O xadrez da irresponsabilidade fiscal do presidente interino

O desenho que emerge dos primeiros dias de presidente interino é um autêntico mapa do inferno.

Perdeu-se qualquer veleidade de apresentar um projeto minimamente legitimador ao país, do interino colocar-se como mediador visando recuperar a economia com o mínimo de danos às políticas centrais, conduzir o país para o porto seguro das eleições de 2018, preservando avanços e coibindo abusos.

A ordem é fechar qualquer acordo que garanta a manutenção do poder, para avançarem sem dó sobre o orçamento exclusivamente para atender à fome das hordas bárbaras. Lembra uma gincana de tirar o máximo possível no menor tempo.

Confira.

De cara, conseguiram a aprovação para ampliar o rombo orçamentário para R$ 170 bilhões.

Ora, o fundamento político para o afastamento de Dilma Rousseff foi o descontrole fiscal, devido às benesses de 2013 e 2014 e ao ajuste desastroso de 2015, que jogou a economia no buraco. Não faltaram estudos explicitando o aumento de gastos públicos.

De qualquer modo, mesmo os erros brutais cometidos tinham uma justificativa macroeconômica: segurar o aumento do desemprego e dar condições às empresas nacionais para competir com os produtos importados.

Depois do desastre do pacote Levy, durante meses o ex-Ministro da Fazenda Nelson Barbosa tentou medidas de flexibilização do orçamento obedecendo a uma lógica macroeconômica responsável: devolver alguma margem ao governo para reativar a economia pelo lado dos investimentos públicos e das concessões impedindo o aprofundamento da crise.

O governo Dilma é afastado e o interino assume, com seu poder lastreado na horda de bárbaros que assumiu o controle da Câmara.

A primeira medida foi ampliar o rombo orçamentário para R$ 170 bi.

Algumas justificativa macroeconômica? Nenhuma.

Para economizar, estão sendo efetuados os seguintes cortes:

·      Redução dos recursos do BNDES para a indústria.

·      Redução das verbas do Minha Casa Minha Vida para um terço do previsto, significando a eliminação do subsídio para as faixas de menor renda.

·      Divulgação maliciosa de estudos sobre fraudes no Bolsa Família (devidamente desmentidos por Tereza Campelo, ex-Ministra do Desenvolvimento Social), visando capar o programa.

·      Tentativa de obter o equilíbrio fiscal no médio prazo através do achatamento progressivo das verbas de educação e saúde.

E, afinal, para onde vão os R$ 170 bi?

Segundo a jornalista Helena Chagas, do site “Os Divergentes” (http://migre.me/tZ921), ontem o presidente interino Michel Temer concordou com a votação, em regime de urgência, dos projetos de aumento salarial de funcionários públicos que estão empacados no Congresso. De uma só vez, haverá aumento para servidores do Judiciário, carreiras do Executivo, funcionários da Câmara e do Senado. Segundo Temer, numa notável demonstração de senso de justiça, “quero tratar os três poderes de forma equânime”.

As sobras serão distribuídas para os Ministérios, descontingenciando o que for de interesse pessoal do Ministro, já que não existe nenhuma estratégia formulada. Ou seja, o pacto conduzido por Temer reduz verbas não permanentes – como Bolsa Família e MCMV – e aumenta gastos permanentes, como os proventos da burocracia estatal.

Em outros campos, o mesmo espírito de pilhagem. Ontem, a AGU (Advocacia Geral da União) manifestou-se no Supremo em favor da distribuição de concessões de rádio e TV a políticos com mandato.

É assim que pretende convencer empresários e investidores internacionais sobre os compromissos fiscais? Abre-se mão de prioridades nacionais – como educação, saúde, inovação, financiamentos de longo prazo – para dividir o bolo e cooptar as corporações públicas, pretendendo comprar sua cumplicidade.

Nesses primeiros dias de governo, está emergindo uma agenda tão clamorosamente antissocial, com tal dose de insensibilidade que parece surgir dos tempos das cavernas. Nem se exige responsabilidade social do interino, mas supunha-se que se guiasse por um mínimo de esperteza política.

 

 

 

Luis Nassif

107 Comentários

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  1. Depois da terra arrasada,

    Depois da terra arrasada, prefiro que a Dilma não volte.

    Quem o colocou lá, que o embale!

    Pena que todos sofrerão as consequências. Espero que aprendam. Será?

    1. Estive pensando sobre isso

      O Congresso é um covil de ladrões. Não há saída com esse Congresso que de forma criminosa tomou o Poder Executivo e hoje governa uma das maiores economias do planeta. Como o Nassif havia previsto, agora é a tática da terra arrasada nessa disputa pelo butim…e salve-se quem puder

  2. Sarney

    Acho q o Temer leu a coluna do M. Nobre no Valor e resolveu realmente deixar de ser Thatcher para ser Sarney.

    Preparemos nossas tabelinhas…

     

    1. Vc imagina o calor que nao

      Vc imagina o calor que nao deve estar as baforadas no cangote dele do MPF…

      Mas fica a questao:

      É que nem quando Dilma tentou cooptar a FIESP com desonerações, BNDES e energia barata – arrebentando as contas no caminho:

      “A boca que vc alimenta hoje é a mesma que vai morder a sua mão amanhã”.

      O que garante q o MPF vai deixar ele em paz depois que o aumento sair no Diário Oficial?

      Ladrão que rouba ladrão… vai ter a simpatia do povão!

      Aliás, será esse o objetivo imediato dos grampos vazados? Dar uma acelerada nos salarios?

      E a gente aqui pensando em xadrez… rs

  3. Este (des)governo está saindo

    Esse (des)governo está saindo saindo melhor  que a encomenda. Um desastre total. Elencar as barbeiragens e barbaridades se torna até cansativo. É incoerência por cima de incoerência. Um “Frankstein” político e econômico. 

    Salva-se, isso é dever de justiça ressaltar, a excelsa visita do grande educador e pensador Alexandre Frota ao Ministério da Educação a fim de apresentar sugestões nessa área. A principal delas com o título “Escola sem ideologia, mas com putaria”. 
     

     

  4. Com as corporações do Estado
    Com as corporações do Estado Temer vai quebrar a cara. Distribuir reajustes só compra um certo tempo pra respirar. Em um ano estão todos de volta a carga por novos reajustes, judiciário e legislativo na comissão de frente.

  5. Mas a votação da ampliação do

    Mas a votação da ampliação do deficit público para 170 bilhões não significa que se aumentou os gastos, mas foi o reconhecimento que nesse ano não seria criado a CPMF, que as receitas foram sobre-valorizadas, além de gastos que foram sub-valorizados no início do ano.

    Acho correto se votar esse aumento agoram e não fazer, como no ano anterior quando se previa superávit de 70 bilhões e aconteceu um rombo de quase 100 bilhões forçando o congresso a rever a meta faltando 2 semanas para o ano fiscal acabar numa operação de faz-de-conta e me-engana-que-eu-gosto.

    O primeiro passo para o equilíbrio das contas públicas é ser realista com elas, não contar com aumento de impostos que não foram criados, além de subestimar as despesas, tudo para apresentar um orçamento de mentirinha e não não assumir o onus de admitir a incapacidade de administrar as contas do país como no governo Dilma vimos acontecer por anos seguidos.

    Hoje, com  o reconhecimento de que se nada for feito, o orçamento vai acabar em 170 bilhões, se pode arregaçar as mangas para atacar essa sangria do lado das despesas, contrariando a lógica do governo anterior que é o de apresentar a conta à sociedade para essa pagar por meio de aumento de impostos.

     

  6. Como no esquema da máfia, “compram proteção”, capisce?

     

    >> De uma só vez, haverá aumento para servidores do Judiciário, carreiras do Executivo, funcionários da Câmara e do Senado. Segundo Temer, numa notável demonstração de senso de justiça, “quero tratar os três poderes de forma equânime”.

    Pois é. No post eu falo:

    >> Tiram leite para outros também, mesmo que a contragosto. Pagam pedágio em leite para aqueles que podem ameaçar tirar a teta de suas boca. Como no esquema da máfia, “compram a sua proteção”, capisce?

    Ah, mas como eu queria ver a cara da Monica de Bolle hoje! A Miriam Leitão eu acho que está mais para liberal SELICófila e não se importa de verdade. Vai ver até acha bom.

    Um Estado para chamar de seu: a farsa da “herança maldita” e o álibi para gastar (consigo)                                                      

     ROMULUS                           SAB, 21/05/2016 – 04:06ATUALIZADO EM 01/06/2016 – 00:32

    Por Romulus

    Um Estado para chamar de seu: a farsa da “herança maldita” e o álibi para gastar (consigo)

    Segue abaixo análise extremamente sensata apontando todas as malandragens do gabinete do golpe – que chamo de “golpinete” – em seu pronunciamento acerca da revisão do déficit orçamentário. É um álibi mal-ajambrado para não fazer ajuste de verdade – ou pelo menos limitá-lo às vítimas preferenciais do “golpinete” no orçamento: o andar de baixo.

    Os ataques à fatia do orçamento que beneficia os pobres é uma perfumaria no ajuste fiscal necessário – conquanto fétida e vil. Assim, a malandragem do déficit inflado é na verdade o álibi do dos donos do poder – a velha direita patrimonialista – para gastar à vontade com o que realmente quer gastar. Ou com o que precisa gastar para manter-se no poder.

    Essa direita patrimonialista e fisiológica está encastelada no PMDB e em outros partidos exclusivamente parlamentares. Trata-se de partidos de direita, mas que não tem nada de liberais. Adoram Estado gordo: desde que para si. Além dessa pauta básica, não têm ideologia ou programa e se dedicam exclusivamente a fazer bancadas no Congresso. Assim, podem garrotear quem quer que ganhe a eleição presidencial. Já com as bancadas grandes no Parlamento, conseguem extrair do orçamento o que quer que queiram (ou precisem).

    Mais uma distorção do sistema político brasileiro.

    E essa a direita patrimonial mama na teta sozinha?

    Não.

    Tiram leite para outros também, mesmo que a contragosto. Pagam pedágio em leite para aqueles que podem ameaçar tirar a teta de suas boca. Como no esquema da máfia, “compram a sua proteção”, capisce?

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  7. O avacalhado

    Tá parecendo até post do André. Mas a lógica da atuação de Temer tem algum fundo de verdade. Dilma perdeu o suporte na burocracia quando recusou a atender as reivindicações dos “sindicalistas de sangue azul”, na PF. O governo não teve um mínimo de diálogo com o funcionalismo. E no Brasil quem garante o sindicalismo urbano são os sindicatos de funcionários público. Assim, ele tenta neutralizar boa parte das ruas nas cidades.

    Essa malandragem do BNDES de pegar a liquidez empoçada para fazer caixa para o governo pode criar sérios problemas. Isso tirará crédito de muitas indústrias que possuem bons projetos que estão viabilizados com a nova taxa de câmbio. Isso também pode afetar até o próprio programa de concessões que teria que ser tocado com poupança externa, criando riscos para o balanço de pagamentos,

    O governo golpista de Temer está confirmando a expressão do infame Antônio Carlos Magalhães de que “não poderia avacalhar Temer porque ele já é”. Um bandido conhece o outro. Um governo que vai com tamanha sede ao pote, tamanha ganância, tamanha esculhambação só pode ser digno de zombaria, indignação e revolta.

  8. e a barbárie pode aumentar


    e a barbárie pode aumentar com a famigerada

    privataria temerária prometida pelos golpístas….

    infames!

    lembrei de stanley kubrick,

    em laranja mecanica,

    aquela violencia em que o vandalo é

    g LOBOToMIZADO  pelo estado para praticar atos de vandalismo

    e assasssinatos que interessam aos donos do poder….

    comparando com a cena dos primatas no início de 2001, uma odisseia no espaço….

    selvageria total, o homem das cavernas….

    mito da caverna, de platão….

    os homens só veem dentro da caverna as luzes foscas,

    apenas imagens distorcidas da realidade…

    toscas globimagens…não veem a realidade…

    globotomizados!!!

    e os financeirizadores lembendo os beiços à espera 

    do dinheiro, que encherão malas de dólares

    para serem roubados…

    espero que, no final, como no filme “killers”, um dos primeiros de kubrick,

    os ladrões se decepcionem com uma fato singular:

    os ladróes do filme estão no aerporoto esperando que as

    malas cheias de dinheiro sejam levadas nos carrinhos-bagageiros,

    quando um reles cachorro de uma madame

    sai correndo, assusta o carregador, que tenta desviar…

    as malas caem no chão e abrem e o vento

    leva todo o dinheiro da máfia…

    não rio porque só dói mais quando

    rio!!!

    de infamias…

    sem margens….

