A retórica intencionalmente confusa e catastrofista da mídia e oposição, por Carlos Pinskusfeld Bastos

Mantega

Artigo do Brasil Debate

Por Carlos Pinskusfel Bastos*

O velho dito popular afirma que a verdade é a primeira vítima de uma guerra. Na “batalha eleitoral”, a discussão não escapa desta máxima. Não tanto pela apresentação de dados enganosos (descontados os delírios anônimos da internet e Facebook), e mais por interpretações propositalmente confusas e previsões catastrofistas.

Não deve ser fácil ao eleitor entender por que a esquerda radical critica os governos do PT por não terem mudado nada na política macroeconômica do PSDB e o candidato deste partido lamenta o abandono da herança virtuosa de FHC.

Também não é muito razoável explicar como a comandante de uma economia à beira do caos mantém um sólido percentual de intenções de votos.

A despeito do baixo crescimento agregado da economia, aqui há claramente uma divergência entre o crescimento do produto e o emprego e salário. Se, de fato, o crescimento do produto agregado, o PIB, tem sido decepcionante, o comportamento dessas duas outras variáveis, que afetam diretamente a vida da grande maioria da população, não.

A taxa de desemprego nas regiões metropolitanas foi 4,9% em abril de 2014 (contra 10,5% do último mês de governo tucano, em 2002) e, apesar de um comportamento de retração no primeiro trimestre de 2014, o salário real nestas mesmas regiões metropolitanas ainda é quase 4,5% superior àquele do mesmo período do ano anterior.

Esse aparente “descasamento” não significa que tais variáveis macroeconômicas não se relacionem, ou não existam implicações importantes e mútuas entre elas.

Em termos de criação de empregos, o mercado de trabalho acaba sofrendo o impacto, ainda que com defasagens, de um pior desempenho do PIB e, sem dúvida, este é um desafio para o próximo governo: o que, e como fazer para estimular a economia, garantindo que seu crescimento se torne mais robusto e permita que variáveis sociais relevantes, como o salário mínimo, continuem a crescer de forma consistente.

Nunca é demais lembrar que a lei do salário mínimo, alvo de tão continuado ataque por parte de economistas da oposição, associa o crescimento real do salário ao crescimento per capita do PIB.

Baixo crescimento representa não só um mercado de trabalho fraco, com impacto direto sobre o emprego e indireto sobre o poder de barganha dos trabalhadores, como também baixo crescimento ou estagnação do salário mínimo.

Mas é justamente na questão da retomada do crescimento que as “contradições” da oposição e mídia se tornam mais graves. Ao mesmo tempo em que criticam o baixo crescimento, também criticam uma excessiva inflação, que, por sua vez, seria reflexo de um excesso de demanda, tendo um suposto descontrole fiscal como seu componente central. Consistentemente, propõe-se um ajuste fiscal por corte de gastos, uma vez que a carga tributária já estaria alta demais.

Ora, pode-se discutir a validade dessa interpretação ortodoxa para a economia brasileira, mas, uma vez sendo adotada, uma relação de causalidade e, consequentemente, políticas econômicas, decorrem diretamente.

Assim, tal interpretação e as propostas que daí decorrem sinalizam para menos e não mais crescimento; para menor, e não maior, emprego e, certamente, dadas as críticas contumazes ao salário mínimo, a uma retração da massa salarial.

O governo, ao menos seguindo a lógica do argumento ortodoxo, não pode ser simultaneamente culpado por inflação, supostamente elevada, e baixo crescimento.

Os candidatos da oposição, críticos da política econômica do governo, não podem prometer, ao mesmo tempo, o céu da aceleração do crescimento e o céu da queda da inflação. Se quiserem ser honestos, alguma passagem pelo inferno tem que estar prevista e anunciada.

Entretanto, este é apenas um exercício de exploração da lógica da retórica, ou a falta de, dos candidatos da oposição. Não é uma alternativa inelutável de política econômica.

Para que não seja, há que se reconhecer que uma inflação, basicamente de salários e relativamente baixa, ou seja, em grande medida causada pela própria elevação de salários em setores como o de serviços, é um preço a ser pago para o avanço de uma sociedade mais justa no Brasil. Processo socioeconômico, aliás, pelo qual já passaram países ricos e com melhor distribuição de renda como Japão e Suécia.

