brasil, na atual geração, chegarem a um consenso majoritário.

    O fato notório dessas eleições é a repetição da disputa ficar reduzida ao campo de centro-esquerda da representação política no Brasil. A direita que controlou a constituinte de 1988 sairá ainda mais enfraquecida nas eleições de 2014. O que viabiliza a possibilidade do consenso por um novo pacto republicano, através de uma Constituinte Reformadora Exclusiva. Desse consenso depende a possibilidade de construção de um novo Pacto Republicano.

    Porém, para se edificar condições políticas para as mudanças indispensáveis, a partir de um novo pacto federativo, novo sistema de representação política, novo modelo de desenvolvimento econômico e social com ênfase na exploração sustentável e não predatória de nossas imensas riquezas naturais, melhor distribuição de rendas, reformas urbana e agrária, somente será possível num governo de transição democrática, em que os grandes partidos, PT, PSDB e PMDB, precisam construir um consenso majoritário.

    A oportunidade é inédita e rara. Temos condições muito melhor hoje do que na constituinte de 1988. A nossa geração que participou dos debates constituintes, sob a égide do governo Sarney, sabemos que o ´centrão´ fundado no desvirtuado slogan franciscano (é dando que se recebe), cuja significação corrupta nos persegue até hoje, impediu que a Carta Cidadã contemplasse os grandes avanços então desejados. Dentre os 600 constituintes, mais de 400 eram oriundos da direita e do centro mais conservador. Somente o PMDB e PFL que sustentavam o governo tinham mais de 300 deputados. Os partidos mais à esquerda não chegavam a 100 constituintes, somando-se PSDB, PT, PDT, PSB, PPS e PCdoB. As vitórias e conquistas decorreram mais da força moral das grandes lideranças que combateram à ditadura que dos embates em plenário. 

    Desde então perdemos grandes ícones da luta pela democracia e liberdade. FRANCO MONTORO, ULISSES, BRIZOLA, ARRAES, HADDAD, PLÍNIO, TANCREDO, DARCY RIBEIRO, LUIZ CARLOS PRESTES, JOSÉ RICHA, JOÃO AMAZONAS, ABDIAS DO NASCIMENTO e tantos outros já se foram. Referências intelectuais e do civismo também se foram: GOFREDO DA SILVA TELLES; EVANDRO LINS E SILVA, ANTONIO HOUAISS, ARIANO SUASSUNA, SERGIO BUARQUE DE HOLANDA, FLORESTAN FERNANDES, MILTON SANTOS, D.HELDER CÂMARA empobreceram nossa formulação de um Brasil possível.

    Enfim já não podemos perder FHC, LULA, ERUNDINA, SERRA, GENOINO, DIRCEU, SIMON, CRISTÓVÃO etc, remanescentes daquela geração, sem completar sua obra republicana que não se consumou na Constituição de 1988. Ainda podemos fazei-lo.

    Em 1988 pelas contingências e enorme poder oriundo do regime militar a Carta Cidadã, assegurou direitos sociais e direitos humanos, mas, nos negou o ambiente político e econômico então desejados para a justiça social. A aprovação da CF/1988 foi controlada e limitada pelo centro-direita. Agora, poderá ser reformada por uma ampla maioria que configura com muita representatividade a maioria do eleitorado brasileiro que é de centro-esquerda. Por decorrência de 1988, a direita não tem voto mas continua detendo os poderes econômicos e políticos e seus representantes mantêm reféns os governantes eleitos.

    Eis, portanto, a grande oportunidade da nação: a reforma da Carta Constitucional para que reflita a atual correlação de forças e o apoio manifesto nas eleições: a centro-esquerda é majoritária conforme as últimas eleições gerais, desde 1994.

    Porém, pelo andar da carruagem e diante da possibilidade real de um 2º turno fratricida nos moldes da polarização que marcam o cenário desde 1994, o calor das agressões e denúncias recíprocas, inviabilizará as mesas consensuais para um governo transitório de coalizão democrática com as principais lideranças do PT – PSDB e a parte sadia do PMDB e demais partidos afinados com o compromisso de novas instituições nacionais, a fim de se construir a ampla pauta de reformas institucionais que o Brasil precisa e a população deseja, cabe a MARINA e ao PSB, e a todos que tiverem algum juízo e racionalidade, a apologia por um governo de transição democrática.

    A candidata desde suas primeiras declarações manifesta a vontade política de um governo de coalizão – governar com “os bons” -, porém, isso precisa ser assumido como uma ´Carta de Compromisso´ com a população e os entes políticos, com a sociedade civil, os movimentos populares, a classe empresarial, os sindicatos, os intelectuais e o mundo jurídico. E esse compromisso é necessário. Por isso, renovo aqui minha argumentação sonhática já reiterada várias vezes, desde o ano passado: a nação brasileira precisa de reformas e MARINA pelo PSB poderá ser o instrumento cívico e político dessa transição.

    Em artigo publicado em 18/04, na condição de membro do PSB já fazia esse apelo a nosso saudoso líder EDUARDO CAMPOS, aqui no portal: https://jornalggn.com.br/fora-pauta/psb-marina-presidente-por-um-governo-de-salvacao-nacional. No atual momento histórico, com a perda de EDUARDO já não basta ganhar essa eleição. É preciso conferir à decisão democrática do voto o seu maior significado: as mudanças serão feitas por consenso democrático.