     

     

     

  9. Comprando apoio

    Vão dar aumentos porque precisam dos funcionários,  e para os políticos mais rádio e TV.

     

    Os golpistas precisam desses dois grupos para realizar o assalto ao país,  vão vender o que puderem e embolsar a grana.

    Tem que ser logo, esses caras só têm essa chance, ninguém vai votar neles em eleição nenhuma.

     

  10. Uma coisa é uma coisa

    Outra coisa é outra coisa.

    Embora eu ache que o atual governo mereça um monte de críticas, porque é um governo fisiológico, atrapalhado e por isso mesmo sem rumo e sem ética, como esse caso agora de colocar uma evangélica fundamentalista na Secretaria da Mulher, eu não consigo ver barbeiragem na condução econômica de Meirelles.

    Os 170bi foram devidamente explicados por ninguém menos que Nelson Barbosa. Chegou-se a esse valor usando extamente as mesmas técnicas que o governo anterior, inclusive os números relaticos a despesas com saúde,  PAC e decontigenciamento são os mesmos apresentados em Março.

    Barbosa explica que a única diferença são tres pontos :  a)  frustação da receita da CPMF (37 bi );  b) previsão de renegociação e repasse para os estados ( 35 bi ); c ) revisão macroeconômica de março para maio, coisa normal, como explica o próprio Barbosa. Essas explicações podem ser encontradas aqui mesmo no GGN :

    https://jornalggn.com.br/noticia/revisao-da-meta-fiscal-e-cheque-em-branco-para-o-governo-diz-nelson-barbosa

    Sobre a frustação da receita da  CPMF, ainda prevista nos números de março de Barbosa, acredito que não há como fugir. Não será aprovada nem por esse e nem seria pelo governo Dilma. Não há ambiente para aumento de impostos.

    Sobre a provisão para renegociação com os estado, também não vejo como deixar de prever isso. Os estados estão quebrados, não tem dinheiro para pagar a folha. Não socorrer os estados e municípios seria, aí sim, um golpe na saúde e educação, serviços prestados por esse entes federativos. Greves do funcionalismo da saúde e educação estaduais e municipais nesse momento é tudo que o povo não precisa.

    Os 100bi do BNDES, sendo 40 bi agora, também são plenamente justificáveis. Basta analisar os balanços trimestrais do Banco. Só nos últimos 3 meses o caixa do banco pulou de 35bi para 52bi, enquanto o ativo em empréstimos caiu na mesma proporção, ou seja, as empresas pagaram seus empréstimos e não apareceu ninguém para reemprestar esse dinheiro. É dinheiro em caixa. Dinheiro líquido parado no caixa do banco porque ninguém quer tomar empréstimo com a economia capengando.  Esse dinheiro fica no sistema financeiro, rendendo uma micharia para o BNDES enquanto isso o próprio tesouro capta esse mesmo dinheiro de volta no sistema financeiro e paga 14,5% ao ano de juros. É uma estupidez. É transferência de dinheiro público para o sistema financeiro, para os bancos. Os 100bi representam um custo de 7bi ao ano para o tesouro.

    O balanço comparativo dos últimos 3 meses onde se constata esses números pode ser encontrado aqui :

    http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/empresa/download/condensado_0316.pdf

     

    O aumento ao funcionalismo público neste momento me parece um absurdo inicialmente, mas, se for compensado esse aumento a funcionários de carreira com cortes em funções gratificadas, cargos em comissão, cargos de confiança, etc, acabará sendo uma transferência de custo de cima para baixo, dos aspones para os que realmente ralam no serviço público.

    Quanto ao BF e ao MCMV, esses dois programas para mim sempre careceram de maiores esclarescimentos. Eu conheço pessoalmente casos de fraude no BF e o MCMV, como disse o próprio representante do MTST do Rio, não é um programa habitacional, é um programa salvacionista para a indústria da construção civil. Também conheço dois exemplos desastrados de MCMV aqui na região metropolitana, porue os prefeitos doam os terrenos, porque mais munícipes representam mais verba do Funde de Participação dos Municípios, mas depois não constroem escolas, nem creches, nem postos de saúde para os novos habitantes e nem contratam mais funcionalismo público. Sequer linhas de ônibus são colocadas a disposição.

     

     

     

    1. Tentei positivar mas a

      Tentei positivar mas a estrelita amarela não funciona no seu post.

      É isso mesmo.

      O Nassif está escrevendo com muita má vontade e contra o governo Temer.

      Retirou-se do orçamento uma receita que não virá, a CPMF, um alívio aos estados (renegociação das suas dívidas), BNDES e demais ajustes.

      Tem de cortar as despesas de forma muito forte, de uma maneira como nunca se fez antes porque o governo sempre olhou o ajuste do orçamento como sinonimo de aumento de impostos e alíquotas.

      Ninguém está querendo acabar com o Bolsa Família, mas acabar com as fraudes contra essa.

      Quanto a minha casa minha vida, lembro há muito do então prefeito de São Paulo, Mario Covas que fazia um mutirão, fornecendo material de construção, assessoria, máquinas e terrenos, e o próprio morador construia a sua casa num sistema muito mais barato que o atual, e perfeito para essa época de pouco emprego.

      Tem de fazer um profundo estudo de redução dos gastos no funcionalismo público e unificar as aposentadorias do setor público com o privado.

      Em breve, feito isso, a carga tributária será aliviada e o Brasil voltará a ter espaço para crescer novamente.

       

      1. estrelinhas

        Quando o texto é mais longo, aparece “[…]ver mais” na parte de baixo.

        Quando isso acontece, tentar “dar estrelinhas” direto não funciona.

        É preciso clicar em “link permanente” logo abaixo do texto, vai recarregar a página, depois pode clicar nas estrelinhas sem problema.

    2. Quem paga o ajuste fiscal?

      Segui o link com a explicação do Barbosa. O que eu entendi foi o seguinte:

      1.       O Barbosa propôs um déficit de R$ 96,7 bi, que o Congresso se recusou a conceder (nem sequer permitiu a instalação da Comissão Mista de Orçamento), apesar de ser uma proposta razoável, já que a média das expectativas de mercado, levantadas pelo Ministério da Fazenda, apontava  para um déficit de R$ 104 bilhões nesse ano.

      2.       No governo Temer, o Congresso aprovou sumariamente um déficit de R$ 170,5 bi, proposto pelo Meirelles, superior em R$ 73,8 bi proposto pelo Barbosa.

      3.       O Barbosa reconhece os R$ 19,9 bi da dívida dos estados, incluídos na proposta Meirelles, mas questiona os restantes R$ 53,9 bi.

      4.       Os restantes R$ 53,9 bi seriam: 1)redução da receita = R$ 25,9 bi e 2) aumenta das despesas obrigatórias = R$ 28,0 bi.

      5.        Esses R$ 53,9 bi seriam o “cheque especial” mencionado pelo Barbosa.

      Como explicar esse “cheque especial”?

      Ninguém discorda que o orçamento deve ser realista, mas precisa ser mais realista do que o rei ( o mercado financeiro)?

      Na minha opinião, o Meirelles quis aproveitar o momento oportuno para obter a aprovação pelo Congresso de um déficit fiscal que lhe permitisse ter folga no corte de despesas e, principalmente, que não precisasse pedir aumento de impostos (principalmente a CPMF).

      Há duas formas de corrigir o déficit orçamentário: aumento de impostos ou corte de despesas. Da escolha entre os dois depende de quer irá suportar o custo do ajuste.

      O novo governo já fez a escolha.

      1. Pois é,pois é

        O estranho é ver pessoas que criticavam o excesso de austeridade de DIlma e agora criticam o afrouxamento de cinto e a aposta num maior endividamento, de maior déficit num primeiro momento, de Meirelles. Fica parecendo que é só a crítica pela crítica mesmo.

        Quanto ao termo “cheque em branco” que os petistas colocaram na mídia, esqueça. O orçamento é aquilo que está aprovado e as despesas queestão lá previstas. E depois as contas são e serão fiscalizadas externamente,  pelo TCU e pelo Congresso. Então, como o cheque pode estar em branco ???

        1. O orçamento original para
          O orçamento original para 2016 previa um pequeno superavit primpario, isto é, previa que as despesas primárias seriam menores do que as receitas.Já no começo do ano o governo percebeu que não seria possível alcançar o o superávit primário, devido principalmente à queda da receita. Pediu e obteve autorização do Congresso para reduzi o superávit primário para R$ 24 bi.Já em março, o Barbosa percebeu que seria impssível obter um superávit primário. Pelo contrário, previu que até o fim de 2016 o governo gastaria R$ 96,7 bi a mais do que a receita. Consequentemente, pediu que o Congresso autorisasse um déficit de R$ 96,7 bi. O Congresso nem tomou nota do pedido.Agora o governo interino pediu autorização (e foi rapidamente atendido pelos mesmos deputados que votaram a favor do impeschment – não poderiam fazer diferentemente) a gastar R$ 170,5 a mais do que a receita.O Barbosa tinha pedido R$ 96,7. Reconheceu a dívida com os estados, o que levaria o pedido para R$ R$ 120,7 bi.O “cheque especial” se refere aos R$ 53,9 bi pedidos a mais pelo governo interino.Se todo o discurso do governo interindo é conter as despesas, como pedir autorização para mais despesas? 

    3. Pequena observação:
      Sobre a

      Pequena observação:

      Sobre a frustração da receita da  CPMF, ainda prevista nos números de março de Barbosa, acredito que não há como fugir. Não será aprovada nem por esse e nem seria pelo governo Dilma. Não há ambiente para aumento de impostos.

      Aparentemente tal assertiva guarda coerência com a conjuntura econômica. Entretanto, em contexto de crise é dever do gestor público criar “ambientes”. Ou pelo menos tentar. O correto, então, seria afirmar não há ambiente para aumento de CERTOS tipos de impostos, a exemplo dos vinculados diretamente às atividades produtivas. Mas qual o impedimento de natureza econômica para criação de criação de certos tipos de tributos e/ou o aumento de alíquotas? Exemplos(dentre outros): 

      – aumento de alíquota para os incidentes sobre heranças;

      – idem para bens de luxo e supérfluos e ganhos de capital;

      – tributar grandes fortunas; e, claro, a

      – CPMF.

      Sobre esta última: as objeções são de natureza política num patamar tal que já se transformaram em óbice psicológico. Pintam um imposto menos injusto, porque abrangente, REALMENTE progressivo, e com expressivo alcance tributário, como um verdadeiro demônio devorador da economia popular.

      O problema é que as discussões tangenciam(as vezes nem isso) essas possibilidades enquanto focam apenas nas despesas(o que a princípio não é errado) de forma automática, linear,  sem ponderar as consequências que, não raro, acabam anulando os esforços, deixando um rastro de “mortos e feridos” na estrada. E as vítimas são as de sempre: os mais fracos. 

      A lógica econômica dominante se restringe a questão fiscal. Típico de um capitalismo de araque no qual os “heróis” empreendedores só saem à campo quando não há “batalha” mais nenhuma a travar. Que referenciam seus sucessos ao “espírito animal”, arrojado, impetuoso, e os medos, fracassos aos satânicos governos gastadores. Num mundo ideal, no qual certas visões e posturas ideológicas perderam(ou deveriam perder) validade, inexistiria essa emulação entre público e privado. Até mesmo por uma obviedade: ambos se sustentam, tem suas próprias razões de existir no contribuinte, para o primeiro, e no dito “mercado”, para o segundo. Ambos espécie do mesmo gênero: povo ou população. 

      A sanha é nos ditos programas sociais; os “suspeitos” desde e para sempre. Listar o que poderia antecedê-los numa suposta lista de prioridades seria desnecessário, porquanto é do raso conhecimento de todos. 

       

       

       

      – 

       

      1. Vamos lá

        Sobre os imposto, é cristalino que a incidência, ou até ausência, dos tres primeiros tipos de impostos listados por você são simplesmente ridículas no Brasil. E aí, claro vale lembrar que nada foi feito nos últimos 14 anos, em alguns momentos de governo com índices de popularidade batendo em 80/90 % para mudar essa triste realidade tributária brasileira. 

        Há basicamente tres maneiras de se cobrar impostos : sobre o consumo, sobre a renda ( ou lucro ) e sobre a propriedade. Aqui no Estado que teve suas bases lançadas por um único picareta, que deu rasteira até na mãe, chamado João VI, perduram até hoje as cobranças preferencialmente sobre o consumo. Sobre a renda cobra-se impostos de maneira escancaradamente desigual sobrecarregando o trabalhador em sua renda e sobre a propriedade então, a desigualdade é uma verdadeira afronta á inteligência. Basta comparar com qualquer outro sistema tributário de um país desenvolvido.

        Já a CPMF é basicamente mais um imposto sobre o consumo e que sobrecarrega somente o trabalhador e quantos mais menor for a renda, mais sobrecarregado ele será.

        Explico.

        Há duas incidências que apesar de serem “misturadas para confundir” da CPMF : sobre a pessoa física e sobre a pessoa jurídica.  Em quais outros impostos pessoa física e jurídica são com tanta isonomia  ???

        Bem, começando pelo mais fácil, que é a pessoa jurídica. TODA a CPMF paga vai ser embutida no custo do produto ou serviço ofertado. Já era assim quando existia a CPMF. Soma-se o total pago de CPMF no mes e chega-se a um percentual a seraplicado ao custo do produto ou serviço. Embutir o custo dos impostos no preço final é regra básica que qualquer empresário faz, senão quebra. Ensina-se isso no mais básico cursinho do SEBRAE ou no MBA da Getúlio Vargas. Tantos faz.  Assim sendo, aquilo que podemos chamar de CPMF-PJ vai acabar na conta do consumir de produtos e serviços , não tem jeito.

        A CPMF da pessoa física é que é a mais injusta e traiçoeira. Vamos colocar alguns exemplos bem básicos. Fulano tem um salário de 50 mil reais, mas consegue viver com 25 e poupar 25. Fulano só vai pagar CPMF sobre 50% da sua renda. Os outros 50% ele pode deixar guardado e transferir para onde quiser, aplicar na poupança, etc, porque só vai pagar CPMF quando ouver troca de titularidade. Ou seja, para outro CPF. ( Pelo menos a regra antiga era essa). Já o Ciclano ganha R$ 2500 por mes e gasta tudo para sobreviver. Ciclano vai pagar CPMF sobre 100% da sua renda. Cadê a justiça nisso ? 

        Gosto de dar outro exemplo que é o do locador e do locatário. Fulano tem 30 imóveis locados e recebe e poupa todos os meses os valores desses aluguéis, vai pagar quanto de CPMF ?  E os pobres locadores, vão pagar a CPMF todo santo mes ao fazer o chequinho do aluguél ou a transferência para a conta do locatário. Qual a justiça nisso ?

        A CPMF pode até ser criada, mas tem que ser cobrada no momento em que o dinheiro entra na conta bancária, e não quando sai. Porque senão, quem recebe mais do que gasta, os ricos, seão sempre benficiados.

        Já sobre “programas socias”, prefiro não me extender no assunto, porque ele traz consigo uma questão de fundo ideológica enorme, a começar por se entender se um programa capitalista de manutenção da pobreza e preservação da desigualdade é um “programa social” ou não. 

         

         

        1. Salário de 50 mil reaismas

          Salário de 50 mil reaismas consegue viver com 25… Uau, deve passar até fome! Qual a porcentagem de trabalhadores brasileiros que recebem um “salário de fome” destes?

  11. Chutaram o balde
    O interino abandonou toda e qualquer veleidade em manter as aparências. Se deu por vencido, o que sobrar é lucro.

  12. O STF faz parte do golpe

    O STF assiste a tudo passivamente esperando o aumento em seus gordos salários. Sabem que o desmonte desse pais como nação soberana é um atentado contra a CF, uma vez que um governo interino não poderia nem mesmo indicar ministros, e muito menos fazer o que está fazendo. Mas como o STF faz parte do golpe, uma vez que foi comprado por Eduardo Cunha ao prometer o aumento de seus salários, preparemo-nos para o abismo que se aproxima…

    Requião: Vão dilapidar o que puderem e deixar uma armadilha para tornar o Brasil ingovernável caso Dilma volte

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/requiao-vao-dilapidar-o-que-puderem-e-deixar-uma-armadilha-para-tornar-o-brasil-ingovernavel-caso-dilma-volte.html

     

     

    1. “O STF assiste a tudo

      “O STF assiste a tudo passivamente esperando o aumento em seus gordos salários.”

      Quem sabe uns 140%, já que tentaram 70% com Dilma e não conseguiram.

      Por isso, de acordo com as gravações de Sérgio Machado, “estão putos com ela”.

  13. O Brasil descendo a ladeira

    E quais são as expectativas futuras? Infelizmente me parece pouco provavel que Dilma reverta o golpe no Congresso. Essa de que tal ou tal senador possa mudar de ideia, não vai longe com um governo – desculpe a crueza – mafioso, como esse interino e seus comparsas mais proximos e o apoio irrefutavel dos meios de comunicação.

    Logo, teremos pela frente com muitas turbulências o governo golpista de Michel Temer que vai durar… ai esta a questão. Pode durar até tão somente as eleições municipais, como pode se arrastar até as eleições previstas de 2018.

    Quando eles sairem do primeiro plano teremos então um Brasil no fundo do poço, mas MPF, PF, STF, todos estarão satisfeitos, tomando bons vinhos e comendo seus blinis de caviar nos fins de semana. Programas Sociais? Programas Educativos e Informativos ? Para quê, como ja dizia Justo Verissimo: “pobre que se exploda” e a classe média que rebole mais uma vez.

  14. Logo saberemos qual é o preço

    Logo saberemos qual é o preço do poder judiciário, literalmente. É como disse Marcelo Rubens Paiva = nossas instituições são uma merda. Um país que tem uma elite que pensa pequeno [mas que vale até mais que elites de países desenvolvidos] não tem como ir pra frente. 

     

  15.  
    [Ainda sobre a primeira

     

    [Ainda sobre a primeira superpedalada do (DES)governo decorativo, interino e ilegítimo dos nazifascigolpistas!]

     

    Senador Lindbergh Farias denuncia que ampliação do déficit é para pagar conta do impeachment

    31 de maio de 2016

    https://vimeo.com/16792321

  16. No próximo dia 10 de junho as frentes Brasil popular e povo sem

    No próximo dia 10 de junho as frentes Brasil popular e povo sem medo farão atos nacionais contra o governo golpista. Será um termômetro para saber a temperatura das ruas. É fato que muitas pessoas estão indignadas com esse governo golpista e estão esperando a oportunidade para canalizar toda essa insatisfação. Por isso a importância de grupos progressistas ampliarem a agenda de mobilizações.

    Dependendo da repercussão destes atos dessas frentes poderá encorajar novos grupos a reagirem e ampliarem as mobilizações. O efeito será de uma fagulha no rastilho da pólvora. A partir do em que as mobilizações demonstrarem força e determinação a tendência será estimular novas reações. 

  17. Temer vai ter que recorrer ao Procon

    Está bem claro que o aumento de 375% no orçamento é para pagar a conta da possível confirmação do impeachment em Agosto ou Setembro.

    Se o Senado não entregar o produto, é só o Temer entrar com processo no PROCON pois está provado que ele efetuou o pagamento antecipado. 

     

    1. Avisou a quem, cara pálida?

      Avisou a quem, cara pálida?  E quem é  você que se acha tão  importante que as coisas estão  como estão  porque ignoraram o seu aviso?

      Qualquer pessoa medianamente sensata sabia o que estava para acontecer. Quem diz… eu avisei… é mamãe de criança teimosa.

  18. Não podemos mais contar com a

    Não podemos mais contar com a Justiça – seria ingenuidade – e menos ainda com o Legislativo para conter o Executivo criado pelos golpistas. É cada vez mais claro que nosso país depende exclusivamente da mobilização popular, por exemplo como os funcionários da CGU fizeram. Além, é claro, de irmos, cada um de nós e todos para as ruas protestar.

  19. Não é só no Brasil

    Jorge Beinstein escreveu, há pouco, um artigo (Origem e apogeu das lumpen-burguesias latino-americanas) dizendo que esta ação das elites, de assalto e divisão do butim, não e só um fenômeno brasileiro, mas acontece agora em toda a América Latina – e até no dito 1o. Mundo.

    Segundo ele, ao analisar os primeiros passos do governo Macri, os economistas não conseguem entender a lógica de suas ações. Não se trata nem de retorno do neoliberalismo dos anos 90 como projeto de país.

    A única lógica que Beinstein encontra no governo argentino é a do assalto e divisão de butim, tamanha a discrepância lógica de suas ações econômicas.

    Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência: rombo de 170 bi indica políticas contra-cíclicas. Mas este dinheiro vai para rentistas, folha de pagto e obras fisiológicas. Ou seja, é só gasto, sem retorno.

    Gasto sem retorno porque sem logica econômica, que não dinamiza a demanda. Mas atende aos grupos de pressão mais poderosos: finanças, mídia, corporações e baixo clero. Em resumo, divisão do butim.

    Este é o novo projeto da direita para a América Latina: rapina para si mesma

  20. O lugar óbvio onde começar o ajuste

    Antes de mais nada, acabar com aposentadorias especiais e integrais que pipocam na elite do funcionalismo público. Além disso, o óbvio, racionalizar os cargos por indicação política. O PT sempre falou em plano de carreira para os servidores antes de assumir o poder. Depois que assumiu, o assunto foi para a gaveta e os cargos por indicação proliferaram livre e soltamente. Cargo de chefia, claro, só por meio de algum apadrinhado no parlamento. Segue abaixo o comentário do Hélio Gurovitz sobre a farra com dinheiro público, que nos custa não só os salários dessa multidão, como a inda a ineficiência por conta da indicação de completos incompetentes ou de ladrões mesmo para esses cargos:

    “Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) divulgado na semana passada pelo jornal O Globo revela a extensão do problema. O governo federal tinha no final de 2015, nos três poderes, 1,1 milhão de funcionários, dos quais 60,7 mil em cargos de confiança – para os quais não é necessário prestar concurso, nem mesmo ter formação reconhecida – e 285,8 mil em cargos comissionados. O gasto total com os cargos de confiança ou comissionados, nomeados apenas com uma canetada do Executivo, é de R$ 3,47 bilhões mensais, ou 35% da folha do funcionalismo. Quase 40% deles são ocupados por pessoas sem vínculo com a administração pública, indicadas por razões políticas. Não há nenhuma garantia de que tenham competência técnica para a função que desempenham. Podem ter, claro. Mas podem não ter. A maior quantidade desses cargos está no Executivo (257 mil), mas a maior proporção está no Legislativo (79,4%). Do total de 278 órgãos e autarquias analisados pelo TCU, em 65 o número de cargos comissionados e de confiança ultrapassa 50% do total de funcionários. Como são em geral cargos de chefia, deduz-se que mais da metade do pessoal está na gerência ou na direção desses órgãos. O relatório também avaliou o grau de filiação partidária entre os ocupantes desses cargos. De 346 mil, cerca de 30 mil (8,6%) são filiados a partidos políticos – 13,6% deles ao PT; 10,9% ao PMDB; 9,6% ao PSDB; e 6,5% ao PDT. Órgãos como a Fundação Cultural Palmares, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Senado apresentavam os maiores percentuais de filiados a partidos. É natural que partidos no poder indiquem filiados para posições no governo. O problema é a extensão das indicações políticas no Estado brasileiro. O Executivo federal tinha, em 2015, 22.180 funcionários em cargos de comissão ou confiança, segundo o TCU. Nos Estados Unidos, esse número soma menos de 8 mil. Na Alemanha e na França, apenas 500; na Inglaterra, 300. A questão não se limita ao governo federal. Há nos estados cerca de 120 mil cargos à disposição da caneta dos governadores. Só em São Paulo, são quase 15 mil, quase o dobro do total nos Estados Unidos. Nos municípios, as indicações políticas estão em torno de 500 mil. É nessas duas esferas que elas têm mais crescido. O efeito das indicações políticas na administração e na qualidade do serviço público é devastador. Quanto mais gente está num cargo de chefia apenas por ser ligado ao partido do governo, mais difícil para o servidor de carreira fazer seu trabalho direito. Se, nas empresas, a política corporativa com frequência derrota os critérios de competência nas promoções, que dizer de órgãos públicos, onde a política está na essência de toda nomeação? Os cargos no Estado servem de moeda de troca para presidente, governadores e prefeitos conquistarem apoio no Legislativo. As mudanças a cada nova gestão impedem a continuidade de projetos de longo prazo e a eficiência. Para não falar no problema mais óbvio: o incentivo à corrupção. Quantos ocupantes desses cargos estão interessados em implementar apenas as melhores políticas públicas? Como resolver o problema? O primeiro passo é a implantação de critérios de competência para o preenchimento das vagas – como nos Estados Unidos, onde todo ocupante de cargo de confiança passa por um duríssimo processo conhecido como “vetting”. Em seguida, é preciso reduzir ao mínimo necessário as indicações políticas. Isso é urgente não apenas no governo federal. O corte de 4 mil sugerido por Jucá é apenas um começo. O maior desafio, contudo, cabe ao Legislativo. É preciso, no mínimo, poder demitir os funcionários públicos incompetentes sem ter de passar pela gigantesca burocracia que os protege. Um projeto de lei que permite regulamentar a dispensa por fraco desempenho aguarda regulamentação há quase dez anos. A sagrada estabilidade do funcionalismo público precisa, enfim, ser revista. Não é razoável manter tanta gente empregada em atividades que perderam o sentido, para prestar serviços de qualidade discutível. Com menos gente na máquina pública, haverá mais recursos para pagar melhor, atrair quadros mais qualificados e oferecer à população os serviços de que precisa – e que merece. É esse o programa que a sociedade deveria exigir dos novos ministros do Planejamento e da Transparência.”