O problema é: como levar adiante esse processo frente a um complô da oposição, partidária ou não, em transformar o fantasma da “inflação fora de controle” na sua grande bandeira?

Infelizmente, o próprio governo Dilma caiu nessa armadilha e abortou, com uma política fiscal contracionista, o momento de forte crescimento que herdou do governo de Lula em 2011.

Se é verdade que por um lado uma política de aceleração do crescimento, associada a outras políticas distributivas e sociais progressistas, certamente fortalece a posição de barganha dos trabalhadores, por outro, cria um espaço, por meio de maiores ganhos de produtividade, para uma acomodação de demandas conflitantes das distintas classes sociais.

Ademais, se não é para elevar o nível de vida das massas trabalhadoras, gerar mais emprego e melhorar a distribuição de renda, a que se propõe um governo de esquerda e trabalhista?

Se a retórica da oposição é claramente eleitoreira e pouco consistente, a do governo não deve ser defensiva. A flexibilização informal, na prática, da política de metas, ou seja, uma aceitação tácita de se ter uma inflação que oscila próxima ao teto da meta é a tradução em economês da frase do ex- presidente Lula “não queremos combater a inflação com desemprego”.

A falta de consistência e rigor empírico parecem dominar a agenda econômica da oposição sob um peso, quase marcial, de uma aparente competência técnica e “impecável” eficiência gerencial.

O que é no mínimo curioso e não espanta. Afinal, quando pela última vez no poder, essa mesma falsa competência, embalada pela empáfia tradicional das elites periféricas, e temperada com altas doses de cálculo eleitoreiro, nos brindou com uma crise cambial na qual, entre setembro de 1998 e janeiro de 1999, perdemos a bagatela de US$ 35 bilhões em reservas cambiais, antes que o regime cambial passasse de bandas para flutuação suja. Nesse ano de 1999 a inflação, por sua vez, chegou a cerca de 9%.

Parece, como mencionado anteriormente, que uma parcela expressiva do eleitor tem seu voto influenciado mais por variáveis macroeconômicas que afetam diretamente seu dia a dia, somado à comparação da evolução destas com um passado nem tão distante, do que por manchetes da grande imprensa ou (não) debates (afinal todos concordam) tediosos das TVs fechadas.

Desta forma, a crise econômica é mais um slogan de campanha do que análise fundamentada. Isto não quer dizer que a economia brasileira cruza, em velocidade acelerada, um céu de brigadeiro. Ao contrário. Há desafios no front externo e interno cuja solução é complexa, tanto do ponto de vista técnico quanto das tensões sociais que envolvem.

O que um eventual governo do PT precisa é não se deixar levar pela retórica conservadora da agenda imposta pela mídia, sob pena de jogar pelo ralo o legado de inclusão e crescimento com mais equidade social que marcou até hoje sua gestão.

Que o partido reflita sobre a irrelevância eleitoral, para sermos gentis, do ex-presidente FHC na campanha atual, na qual sua reaparição é mais sinal de falta de ideias novas do que um trunfo para transferência de votos. Que seja mais si mesmo e menos do que os conservadores queriam que fosse.

*Carlos Pinkusfeld Bastos é economista, professor e pesquisador do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ)

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Redação

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  1. “Bar Brasil”, o PIB, a Guerra Comercial e a “Ingenuidade”

    1.            No mundo da “guerra comercial”, o Brasil foi vencido pela inteligência de combate, de longo prazo, dos seus oponentes estrangeiros! Como?

     

    2.            Permitiram a eleição do PT com sua ideologia, que contaminou as relações comerciais do Brasil com o resto do mundo e internamente.

     

    3.            O Brasil abandonou relações comerciais com EUA e Europa, onde vendíamos produtos manufaturados, de alto valor agregado, focou o comércio com a China, exportando commodities, e a criação do MERCOSUL, politicamente “dominado” pelo Brasil.

     

    4.            Se compararmos a economia do Brasil a um bar fizemos mais ou menos o seguinte.

     

    5.            O bar vendia pinga, vódica, salgadinhos, frutas, legumes e verduras para qualquer freguês, independentemente da nacionalidade do freguês, por que no comércio a ideologia dominante é atender a necessidade dos fregueses, de acordo com as competências distintivas do bar relativamente aos demais concorrentes.

     

    6.            O PT passou a gerir o boteco e disse: no meu boteco não vendo mais pinga e vódica (produtos cuja venda gerava 80% das receitas com exportação) para fregueses dos EUA e da EUROPA.

     

    7.            Agora só vendo frutas, legumes e verduras para a China, que tem ideologia socialista, enquanto os demais países do mundo não tem ideologia no comércio.

     

    8.            E o PT disse mais: nosso bar agora comprará pinga e vódica do resto do mundo para vender internamente, quebrando os alambiques no país, enquanto os fregueses enchem o caneco e vibram com tanta pinga e vódica importada. Legal!

     

    9.            Só que os frequentadores do bar, em sua grande maioria, trabalham para os alambiques que estão fechando um a um, no Brasil, e por estarem bêbados, embriagados e inebriados com tanta fartura alcoólica não perceberam os fregueses que vão ficar desempregados e o gestor do bar, a classe política irresponsável, se esqueceu de que não é possível vender pinga ou vódica importada para fregueses desempregados, que deixarão de pagar impostos, comprometendo a própria viabilidade, econômica e financeira, do “BAR BRASIL”.

     

    10.         Agora os Chineses, nossos “parceiros ideológicos”, mas que não aplicam ideologia nas relações comerciais, nos tiraram o freguês Argentina, grandes compradores de nossa pinga e da nossa vódica, nacionais, matando o Mercosul, fazendo sobrar, apenas, um bar vazio, endividado, sem alambiques, com mais de 120 milhões de alcoólatras por CONSUMISMO DESENFREADO, sem dinheiro para comprar pinga ou vódica, e preparados para deixar de lado a ideologia, enquanto os mais fortes e inteligentes levarão, no segundo momento, a própria dignidade de um povo inocente comandado por uma elite irresponsável e cega pelo dinheiro e pelo poder, enquanto pensam: “que se dane o resto”.

     

    11.         Os donos dos alambiques, nossos empresários, passaram anos tomando vinhos finos da marca “CARRY TRADE”.

     

    12.         Esse vinho pode ser comprado com taxa de juros, em dólar, de 2% a.a., e vendido para o Governo Brasileiro, por meio de títulos públicos federais (selic de 12% a.a) e bônus cambial (16%), a 28%, ou seja, ganhos de 26% sem fazer esforço e sem ter que investir no alambique. É o melhor negócio do mundo, pensavam todos!

     

    13.         Pensaram muitos empresários: “que se dane o alambique. Meu negócio é comprar, barato, “VINHO CARRY TRADE”, e vender esse vinho muito caro para o Governo Brasileiro. Não é o paraíso?

     

    14.         Sim é o paraíso dos tolos e imprevidentes, por que pode o seu oponente comercial, que comanda o Sistema Financeiro Internacional, cortar o fornecimento do “VINHO CARRY TRADE”, depois que sucateou todos os alambiques, no Brasil, podendo comprá-los a preço de banana, expandindo mercados ao mesmo tempo em que domina a produção local e internacional de pinga e vódica. Não é uma estratégia legal!

     

    15.         Usa-se a arrogância e a ganância alheia para dominar os iludidos que pensavam que dominavam o mundo! Temos que “tirar o chapéu” para os verdadeiros donos do poder e aprender com eles a não sermos, como brasileiros, tão “inocentes” como a “virgem no puteiro”.

     

    16.         Essa é a guerra de inteligência que o Brasil está inserido sem saber e já foi vencido há muitos anos quando pensou que pegar dólares, baratos no exterior, para aplicar a juros extorsivos, no Brasil, era coisa de “gringo trouxa”, já que os “trouxas” nós deram a corda, a passamos em volta do pescoço e, agora, só falta o “gringo trouxa” puxar a corda para nos enforcar, enquanto pensam: “que se dane o Brasil e os brasileiros nesta guerra de inteligência comercial, onde a única ideologia dominante é a do dinheiro e do poder, sem limites”.

     

    17.         Os números abaixo falam por si só sobre o que espera o Brasil e os brasileiros, em breve.

     

    18.         Querendo ou não querendo o Brasil “explodirá”, de verde e amarelo, por força da irresponsabilidade, GENERALIZADA, de todos os partidos políticos e políticos, no Brasil, o que será uma oportunidade para o país fazer a reforma política e ter, no máximo, uns três partidos políticos e não 40 partidos políticos onde impera a ideologia dos ganhos fáceis e loteamento dos cargos públicos.

     

    19.         Para que não fiquemos com a impressão de que minha afirmação de o Brasil vai “explodir” está baseada, apenas, em minhas percepções individuais ou até mesmo na defesa de teses políticas, sem sentido, segue, abaixo, os números que embasam essa constatação.

    20.         Os INVESTIMENTOS DE R$ 871,4 BILHÕES NÃO DEVEM SER COMEMORADOS, ASSIM, COM TANTA PRESSA. Por quê?

     

    21.         Por que, primeiro, os investimentos de R$ 871,4 BILHÕES não foram realizados por meio de poupança realizada pelos brasileiros.

     

    22.         Por que, segundo, os investimentos de R$ 871,4 BILHÕES foram realizados, por meio da captação desses recursos de investidores estrangeiros.

     

    23.         Assim, os R$ 871,4 BILHÕES são recursos poupados por estrangeiros e não pelos brasileiros.

     

    24.         Na prática, o que significa dizer que estamos nos utilizando da poupança de estrangeiros para realizar R$ 871,4 BILHÕES em investimentos, no Brasil, no PAC?

     

    25.         Significa dizer que o país contraiu dívidas para fazer esse investimento de R$ 871,4 BILHÕES.

     

    26.         Essas dívidas que o Brasil contraiu foram de R$ 871,4 BILHÕES para o Brasil investir R$ 871,4 BILHÕES? Resposta: não!

     

    27.         Para investir R$ 871,4 BILHÕES, o Brasil contraiu dívidas de R$ 1,7 TRILHÕES (R$ 871,4 BILHÕES — Dívida Publica nº 01 + R$ 871,4 BILHÕES — Dívida Pública nº 02).

     

    28.         O que, nos endividamos em R$ 1,7 TRILHÕES para o país investir R$ 871,4 BILHÕES? Explique essa conta melhor, Senhor Analista! Não estou entendendo nada! Parece que suas contas estão erradas, por que a matemática contradiz suas afirmações!

     

    29.         Explicaremos o raciocínio anterior, fazendo contas, básicas, e, dessa forma, o caro leitor vai entender que não há nada de errado com minhas contas, mas que é necessário compreender todo o fluxo de captação de recursos, em dólares, no exterior, a entrada desses dólares, no Brasil, a transformação desses dólares em reais e dos reais em títulos públicos, passando pelo orçamento da União e do Tesouro Nacional, até se transformar em empréstimos do BNDES ou em investimentos, diretos, do Estado brasileiro, em investimentos.

     

    30.         Para fazer o câmbio de US$ 400 BILHÕES (POUPANÇA DE ESTRANGEIROS QUE SERÃO INVESTIDOS, NO BRASIL), a R$ 2,00 por dólar, em 05 anos, para internalizar US$ 80 BILHÕES, por ano, o Brasil deve emitir R$ 800 BILHÕES em títulos públicos federais, em uma PRIMEIRA OPERAÇÃO com o “INVESTIDOR Nº 01” (várias pessoas que estariam comprando títulos públicos federais, no Brasil), onde pagariam uma PRIMEIRA taxa selic de 10% a.a, sobre R$ 160 BILHÕES, por ano, o que, grosso modo, geraria pagamento de juros, pelo Brasil, da ordem de R$ 54,9 BILHÕES, em média, por ano, ou R$ 274,5 BILHÕES, em 05 anos.

     

    31.         Depois que o Brasil arrecada os R$ 800 BILHÕES, do “INVESTIDOR Nº 01”, por meio da “DÍVIDA PÚBLICA Nº 01”, entrega esses recursos ao “INVESTIDOR Nº 02” (investidores que estariam trazendo dólares para o Brasil para financiar nossos investimentos no PAC), que, também, aplicam seus recursos, em reais, em títulos públicos federais, em uma SEGUNDA OPERAÇÃO, que gera a “DÍVIDA PÚBLICA Nº 02”, no valor de MAIS R$ 800 BILHÕES, onde pagamos uma SEGUNDA taxa selic de 10% a.a., sobre R$ 160 BILHÕES, por ano, o que, grosso modo, vai gerar pagamento de juros, pelo Brasil, da ordem de R$ 54,9 BILHÕES, em média, por ano, ou R$ 274,5 BILHÕES, em 05 anos.

     

    32.         Dessa forma, resumida, fica fácil de compreender que para o Brasil internalizar US$ 400 BILHÕES POUPANÇA DE ESTRANGEIROS QUE SERÃO INVESTIDOS, NO BRASIL), em 05 anos, ou US$ 80 BILHÕES (R$ 160 BILHÕES), por ano, fez dívidas, TOTAIS, no valor de R$ 1,6 TRILHÕES, em 05 anos, ou R$ 320 BILHÕES, por ano, e pagará juros, no valor, total, de R$ 548,9 BILHÕES, em 05 anos, ou R$ 109,8 BILHÕES, por ano.

     

    33.         O orçamento geral da União de 2011, executado, foi de R$ 1,571 TRILHÃO (UM TRILHÃO QUINHENTOS E SETENTA E UM BILHÕES DE REAIS), sendo que R$ 708 BILHÕES foram destinados ao pagamento de juros e amortizações da dívida pública, o que representou 45,05% do orçamento geral da União de 2011.  

     

    34.         O Brasil investiu R$ 871,4 BILHÕES, pagando altas taxas de juros, mas a produtividade do país continua baixa, o PIB não cresce como deveria, a carga tributária continua elevada e a se elevar, o país continua mero exportador de commodities, com os juros mais altos do mundo, com um sistema de educação cada vez menos eficiente e com o Governo Federal gastando cada vez mais sem que essas dívidas de R$ 1,7 TRILHÕES (R$ 871,4 BILHÕES — Dívida Publica nº 01 + R$ 871,4 BILHÕES — Dívida Pública nº 02) aumentem as receitas para pagamento dos empréstimos, com poupança externa, que fazemos para investir R$ 871,4 BILHÕES.

     

    35.         O leitor pensa, por acaso, que essa situação, descrita anteriormente, é SUSTENTÁVEL? Claro que essa situação não é sustentável.

     

    36.         Esse mesmo raciocínio quanto ao crescimento do endividamento público, para realização de investimentos, pode ser realizado, acrescentando, por exemplo, a captação externa para financiar a “queda na taxa de energia elétrica”, para os brasileiros e tantos e tantos outros projetos bilionários onde o país está jogando, no lixo, recursos caros e preciosos.

     

    37.         Projetaram a refinaria Abreu e Lima, custando R$ 4,00 BILHÕES, mas o seu custo já está em R$ 40 BILHÕES.

     

    38.         O que pouca gente sabe é que esse custo da refinaria Abreu e Lima é de R$ 80 BILHÕES, pois nos utilizamos do duplo endividamento público, conforme descrito anteriormente, para trazer os recursos para financiar essa refinaria e tantas outras refinarias e obras superfaturadas, improdutivas ou que estão abandonadas por esse Brasil afora.

     

    39.         Nas discussões sobre o caos que já está instaurado, no Brasil, mas que está sendo ocultado da sociedade brasileira, é importante não perder de vista que esta situação foi criada por todos os partidos políticos, políticos, empresas e empresários, do país, e quando a bomba explodir, a culpa não é, apenas, do PT, mas de todos nós que nos omitidos em cuidar com zelo e carinho pelos destinos desta nação.

     

    40.         O Brasil tem cerca de US$ 350 BILHÕES, em reservas internacionais.

     

    41.         Se o país tivesse US$ 80 bilhões de déficit em conta corrente, por ano, e nenhuma entrada de novos dólares, em suas reservas, isto significaria que em 4,38 anos teria torrado TODAS as nossas reservas internacionais, por meio do déficit em conta corrente.

     

    42.         Antes de prosseguirmos, registramos que esta análise está relacionada à matéria, em anexo, intitulada “Brasil eleva projeção para déficit em conta corrente para 2013”, divulgada em 18/12/2013, pela EFE, no link http://br.noticias.yahoo.com/brasil-eleva-proje%C3%A7%C3%A3o-d%C3%A9ficit-conta-corrente-2013-185838988–finance.html#, segundo a qual “O Banco Central informou nesta quarta-feira que elevou sua projeção para o déficit em conta corrente do país neste ano para US$ 79 bilhões, o equivalente a 3,57% do PIB do país, e a US$ 78 bilhões (3,53% do PIB) para 2014”.

     

    43.         Continuando. Se os US$ 80 BILHÕES de déficit em conta corrente, do Brasil, forem TOTALMENTE financiados pelo ingresso de US$ 80 BILHÕES, a título de capital especulativo, o Brasil não torraria suas reservas internacionais, em dólares, pois internalizaria, em 05 anos, US$ 400 BILHÕES.

     

    44.         Se eu fosse candidato a Presidente da República, em ano eleitoral, estaria divulgando essa informação de forma positiva, dizendo para a sociedade brasileira que:

     

    “o meu governo faz acontecer e está trazendo US$ 400 bilhões, em investimentos, para o Brasil, nos próximos 05 anos”.

     

    45.         Entretanto, não sou governante. Sou, apenas, um cidadão, pai de família, que nada entende de política e de economia, mas sei fazer algumas contas, básicas, para fins de expressar, livremente, minhas opiniões, buscando proteger minha família e todas as famílias, do Brasil e, por isso, nessa qualidade diria:

     

    “O Brasil terá sérios problemas, financeiros, econômicos e sociais, que a imprensa não explica, de forma completa, para a sociedade brasileira, se continuar, ano após ano, com seus déficits em conta corrente e continuar a cobrir seus déficits em conta corrente trazendo mais US$ 400 BILHÕES, em investimentos, para o Brasil, nos próximos 05 anos”.

     

    46.         Explicaremos o raciocínio anterior, fazendo contas, básicas. Para fazer o câmbio de US$ 400 BILHÕES, a R$ 2,00 por dólar, em 05 anos, para internalizar US$ 80 BILHÕES, por ano, o Brasil deve emitir R$ 800 BILHÕES em títulos públicos federais, em uma PRIMEIRA OPERAÇÃO com o “INVESTIDOR Nº 01” (várias pessoas que estariam comprando títulos públicos federais, no Brasil), onde pagaria uma PRIMEIRA taxa selic de 10% a.a, sobre R$ 160 BILHÕES, por ano, o que, grosso modo, geraria pagamento de juros, pelo Brasil, da ordem de R$ 54,9 BILHÕES, em média, por ano, ou R$ 274,5 BILHÕES, em 05 anos (Fonte: planilha “Juros pagos pelo Brasil – Deficit em Conta Corrente – US$ 80 Bilhoes.xls”, em anexo).

     

    47.         Depois que o Brasil arrecadasse os R$ 800 BILHÕES, do “INVESTIDOR Nº 01”, por meio da “DÍVIDA PÚBLICA Nº 01”, entregaria esses recursos ao “INVESTIDOR Nº 02” (investidores que estariam trazendo dólares para o Brasil para financiar o déficit em conta corrente, por meio de capital especulativo), que, também, aplicariam seus recursos, em reais, em títulos públicos federais, em uma SEGUNDA OPERAÇÃO, que gera a “DÍVIDA PÚBLICA Nº 02”, no valor de MAIS R$ 800 BILHÕES, onde pagaremos uma SEGUNDA taxa selic de 10% a.a., sobre R$ 160 BILHÕES, por ano, o que, grosso modo, vai gerar pagamento de juros, pelo Brasil, da ordem de R$ 54,9 BILHÕES, em média, por ano, ou R$ 274,5 BILHÕES, em 05 anos.

     

    48.         Dessa forma, resumida, fica fácil de compreender que para o Brasil internalizar US$ 400 BILHÕES, em 05 anos, ou US$ 80 BILHÕES (R$ 160 BILHÕES), por ano, para financiar o seu déficit em conta corrente, faria dívidas, TOTAIS, no valor de R$ 1,9 TRILHÕES, em 05 anos, ou R$ 390,7 BILHÕES, por ano, e pagará juros, no valor, total, de R$ 548,9 BILHÕES, em 05 anos, ou R$ 109,8 BILHÕES, por ano, fazendo com que a dívida pública, bruta, salte de R$ 2,7 TRILHÕES para R$ 4,6 TRILHÕES.

     

    49.         O orçamento geral da União de 2011, executado, foi de R$ 1,571 TRILHÃO (UM TRILHÃO QUINHENTOS E SETENTA E UM BILHÕES DE REAIS), sendo que R$ 708 BILHÕES foram destinados ao pagamento de juros e amortizações da dívida pública, o que representou 45,05% do orçamento geral da União de 2011.  

     

    50.         O Brasil estaria acrescentando o pagamento de mais R$ 109,8 BILHÕES, em custos, para o orçamento geral da União, correspondentes à divisão, por cinco, do total de juros de R$ 548,9 BILHÕES, que seriam pagos em 05 anos, quando o Brasil recebesse mais R$ 1.600.000.000.000,00 (Um Trilhão e Seiscentos Bilhões de Reais) dos investidores, fazendo com que o total de pagamento de juros, pelo Brasil, salte de R$ 708.000.000.000,00 (Setecentos e Oito Bilhões de Reais) para 817,8 BILHÕES, elevando o percentual do orçamento geral da União, comprometido com o pagamento de juros, de 45,05% para 52,6%, em função do crescimento da dívida pública bruta.

     

    51.         Não devemos nos esquecer, contudo, que o crescimento da dívida pública, brasileira, não se restringe, apenas, ao financiamento do crescente déficit em conta corrente, conforme visto acima.

     

    52.         O Brasil, também, pretende acrescentar o pagamento de mais R$ 370.423.449.000,00 (Trezentos e Setenta Bilhões, Quatrocentos e Vinte e Três Milhões, Quatrocentos e Quarenta e Nova Mil Reais), correspondentes à divisão, por quatro, do total de juros de R$ 1.481.693.796.000,00 (Um trilhão, Quatrocentos e Oitenta e Um Bilhões, Seiscentos e Noventa e Três Milhões, Setecentos e Noventa e Seis Mil Reais), que seriam pagos em 04 anos, quando o BNDES receber mais R$ 1.800.000.000.000,00 (Um Trilhão e Oitocentos Bilhões de Reais) do Tesouro Nacional, fazendo com que  o total de pagamento de juros, pelo Brasil, salte de R$ 708.000.000.000,00 (Setecentos e Oito Bilhões de Reais) para 1,2 TRILHÕES, e o percentual do orçamento geral da União, comprometido com o pagamento de juros, salte de 45,05% para 75,63%, em função do brutal crescimento da dívida pública bruta.

     

    53.         Vide matéria intitulada “Para Tesouro Repassar R$ 365,2 BILHÕES ao BNDES, Brasil Faz Dívidas R$ 730,4 BILHÕES e Paga Juros de R$ 300 BILHÕES, Em 04 Anos”, de minha autoria, divulgada em 15/09/2013, no link https://www.facebook.com/notes/rogerounielo-rounielo-fran%C3%A7a/para-tesouro-repassar-r-3652-bilh%C3%B5es-ao-bndes-brasil-faz-d%C3%ADvidas-r-7304-bilh%C3%B5es-/634069473300155

     

    54.         O leitor pensa, por acaso, que essa situação, descrita anteriormente, é SUSTENTÁVEL? Claro que essa situação não é sustentável.

     

    55.         O leitor pensa, por acaso, que essa situação, descrita anteriormente, é SUSTENTÁVEL? Claro que essa situação não é sustentável. Esse mesmo raciocínio quanto ao crescimento do endividamento público pode ser realizado, acrescentando, por exemplo, a captação externa para financiar a “queda na taxa de energia elétrica”, para os brasileiros e tantos e tantos outros projetos bilionários onde o país está jogando, no lixo, recursos caros e preciosos.

     

    56.         Projetaram a refinaria Abreu e Lima, custando R$ 4,00 BILHÕES, mas o seu custo já está em R$ 40 BILHÕES. O que pouca gente sabe é que esse custo da refinaria Abreu e Lima é de R$ 80 BILHÕES, pois nos utilizamos do duplo endividamento público, conforme descrito no item 7 anterior, para trazer os recursos para financiar essa refinaria e tantas outras refinarias e obras superfaturadas.

     

    57.         Nas discussões sobre o caos que já está instaurado, no Brasil, mas que está sendo ocultado da sociedade brasileira, é importante não perder de vista que esta situação foi criada por todos os partidos políticos, políticos, empresas e empresários, do país, e quando a bomba explodir, a culpa não é, apenas, do PT, mas de todos nós que nos omitidos em cuidar com zelo e carinho pelos destinos desta nação.

     

    58.         Tema Em Análise: Perigos do Déficit em Conta Corrente Para o Endividamento Público e Para as Reservas Internacionais (Fonte: link https://www.facebook.com/notes/rogerounielo-rounielo-fran%C3%A7a/perigos-do-d%C3%A9ficit-em-conta-corrente-para-o-endividamento-p%C3%BAblico-e-para-as-rese/686272818079820).

