O truste de Hollywood e o da velha mídia

Na nova economia, há um conjunto de movimentos brilhantes prenunciando os novos tempos de Internet.

De um lado, existe a nova indústria do audiovisual, os novos projetos jornalísticos, as novas experiências virtuais, um contraponto eficaz no mercado de opinião política e uma rapaziada esfuziante desenvolvendo aplicativos, sistemas, redes. Todo esse universo é movimentado por pequenas empresas, por jovens empreendedores, criando um arquipélago rico, diversificado, com amplo espaço para o exercício da criatividade e da inovação.

 

De outro, os campeões do período anterior – grupos jornalísticos com emissoras de TV e rádio e publicações impressas, grandes empresas controlando centralizadamente diversos meios de comunicação, atuando em forma de truste e/ou cartel, envelhecendo a olhos vistos e se valendo do poder remanescente para combater o novo que nasce.

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Trata-se de uma disputa ancestral no capitalismo que se manifesta especialmente nesses momentos de transição.

Há grupos dominantes do período em curso. As novas tecnologias abrem espaço para o novo. Não entendendo o novo, a defesa do velho consiste em se fechar em trustes ou cartéis utilizando o poder remanescente para manter o controle sobre o mercado.

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Hollywood é um caso clássico, fruto direto dessa batalha entre o velho e o novo ocorrida na indústria cinematográfica dos Estados Unidos no início do século 20.

Vale a pena entender os paralelos entre aqueles tempos e os tempos atuais.

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Thomas Edison e George Eastman

O enorme mercado norte-americano fechou-se em torno de um truste de dez companhias organizado por Thomas Alva Edison, a partir de seu trunfo com a invenção do gramofone. O truste era constituído pelos maiores produtores e distribuidores de filme, por George Eastman, da Kodak, principal fabricante de películas, dentre outros.

Sem competição, mataram o mercado. Impuseram cláusulas leoninas para os exibidores, adquiriram a maioria das distribuidoras independentes.

Sara Bernhardt

Enquanto isso, Paris tornava-se o grande centro cinematográfico do planeta, atraindo espectadores com grandes nomes, como Sara Bernhardt.

Nos Estados Unidos, o truste permitia apenas filmecos de poucos minutos e proibia os modelos de filmes fundados em personalidades artísticas – para não encarecer as produções.

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Carl Laemmle

Em 1909, houve a rebelião inicial de um dos distribuidores, Carl Laemmle, que queria implantar o sistema europeu, de produções maiores com grandes estrelas. Quase foi destruído. Mas conseguiu a aliança com um grupo de produtores franceses, italianos e britânicos, que montaram uma empresa para combater o truste.

A luta para valer foi interna, quando apareceram outros aliados, dos quais o mais relevante foi o único distribuidor que se recusou a vender sua empresa para o truste. Atendia pelo nome de Willhelm Fuchs.

Com o tempo, começaram a aparecer produtores independentes,  pequenas empresas ousando sair do figurino do truste e passando a fazer filmes mais extensos, com roteiro e temáticas até então inéditas.

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O truste reagiu, recorrendo até à censura contra filmes considerados mais fortes. Tentou sufocar os “independentes” com toda sorte de ações judiciais. Depois, apelou para o uso de força, quebrando salas que passassem seus filmes e apelando para a polícia contra a quebra de patentes das novas produtoras.

As ameaças legais eram de tal ordem que parte dos independentes fixou-se em países vizinhos. E parte foi para Los Angeles, por ser perto da fronteira do México, facilitando as fugas da Justiça.

O truste era formado por anglo-saxões de cintura dura. Os independentes, em sua maioria, por judeus com sensibilidade artística e enorme foco no público que se formava.

Gradativamente, o truste foi perdendo o pé do mercado, afastando-se cada vez mais do público, enquanto os independentes ganhavam espaço e passavam a produzir em quantidade cada vez maior.

Laemmle e Fuchs tornaram-se produtores de sucesso, recorrendo à importação de películas para fugir ao boicote da Kodak. O estúdio de Laemmle se tornaria a Universal; o de Fuchs, a Fox, depois que ele adaptou seu sobrenome. William Hodkinsons, dono de um teatro, montou uma distribuidora e, depois, a Paramount. E Hollywood tornou-se o mais importante centro da indústria cinematográfica.