    Os ritmos da campanha com as agressões e bate-bocas estão degradando o ambiente político necessário para um governo de coalizão e transição democrática. A conjuntura política, o anseio por mudanças em 2/3 dos brasileiros, a tragédia e a fortuna colocaram o nome de MARINA e seu expresso compromisso de não desejar a reeleição e de acabar com seu instituto na Constituição Federal, além do simbolismo da figura de MARINA pela construção de um desenvolvimento sustentável acolhido com apoio majoritário da população produzirá um impacto mundial.

    Não temos o direito de perder essa rara senão única e inédita oportunidade. MARINA e o PSB reúnem as condições políticas para um governo de transição democrática.

    Na condição de membro da direção estadual do PSB/SP, submeterei e defenderei junto ao comando da campanha de MARINA que o façamos de forma ainda mais expressa – numa versão da CARTA AOS BRASILEIROS assinado por LULA em 2002 – com esse compromisso e a ´convocação´ das lideranças responsáveis nesse final de campanha, sem responder a qualquer tipo de agressão ou bate-boca, apenas com o discurso da união nacional por uma ´nova política´ em torno da construção dessa pauta pelas reformas que somente um governo de coalizão democrática, com nítido caráter de transitoriedade pode viabilizar.

    Ganhar simplesmente as eleições sem construir condições para as reformas que mantém refém o governante, pela ação deletéria da política corruptora dos valores republicanos e clientelista de SARNEY´S, RENAN´S, BARBALHOS, MALUFES, VALDEMARES, ALVES, COLLORS etc não terá valido a pena a vitória e frustrará as esperanças da população com as mudanças indispensáveis. 

    Se vitoriosa a campanha por essas mudanças e não sendo MARINA candidata a reeleição, abre-se, portanto, para os líderes desse Pacto Republicano, dentre eles LULA, AÉCIO, SERRA, TARSO, BETO ALBUQUERQUE, CIRO, LINDEMBERG, CASAGRANDE, ROLEMBERG, HADDAD, GLEISI um vasto caminho para governarem o Brasil nos próximos trinta anos.

    Nós, da nossa geração oriunda dos anos 1960 podemos, ao lado dos jovens dos anos 2000, conduzir a refundação da República brasileira conferindo conteúdo aos valores republicanos devolvendo às autoridades civis a credibilidade política que a herança do ´centrão´, dos anos 1980, com sua equivocada naturalização da corrupção dos valores polítiicos, vem solapando.

     

    1. Mariona, de centro-e squerda?

      Mariona, de centro-e squerda? Com o mais radical programa neo-liberal já visto? 

      Marina é sim a exterminadora de futuro. 

      Necas.

  15. kkkkkkkkkkkkkkkkkk

    “A Dilma é quem tem que explicar por que que a renda voltou a se concentrar no Brasil e por que o salário do trabalhador voltou a recuar diante da inflação”

    Caraca!!! Não deve ver nem o combalido JN que ontem mesmo noticiou a correção do IBGE, que já vinha sendo divulgado na net bem antes de Bonner fazer aquele biquinho de frustação.

    E outra Nassif, fala com o pessoal de campo do GGN pra usar contadores de pessoas mais eficientes, pois o JN disse que a praça da igrejinha esta lotadaça de aguerridos defensores de Marina Silva, disseram mas não provaram… mas disseram.

    1. Audiência declinante

      Nem Marina aguenta assistir aos jornais da Globo. Deve preferir produtos de ficcionistas mais qualificados.

      Ela deve ter perdido a retratação. E olha que de retificações e retratações ela entende, mas acho que a linha de montagem dela de retratações anda tão sobrecarregada que não percebeu a da Globo.

       

  16. Comícios do PT, com chuva ou sem chuva, é sempre assim

    Mesmo debaixo de chuva, cerca de 25 mil pessoas compareceram ao sambódromo (Foto: Roberto Parizotti)  

    Observem as capas e os guarda-chuvas.

    1. Foto do sambódromo em seu comentário de 20/09/2014 às 12h15′

      Demarchi, de quando é essa foto no sambódromo, pareceu-me de 2010, pois pareceu-me ver uma propaganda de Marta com o nº 133, essa foto não é de 2010???????

  17. Imagens do comício

     Cada celular possui câmera, mesmo assim, não consigo encontrar imagens do comício de Marina no Youtube e no Google, se alguém encontrar, por favor poste aqui no GGN. Acho que o tempo da imprensa ter a exlusividade da produção das imagens dos eventos públicos já passou.

  18. terei companhia

    a Preguiça do alto de seu Jequitibá centenário já apronta um galho, sem quebrá-lo, para acomodar a “verde”  nos seus vindouros anos de hibernação política  e  recomposição físíca ( pelo vários hematomas da queda vertiginosa nos índices) e moral ( nas muitas e repetidas mentiras ditas ao longo da campanha)..

    Arrumando o galho da “verde”, que trabalheira..

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador