Procuradores acusam Alckmin de provocar colapso no sistema Cantareira

Por Cibele Buoro, especial para o Jornal GGN

Entre atender as recomendações do Ministério Público Estadual e Federal que há um mês alertam o governador sobre a severa crise no abastecimento de água nas cidades do interior e também na Grande São Paulo ou pôr em risco sua reeleição, Geraldo Alckmin não tem dúvidas: opta por extrair até a última gota dos rios do Estado e submeter toda a população à escassez de água sem precedentes. A explicação para isso encontra lastro no pleito de 2014.

Se as quantidades colossais que estão sendo retiradas do Sistema Cantareira para abastecer a Grande São Paulo persistirem, toda a água se esgotará em menos de dois meses, alertam engenheiros do Consórcio das Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí, o PCJ.

Entenda porque faltará água no interior e em São Paulo:

O desconhecimento e a irresponsabilidade coordenam os atos do governador de São Paulo. O Sistema Cantareira é formado pelas represas dos rios Jaguari – Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro e Águas Claras. Todos estão com vazões críticas em razão da estiagem fora de época que traz altas temperaturas e falta de chuva. Quando tudo corre bem, ou seja, quando chove no verão, do total do volume de água que brota dessas seis represas, 31 m3 por segundo são destinados para o abastecimento da Grande São Paulo, ininterruptamente, 24 horas por dia. Outros 5m3 vão para as 76 cidades que integram o Consórcio PCJ, que também dependem do Sistema Cantareira.

Contudo, em um evento extremo como o que estamos atravessando, não há água. E mesmo diante desse quadro, o governador de São Paulo insiste em retirar os 31m3, quando deveria adotar o racionamento. O resultado de sua política é a falta de água em muitos municípios desde janeiro, uma vez que São Paulo está levando toda a quantidade que nasce no Sistema Cantareira.

O Consórcio PCJ já alertava desde dezembro de 2013 que os níveis de chuva bem abaixo da média, somados à quantidade de água que está entrando no Sistema e o que está sendo retirado para o abastecimento da Grande São Paulo trariam como resultado o consumo de toda a água dos reservatórios em 80 dias. Esse prazo hoje está em menos de 60 dias.

Neste momento entram no Sistema Cantareira por seus rios de afluência entre 7 e 10 m3 por segundo. Desse volume 30,9m3 por segundo são enviados para São Paulo e 3 m3 por segundo para o Sistema PCJ, o que totaliza 33m3 por segundo. Atenção: entram 10m3 por segundo e são retirados 33m3 por segundo. Se persistirem essas quantidades nos próximos dias o Sistema será totalmente consumido até o mês de abril, quando o racionamento será inevitável também na Grande São Paulo. A diferença entre o que entra (10m3/s) e o que sai (33m3/s) é menos 23m3/s. Está saindo mais do que entra e esse saldo negativo das águas é o responsável pelo colapso do sistema hídrico já há mais de um mês enfrentado pelas cidades do interior que dependem do Sistema Cantareira. Caso o racionamento fosse adotado em São Paulo há mais tempo seria prolongada a vida útil dos reservatórios. O não racionamento em São Paulo com intuito de não incomodar os eleitores antes do pleito comprometeu o Sistema Cantareira ao ponto de os rios se recomporem e recuperarem suas capacidades de armazenar água somente daqui a cinco anos, indicam estudos do Consórcio PCJ e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Alckmin ignora recomendação do MPE e MPF:

No dia 4 de fevereiro, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal expediram recomendação à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Água e Esgoto (DAEE) para que houvesse a desconsideração das regras de operação da outorga “a fim de evitar o agravamento da escassez hídrica e o desabastecimento da região”, com “risco de colapso do Sistema Cantareira e de desabastecimento público”.

Pelas regras da outorga (instrumento de gestão previsto na Política Nacional de Recursos Hídricos que assegura o controle quantitativo e qualitativa do uso da água e o direito ao seu acesso), se São Paulo economizou em anos anteriores, tem o direito de fazer uso do banco de águas, que é um volume virtual (esse “banco” não existe na prática, mas funciona a partir do seguinte raciocínio: se houve economia, há essa reserva para ser utilizada quando precisar). E São Paulo não precisou desse banco nos últimos anos porque as chuvas foram compensatórias. Porém, como não chove há meses em volume suficiente para recompor os reservatórios, não há essa “reserva”. Neste momento de evento extremo com estiagem fora de época e as represas que compõem o Sistema Cantareira em seus piores níveis dos últimos dez anos, o MPE e MPF solicitam que aos órgãos gestores dos Sistemas de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e da União, e isso inclui Alckmin, revejam as regras da outorga.