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Em muito, a ação do truste cinematográfico norte-americano lembra o truste midiático reforçado no país após 2005.

Com o pacto dos quatro grandes controladores do mercado de opinião – Globo, Abril, Estado e Folha –, tendo as demais emissoras e jornais a reboque, criou-se o Truste da Mídia – a não ser a diferença de escala e de tecnologia, com métodos idênticos ao do Truste dos Dez.

Moveram campanhas sistemáticas contra os novos atores que surgiam, os blogs, preservando para si a maior parte da publicidade pública. Tentaram assassinar a reputação de novos grupos que se instalavam – como foi o caso dos portugueses da Ongoing.

Abarrotaram os blogs com ações judiciais, para sufocá-los financeiramente. Reagiram com fúria a qualquer tentativa de regulação do mercado que pudesse abrir espaço para o novo.

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Mesmo assim, as poucas brechas abertas estão permitindo o nascimento do novo. Já existe uma indústria de audiovisual promissora, algumas (embora poucas) experiências inovadoras de jornalismo online, mas que já fazem um contraponto expressivo no mercado de opinião política. E um conjunto de personagens à espera do próximo grande agente aglutinador, dentro das possibilidades abertas pelas novas tecnologias.

O novo já nasceu. É questão de tempo para o velho morrer.

Luis Nassif

23 Comentários

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  1. O truste de Hollywood e o da velha mídia

    E POR FALAR EM Hollywood.

    Cine Holliúdy

    Do site: http://www.getro.com.br

    Quem já teve o prazer de ler o Dicionário de Baianês de Nivaldo Lariú, tem uma breve noção do que vai encontrar em Cine Holliúdy. Um dos maiores fenômenos cinematográficos do ano, a comédia nacional é a primeira da História falada em “cearensês” onde expressões como “arri égua”, “armaria”, “cara de chibata”, “toma no espinhaço”, entre outras, fazem o maior sentido. Mas não só de gírias extravagantes típicas do Estado “veve” o longa: trata-se de uma história metalinguística que presta homenagem a sétima arte e mostra a determinação do povo nordestino.

    A trama se desenrola no pequeno município de Pacatuba (Ceará), durante a década de 1970, para onde o destemido exibidor Francisgleydisson (Edmilson Filho, hilariante) muda-se com sua esposa Maria das Graças (Miriam Freeland) e o filho pequeno, na esperança de manter funcionando seu cinema itinerante, cada vez mais vazio após a chegada em massa da TV. Marketeiro por instinto, Francisgleydisson e sua família usam e abusam da criatividade na intenção de atrair o público para seus mambembes filmes de artes marciais.

    A química entre os atores, sobretudo do trio principal, é a alma do longa-metragem. Dotados de um bom humor inabalável e ideias bem malucas, impossível não se sensibilizar (e rir bastante) com esta heroica trupe. O peculiar público pacatubense que frequenta o cinema de Francisgleydisson também arranca boas gargalhadas. Isto porque alguns desses personagens são interpretados por comediantes cearenses bem conhecidos da TV, como o Zé Modesto, vivendo um bêbado, e o cantor Falcão, no papel de um cego cheio de tiradas oportunas.

    Baseado no curta Cine Holiúdy – o Astista Contra o Caba do Mal (2004), vencedor de mais de 40 prêmios, o filme de Halder Gomes mostra o Ceará com um olhar de dentro e, talvez por isso, venha fazendo tanto sucesso. Realizado com apenas R$ 1 milhão, custo baixo para uma produção nacional, a obra obviamente apresenta alguns tropeços. A montagem no início é um tanto confusa, prejudicando o entendimento da trama, e algumas sequências, apesar de engraçadas, parecem esquetes de humorísticos televisivos sem nenhuma função à história principal.

    Entretanto, nenhuma destas falhas é capaz de apagar o brilho do filme, cujo linguajar regional é um atrativo à parte – o diretor chega ao ponto de inserir legendas em algumas ocasiões, para que os pouco conhecedores do idioma “cearensês” possam aproveitar melhor alguns trechos da fita. Um marco na embrionária indústria cinematográfica do Ceará, Cine Holliúdy é uma obra com personalidade própria, uma daquelas comédias que você sai da sessão com vontade de ver outra vez.

    1. Obrigado! Mas realmente o

      Obrigado! Mas realmente o filme tá bombamdo!

      Veja só:

      – O filme Cine Holliúdy, de Hálder Gomes, vai encerrar, dia 11, o VI Los Angeles Brasilian Film Festival. Na Escola de Cinema de Los Angeles (EUA).

      – Enquete da Semana: Leitores elegem Cine Holliúdy como a melhor comédia brasileira de 2013

      – Incrível sucesso de Cine Holliúdy. (http://www.diariodecanoas.com.br/blogs/setima-das-artes/471635/o-incrivel-sucesso-de-cine-holliudy.html)

      “É do Ceará o fenômeno de público deste ano no Brasil. Improvável, porém fenômeno: Cine Holliúdy é uma comédia lançada há cerca de um mês apenas no seu Estado natal em somente dez salas. Investe no humor popular (na acepção mais literal da palavra), produzido de forma independente e — ainda por cima — com legendas em português, porque o linguajar dos diálogos é escancaradamente em “cearencês”.

      Poucas semanas após seu lançamento, o filme tinha explodido: atualmente, é o 8o maior sucesso de bilheteria nacional no ano. Na última sexta (30 de agosto), expandiu seu circuito para mais de 60 salas nas principais cidades das regiões Norte e Nordeste. Até domingo, dia 2 de setembro, tinha amealhado mais de 200 mil pagantes.”

  2. Site GGN

    O novo de fato já nasceu. Algumas considerações e sujestões para o site.

    1) A página inicial está muito carreagada.

    2) Colocar data em todos os artigos.

    3) inserir um corretor ortográfico nas janelas de comentários. (antes havia esta possibilidade ao mse clicar no botão direito do mouse).

    4) Abrir uma página que fique na cabeça durante alguns dias para que os comentaristas indiquem sugestões e formulem suas dúviudas

    5) Disponibilizar um técnico para dirimir as dúvidas apresentadas

    6) Excluir um dos links tanto do “Fora de Pauta”, “Clipping do dia”, etc.

    7) Criar a possibilidade de se recarregar um link aberto com um clique sobre a manchete.

    8) Escolher um tema para um debate online, semanal.

    9) Propaganda entre as janelas informativas na página principal dá um aspecto sujo.

    10) A clipagem e o fora de pauta logo abaixo do cabeçalho principal (Home, Clipping do dia, fora de pauta, etc.) está desatualizado e deveria ser prioridade para os aprimoradores do blog pela sua importância para pesquisas de informações diárias.

      1. diz que meu nome e minha

        diz que meu nome e minha senha estão erradas ou não encontrados, ai peço nova senha, recebo e atualizo a senha, ok!  quando tento entrar a situação se repete!!!!

        isso ocorre no chrome e no firefox, notei que no firefox o blog opera melhor!  não tentei no ie pois nem lembro mais como ele funciona!

  3. O nascimento do novo

    O artigo me fez lembrar oDemian de Herman Hesse.  O Nasif é um dos nossos agentes na criação do novo. Mas o governo federal tem muito a fazer para nos ajudar. Aplicar o BV (bônus de volume) da Globo, também à TV é um passo importante. E encaminhar uma lei de regulamentação para dar possibilidade a novos atores e também dar financiamento aos novos entre muitas outras providências.

  4. O truste cinematográfico

    O truste cinematográfico norte-americano recebeu um forte e determinante apoio do governo americano e segunto James Petras, com:

    dois grandes objectivos, um económico e o outro político: capturar mercados para as suas mercadorias culturais e estabelecer hegemonia pela modelação da consciência popular. A exportação do entretenimento é uma das mais importantes fontes de acumulação de capital e de lucros globais, deslocando as exportações manufactureiras. Na esfera política, o imperialismo cultural desempenha uma grande papel na dissociação das pessoas das suas raízes culturais e tradições de solidariedade, substituindo-as com necessidades criadas pelos media, as quais mudam a cada campanha publicitária. O efeito político é alienar pessoas dos vínculos tradicionais de classe e de comunidade, atomizando e separando os indivíduos um do outro.

    No Brasil o nosso truste midiático teve forte apoio da direita e dos governos militares, com os mesmos objetivos apontado acima por James Petras se diferenciando em relação ao espaço. Enquando os EUA pensavam em submeter povos e governos estrangeiros, o B rasil da ditadura objetivava submeter a sua população e manietar as pessoas,os governos e políticos e judiciário com a série de chantagens e inverdades que se observou na imprensa desde então.

  5. O novo versus velho segundo a ciência

    Sempre me chamou a atenção esse tema novo x velho, contradição, negação da negação, será que a ciência explica:

    “(…)Frequentemente falamos da “substituição do velho pelo novo”. Tal é a lei geral e imprescritível do Universo. A tranformação dum fenómeno noutro, por saltos cujas formas variam segundo o carácter do próprio fenómeno e segundo as condições em que ele se encontra, eis o processo de substituição do velho pelo novo. Seja em que fenómeno for, há sempre uma contradição entre o velho e o novo, o que determina uma série de lutas de curso sinuoso. Dessas lutas resulta que o novo cresce e eleva-se à posição dominante, enquanto que o velho, pelo contrário, decresce e acaba por morrer. Assim que o novo conquista uma posição dominante sobre o velho, o fenómeno velho transforma-se qualitativamente num novo fenómeno. Daí resulta que a qualidade dum fenómeno é sobretudo determinada pelo aspecto principal da contradição, o qual ocupa a posição dominante. Logo que o aspecto principal da contradição, o aspecto cuja posição é dominante, muda, a qualidade do fenómeno sofre uma mudança correspondente(…)”

    http://www.marxists.org/portugues/mao/1937/08/contra.htm

    “(…) 6.3: A lei da negação da negação: em qualquer esfera da realidade material ocorre constantemente o processo de esgotamento do velho, do caduco, e de aparecimento do novo. A substituição do velho pelo novo é o desenvolvimento; e a superação do velho pelo novo, que surge tendo por base o velho, é o que se denomina negação. O termo “negação” em filosofia foi introduzido por Hegel, mas este lhe conferia um sentido idealista. Do seu ponto de vista, por meio da negação desenvolve-se apenas a idéia, o pensamento. Marx e Engels, tendo conservado o termo, interpretavam-no do ponto de vista materialista. Demonstraram que a negação representa um momento inseparável do desenvolvimento da própria realidade material. “Em nenhuma esfera – indicava Marx – pode ocorrer um desenvolvimento que não negue suas formas anteriores de existência”. A negação não é algo introduzido de fora no objeto ou no fenômeno. É o resultado de seu próprio desenvolvimento interno. Os objetos e fenômenos, como já dissemos, são contraditórios e, desenvolvendo-se na base de contradições internas, criam as condições para a sua própria destruição, para a passagem a uma qualidade nova e superior.

    A dialética e a metafísica concebem de modo diverso a questão da essência da negação. A metafísica, deformando o processo de desenvolvimento da realidade material, compreende a negação como a eliminação e a destruição absoluta do velho. Os dialéticos denominam tal concepção da negação como inútil, pois ela exclui qualquer possibilidade de desenvolvimento posterior. A concepção dialética da negação parte de que o novo não destrói simplesmente o velho, mas conserva tudo o que de melhor estava contido neste. Mas é preciso ter em vista que o novo nunca toma o velho inteiramente em sua forma anterior. Conserva-o, reelaborando-o; o eleva a um grau mais elevado. A dialética marxista, por exemplo, não incorporou simplesmente as conquistas do pensamento filosófico do passado, mas reelaborou-as criticamente, enriqueceu-as com as novas conquistas da ciência e da prática, elevou a ciência filosófica a um estágio qualitativamente novo e superior. Assim, como conseqüência da negação, soluciona-se uma ou outra contradição, o velho é destruído e afirma-se o novo. Mas, cessará com isso o desenvolvimento? Não, com o aparecimento do novo o desenvolvimento não cessa. Tudo que é novo não permanece eternamente novo. Ao desenvolver-se, prepara as premissas, as condições para o aparecimento do que é ainda mais novo e avançado .

    Na natureza a negação da negação se expressa de diversas formas, como por exemplo, o grão de cevada. Todos os dias, milhões de grãos de cevada são moídos, cozidos e consumidos na fabricação de cerveja. Mas, em circunstâncias normais e favoráveis, esse grão plantado em terra fértil, sob a influência do calor e da umidade, experimenta uma transformação específica: germina. Ao germinar, o grão, como grão, se extingue, é negado e, em seu lugar, brota a planta, que nascendo dele é a sua negação. E em seguida essa planta floresce, é fecundada e produz, finalmente, novos grãos de cevada, devendo, em seguida ao amadurecimento desses grãos, morrer, ser negada . E assim sucessivamente. E um processo semelhante se dá com os insetos, como a mariposa, por exemplo. Nascem, estas, também do ovo, por meio da negação do próprio ovo, destruindo-o, atravessando depois uma série de metamorfoses até chegar a maturidade sexual, se fecundam e morrem por um novo ato de negação. No campo da formação geológica fica nítido como ocorre o ato da negação, pois toda a geologia não é mais do que uma série de negações negadas, uma série de desmoronamentos de formações rochosas antigas, sobrepostas uma às outras, e de justaposição de novas formações.

    O mesmo acontece com a História. Todos os povos civilizados têm em sua origem a propriedade coletiva do solo. E ao penetrar numa determinada fase primitiva, o desenvolvimento da agricultura, a propriedade coletiva converte-se num entrave para a produção. Ao chegar este momento, a propriedade coletiva se destrói, se nega, convertendo-se, após etapas intermediárias mais ou menos longas, em propriedade privada. Mas, ao chegar a uma fase mais elevada de progresso no desenvolvimento da agricultura, fase essa que se alcança devido à propriedade privada do solo, se converte, então, num obstáculo para a produção, conforme hoje já se observa no capitalismo. Nestas circunstâncias, surge, por força da necessidade, a aspiração de negar também a propriedade privada e de convertê-la novamente em propriedade coletiva . Esta nova aspiração não visa restaurar a primitiva propriedade comunal, mas, sim, uma forma muito mais elevada e mais complexa de propriedade coletiva. Na história dos modos de produção, o escravismo negou o comunismo primitivo, o feudalismo negou o escravismo, o capitalismo negou o feudalismo e, agora, está colocado na ordem do dia a negação do capitalismo por um sistema imensamente mais desenvolvido e racional: o socialismo. O socialismo não surge de um desejo humanista, mas da negação das próprias tendências retrógradas do capitalismo. Este novo sistema social, ao negar o velho através da revolução socialista, conserva suas forças produtivas, as conquistas da ciência, da técnica e da cultura, mas para libertá-las das amarras e deixá-las se desenvolver plenamente e conscientemente. O próprio desenvolvimento do socialismo faz surgir uma nova etapa, superior, de desenvolvimento social, o comunismo, quando a humanidade se libertará de todos os resquícios da sociedade de classe. As contradições nesta sociedade, evidentemente, não deixarão de existir, mas não serão contradições de classe; serão de outra ordem(…)”

     

    (In: Site Luta Marxista: http://lutamarxista.org/artigos/Teoria/textosteoria/introducaodialetica.html )

     

     

  6. Sugestões

    Nassif, tenho um filho que trabalha com TI e está desenvolvendo vários projetos para grandes empresas e novos empreendedores em São Paulo. Ele tem, por exemplo, orientado a forma como os sites podem ganhar em visibilidade e praticidade.Um design responsivo faria uma grande diferença, pois hoje o acesso se dá por diversos tipos de equipamentos e vias:banda larga, 3G, 4G, rádio, em ipad, iphone, smartphone, netbook, etc. Analisando o seu blog e o GGN ele sugeriu que se tirasse o banner de cima para deixar os botões no alto da página, erguendo junto as postagens; deixar mais largo o campo das postagens e colocar os banners somente do lado direito. Evitar muitas cores nos botões, incluindo os de baixo das postagens (responder, denunciar), procurando deixar tudo mais simples:

     

    Quanto à interação e o aspecto de colaboratividade, está melhrando e com a participação dos frequentadores tende a ficar ainda melhor. Mas creio que falta, na net, um aglutinador. Um sistema que tenha ligação direta com o que de melhor existe em conteúdo (debates, jornalismo, imagens e vídeos) sendo produzido diariamente) feito em sistema de parceria cooperativa, interdependente, flexível.