  21. A análise do Nassif, mesmo

    A análise do Nassif, mesmo que alguém a conteste, mesmo que tenha erros, é técnica e lógica. Idem para a maioria dos comentários. Mas, golpe não tem lógica, ou melhor, os golpistas fabricam uma lógica própria, mudando o conceito de ditadura para democracia e vice-versa por meio de força militar (1964), e de ilegal para legal por meio de força policial e judicial (2016). Assim não fosse não seria golpe. Qual a surpresa então ? Mesmo a velhinha de Taubaté acreditaria que desse governo usurpador poderia sair uma, uma só, coisa boa? Alguém ainda espera isso? Se Temer tivesse um nanograma de credibilidade, um nanolitro de competência, um milimicron de honestidade política, como presidente do PMDB teria conduzido, ao menos tentado, levar seus comandados realmente para o Governo e superado todas as crises. Sim, sim, para isso temos que imaginar um partido sem cunhas, padilhas, gedéis, francos, etc., etc., mas é exatamente isso que quero dizer, esse partido só poderia ter um temer como presidente. Esperar dessa quadrilha responsabilidade social?  E como podemos dar significado diverso a um mesmo vocábulo, discordo pontualmente do Nassif. Esperteza política eles têm, e muita! A única coisa boa que podemos pensar hoje é a certeza que todo golpe tem prazo de validade. A esperança é que a desse seja bem curto, o que parece estar no horizonte.

  22. Qual a surpresa?

    Nassif não entende. É pra isso que serve a moda do antipetismo: vale tudo para “arrumar a casa”, contra a “herança maldita” do “lulopetismo”, contra o “sinistro projeto de poder petralha”!

    O que eu ouço e leio nas ruas e nas redes, nos lares e nos bares é isso.

    Ganharam no grito; na raiva e no olho grande!

    Acham que algum dia vão pedir desculpas? Nem daqui a 50 anos! Nem os golpistas nem os teleguiados!

    Tem muita gente que não sabe mesmo com quem estão lidando.

    O desânimo que dá é que teve gente apontando pra esse mato crescendo ao longo de décadas… Mas…

  23. Obrigado pelo texto,

    Obrigado pelo texto, Nassif.

    Quem acreditou que o Temer e o grupo de raposas políticas que o acompanha fossem moralizar a política e aplicar a austeridade nos gastos acredita em qualquer coisa. Os políticos que votaram a favor do impedimento de Dilma, pela família, pelo curral eleitoral que controlam, pela amante etc. na verdade estavam votando pelo dinheiro e pelas benesses que estão ganhando agora com o Temer no poder. Ou seja, só blefes, só desculpas esfarrapadas para retirar do poder a Dilma e implantar  uma cleptocracia. O que me surpreende é o silêncio ensurdecedor da mídia familiar e hegemônica, que se mostrava pró ativa contra a Dilma e agora silencia coniventemente. Os paneleiros de Higienópolis e do Leblon também estão caladinhos.

  24. Nassif, o gov Temer vai se

    Nassif, o gov Temer vai se mostrando realmente bizonho.

    O Grande problema é que Dilma é realmente inepta, para não dizer outras coisas.

    Ela deveria estar conversando e articulando com os Senadores, um a um para tentar virar votos. Coisa que deveria ter feito, desde dezembro, na camara federal.

    Parece que ela não entende uma coisa que é básica no ser humano: empatia.

    Sem isso não se faz política, não se constroem relações nem soluções.

    Se ficar apenas discursando e falando para platéias, Dilma não vai voltar.

    Ela presica também de um programa sólido de Governo e claro, ir para cima da lava jato se acaso venha a voltar.

    Sem isso, sem chances dela retornar.

     

    1. Acredito qu ela está se

      Acredito qu ela está se mexendo e fazendo tudo isso que se espera dela. Não sei se para o bem ou para o mal ela sumiu do noticiario. DE TODOS.

  25. Aumento dos servidores

    Caro Nassif,

    Todo esse auemento dos funcionários ja estava negociadao com o governo anterior. Tata-se apenas de se cumprir os acordos firmados.

    1. Dilma vetou o reajuste nababesco do judiciário

      Dilma vetou o reajuste nababesco do judiciário.

      No dia seguinte da votação do GOPE na Câmara o CUnha derrubou o veto de Dilma.

       

      1. De onde você tirou isso ?

        A DIlma derrubou e o Congresso manteve o veto. Isso já foi no ano passado.

        A negociação pela manutenção do veto foi em cima da nova proposta de aumento feita pelo governo Dilma.

        E é isso que está sendo votado agora na Câmara. Nada mais, nada menos.

        Mas, se tiver algum link confiável aí sobre essa suposta derrubada de veto, por favor passe o link.

        http://www.pt.org.br/governo-apresenta-proposta-de-reajuste-aos-servidores-do-judiciario/

  26. Dúvida

    De acordo com o site “Congresso em Foco” (http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/congresso-define-pacote-de-reajuste-nos-tres-poderes-aumentos-oscilarao-entre-107-e-55/):

    “Todos os percentuais de reajuste já tinham sido negociados pelo Executivo com as diversas carreiras de servidores, inclusive do Legislativo e do Judiciário, desde o governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Mas foram bancados pelo presidente interino Michel Temer, que enfrenta críticas pela falta de mulheres em ministérios e queda de ministros às voltas com a Operação Lava Jato.”

    Eu adoraria que o Temer tivesse cojones de peitar o funcionalismo público (principalmente do Legislativo, que recebe salários absolutamente indecentes ao se considerar a situação de desenvolvimento do país), mas o discurso corporativista de “agradar” os servidores públicos é, infelizmente, pluripartidário no Brasil. Nesse ponto eu realmente gostaria que o presidente “em exercício” se parecesse mais com a Thatcher mesmo…

    1. Pq começar por min?
      “Pq começar cortes e ajustes por min, que ralei para ingressar no serviço PÚBLICO (!!!) e não pelo miserável, que já esta nessa situação a séculos mesmo…”
      Mas o que mais se escuta nos cursinhos é: “todo esforço vale a pena se a remuneração não for pequena”.
      Teve um que saudou à volta da estabilidade na iniciativa privada!
      O brasileiro continua sonhando que um dia o rei o chamará à mesa para comer as migalhas.

  27.  
    De qualquer ângulo que se

     

    De qualquer ângulo que se olhe os golpistas a conclusão é única:

     

    São uns energúmenos.

     

    O que se espera de energúmenos?

     

    REAGE, BRASILEIRO.

     

     

  28. Esse xadrez do Temer(o

    Esse xadrez do Temer(o governo) tá parecendo é uma brincadeira com peças de DOMINÓ ao qual

    peça por peça caí qualquer resquício de responsabilidade,que derruba a dignidade que derruba o respeito

    que derruba a moral e autoestima do Brasil,que só derruba a bolsa de valores(cadê a confiança dos investidores?)

    que derruba a esperança em instituições sérias e isentas e etc… é um festival de cai cai mesmo!

    OBS: Nassif esse é um dos melhores títulos da série xadrez,pois sintetiza claramente o que é(adorei o

    presidente interino) a SOLUÇÃO É ;  VOLTAAAAA DILMAAAA !!!!!!

     

  29. Epa, discordo muito sobre o

    Epa, discordo muito sobre o que o texto diz sobre o “aumento dos servidores”.

    Não posso falar sobre o Judiciário.

    Mas a imensa maioria dos cargos do Executivo tratam-se de acordos feitos no governo Dilma, de reajustes pacelados (reajustes, não aumentos), e que sequer cobrtem a inflação do período. Ora, fala-se tanto em segurança jurídica para o capital, a segurança jurídica deve ser para os trabalhadores também. Acordo feito deve ser acordo cumprido.

    Jogar 5% de reajuste de servidor do executivo como se fosse isso que impedisse a continuidade de um bolsa-família ou dos orçamentos de saúde e educação é jogar trabalhador contra trabalhador.

    1. Não, servidor público é muito diferente de trabalhador privado

      Servidores tem inúmeros privilégios como estabilidade, aposentadorias especiais, entre outros, que um tabalhador da iniciativa privada não possui. Servidores públicos são uma casta distinta do restante da sociedade. Não dá para colocar os dois em um mesmo nível. Pelo menos não em um país regado em privilégios como o Brasil.

      1. Belo discurso para

        Belo discurso para rebaixamento de direitos dos trabalhadores.

        Servidores públicos não são casta nenhuma. Fale isso para os professores, para médicos, pesquisadores, milhares de trabalhadore sde nível médio.

        Segundo, estabilidade trabalhador de inicitiva privada já teve um dia. Infelizmente foi tirada. Que eles voltem a ter! Isso sem dúvida melhoraria as condições de trabalho e reduziria o número de adoecimentos e mesmo de acidentes.

        Ora, estabilidade de servidor público não vem do nada, ou você quer um país em que a mudança de governo implique em mudança de todo o funcionalismo e não só dos cargos comissionados? Em que para se ter emprego público tenha que se subordinar a um partido da vez? Ora, é para não haver isso que foi criada estabilidade. E o que se v~e muitas vezes com a ampliação da terceirização no serviço público é exatamente isso: até mesmo os terceirizados são contratados de acordo com o interesse político. Vá ao México e veja como é por lá, sem concurso público.

        Com a quantidade de trabalho escravo (moderno) que temos, logo você vai dizer que os que não estão nessas condições são uma casta privilegiada. Discursinho patronal esse.

        1. Funcionalismo

          Isso sem esquecer de que o funcionalismo tem a estabilidade em troca do FGTS, que inexiste no serviço público, e que o desconto da previdência não é sobre o teto, como na iniciativa privada, é valor fixado em 13% do salário bruto.

          1. Cristina
            Estabilidade é um privilégio ou, sem querer te ofender, uma mamata, infinitamente maior que qualquer FGTS. É totalmente desproporcional a sua comparação. 

          2. Hipocrisia

            Esses aí que tanto falam dos supostos “privilégios” do setor público se esquecem que:

            1) Para ser aprovado em um concurso público que milhares de pessoas disputam (em igualdade de condições, diga-se de passagem), tem que se dedicar e estudar, e muito, passar é para poucos mesmo, nesse particular as pessoas que vomitam seu recalque e inveja com o funcionalismo público tem razão;

            2) Como outro colega falou, para lidar com questões que envolvem o interesse público, tem que ser independentes, e sem estabilidade isto é virtualmente impossível;

            3) Há diversos regulamentos aplicáveis a quem está no serviço público, rígidos, que impedem e limitam que haja uma ascensão rápida profissional e vantagens pecuniárias (ex.FGTS) como no setor privado, sem falar nas proibições legais para quem desempenha função pública (acumulação de proventos, ser sócio de outra empresa, conflito de interesses, Declaração de Renda disponível todo ano, etc.)