Além disso, a situação se agravará a partir de abril, quando as chuvas cessam e tem início, de fato, o período de estiagem.

Apesar de a Agência Nacional de Águas (ANA) determinar, a partir de seus estudos técnicos, que o Sistema Cantareira precisa operar com 5% de seu volume para garantir um nível mínimo de segurança, este órgão do governo Federal e o DAEE vem “desconsiderando a excepcionalidade do momento, têm autorizado a retirada pela Sabesp de 33m3/s para abastecimento da região metropolitana de São Paulo”, diz a expedição dos MPE e MPF. Nos últimos dias o nível das Bacias PCJ está em menos de 3% do seu volume útil.

“Há uma gritante desproporcionalidade entre as vazões disponibilizadas para São Paulo e para a região do PCJ”, alerta o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público do Estado de São Paulo, Rodrigo Sanches Garcia.

Sanches chama a atenção para o momento de excepcionalidade, o que obriga São Paulo a abrir mão de seu banco de águas. “A situação é crítica e é preciso suspender temporariamente as regras da outorga, que é o uso do banco de águas. O sistema prevê um compartilhamento e sugere solidariedade, o que não está existindo por parte de São Paulo”, diz o promotor.  Os riscos, alerta a expedição do MPE e MPF, são de esgotamento, comprometimento, colapso do sistema Cantareira e de desabastecimento público.

“Se os atuais patamares de retirada de água forem mantidos por mais alguns dias, haverá incomensuráveis prejuízos a todos os dependentes do Sistema Cantareira, inclusive São Paulo”, reitera Garcia.

A força do pedido do MPE e MPF tem amparo na própria Lei nº 9.433/97, artig10, caput, da Portaria 1.213/04, que prevê: “As regras de operação apresentadas na outorga poderão ser desconsideradas em situações emergenciais, assim definidas aquelas em que fique caracterizado risco iminente para a saúde da população, para o meio ambiente e estruturas hidráulicas que compõem o Sistema Cantareira devido a acidentes ou cheias e, obviamente, a estiagem”.

É citado, ainda, que, para minimizar os efeitos da seca, poderão os órgãos outorgantes, no caso em questão da Portaria 1213/04, ANA e DAEE, racionalizar o uso outorgado, conforme previsto no artigo 4º, X e parágrafo 2º da Lei 9.984/00.

Ou seja, não há força de decretos e portarias que obrigue os órgãos gestores dos Sistemas de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e da União – lembrando, Alckmin incluso – a fazerem valer a lei.

A Grande São Paulo é abastecida pelo Sistema Cantareira desde 2004, quando a Sabesp obteve autorização por meio da Portaria nº 1213, de 6 de agosto de 2004, do DAEE do Estado de São Paulo, para transposição das águas das Bacias PCJ, pelo prazo de 10 anos. O prazo de expira em 5 de agosto de 2014.

Atualmente, o Cantareira contribui com o abastecimento de aproximadamente 33m³/s para a RMSP, garantindo água para 8,8 milhões de pessoas nas zonas norte, central, parte da leste e oeste da Capital e nos municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Guarulhos (parte), Osasco, Carapicuíba, Barueri (parte), Taboão da Serra (parte), Santo André (parte) e São Caetano do Sul.

“Diante de um momento tão crítico como este temos visto os prefeitos muito lenientes com a atitude do governador. Deveria agora estar ocorrendo uma grande movimentação entre eles, de irem ao Palácio dos Bandeirantes, ao DAEE e ANA para exigirem a aplicação imediata da regra de exceção”, critica o promotor Rodrigo Sanches Garcia.

A regra de exceção é aquela que, diante de um momento de excepcionalidade causado por eventos extremos, como a forte estiagem e escassez de água do momento, o uso do banco de águas é suspenso. “Isso exigiria articulação política de todos os prefeitos. Há muita dificuldade de se abrir uma crítica pública ao governador”, observa Garcia. “São Paulo precisa adotar o racionamento imediato. Se isso fosse acatado há mais tempo, quando alertamos o DAEE e ANA, a vida útil dos reservatórios seria prolongada. Falta articulação dos prefeitos, que não estão atendendo ao interesse público”.

