Quem foi que inventou o Brasil?, de Franklin Martins

Logo após sair da Globo, Franklin Martins colocou na Internet sua pesquisa inicial de músicas brasileiras com temas políticos.

De lá para cá as pesquisas avançaram resultando no livro “Quem foi que inventou o Brasil”, que tende a se tornar um referencial inestimável da música brasileira.

O lançamento do primeiro volume – pegando a música brasileira da República até 1964 – é um cartapácio de 640 páginas em que há desde as primeiras canções políticas da República até as atuais, passando por todos os gêneros brasileiros.

Valendo-se dos recursos da Internet, o livro resultou em um hotsite (http://quemfoiqueinventouobrasil.com/) com todas as músicas gravadas mencionadas nos três volumes da obra.

O Volume 1 é dividido nos capítulos República Velha, Revolução de 30, 1031 a 1945, O Brasil na Guerra, Democratização, Anos Dourados, mas nem tanto, e quatro anexos.

É um acervo fantástico que permite ouvir as gravações históricas de Baiano, Pepa Delgado, de Eduardo das Neves, pai de Cândido das Neves, Mário Pinheiro, Cadete. Inclusive acompanhar a passagem das gravações mecânicas para as elétricas.

Ouvindo “Fala, meu louro”, em gravação mecânica com Francisco Alves observa-se um estilo de interpretação fundamentalmente diferente daquele de poucos anos depois, quando ingressa no reino das gravações elétricas. Fica-se sem saber se mudou o estilo com os tempos, ou o tipo de gravação condicionava a interpretação.

Franklin passeia por todos os gêneros, dos maxixes e marchinhas às modas de viola.

A viola caipira é representada por “A moda da revolução”, de Cornélio Pires e Arlindo Santana é uma delícia de moda caipira paulista.

A embolada, pelo “Bataião navá”, de Minona Carneiro e os Desafiadores do Norte, que parece ter a participação de Jararaca e Ratinho.

O fandango do Paraná aparece em “Revolução do Rio Grande do Sul”.

Ao contextualizar cada música no respectivo episódio histórico, o trabalho de Franklin permite uma visão única sobre a maneira como os fatos políticos chegavam na opinião pública através dos cantadores.

Luis Nassif

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