
Jornal GGN – Em maio de 2018, a Agência Pública, em matéria de Amanda Audi, já traçara o perfil social da força-tarefa da Lava Jato. Entrevista com o professor de sociologia, Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná, aponta que os integrantes da Lava Jato – incluindo aí os magistrados, procuradores e advogados – atuam em uma espécie de circuito ‘fechado’ que funciona em ‘rede’.
O professor realizou pesquisa sobre a ‘República do Nepotismo’, utilizando a técnica de prosopografia (biografia coletiva de determinado grupo social ou político) para demonstrar que pessoas como Sergio Moro, Deltan Dallagnol e advogados ligados às delações são herdeiros de figuras do Judiciário e da política paranaenses.
Em sua entrevista, o professor Ricardo Oliveira diz que são velhos conhecidos, às vezes desde a infância, com pais que se conheciam, vida em comum. Ou seja, a mesma bolha, com as mesmas opiniões e gostos políticos e ideológicos. E todos conectados com a indústria advocatícia.
No estudo, o professor comprova que não existem, no grupo, emergentes ou pessoas novas, quiçá renovadoras, pois que no Paraná tais bolhas mostram que são todos herdeiros de uma velha elite estatal.
E não é só parentesco como também relações matrimoniais, de amizade e de sociabilidade. Junte-se a isso o corporativismo. E se forma, então, um grande circuito formativo ideológico de convivência. Sergio Moro, por exemplo, é filho de um professor universitário e tem um primo desembargador. Para o professor, tais teias formam um sistema pré-moderno, que não funciona através de regras impessoais ou de aspectos técnicos, mas com muito poder pessoal.
Na ponta de lá, Sergio Moro tem a esposa, Rosângela Maria Wolff Quadros, que é advogada. Ela vem da família Macedo, genealogia importante, que tem atores nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além do empresariado. Nesse clã encontram-se figuras como Rafael Greca de Macedo, Beto Richa, empresários e desembargadores do Tribunal de Justiça, a conhecida ‘Macedônia’.
A esposa de Moro é advogada com relações com a Apae e daí cria-se uma conexão direta com a família Arns. Flávio Arns e o sobrinho advogado Marlus Arns. A relação foi concretizada com as Apaes, mas Marlus é advogado de muitos acusados da Lava Jato nas delações premiadas, defendendo inclusive Eduardo Cunha. E entra aqui a ligação com Carlos Zucolotto, as propostas feitas a Rodrigo Tacla Duran, e as relações expostas dos advogados da Lava Jato com operadores.
Leia a matéria completa, relembrando, na Agência Pública, clicando aqui.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
dizem que o oprofessor oliveira é
muito respeitado na ufpr….
e pelo jeito, muito corajoso,
pois nepote era sobrinho do sumo
pontífice,segundo o dicionaio googlesco……..
“Tudo a mesma sopa!” É a velha e carcomida elite provinciana. As figurinhas são sempre as mesmas. Avô, pai, filhos, sobrinhos etc É o Brasil do atraso.
Em bolhas assim, não há como consertar o que se estragou no passado…
naturalmente, sem renovação, os defeitos seguem imperceptíveis, por respeito
Não ê só herança do passado. O problema é que corrupção não se diz respeito só a atores isolados a indivíduos. É algo muito maior, que implica em relações internacionais, que entregam instituições, como foi entregue a Petrobras aos interesses de empresas transnacionais.
Coisa de famiglia. Isto é que foram pesquisar sobre operações italianas.
Por isto acreditavam que o dinheiro devolvido ao país pelo acordo fajuto que firam nos EUA era Coisa Nostra.
Tem um livro famoso sobre a oligarquia no poder judiciário do Sul, que dá nomes às famílias, algo importantíssimo para mudar essa realidade. Vai na mesma linha da tese sobre o Patrimonialismo. Não encontrei, só um esboço aqui.
http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/viewFile/2066/1217
Qualquer projeto de república de renda menos concentrada tem que acabar com esse lobby das famílias. Até a esquerda já caiu nessa, investindo em projeto de gente que era neoliberal, elegeu-se em pequenas instituições da esquerda, curtiu o gabinetismo da era de ouro, e depois foi trabalhar no lobby de coisas como Uber que esculhamba o direito dos trabalhadores a níveis nunca vistos. Os filtros do projeto progressista são mancos e deixam passar de tudo.
e uma gangue ou mafiosos gangster como disse Gilmar mendes