Garcia vai além: “O Governo do Estado tem uma postura desigual quando diz que em São Paulo não haverá racionamento, enquanto a região do PCJ passa dias sem água”.

O secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, reforça a emergência em se adotar a regra de exceção, prevista na norma operativa. Ele explica que a Política Nacional de Recursos Hídricos evidencia que, quando se entra em regime crítico de escassez, a portaria estabelece que o banco de água deixa de existir, por motivo de estar em curso um regime de emergência. “São Paulo deveria abrir mão do banco de águas, não somente para poder prestigiar a região do PCJ, mas para prestigiar a longevidade ou a vida útil do reservatório que, se nós estamos agora, no verão, no período de chuvas, e estamos na estiagem, seria importante que fosse utilizada a menor quantidade de água possível para que o reservatório socorresse, realmente, na estiagem, que teoricamente começa a partir de abril”, diz o executivo do Consórcio PCJ.

Uma conta que não fecha

Francisco Lahóz lembra que no dia 18 de dezembro de 2013, pelas contas dos engenheiros do Consórcio PCJ, haveria água do Sistema Cantareira para apenas 100 dias. “Fizemos ofício com DAEE, ANA, Secretaria de Recursos Hídricos de São Paulo, Comitês PCJ, já recomendando que todos os municípios, inclusive a Grande São Paulo, entrassem em processo severo de racionalização e nós também alertávamos para o seguinte: se estavam entrando 12m3 por segundo no Sistema Cantareira e saindo 36m3 por segundo, essa conta final não iria dar certo”. Diz também: “Em uma condição de crise, principalmente quando você tem uma estiagem em pleno verão, há de se liberar só a vazão que entra no sistema e isso também não foi atendido. Agora, na atual situação que se encontra o Cantareira, não está bom nem para São Paulo”, diz Lahóz.

Não racionalizar na Grande São Paulo, como tem sido a medida tomada por Alckmin, considerada por Garcia como de dois pesos e duas medidas, já que “não pode faltar água na capital, mas no resto da estado pode”, somado aos alertas que partiram do Consórcio PCJ desde dezembro do ano passado e às retiradas de 31m3 por segundo resultam hoje na menor vazão da história do Sistema Cantareira, que opera abaixo de 19% de sua capacidade e já comprometeu o volume mínimo de água necessário para atravessar a época de estiagem. Há riscos de que a Grande São Paulo sofra racionamento a partir de meados de abril.

Segundo o professor do Instituto de Filosofia e Ciências Políticas (IFCH) da Unicamp, Valeriano Mendes Ferreira da Costa, “apesar de não ser possível entrar na cabeça do governador”, Alckmin está “levando até o limite do possível para não ter racionamento em São Paulo”. “O calendário eleitoral tornou as coisas mais difíceis com o candidato do PT com força maior”. Costa avalia que, se não for por populismo o fato de Alckmin não anunciar o racionamento na Grande São Paulo, o que pode estar em jogo são as eleições. “Ele não pode abrir espaço para uma situação como essa, na qual pesa a decisão de quase 12 milhões de votos, contra cinco milhões na região que agora sofre com a falta de água”. 

Redação

33 Comentários

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  1. Tudo fruto da inépcia

    Tudo fruto da inépcia administrativa e de planejamento dos tucanos.

    FHC fez o faltar energia e tudo indica que o Alckmim vai fazer faltar água.

    O problema não é de agora, não seguir recomendação de MPnão sei do que, o problema é de planejamento estrutural de longo prazo, já que estão há 20 anos no Governo.

  2. Esta Sabesp não é estatal paulista,é privada tucana

    Entendam por privada como quiserem

    O fato é que além da incompetência e irresponsabilidade, esta empresa é tucanaparelhada há muito, desde antes dos tempos em que fazia propaganda lá no Acre..

    Não é difícil suspeitar que um racionamento no abastecimento de água possa significar um equivalente “racionamento” no abastecimento de caixas de campanha. Talvez estejam “acumulando receita” em outros resevatórios, antes de algum desastre. Afinal, supõe-se que já estão secossecaram os do ISS, do trensalão, etc.

    Corre-se o risco de acontecer os dois desatsres. Para eles, o da população é o de menos. O que não pode acontecer é o tucano. 

    São Pedro decidirá.

  3. Impressionante a decadência

    Impressionante a decadência do governo tucano , no seu desleixo com a coisa pública.