            4) O assédio moral e sexual fica dificultado, pois caso o chefe te ameace, não tem como te mandar embora, por isso este comportamento, tão comum no setor privado, é restrito no setor público;

            5) E concluindo, com todos os seus (muitos) defeitos (como qualquer atividade humana) o serviço público visa principalmente atender às camadas mais necessitadas da população, estas sim prioritárias, e que a classe média tem por costume ignorar em seus comentários.    

            Cansei de ter amigos com o mesmíssimo discurso, e assim que algum filhinho ou sobrinho passa num concurso público, vem tirar onda de como o garoto(a) foi perseverante, inteligente, batalhador, etc. No fundo, no fundo, todo esse pessoal sonha em ter um filho ou sobrinho trabalhando num Banco do Brasil ou Petrobras, mas insiste em manter esta hipocrisia de discurso contra funcionário público. Nojento.  

          3. João

            Respondendo ao que você diz, nos principais pontos:

            1) “Para ser aprovado em um concurso público que milhares de pessoas disputam”. Então um concurso público deve ser entendido como a porta para privilégios que o restante da sociedade não tem? Interessante essa concepção de serviço público… muito parecida com a que a classe política costuma ter… Para alguém trabalhar com estatística computacional na iniciativa privada, tem que ter um nível de conhecimento muito maior que a maioria dos concursos públicos exige. Mas você não terá os privilégios de classe que o funcionalismo tem. Não é injusto que os cidadãos do país sejam separados em castas distintas por conta desse tipo de privilégio? 

            2) “Como outro colega falou, para lidar com questões que envolvem o interesse público, tem que ser independentes, e sem estabilidade isto é virtualmente impossível;” . Ótimo, mantenham a estabilidade, MAS ELIMINEM TODOS OS DEMAIS PRIVILÉGIOS. Além disso, ACABEM COM ESSES AUMENTOS DE SALÁRIO OBSCENOS EM TEMPOS DE CRISE.

            5) “o serviço público visa principalmente atender às camadas mais necessitadas da população, estas sim prioritárias, e que a classe média tem por costume ignorar em seus comentários.”. Isso, em TEORIA. Na prática, o funcionalismo público se tornou uma máquina de manter seus próprios benefícios corporativistas sem se preocupar com a qualidade do serviço prestado. Um exemplo? Esse aumento de salário rasteiro que tiveram em temps de crise. SÃO AS CLASSES MAIS DESFAVORECIDAS QUE VÃO PAGAR ESSE AUMENTO DE SALÁRIOS, SOFRENDO MAIS ARROCHO AINDA. Sobre a classe média, nosso serviços públicos são tão ruins que ela evita apelar a eles sempre que pode. Como o serviço é ruim, não há como você cobrar solidariedade dela. Como os pobres também recebem serviços ruins, eles também não vão ser muito solidários com sua classe. E como os funcionários públicos recebem aumento enquanto o resto do país está falindo, pode saber que ninguém que não seja funcionário público vai ter simpatia por vocês.

            Mas essa foi a melhor: ” assim que algum filhinho ou sobrinho passa num concurso público, vem tirar onda de como o garoto(a) foi perseverante, inteligente, batalhador, etc. No fundo, no fundo, todo esse pessoal sonha em ter um filho ou sobrinho trabalhando num Banco do Brasil ou Petrobras, mas insiste em manter esta hipocrisia de discurso contra funcionário público. Nojento.”. NÃO, eu me orgulho de NÃO trabalhar no serviço público, apesar de já terem me dito que minha qualificações acadêmicas serviriam para ganhar pontos em um concurso. Me orgulho da minha namorada não ser funcionário público e estar lutando mesmo em meio à crise para ser uma trabalhadora autônoma.  Como considerar batalhador alguém que busca estudar alguns anos para passar o resto da vida na zona de conforto? Sim, estou gerneralizando, sei que nem todos são assim (apesar da grande maioria ser), mas depois desse aumento indecente, não peçam para que sejamos solidários para com o egoísmo da classe dos servidores. Os serviços que vocês nos prestam não são nem um pouco satisfatórios para estarem recebendo aumento em tempos difíceis. Tem gente perdendo o emprego para bancar isso. E para bancar serviço ruim.

        2. Leo

          1) Todos os funcionários públicos tem direitos diferenciados em relação ao restante da população, isso é um FATO.  Nós, cidadãos comuns da iniciativa privada, somos cidadãos de segunda classe em relação aos servidores públicos, dada a diferença de direitos. São uma casta sim, por conta disso, e continuarão sendo enquanto tiverem direitos diferenciados. 2) Você diz algo completamente sem noção: “estabilidade trabalhador de inicitiva privada já teve um dia. Infelizmente foi tirada. Que eles voltem a ter!”. Realmente, não tem a menor noção de como o mundo real funciona. Eu gostaria que o governo depositasse 1 milhão de reais na conta de cada cidadão, mas não é assim que funciona. Porque não funciona depositar um milhão na conta de cada pessoa? É uma proposta tão absurda que fica difícil começar sequer a raciocinar como isso daria certo… Explique como funcionaria no mundo real sua proposta absurda dos trabalhadores da iniciativa privada terem estabilidade. Já te aviso: ISSO NÃO EXISTE EM LUGAR NENHUM DO MUNDO. 3) Você diz: “você quer um país em que a mudança de governo implique em mudança de todo o funcionalismo e não só dos cargos comissionados”. A diferença é gritante. Ao despedir um servidor concursado, o governante terá de realizar novo concurso público, sobre o qual ele não tem controle sobre quem passará ou não. No caso comissionado, ele escolhe quem irá suceder quem ele tirou. Casos completamente diferentes. No mais: não é o governante quem despede um servidor concursado, mas outro servidor concursado em cargo de chefia. O caso que você menciona se daria somente no sistema podre de cargos comissionados em que vivemos hoje. 4) Você mudou completamente de assunto com essa: “Com a quantidade de trabalho escravo (moderno) que temos, logo você vai dizer que os que não estão nessas condições são uma casta privilegiada”. Desde quando o trabalho escravo é legalizado na iniciativa privada???? Ele continua ilegal, como sempre foi. Sem esse tipo de manipulação retórica, por favor.

          1. Estabilidade é PRIVILÉGIO, e nem todos servidores são fiscais

            O exemlo dos fiscais de Unaí não tem absolutamente nada a ver com a questão da estabilidade. Os superiores desses servidores têm inúmeras outras formas de pressioná-los caso queiram acobertar algo. E mesmo que a estabilidade tivesse algo a ver com o assunto, no que isso se aplica a TODOS os demais servidores que não são fiscais? 

          2. Se tem estabilidade, não tem que ter aumento!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

            Enquanto o resto da população está perdendo o emprego por conta da gastança do governo, fazem mais uma gastança com esse aumento obsceno. Os funcionários públicos não são parte das “classes desfavorecidas” do país, muito pelo contrário. Estão tirando recursos dessas classes desfavorecidas para dar a funcionários públicos que têm muito mais direitos que qualquer trabalhador da iniciativa privada. Sabe qual a real guerra de classes desse país? É a da população inteira contra a classe política e cia, inclusos aqueles que estão recebendo esse aumento podre enquanto o país afunda.

      2. O fundo aposentadoria do

        O fundo aposentadoria do servidor público federal é o RPPS – regime próprio de previdência social, e os empregados públicos celetistas e demais trabalhadores o fundo é o RGPS – regime geral de previdência social.Há poucos anos atrás foi estipulado o teto das aposentadorias dos servidores da União.

    2. Concordo, e posso dizer o que

      Concordo, e posso dizer o que vi no Judiciário: FHC, que não é o ídolo da turma fez 2 PCS. A lei manda rever anualmente, direito que qualquer trabalhador privado tem. A diferença que o privado negocia com uma empresa, e funcionário público tem que negociar com o Congresso Nacional inteiro, e fazer nada menos que uma Lei, coisa que nem a Dilma e o PT conseguem fazer direito.

      Veio o Lula, revisou UMA. Veio da Dilma, ZERO. Ou seja, o partido dito trabalhista deu uma banana para a determinação de revisão anual de salário, conseguindo ir pior do que o FHC. Ao menos desse 1%, para fingir que usa os discursos também na prática.

      Nesse período fizeram acordo, colocaram até o Delcídio para duelar a turma lá do sindicato, que vinha prometer e depois tinha que desdizer o dito. Firmaram e descumpriram acordos como quem rasga jornal velho.

      Isso é UMA DÉCADA de negociação salarial. Esse PCS tá sendo adiado desde no mínimo 2009. Há quem diga que é uma briga desde 2006.

      O governo, e infelizemente este jornal incluso, passaram a despejar a tese de que é um negócio bilionário, usando a artimanha de projetar o aumento até 2019. Oras, se projetar o gasto de caneta em um tribunal até 2019 o número também vai parecer gigante. A justiça nesse país é gigante porque a dificuldade dos particulares administrarem seus conflitos é igualmente gigante. Aqui mesmo se fala sempre sobre jogar com grandes números, de modo que o interlocutor não consiga visualizar.

      Se ganha pouco ou muito, é uma imensa discussão sobre o valor do trabalho. Aqui em São Paulo dava para ter uma vida de classe média com carro e casa, quando saiu o edital. Se ganhasse pouco, eu não tinha me ralado inteiro de abandonar emprego sólido, virar noite estudando, escolher bem um edital e me dedicar a isso por anos a fio. Não venham querer que depois de feito o contrato eu vá aturar congelamento por uma década até o salário.

      Nesse ponto o Temer está com a herança maldita da dupla Lula-Dilma: uma tremenda mola encolhida, com uma categoria que foi levada em banho-maria por um tempo absurdo. Está estourando agora, e sequer está repondo a inflação do período.

      1. Cortes são necessários, mas que não comece por min…
        Será que a visão curta é exclusividade dos que se elegem para defender interesses próprios?
        Cortar assistência a “lascados” para manter salários de funcionários “públicos” (ou seriam ex-privados e agora autônomos com estabilidade?) atualizados parece falta de prioridades emergenciais.
        Se bem que o lema nos cursinhos é “todo o esforço vale a pena se a remuneração não for pequena”.
        A ideia de que pobre tem o que merece pq é “encostado” ainda permeia fundo na sociedade brazuca. Triste.

  30. SAFADEZA SEM LIMITES

    O ministro golpista das cidades Bruo Araújo, PSDB-PE postou no twitter do ministério que os cortes que atingiram o MCMV para o pessol da baixa renda foi porque Dilma deixou um “rombo” de 17 bilhões no progrma.

    Meireles em pura estrátegia de marketing anunciou que a situação do país era pior do que ele pensava e depois ele e o mordomo sonso e traidor querem gastar 194 bilhões de reais.

  31. O GOVERNO DE SALVAÇÃO

    O GOVERNO DE SALVAÇÃO NACIONAL ALÉM DE ACABAR COM A VINCULAÇÃO DE RECEITAS DA UNIÃO PARA SAÚDE E EDUCAÇÃO QUER TORRAR 17O BILÕES DE REAIS.

  32. de acordo

    Desta vez concordo com Nassif 100%.

    Isto não é uma governo, isto é uma ação corsária!

    Bandidos tomando conta de nosso pais!

    O credito, se é que algum dia o tiveram,  junto aos investidores internacionais esta se acabando!!!!

    Para eles não tem problema esperar até 2018, 2019, 2020…

    E outros pais aproveitarão muito bem este caos. 

     

  33. Quem esperava coisa boa de um bando de bandidos medíocres?

    Marilena Chauí resumiu bem nosso “interino” e seu governo golpista:

    “É uma autocracia total. Por enquanto, o que é triste é que o autocrata não possui a imagem adequada. Uma figura como [o presidente interino] Michel Temer, realmente, é risível, mas a ideia é que você tenha um chefe”, afirmou.

    Chefe nós temos, mas da quadrilha, não do governo. E quadrilha rouba, não faz ajuste fiscal.