  7. Esse novo aí só tenho visto

    Esse novo aí só tenho visto ser tiro pela culatra para o ideal do pessoal do blog…. na campanha de 2010 a fala a favor do aborto de Dilma, contradizendo a candidata, foi viral… e nem se fale das manifestações de junho….

  8. A Convergência de

    A Convergência de Mídias

    Convergence Culture: Where Old and New Media Collide

    “Neste momento , a cultura de convergência está sendo definida de cima para baixo por decisões que estão sendo feitas em salas de reuniões corporativas e de baixo para cima por decisões tomadas nos quartos dos adolescente “, Henry Jenkins

    Reduzido a seus elementos mais básicos , este livro é sobre a relação entre os três conceitos – convergência das mídias , cultura participativa e inteligência coletiva.

    Por convergência , refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia , a cooperação entre múltiplas indústrias de mídia e o comportamento migratório de audiências da mídia que iriam a quase todos os lugares em busca dos tipos de experiências de entretenimento que eles queriam.

    Convergência é uma palavra que consegue descrever mudanças tecnológicas, industriais, culturais e sociais , dependendo de quem está falando e o que eles pensam que estão falando.

    No mundo da convergência das mídias , toda história importante é contada , toda marca é vendida , cada consumidor fica cortejado através de múltiplas plataformas de mídia.

    Neste momento , a cultura de convergência está sendo definida de cima para baixo por decisões que estão sendo feitas em salas de reuniões corporativas e de baixo para cima por decisões tomadas nos quartos dos adolescentes

    Ela é formada pelos desejos dos conglomerados de mídia para expandir seus impérios através de múltiplas plataformas e pelos desejos dos consumidores para ter os meios de comunicação que eles querem , onde querem, quando eles querem  e no formato que eles querem.

    Esta circulação de conteúdo de mídia – através de diferentes sistemas de mídia , competindo economias de mídia, e as fronteiras nacionais – depende fortemente da participação ativa do consumidor.

    Vou argumentar aqui contra a idéia de que a convergência pode ser entendida principalmente como um processo tecnológico – o agrupamento de múltiplas funções de mídia dentro dos mesmos aparelhos e dispositivos .

    Em vez disso, quero argumentar que a convergência representa uma mudança na lógica cultural , em que os consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões entre conteúdos de mídia dispersos .

    O termo cultura, participativa , pretende contraste com as noções mais antigas do espectador mídia.

    Neste sistema de mídia emergente (…) os produtores e consumidores de mídia são transformados em participantes que interagem uns com os outros de acordo com um novo conjunto de regras , que nenhum de nós entende perfeitamente .

    A convergência não ocorre por meio de aparelhos de mídia – por mais sofisticado que possam se tornar.

    A convergência ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais.

    No entanto , cada um de nós constrói a própria mitologia pessoal,  a partir de pedaços e fragmentos de informações que extraímos do fluxo contínuo de mídia em torno de nós e são transformados em recursos através da qual nós fazemos sentido de nossas vidas cotidianas.

    Em uma cultura que alguns têm descrito de acordo com a sobrecarga de informações, é impossível para qualquer um de nós mantermos todas as peças de informação relevantes em nossas cabeças ao mesmo tempo .

    Há mais informação lá fora em qualquer tópico que podemos guardar em nossas cabeças e não há um incentivo a mais para que possamos conversar entre nós sobre a mídia que consumimos.

    Esta conversa cria conversações simultâneas e acelera a circulação de conteúdo de mídia.

    O consumo tornou-se um processo coletivo e é isso que eu quero dizer neste livro pela inteligência coletiva.

    Se nenhum de nós pode saber tudo e cada um de nós sabe alguma coisa, podemos juntar as peças, os nossos recursos e combinar nossas habilidades.

    A inteligência coletiva pode ser vista como uma fonte alternativa de poder midiático .

    Em Estamos aprendendo a usar esse poder através do nosso dia-a-dia interações dentro da cultura da convergência.