    Mas o mais impressionante é que o povo continua a votar nele , sabendo de tudo isso – aqui se aplica bem o ditado : o povo tem o governo que merece …

  4. Política meteorológica

    Marketing político é assim: a enchente é boa para Alckmin e, a seca, para Haddad.

    Nenhuma das duas é boa para nós.

    Some-se a isso que a Sabesp distribui altos dividendos para seus acionistas, alguns na bolsa de NY, ao invés de investir no sistema.

    O valor das ações é dado pelo lucro na cobrança pela água que nossos rios entregam de graça. Ou melhor: entregavam.

    A falta de água em SP pode secar a fonte de dólares em NY…

  5. É no mínimo estranho

    É no mínimo estranho essa denuncia contra os competentes tucanalhas. Cadê a blindagem dos tucanalhas?!

    Onde se viu denunciar os tucanalhas que o PiG tanta defende e blinda. Isso é um absurdo.

  6. Banco virtual de águas?

    Eu devo ser muito burro, pois não entendi direito esta parte: “Pelas regras da outorga (instrumento de gestão previsto na Política Nacional de Recursos Hídricos que assegura o controle quantitativo e qualitativa do uso da água e o direito ao seu acesso), se São Paulo economizou em anos anteriores, tem o direito de fazer uso do banco de águas, que é um volume virtual (esse “banco” não existe na prática, mas funciona a partir do seguinte raciocínio: se houve economia, há essa reserva para ser utilizada quando precisar). E São Paulo não precisou desse banco nos últimos anos porque as chuvas foram compensatórias.”

    Volume virtual de águas? Vamos beber um copo de água virtual? Vamos tomar um belo banho com uma chuveirada virtual de água? Se o reservatório comporta um mil litros de água e são usados 500 litros e foram economizados outros 500 litros, tudo bem que se use os restantes 500 litros quando necessário, mas se não existem os 500 litros, que água vai ser usada?

    1. Oi Roberto, sou a autora da

      Oi Roberto, sou a autora da reportagem. Obrigada por ler e comentar.

      A sua dúvida por ser a de outros.

       

      O banco de água é virtual, ele não existe, porque não há onde guardar a água que é ecomizada. Funciona assim: quando a cidade economiza, essa quantidade é medida. Então essa quantidade economizada estará à disposição quando houver necessidade, quem guarda é o rio mesmo. Mas na atual situação não essa água guardada já foi consumida.

      Espero ter ajudado!

       

      abraços!

  7. Se faltar água em São Paulo é

    Se faltar água em São Paulo é culpa de Deus que não permitiu a chuva; se houver apagão elétrico, a culpa é de Dilma por não conseguir fazer chover. 

    1. DEUS É PETISTA

      Spok.

      Você acertou na mosca. Apesar de não ser onde você queria…kkkkkkk

      Se faltar água é culpa de Deus que não permitiu que chovesse.

      Conclusão: Deus é petista e esta falta de água é pura politicagem contra os tucanossauros.

  8. Planejamento

    Mais um caso de falta de planejamento e boa vontade para resolver os problemas, mesmo básicos, da população.

    Mas esperar o que deste governador irresponsável?

  9. Coerência.

    O reservatório está meio cheio ou meio vazio?

    Está meio cheio o Reservatório do Cantareira pro PIG e pros tucanos – apesar de estar abaixo de 19% da capacidade.

    Está meio vazio os reservatórios das hidroelétricas do Sudeste e do Centro Oeste, também, pro PIG e pros tucanos – apesar de estarem abaixo de 36% da capacidade.

    Coerência?

    Uma questão de perspectiva, de ângulo de visão. Tem gente que vê o bola fora mesmo ela tendo entrado.

    De fato, ambas as situações são periclitantes.

    Porém não temos termoelétricas para gerar água. Fora a necessidade de se chover estritamente na área do Cantareira para alimentar o sistema da bem administrada SABESP.

    Parece que o Troféu “Falha Nossa” vai pro PSDB de São Paulo, e Alckmin sofrerá por isso.

    Por outro lado ainda bem que existe a ANA (Agência nacional de Águas). Já tem alguém na esfera federal para ser devidamente culpado, pelo PIG e pelo tucanos. O motivo, claro, será a falta de fiscalização.

  10. Se o PT ganhar em SP, estou

    Se o PT ganhar em SP, estou com pena, porque o Padilha vai pegar uma ruína:

    * sem transporte público

    * educação pública zerada

    * o que resta de saúde pública sendo privatizada para as amigas OS´s

    * segurança pública com mentalidade da Gestapo e da SS

    * empresas públicas transformadas em sucata ou cabidão para os amigos

    * desindustrialização acelerada

    * 227 (confiram o numero, meus camaradas) praças de pedágio (se bobear, estes tucanos vão pôr praça de pedágio até na descida para o inferno)

    * e agora, sem água

    E, se o PT não ganhar (ou não ganhar qualquer que não diz amém para tucanices), mais 4 anos de queda, decadência, retrocesso e regressão

    Que sinuca!

  11. Provável cenário…

    Seria muito cômodo o gov. do estado manter o abastecimento em níveis normais até que o MP ou quem quer que seja mande a torneira ser fechada, aí seria fácil pro PiG culpar o PT, chamando o episódio de “ataque eleitoreiro”…

  12. chega de República do

    chega de República do Tucanistão, né gente?

    20 anos de metrô com desvio de dinheiro e pouquíssimos km construídos (acho que o Quércia que deve ter roubado muito mais fez mais que os tucanos).

    desabastecimento de água? Geral?

    como li acima.. cada povo tem o governante que escolhe, né?

     

  13. Já faz um tempo que acompanho

    Já faz um tempo que acompanho a situação do sistema Cantareira e a única conclusão que chego é que o governador trata os habitantes do interior do estado como pessoas de segunda categoria. Pelas minha contas, o interior recebe cerca de 0,6 litros por segundo para cada 1.000 habitantes, enquanto que a capital recebe 4,125 litros para cada 1.000 habitantes (para o interior são 3.000 litros por segundo para 5 milhões de pessoas e para a capital são 33.000 litros por segundo para 8 milhões de pessoas). Ou seja o paulistanto vale para o governador Alckmin 7 vezes mais do que os moradores do interior.

    Mas o pior mesmo é ver que a capital negligencia todos os pontos básicos a respeito de saneamento e distribuição de água, enquanto as cidades do interior fazem direitinho a sua lição de casa. Campinas por exemplo, tem tratamento de esgoto para 88% da população e índice de perda na distribuição de água comparável ao de países mais avançados (19%). Em compensação, a capital São Paulo, perde 33% da água tratada e o rio Tietê, que corta a cidade, bom, esse todo mundo conhece. Por isso, que a cidade de São Paulo tem de “pegar” água de rios longe da sua área urbana e que cortam outras cidades. Em resumo, quem faz as coisas certas leva chicotada no lombo e quem leva a questão do saneamento na flauta é premiado.

    1. Não será só o interior

      Caro Frederick, a burrice do Alkmim é não ver que não será só o interior que ficará sem agua, muito, mas muito em breve mesmo. Será toda a capital e o interior! O racionamento geral e irrestrito deveria já ter sido iniciado a cerca de 6 meses atrás. Veja que com avisos apenas da SABESP e benefícios de preços para quem gastar menos (não sei o por que não aumentar a conta de quem continuar a gastar igual ou mais), a população já se auto controlou e diminuiu o consumo. O estúpido do governador não percebeu que falta de chuvas prolongadas fazem a agua acabar, É só explicar isto a população e não entrar nesta roubada em que se meteu.

      1. Aproximadamente 80% da água é

        Aproximadamente 80% da água é usada na agricultura, 14% pela indústria e 6% pela população. Quem tem que economizar mesmo?

  14. “Entre atender as

    “Entre atender as recomendações … ou pôr em risco sua reeleição”

    Nassif, pergunta que não quer calar: Dilma não está fazendo o mesmo com as hidrelétricas no plano federal?

    1. De quem menos se espera, menos se pode esperar

      Tava demoranu! Vamu tentá isplicá pru garoto Calvin (e seus colegas trolletas).

      No âmbito estadual, tucano, já há racionamento, e em 80 dias não haverá água nenhuma! Será falta mesmo.

      No âmbito federal, um “pouquinho” mais complexo do que apenas SP (até porque inclui SP), não há racionamento, e em 60 dias certamente não haverá. Na pior das hipóteses há um risco mínimo, que nem de longe seria igual ao apagão (DE SURPRESA)  tucano, de quase um ano e festa das concessionárias em nosso bolso.

      Continuam não sabendo diferenciar falha de racionamento (e falta…)

      De governo que prevê, planeja, contingencia e constroi (Belo Monte, interlgação elétrica de transmissão, operação de manutenção de reservas, etc.).

      E ainda que venha a racionar, não seria DE SURPRESA! Há controle diário (e público) de reservas, oerta e demanda.