  34. Eles não tem projeto nenhum

    Eles não tem projeto nenhum para o país. Simples assim. Odorico Paraguaçu, pelo menos, construiu um cemitério…

    1. Ele tem projeto sim.

      Eu acho que ele tem projeto sim. Esse desmantelamento das políticas sociais, não apenas do governo Lula e Dilma, mas tb do previsto na constituição de 88 é projeto antigo das elites (“o pib não cabe no Brasil”; “as políticas sociais cresceram tnato que o país caiu sobre seu próprio peso”, “as políticas sociais estão inchadas”). Se pautar pelo Estado mínimo com inspiração para reformas do Estado, é um projeto.

      Mas não é um projeto de transformar o país em nação de destaque no cenário internacional, isso nunca foi de interesse das elites nacionais no Brasil. É isso que mais me choca: projetos de manutenção do poder, sempre de forma subordina à países e capital internacional.

  35. Registro aqui minhas palmas e
    Registro aqui minhas palmas e meu forte parabéns aos coxinhas que, vestidos com a indumentária da CBF, lutaram tanto por isso no último ano e meio.

    Conseguiram!
    Yes !!!!!! Yes !!!!!! Ohhh yeah !!!
    Congrats.

    Orgulhem-se da obra que criaram, embalem o Mateus que vocês pariram.

    1. É verdade

      Os “coxinhas” pariram o Temer, mas infelizmente foi ìsso que entregaram  a eles no ventre da chapa PT-PMDB.

      Dava prá parir outra coisa ???

      Tem gente que acha que, na impossibilidade de salvar a mãe, que se deixasse morrer a criança também. Mashá controvérsias sobre se essa seria a melhor decisão.

  36. É óbvio que Temer é apenas

    É óbvio que Temer é apenas decorativo. Ele mal deve assinar o que lhe apresentam. Um Conselho do Golpe deve estar no comando. Vem daí a impressão geral de falsidade que permeia todo este governo e todas as suas ações. Se Temer conseguisse uma folga na economia e não fosse obrigado a tanta medida explosiva de destruição, coisa improvável, a Lava jato talvez até se extinguisse, em nome do cumprimento do acordo que levou ao golpe e em nome da implantação pacífica das medidas que os promotores do golpe desejariam ver implantadas. A paz das sepulturas, soprada pela mídia contemporizadora, cobriria o país e o festim conjunto dos capitalistas nacionais e globais se faria às ocultas, como é tradição. O povo iria chorar como tem chorado por séculos sem saber que estaria sendo sugado e excluído.

    Mas para entendermos o caminho do golpe, sua senda, seu destino, é preciso que levemos em conta que a Lava Jato só está dando um tempo. Ela ainda pretende fazer muito mais do que tem feito. Ela tem amplo material para isso. Ela aguarda com impaciência o fim do desfecho parlamentar do golpe. Depois do afastamento definitivo de Dilma, ela vai pular no pescoço de todos os corruptos conservadores que puder pegar, com raras e seletas exceções. O Congresso será tocado a ferro e fogo para aprovar tudo o que o golpe lhe propuser. Uma nova classe política será promovida para ocupar a que estará morta. É mais do que certo que Aécio será poupado pela PGR e pelo STF, para em seguida ser “purificado” em intervalo recorde de tempo pela mídia e depois assumir a condição de grande nome da direita neoliberal para os arremedos de eleições. Haverá censura, haverá perseguição pontual e velada e haverá impedimento, por diversos meios jurídicos e até outros, de candidaturas consideradas estratégicas das forças populares progressistas. Talvez o Golpe até faça sua reforma política, com a extinção dos partidos e a criação de novos. Eles poderão até pensar em fazer (foi na frente teve o direito) um partido com o nome de Partido dos Trabalhadores, com o Paulinho da Força à frente. Eles talvez pensem que assim terão enterrado o nome, o símbolo e a bandeira do petismo. Eles serão os donos absolutos da bola por algum tempo, mas não será muito tempo. É a farsa que não tem pernas para virar tragédia.

  37. Tudo bem que as mudanças

    Tudo bem que as mudanças podem ter força de lei, mas um governo democrático tem por objeto a democracia. Segundo a ideia de justa alternativa se regula pela igualdade dos números da maioria do povo, e não no mérito dos corruptos que querem se firmar na minoria para retirar direitos e liberdades dos números.

    É preciso que essa espécie de governo que combina uma forma nova de reformar a antiga, forçosamente procure na massa do povo o sistema que eles adotam, como se observava antes de se tratar da queda do Estado; pelos meios de conservá-lo. 

    Os pobres tem mais direitos que os ricos, pois são a maioria.

  38. O rombo fiscal inflado tem 1.001 utilidades:

    Parente é Serpente: golpe ataca Petrobras e Pré-sal       

    Por Romulus

     

    – A escandalosa fraude político-jurídico-administrativa, em que um governo – ainda em seu interinato! – arvora-se o direito, já que o STF e a PGR assim permitem, de praticar atos da maior relevância programática e de difícil (impossível?) reparação.

    – Mesmo que Parente acredite que a desestatização seja benigna, como pessoa pública aceita usar uma fraude fiscal como álibi para vender o patrimônio da União.

    – Tal venda – num momento de depressão de preços na indústria do petróleo em nível mundial e de depreciação dos ativos nacionais pela conjuntura política e econômica e pela desvalorização do Real – constitui uma lesa ao Estado brasileiro sem precedentes.

    – Como que uma empresa cuja emissão de títulos tem mais procura do que aquilo que ofertou precisa de capitalização pelo tesouro nacional? Caso a vontade fosse não dispor levianamente do patrimônio da empresa, bastaria, como no passado, lançar mão de uma operação de cessão onerosa.

    Parente é Serpente: golpe ataca Petrobras e Pré-sal

    Por Romulus

    Começo mal o post de hoje, já me desculpando:

    – Mario Monicelli – onde quer que esteja – no céu, no nada ou em tudo que (não?) existe no meio – perdoe-me por usar o título e as fotos do seu excelente filme de humor negro de 1992 para ilustrar este post. É que, como vemos no Brasil de hoje, há mais de uma acepção possível para “parente”, “serpente” e mesmo para a expressão composta: “Parente serpente”.

    Saibam, Mario e demais, que o presidente da Petrobras, Pedro Serpente, digo, Pedro Parente, empossado hoje no cargo, disse que a companhia vai “vender ativos para evitar repasses do Tesouro Nacional”.

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  39. Nova modalidade de ajuste fiscal

    O plano de política econômica do governo interino é uma nova modalidade, desenvolvida em reuniões ultrasecretas no palácio do Jaburu.  

    Chama-se:  “Vamos pagar o PACTO”.

     

    Conta-se que um certo pato está quietinho, com medo de que o próximo a ser pago vai ser ele.  Mas só depois das eleições.

     

     

      1. Pentagrama, não; pentágono.

        Pentagrama, não; pentágono. Aquele prédio no pais Estados Unidos de onde partem os ataques bélicos contra quase todos os outros países.

  40. Servidores públicos são uma classe privilegiada

    Eles são os menos afetados por qualquer crise. Qual sentido em dar qualquer aumento para eles justo agora quando o resto da população perde o emprego e benefícios sociais? Eles são parte da “elite” que faz transferência de renda às avessas, dos mais pobres para eles.

    1. Não é que funcionário público

      Não é que funcionário público ganha muito e tem muitos direitos, é funcionário da iniciativa privada que ganha pouco e vive sendo achacado.

      1. Dinheiro não dá em árvores Renato

        Como disse em outro lugar, eu acharia muito justo que o governo depositasse 1 milhão de reais na conta de cada cidadão do país. O problema é que isso é impraticável. Em nenhum lugar do mundo trabalhadores da iniciativa privada têm os privilégios que os funcionários públicos têm no Brasil. Isso já mostra que há algo fora da realidade por aqui, não? Funcionários públicos têm, sim, PRIVILÉGIOS que o restante da sociedade não tem. Tanto são privilégios que, caso você os estendesse ao restante da população, o país pararia de funcionar vez… ou então teríamos todos que virar trabalhadores informais.

        1. Difícil saber, caro Felipe,

          Difícil saber, caro Felipe, comparar é mais do que saber a cotação de moedas nas casas de câmbio. Mas eu diria que tenho certeza, sim, de que há sociedades em que a iniciativa privada, por conta do mercado, paga salários que propiciam vida digna, com recurso econômico para tudo que as pessoas precisam para sentirem-se bem: morar, transportar-se, estudar, cuidar da saúde, lazer, esporte, cultura… E nessas sociedades os salários de funcionários públicos – e só os sem cargo eletivo – tendem a ser parecidos com os dos empregados da iniciativa privada. Fiz a ressalva porque nas sociedades em que estou pensando, cargo eletivo não é remunerado, eventualmente uma ajuda de custo, apenas.

          Do meu ponto de vista, o importante é viver com dignidade, coisa que ainda leva um tempo para acontecer no nosso país. Mas que leva mais tempo ainda se deixarmos por conta exclusivamente da nossa inconsequente, imediatista, pouco patriótica (quando não estrangeira mesmo) e exploradora iniciativa privada.

          1. Mas nosso problema é o nosso mercado ou o nosso estado?

            Certamente os países desenvolvidos em que você pensa os funcionários públicos não possuem os privilégios que têm no Brasil. E se você pensar na elite de nosso funcionalismo público então, nem se fala…… Além disso, um aumento como esse em um período de ajuste de um estado falido, enquanto o restante da população vai de mal a pior, pagando o preço da irresponsabilidade fiscal desse mesmo estado, é algo no mínimio obsceno!!!!!! No mais, as distorções em que vivemos têm origem em nossos capitalistas? Nossa educação, saúde e infra-estrutura são ruins não por culpa do mercado, mas única e exclusivamente do mal funcionamento de nosso estado. Capitalistas têm o mesmo objetivo em qualquer lugar do mundo, a diferença é como o estado canaliza e se relaciona com as forças do mercado. Nosso mercado é assim em consequência do estado que temos. E isso se reflete em uma miríade de aspectos. Empresários contratam na informalidade? Sim, mas obviamente pequenas empresas não têm como manter um setor exclusivamente para lidar com a burocracia tributária e trabalhista brasileira (enquanto grandes empresas no Brasil precisam de setores inteiros apenas para isso). Nosso problema é estatal. Depois do ufanismo da última década, vemos que o Brasil continua tão arcaico quanto antes, e não foi a dinâmica do mercado que nos levou a isso, mas a dinâmica interna de nosso sistema estatal. Lula foi o governante que mais teve condições de prosseguir na modernização do estado brasileiro e não fez isso, ele nunca pensou além do imediatismo de curto prazo. Esse aumento dos funcionários públicos está sendo pago não apenas com os impostos do restante da sociedade, mas também à custa dos empregos das pessoas, de serviços públicos ainda piores (já que a folha de pagamento não deixa espaço para investimentos pelo governo) e de uma bomba orçamentária ainda maior, que vai aumentar o arrocho dos próximos anos. Os servidores públicos não tem moral alguma para pedir solidariedade do restante da população com o egoísmo obsceno do que foi feito no Congresso ontem.

          2. A meu ver o problema está no

            A meu ver o problema está no Estado. Faz bastante tempo que o Estado é infiltrado por gente da iniciativa privada, de forma direta ou através de prepostos e “financiados”, faz tempo que a gente vota em quem promete levar a eficiência da iniciativa privada para a coisa pública e aí, claro, corrupção. Quando não corrupção através de preços mais altos do que para o resto do mercado – quem não cobra mais quando o cliente é o estado? -, de comisões “por fora” – quem não sabe o que é bola? – e de atravessamentos desnecessários – os tais vauchers para escolas privadas – quanto pela corrupção do mister, da vocação do que é público. O que é público deve atender a todos genericamente mas aos mais vulneráveis especialmente e de forma tão direta quanto possível, não desviar recursos para que a iniciativa privada leve prosperidade ao povo. O mister da iniciativa privada é a propria prosperidade e não a de seus empregados. Eventualmente pode até fazer algo como mera liberalidade mas não é essa sua missão. Essa missão é do Estado. Então, respondendo sua pergunta, administrador do que é privado deve ser mantido longe do Estado. E, claro, ninguém vai colocar uma pessoa orientada para a sociedade, para o Estado, na administração privada. Cada macaco no seu galho.