    Neste momento, estamos usando o poder coletivo principalmente através da nossa vida recreativa, com implicações em todos os níveis de nossa cultura.

    O  livro explora a forma como o jogo coletivo de significados dentro da cultura popular está começando a mudar as formas de  religião, educação, direito , política, publicidade e, até mesmo, a operação militar.

    O livro desenvolve essas idéias através de estudos de caso de uma série de propriedades de mídia -chave, incluindo Survivor , American Idol, The Matrix , Star Wars, Harry Potter , Global Frequency e a campanha presidencial de 2004 nos EUA.

    Do livro de Henry Jenkins

    http://henryjenkins.org/2006/06/welcome_to_convergence_culture.html # sthash.3Dln3wSO.dpuf

    Google Tradutor

  9. O novo já nasceu. É questão

    O novo já nasceu. É questão de tempo para o velho morrer.

    Em outra visão podemos dizer que que o velho é o jornal impresso , o rádio, o cinema, a tv. O novo é a internet. E aí não vejo nada de nostálgico ou melodramático como o último parágrafo que encerra o post. Não duvido que a história sempre se repete e do novo também surgirá um outro truste. Nunca podemos esquecer que vivemos num mundo ainda dominado pelo capitalismo. Mas a profecia é livre para considerar a rede mundial como vetor de decisão para as demandas sociais do futuro.

  10. Indústria do Cinema

    Nassif

    O cinema americano ‘nasce’ por volta de 1918, época da primeira guerra mundial. Com a Europa em crise diretores, atores, técnicos e roteiristas migram para os EUA. O final feliz tão comum nos filmes americanos, na verdade, é uma forma de compensação pela saudade que os europeus, diretores e atores, sentiam da Europa e foi inventada por atores e diretores europeus. A indústria americana de cinema, tão criticada por você, foi responsável pela massificação do hábito de ir ao cinema. Isto é a industria salvou cinema. A indústria , por outro lado, não impede que a linguagem cinematográfica se desenvolva, O nascimento de uma nação 1914 e Cidadão Kane 1939, feito por diretores americanos revolucionam a linguagem cinematográfica. Falta, no Brasil, uma indústria cinematográfica para que o cinema nacional se desenvolva, e sobretudo, não viva de surtos de criatividade, ou os Glauber da vida. Grandes diretores fizeram suas grandes obras primas, dentro do sistema de estúdio ou indústria. Que o digam Hitchcock e John Ford dentre muitos.

    1. O atual modelo “Blockbuster”

      O atual modelo “Blockbuster” vai explodir em pouco tempo e quem disse isso foram seus criadores (Spielberg e Lucas). 

      Há muito tempo o cinema deixou de ser massificado, alguns vão dizer: “mas tem filme que fatura 1 bi”. Mas é porque os ingressos estão cada vez mais caros e inacessíves, pois na verdade as pessoas estão indo cada vez menos ao cinema, antigamente até cidade do interiorzão do Brasil tinha cinema.

      Filmes americanos custão 200 milhões em média e precisam arrecadar o dobro para valer o investimento, problema é que além dos preços salgados dos ingressos os espectadores felizmente estão cansados da mesmice (filmes de super-hérois, remakes e continuações inúteis).

  11. NOVA ORNENANÇA MUNDIAL

    NASSIF, você com sua magistral “ironia incisiva”, traz à tona ao conservadorismo brasileiro àquilo que a geopolítica mundial caminha a muito tempo. O poderio armamentista do século passo, deu lugar ao poderio populacional e econômico do “brics” que se fecharam e bloco e preservaram suas economias de guerras, economizando ao maior poderio que são suas populações. Seria demasiado irônico e cruel afirmar, as armas deram lugar ao armamento populacional do brics em todos os sentidos, bélicos e econômicos, é só fecharem sabiamente numa governança mundial mais pautada, sem o western americano e europeu.

  12. Outro paralelo é o que

    Outro paralelo é o que Hollywood tenta hoje fazer contra as novas formas de distribuição (arquivos pela internet, vistos sob demanda e não mais com grades fixas controladas pela emissora, sem contar a ausência de comerciais), ações legais contra serviços (napster, thepiratebay) e usuários de P2P para disseminar medo e tentar deter o inexorável avanço.

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