      De surpresa, só quando há incompetência e irresponsabilidade (e descaso pelo país).

  15. RACIONAMENTO

    RETIFICAÇÃO DO TEXTO:  DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica, autarquia estadual vinculada a Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento, foi definitivamente desmontada nos anos 2000 em que o governo do estado passou a responsabilidade do controlo sobre as barragens do DAEE para a Sabesp, que, por sua vez, os terceirizou DESMONTANDO TODO O SISTEMA!

    Realmente, as outorgas são de responsabilidade do DAEE e o que está ocorrendo é um verdadeiro CRIME! A Sabesp, com ações em Bolsas, só faz denúncias ao DAEE sobre poços profundos clandestinos!  O DAEE antes órgão com excelentes engenheiros, foi destruído pelos governos tucanos! Hoje, abriga as Secretarias Executivas dos Comitês de Bacias Hidrográficas, que têm como presidentes, na maioria, Prefeitos!

    Infelizmente, todo os Sistema de Gestão de Recursos Hídricos no estado de São Paulo está falido, os tucanos desvirtuaram todo ele e demorará muito tempo para que os erros sejam corrigidos.

    1. Obrigada pela correção Maria

      Obrigada pela correção Maria Olímpia, passou despercebido…

       

      quanto à presidência dos comitês estarem nas mãos de prefeitos, você foi certeira!

       

      Um crime!!

  16. Eu aposto o que quiser como

    De uma lado temos Dilma que politizou a conta de energia e que trará preju de R$20bi pro nosso bolso.

    De outro temos o Alckmin que… que… bom, ele falou que não tem problema né. Vamos fingir que acreditamos, hehehe.

     

     

    Eu aposto o que quiser como quem criou isto aqui abaixo foi um advogado, uhauauahauhauahhau. Banco de águas, uhauhauhauhahauhauhuahahu.

    “Pelas regras da outorga (instrumento de gestão previsto na Política Nacional de Recursos Hídricos que assegura o controle quantitativo e qualitativa do uso da água e o direito ao seu acesso), se São Paulo economizou em anos anteriores, tem o direito de fazer uso do banco de águas, que é um volume virtual (esse “banco” não existe na prática, mas funciona a partir do seguinte raciocínio: se houve economia, há essa reserva para ser utilizada quando precisar). E São Paulo não precisou desse banco nos últimos anos porque as chuvas foram compensatórias. Porém, como não chove há meses em volume suficiente para recompor os reservatórios, não há essa “reserva”. Neste momento de evento extremo com estiagem fora de época e as represas que compõem o Sistema Cantareira em seus piores níveis dos últimos dez anos, o MPE e MPF solicitam que aos órgãos gestores dos Sistemas de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e da União, e isso inclui Alckmin, revejam as regras da outorga.”

  17. AGORA É CERTO

    NÃO HÁ MAIS RISCO: AGORA É CERTEZA

    O Sistema se tornou vítima do seu próprio gigantismo. O que há agora é a “certeza” do desabastecimento que o governo já admite.

    Mas, admitir não é o bastante. É preciso planejar a subdivisão em sub-sistema isolados rumo à geração mais distribuída; convocar estados e empresas – que são partes interessadas – na produção da sua própria energia.

  18. MAIS GRAVE DO QUE PARECE

    A situação é tão grave, que o Rio Atibaia na região de Paulinia secou de vez, logo não haverá agua nem para a POPULAÇÃO da região de Campinas MUITO MENOS  para as INDÚSTRIAS instaladas.

    OU VC ESCOLHE ATENDER A POPULAÇÃO OU ATENDE A INDÚSTRIA, POIS NÃO HÁ AGUA PARA TODOS !!!  ESPECIALISTAS DIZEM QUE NEM AS FORTES CHUVAS PODERÃO ENCHER AS REPRESAS, PODERÁ LEVAR 5 ANOS PARA RESTABELECER O LEITO MORTO DOS RIOS  !!!

  19. o povo nao entende que isso é

    o povo nao entende que isso é do governo estadual. Acho que Dilma e o ministro responsável deviam dar declaracoes constantes oferecendo apoio ao governador, chamando atencao para o problema, porque se estourar, e vai ser perto da copa, as “manifestacoes” serao contra o PT, pode ser até de propósito que nao estao atuando, para gerar a confusao, conflito e o golpe. SP é o melhor palco para o golpe d-agua. 

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