          3. Concordo

            Mas apenas um gancho no que você falou. Existe ainda a questão do corporativismo fortíssimo no estado, que não tem a ver com a iniciativa privada. Esse aumento em tempos de crise mesmo é um exemplo. Os funcionários públicos não são parte das classes mais desfavorecidas do país, muito pelo contrário, têm mais direitos que o restante. E é o restante que está se dando mal com uma economia no fundo do poço e um ajuste para pagar gastanças como esse aumento. Triste ver como a coisa pública é tratada como coisa privada pelos próprios servidores com seus privilégios…

    2. Sou servidor público

      Sou servidor público concursado, tenho boa remuneração e digo esse reajuste aos servidores foi uma coisa inacreditável, inexplicável, o decrepto do Temer bancou politicamente tal reajuste e ao mesmo tempo solicitou ao Congresso uma autorização de défict de 170 bilhões de reais, um valor sem qualquer conexão com a realidade, nada mais do que um cheque para o desperdício, para bancar o suporte ao golpe.

       

      Sim, servidores públicos são cheios de privilégios, têm estabilidade, uma parte ainda tem aposentaddoria integral, os juizes , procuradores, servidores do legislativo recebem salários muito,muito acima do mercado, servidores do judiciário tem uma média salarial inacreditável, tanto no âmbito da União,como nos estados, muito acima dos demais trabalhadorers brasileiros.

      O serviço público está cheio de gente ineficiente, preguiçosa, incompetente, com produtividade muito baixa, pendurada na estabilidade.

      O serviço público está infestado de coxinhas que pregam o liberalismo, MAS NÃO ABREM MÃO dos seus privilégios, dia desses um colega gritava aos brados que tinha de privatizar a PETROBRAS, mas não falava em nenhum momento em privatizar seu empregão improdutivo e disfuncional.

       

      Chega de hipocrisia, se é para reformar o RGPS, a CLT, como eles querem, tem que mexer na estrutura do serviço público de cima a baixo, acabar com os sitemas de previdência estaduais cheios de privilégios, o Congresso Naciona, acreditem, tem um tal de Plano de Seguridade Social do Congressistas, só para eles, cheio de beneses.

      1. Espetacular ler isso Antônio

        Como já disse por aqui, funcionários públicos não são uma das “classes desfavorecidas” do Brasil, muito pelo contrário. E uma das grandes decepções com a esquerda no poder no Brasil foi a hipocrisia dela para com esses assuntos. Tivemos um governo absolutamente reacionário em termos de administração pública. Simplesmente nenhuma reforma foi conduzida pelo PT, sendo que Lula foi o presidente que teve mais chances na história para fazer isso. Agora, a direita vai tocar as reformas – infelizmente – já que nossa esquerda ainda está muito longe ainda de ter maturidade para prosseguir no processo de modernização do país.

  41. GOVERNO CUNHA & 367 PICARETAS

    Câmara cria 14.419 cargos

    QUASE 4 VEZES O QUE TEMER PROMETEU CORTAR

    No dia 13 de maio, o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, prometeu corte de 4.000 postos ainda neste ano

    A Câmara dos Deputados aprovou a criação de 14.419 cargos federais, quase quatro vezes os 4.000 postos comissionados que Michel Temer prometeu cortar. A informação foi divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo” desta sexta-feira (3).

    A autorização estava no projeto de lei que concedeu aumento a servidores da Suframa, aprovado em meio aos reajustes salariais que trarão impacto de R$ 58 bilhões às contas públicas até 2019.

    No dia 13 de maio, o então ministro do Planejamento de Michel Temer, Romero Jucá, mais tarde derrubado, deu entrevista à imprensa dizendo que a intenção de Temer é rever a estrutura organizacional e a meta é um corte de 4.000 postos de trabalho e a simplificações de 51 denominações de cargos públicos até o final deste ano.

    “Em tese, fizemos uma reserva de espaço de 25% que depois será ajustado à necessidade de funcionamento. A meta fixada é de 4.000 postos”, disse Jucá. “Todas as empresas e todos os bancos estão sujeitos a esse novo ordenamento de comando que é simples e direto: gastar menos nos com ele e mais com a atividade de fim”, acrescentou.

    Agora, com a aprovação pela Câmara dos Deputados, o governo está autorizado a contratar, por meio de concursos públicos, por exemplo, 4.732 novos cargos apenas na área de educação.

    O projeto aprovado pela Câmara agora precisa passar pelo Senado.

    http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/c%C3%A2mara-cria-14-419-cargos-quase-4-vezes-o-que-temer-prometeu-cortar-1.1312956

  42. Tenho acompanhahdo e

    Tenho acompanhahdo e divulgado as brilhantes e vitais análises da política institucional do Nassif 9as melhores que há).

    Mas me surpreende neste artigo se falar dos projetos de lei com aumento e reajuste para servidores sem tocar no fato essencial que pelo menos a meioria deles é furto de negociaçõe se acordos (alguns consequencia de greves) com o governo Dilma. Sendo que a maioria trata-se de reajustes abaixo da inflação.

    Do jeito que está o leitor é desinformado, e passa a achar que o Temer resolveu fazer essa benesse. Está cumprindo, grosso modo, acordos feitos com o governo deposto. Nada mais justo. E sabe bem ele que se os acordos não fossem cumpridos inúmeras categorias certamente entrariam em greve. Afinal, é básico: patrão tem que cumpriri acordo.

     

    1. Se era para cumprir o que

      Se era para cumprir o que Dilma tinha prometido não precisaria do Golpe.  E o momento não é propício para esse tipo de benesse, principalmente quando o dinheiro vem de programas sociais.  A diferença salarial entre funcionários públicos e empregados da iniciativa privada é abissal, mesmo sem corrigir a inflação um fulano reclamar pq está ganhando somente 35.000,00 na Câmara, por exemplo, é uma semvergonhice.

      O fato e a questão mais grave é que o povo brasileiro que apoiou essa zona de golpe foi enganado facilmente pelos argumentos falaciosos da Globo-Veja-IstoE e outros numa camapanha de sabotagem não republicana.  Todo o resto é irrelevante.

      Se é para ser assim, anti-constitucional, e na lei do mais forte, vamos ver se a elite suporta o povão na rua indefinidamente.  Temer é ilegítimo, foi um golpe, Dilma foi sabotada, os EUA levarão o pré-sal a preço de banana, Serra nos envergonha com sua burrice e arrogância, e não haverá paz até que Temer e sua corja caiam.

  43. FASANTES

     

    “Nada explica melhor a perigosa farsa que as elites brasileiras tentam impor à população do que o líder por eles escolhido ser impedido de se candidatar ao cargo que acabou de assumir, devido a uma condenação judicial.”

    “Não se trata apenas da destruição da democracia no quinto país mais populoso do mundo, tampouco da imposição de uma agenda de privatizações e ataque aos pobres para benefício da plutocracia internacional. Trata-se do fortalecimento de operadores corruptos – desrespeitando as regras democráticas – cinicamente conduzido em nome da luta contra a corrupção.” – GLENN GREENWALD

  44. Por óbvio, em republiquetas

    Por óbvio, em republiquetas bananeiras prevalece o princípio do “Mateus, primeiros os teus”.

  45. (Des)Governo Temer(oso) cheio de não-ministros

    Temos um Não Ministro da Habitação.

    Não Ministro da Saúde , não Ministro da Previdência.

    Não Ministro da Educação

    Temos pedacinhos de Não Ministros da Agricultura Familiar,, da reforma agrária , dos anti- índios e dos anti-kilombolas.

    Temos uma Não-Secretária da Mulher( (Obs.:  aí…  èstámos numa roubada..

    Temos um Traste, traste mesmo (Eduardo Cunha)como Presidente Ulterino (atua dentro da Câmara))na Câmara Federal.

    Pra piorar e entregar temos um Presidente da dilapidação da Petrobras.

    Tinhamos(será?) até um Ministro da Corrupção e um pro Descntrole do governo , 

     

     

  46. Sintomas da Corrupção – F. Nietzsche

    Descobri este texto do filósofo alemão durante a Operação Satiagraha. É de uma atualidade assustadora não só com áquela época, da operação, com a atual do golpe. De lambuja o aforismo 38, que diz muito sobre as manifestações de 2013.

     

     

    23 – Sintomas da Corrupção – Atente-se para os seguinte sintomas das circunstancias sociais, necessárias de tempos a tempos, que se designam pelo termo de “corrupção”.

    Assim que a “corrupção” aparece em qualquer parte, vê-se reinar uma variada superstição, na qual a crença geralmente adotada até então pelo povo empalidece e se torna impotente: pois que a superstição é um livre pensamento de segunda ordem (1); quem a ela se entrega, elege certas formas e formulas que lhe agradam  e concede-se o direito de escolher.

    O supersticioso tem qualquer coisa de mais “pessoal” do que o homem religioso, e uma sociedade supersticiosa será aquela onde se encontram já muitos indivíduos e prazer ao que é individual. Deste ponto de vista a superstição coloca-se sempre como um progresso sobre a fé e torna manifesto que a inteligência se torna mais independente e reclama seus direitos.

    Desta forma, os partidários da velha religião e religiosidade lastimam-se de corrupção  –  mas foram eles que até aqui determinaram o uso linguístico  e que criaram à corrupção uma má reputação, mesmo entre os espíritos mais livres. Portanto, temos que saber que a superstição é um sintoma de emancipação.

    Acusa-se também de “relaxamento” uma sociedade onde a corrupção se instala: de fato, o prestígio da guerra e do entusiasmo guerreiro  sofrem uma baixa visível e aspira-se aos prazeres da existência com tanto ardor como aquele que antigamente se punha a procurar as honras militares ou atléticas. Mas os observadores costumam ignorar que esta antiga energia e paixão da nação , com a guerra e os torneios, que alcançavam tão pomposa evidencia, transformou-se em uma infinidade de paixões privadas e limitou-se a ser menos visível; 

    Mas que digo? Sim, é até provável que, no estado de “corrupção”, a nação dispenda uma força, um violência de energia muito maiores do que nunca, e que o individuo gaste essa energia mais prodigamente do que o podia fazer anteriormente, quando ainda não era suficientemente rico!

    Portanto, é precisamente nas épocas do “relaxamento” que a tragédia corre pelas ruas e pelas casas, que se vê nascer o grande amor e o grande ódio, e que a flama do conhecimento jorra em braseiro para o céu.

    Em terceiro lugar, pretende-se dizer que compensando de algum modo a censura de superstição e de abandono que se pode fazer às épocas de corrupção, os costumes se tornam mais brandos nesses períodos, que a crueldade diminui notoriamente em comparação com as épocas precedentes, mais crédulas e mais fortes.

    Mas não poderia aprovar este elogio, da mesma forma que como não aprovei a acusação precedente: o que concedo é que a crueldade se torna refinada, e que as suas antigas formas repugnam ao gosto novo;

    Mas a arte de ferir, de torturar, através da palavra e do olhar, alcançam em tempos de corrupção, o seu supremo aperfeiçoamento; é só então que nascem a malignidade e o prazer de ser maldoso.

    As pessoas das épocas corrompidas são espirituosas e caluniadoras; sabem que se podem matar dispensando a utilização do punhal e do golpe de mão; sabem também que se acredita em tudo o que é bem dito.

    Em quarto lugar, quando os costumes se corrompem, é o momento em que surgem esses seres a que se dá o nome de tiranos: São os precursores e, por assim dizer, as precoces guardas avançadas do individuo. Mais um instante de paciência: esse fruto dos frutos  acabará por pender, maduro e dourado, da árvore de um povo; e é somente em função desses frutos que essa árvore existe!

    Quando o declínio chegou ao apogeu, assim como a luta dos tiranos de todas as qualidades, vê-se sempre chegar o César, o tirano definitivo, que vibra o golpe de misericórdia à luta cansada dos concorrentes preponderantes fazendo trabalhar o cansaço em seu proveito.

    Em sua época, o individuo, em geral, está no momento da sua maturidade perfeita, estando a “cultura” por consequência no zênite da sua fecundidade e elevação;… Mas não é graças a ele, não é por via do tirano, se bem que as pessoas de cultura elevada gostem de lisonjear o seu Cesar, fazendo-se passar por obra dele.

    A verdade é que eles tem necessidade de quietude exterior porque trazem a sua inquietude e trabalho dentro de si. É o momento do auge da traição, da corruptibilidade: pois o amor do ego descoberto de fresco é então muito mais poderoso do que o amor à velha, gasta e decantada “pátria”;

    E a necessidade de se defender contra os temerosos caprichos da fortuna abre também as mãos mais nobres, quando um homem rico e poderoso se mostra disposto a ali deitar ouro.

    O futuro é tão incerto que as pessoas vivem para o momento: estado de alma que favorece o jogo dos tentadores de todas as espécies; pois que também não se deixa seduzir, e corromper, se não por “um momento” reservando-se um futuro e a virtude!

    Sabe-se que o individuo, esse autentico homem “em e para si”, pensa mais nas coisas do momento do que o seu oposto, o homem do rebanho, porque não pensa contar mais consigo do que conta com o futuro; liga-se do mesmo modo aos tiranos, porque se julga capaz de ações e de investigações que não podem contar nem com a inteligência nem com o perdão da multidão…

    Mas o tirano ou o César compreende o direito do individuo, mesmo nas suas aberrações, e tem interesse em dar a palavra e até mesmo permitir uma moral pessoal mais audaciosa. Porque pensa dele, e quer que o pensem, aquilo que Napoleão exprimiu um dia da forma clássica que lhe era particular. “Tenho direito de responder a todos os vossos queixumes com um eterno “sou o que sou”. Estou apartado de toda gente e não aceito as condições de ninguém. Deveis submeter-vos a todas as minhas fantasias e achar natural que me entregue a semelhantes distrações”. Foi o que disse a sua mulher, certa vez, quando ela teve razões para duvidar da sua fidelidade conjugal.

    As épocas de corrupção são aquelas em que as maçãs caem das árvores: refiro-me aos indivíduos, aqueles que carregam em si as sementes do futuro, os promotores da colonização espiritual, os formadores de novos estados e sociedades. A palavra corrupção torna-se um termo injurioso quando relaciona-se com as épocas outonais de um povo.

     

    38 – Os “explosivos” – Se pensarmos o quanto a força dos jovens tem necessidade de explodir, não nos espanta a pouca finura e falta de dicernimento que se utilizam para se decidir a favor desta ou daquela causa: o que os atrai é o espetáculo do ardor que rodeia uma causa, como se fosse a visão do rastilho incendiado, e não a causa em si própria . Assim os sedutores sutis esforçam-se por os obrigar a esperar a explosão e por distrair a atenção da justificativa da causa: não é com argumentos que se conquistam esses barris de pólvora!

     

     

    1. Discussão de alto nível

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=7k2l1lJ5pzM%5D

      Parábola da Corrupção: Nietzsche e a Décadence

      António Bento · quarta, 3 de dezembro de 2014 · UBI

       

       

      «Esta liberalidade moral é um dos melhores sinais do nosso tempo. Se nos deparamos com casos em que ela forçosamente falta acreditamos estar diante de uma doença (o caso de Carlyle em Inglaterra, o caso de Ibsen na Noruega, o caso do pessimismo de Schopenhauer em toda a Europa). Se existe algo que nos reconcilia com a nossa época é a grande dose de imoralidade que esta permite, sem que por isso se pense menos bem dela. Muito pelo contrário! O que faz a superioridade da cultura sobre a incultura? Por exemplo, do Renascimento sobre a Idade Média? – Apenas uma pequena coisa: a grande quantidade de imoralidade que se lhe concede. Daqui se segue que todos os picos da evolução humana devam surgir, aos olhos do fanático moral, necessariamente como um non plus ultra da corrupção. Basta pensar no julgamento de Savonarola sobre Florença, no julgamento de Platão sobre a Atenas de Péricles, no julgamento de Rousseau sobre a sociedade de Voltaire, no julgamento dos alemães contra Goethe.»

                                                                                                               A Vontade de Poder, § 430

       

      Estas são palavras de Friedrich Nietzsche, num texto amaldiçoado pelas circunstâncias que ditaram a sua publicação após a morte do autor: a entrega/depósito/venda dos manuscritos de A Vontade de Poder nos círculos anti-semitas alemães por sua irmã e “testamenteira”, Elisabeth Förster-Nietzsche. A posição de Nietzsche neste assunto é digna de um resumo: o que efectivamente move o moralista que em todas as épocas condena fanaticamente a corrupção como “escândalo dos escândalos” não são os instintos morais, mas os instintos de decadência traduzidos em fórmulas de moral. Digamos que toda a incerteza dos instintos se lhe apresenta inevitavelmente como «corrupção». Todavia, na genealogia dos valores morais efectuada pelo filósofo alemão não é a corrupção que é a maldição do homem, mas o amolecimento e o moralismo: «Os grandes momentos de cultura foram sempre, do ponto de vista moral, épocas de corrupção» (VP, § 31). Nietzsche distingue quatro sinais ou sintomas de corrupção: 1. a superstição; 2. o laxismo; 3. o refinamento da crueldade; 4. a corrupção dos costumes por suborno e por traição.  

      Antes da descrição deste quatro sinais, dá-se ao leitor o quadro da «décadence» em que a «corrupção» aparece e opera. Toma a palavra “o cabeça de dinamite”: «O fenómeno da décadence é necessário para o desenvolvimento e para o progresso da vida, e não temos meios para suprimir esse fenómeno. Antes pelo contrário: a razão exige que lhe devolvamos os seus direitos. Tudo o que se considerou como remédio contra a degenerescência foram apenas paliativos contra alguns dos seus efeitos. Não se suprime a caducidade através das instituições. Nem a doença. E também não o vício. A decadência: o vício – o carácter vicioso; a enfermidade – o estado enfermiço; o crime – a criminalidade; o celibato – a esterilidade; o histerismo – a fraqueza da vontade… Toda a luta moral contra o vício, o luxo, o crime, e mesmo contra a doença, aparece como uma ingenuidade, como uma coisa supérflua: – não há emenda/reforma (contra oremorso). Em si mesma a décadence não é algo que se deva combater: ela é absolutamente necessária, e própria de cada época e de cada povo. Os métodos de tratamento, psicológicos e morais, não mudam a marcha dadécadence, nem a entravam, porque são fisiologicamente iguais a zero» (VP, §§ 72 e 73).

      Nietzsche não procura julgar se a corrupção é «boa» ou «má», mas pergunta-se de que é que ela é um sintoma. Para Nietzsche a corrupção é um determinado estado que uma sociedade experimenta necessariamente de tempos a tempos. O filósofo chama a esta «superstição» que emerge com a corrupção um «pensar livre de segunda ordem». Assim que a superstição ganha força e intervém no conjunto da sociedade a fé nos antigos valores morais passa para segundo lugar, de modo que uma sociedade supersticiosa é forçosamente aquela em que já há muitos indivíduos e em que a apetência pelo individual e o primado do indivíduo sobre o rebanho se tornam potencialmente a regra: «O indivíduo necessita de uma legislação própria, de uma arte e de uma astúcia para a autoconservação, auto-elevação e auto-redenção» (Para Além do Bem e do Mal, § 262). Comparado com o «homem religioso», o «homem supersticioso» é muito mais «pessoa», afirma Nietzsche, isto é, este torna-se mais independente e quer afirmar sem entraves o seu «direito de indivíduo». Sob esta perspectiva, o cinismo dos corruptos não é mais do que um irónico sinal de distância face a tudo o que é geral, abstracto, colectivo, face, enfim, ao que ele chama «génio da espécie». Em segundo lugar, nos tempos corruptos acusa-se de «laxismo» a sociedade onde a corrupção ganha terreno. Todavia, a substituição das antigas virtudes bélicas e cívicas pelas novas comodidades da vida sob a forma de paixões privadas não é um mal em si mesmo e, muito menos, um amolecimento da sociedade: «É mesmo provável que, nas condições de corrupção, o poder e a violência da energia de um povo sejam agora maiores que nunca e que o indivíduo gaste agra mais do que outrora teria podido fazer – é que então não era suficientemente rico» (A Gaia Ciência, § 23). Em terceiro lugar, nas épocas de corrupção, como bem viu Benjamin Constant, o comércio e toda a sorte de tráfico sobrepõem-se à mera força bruta da guerra: «O comércio não é mais do que uma homenagem prestada à força do possuidor pelo aspirante à posse. É uma tentativa de obter de bom grado aquilo que já se não pretende conquistar pela violência. Um homem que fosse sempre o mais forte jamais teria a ideia do comércio. A experiência demonstra-lhe que a guerra o expõe a diversas resistências e perigos, levando-o a recorrer ao comércio, ou seja, a um meio mais suave e seguro decomprometer o interesse do outro naquilo que convém ao seu próprio interesse. A guerra nasce do impulso, o comércio do cálculo» (A liberdade dos antigos comparada à liberdade dos modernos, pp. 10-11).

      Todavia, contrariando a ingénua ideia liberal de que o «esprit decommerce» suplanta definitivamente o «esprit de conquête», para Nietzsche as épocas de corrupção não são mais doces nem mais brandas do que as épocas de guerra, antes se tornam mais e mais refinadas no uso político que dão à crueldade. É precisamente nessas épocas que é criada a maldade; é nelas que o prazer na maldade cresce e frutifica. Por conseguinte, as épocas de corrupção são necessariamente épocas trágicas: «O modo de ferir e de torturar os outros com palavras e olhares atinge o seu máximo desenvolvimento em épocas de corrupção. Os homens da corrupção mostram-se espirituosos e caluniadores. Eles sabem que existe outro género de assassinato além daquele que exige o punhal ou o golpe de mão. Eles sabem que tudo o que é bem dito é acreditado» (ibidem). Em quarto lugar, nas épocas de corrupção a venalidade, a prática do suborno e a traição atingem o auge, pois o amor do indivíduo ao seu ego é agora muito mais poderoso do que o amor à pátria ou à comunidade, envelhecidas, desgastadas, empurradas para o declínio e a morte. Daí que nelas se viva apenas para o presente imediato e que os indivíduos que aí operam se deixem corromper apenas “por hoje”, relegando e procrastinado o exercício da antiga virtude para o futuro. «Corrupção» – ajuíza Nietzsche em jeito de conclusão – «não passa de uma palavra injuriosa para os outonos de um povo» (ibidem). 

      Estes «outonos de um povo» são necessariamente cruéis, não igualitários, elitistas, neles reinando o desprezo pela multidão e o horror ao conformismo. Todavia, a corrupção, como «expressão da anarquia que ameaça os instintos e abala o edifício das paixões que aspiram à vida tem uma aparência completamente diferente, conforme os tipos de vida em que se mostra» (Para Além do Bem e do Mal, § 258). A corrupção permite diferenciar os organismos em função do modo como estes respondem às tentações que as exigências da vida oferecem aos homens. Como escreveu George Orwell em 1984 a respeito do seu herói capturado no inferno transparente do Big Brother: «Tudo quanto sugerisse corrupção enchia-o sempre de uma louca esperança: – “Odeio a pureza, odeio a virtude! Só desejo que não haja no mundo uma única alma virtuosa. Quero toda a gente corrupta até à medula”» (1984, pp. 130-131). 

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  47. E a elevadissima montanha de
    E a elevadissima montanha de juros que foi paga durante o governo PT é por acaso responsabilidade com contratos?

    Deve-se (deveria, porque não acontece) tomar cuidado para não criar ilusões que entusiasmam os convertidos ao passo que falseiam a realidade.

    Ps: óbvio que o golpe paulista-carioca é asqueroso.

    Mas basta só um pingo de lucidez pra perceber isso.

    O difícil mesmo é a autocritica. O necessário que a esquerda não irá fazer…

    A tragédia começou lá atrás, trilhoes (!!!) subtraidos e evaporados.

    Imploramos um metrozinho aqui em Beagá do governo federal. Prometeram. Cadê?

    Custaria aí no máximo uns 30 bi. Insignificante perto do que banqueiros e abastados (algumas poucas milhas de familias).

    Irresponsabilidade fiscal do Temerario?

    É, deve ser…

    1. Os que não entendem não conseguem se defender

      O perigo é insidioso e invisível para os que não têm a capacidade mental, nem o conhecimento para entender o que lhes é realmente danoso e desfavorável.

       

      It Takes A Village To Maintain A Dangerous Financial System

      “The few who understand the system will either be so interested in its profits or be so dependent upon its favors that there will be no opposition from that class, while the great body of people, mentally incapable of comprehending the tremendous advantage that capital derives from the system, will bear its burdens without complaint,and perhaps without even suspecting that the system is inimical to their interests.”

       

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