     

    59.         O mais impressionante e catastrófico é analisar o que o Brasil fez com recursos provenientes de tantas dívidas contraídas com a poupança alheia.

     

    60.         Primeiro Fator Prejudicial para o Brasil. Em 2000 (cerca de uma década atrás), o saldo da balança comercial, do Brasil, foi, negativo, em US$ 0,7 Bilhões, conforme gráfico intitulado “Derretendo-Saldo da balança comercial volta a cair para patamares do início da década – em US$ bilhões”, disponível no link http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2011/01/17/concentracao-comparada-na-pauta-de-exportacao-do-brasil/

     

    61.         Passou de US$ 2,7 Bilhões, em 2001, para US$ 46,5 Bilhões, em 2006, depois para US$ 40 Bilhões, em 2007, antes da crise mundial, e para US$ 24,8 Bilhões, em 2008, fechando 2010 com US$ 10 bilhões, conforme gráfico intitulado “Derretendo-Saldo da balança comercial volta a cair para patamares do início da década – em US$ bilhões”, disponível no link http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2011/01/17/concentracao-comparada-na-pauta-de-exportacao-do-brasil/

     

    62.         Segundo Fator Prejudicial para o Brasil. Temos o quadro, geral, de queda das exportações brasileiras. Vide matéria, em anexo, intitulada “Brasil Perde Espaço em Seus Maiores Mercados”, divulgada em 02/05/2013, pelo Valor Econômico, reproduzida no link https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/5/2/brasil-perde-espaco-em-seus-maiores-mercados, abaixo resumida:

     

    a)           Exportações, totais, do Brasil, caíram 7,7%, no 1º trimestre de 2013, em comparação com o 1º trimestre de 2012.

     

    b)           No 1º trimestre de 2013, em comparação com o 1º trimestre de 2012, a China aumentou suas importações em 8,4%, enquanto as exportações, do Brasil, para a China, no mesmo período, caíram 2,2%.

     

    c)           No 1º trimestre de 2013, em comparação com o 1º trimestre de 2012, a Argentina aumentou suas importações em 5%, enquanto as exportações, do Brasil, para a Argentina, no mesmo período, caíram 10,4%.

     

    d)           No 1º trimestre de 2013, em comparação com o 1º trimestre de 2012, o Chile aumentou suas importações em 6,3%, enquanto as exportações, do Brasil, para o Chile, no mesmo período, caíram 11,7%.

     

    e)           De Janeiro/2013 a Fevereiro/2013, em comparação com Janeiro/2012 a Fevereiro/2012, os EUA aumentaram suas importações em 0,14%, enquanto as exportações, do Brasil, para os EUA, no mesmo período, caíram 25%.

     

    f)             O petróleo responde por 20% da pauta de exportação do Brasil para os EUA, mas as vendas, para os americanos, caíram em função da alta demanda do mercado doméstico e da falta de capacidade do Brasil de elevar a produção interna.

     

    g)           No 1º trimestre de 2013, em comparação com o 1º trimestre de 2012, a Europa diminuiu suas importações em 2,6%, enquanto as exportações, do Brasil, para a Europa, no mesmo período, caíram 8,7%.

     

    63.         Terceiro Fator Prejudicial para o Brasil. O preço dos produtos brasileiros, exportados, também, estão caindo. “Preços de venda em queda ampliam déficit comercial”, conforme matéria, em anexo, divulgada pelo Valor Econômico, em 25/04/2013, link http://www.valor.com.br/brasil/3099942/precos-de-venda-em-queda-ampliam-deficit-comercial, onde se registra:

     

     “Uma queda disseminada no preço de quase 60% dos produtos exportados… De janeiro a março, 20 dos 31 grupos de produtos classificados pelo Ministério do Desenvolvimento – que somam 64% do valor total exportado no período – tiveram diminuição de preços de venda. Em alguns setores, especialmente de manufaturados, a redução do volume também prejudicou o desempenho. Entre os 31 grupos, 17 reduziram a quantidade exportada”.

     

    a)           A queda de 60%, no preço dos produtos exportados, pelo Brasil, disseminada por vários segmentos da economia, é um forte indicador da grande desaceleração da atividade econômica, no mundo, que AFETA OS PREÇOS, PARA BAIXO, DE TODOS OS PRODUTOS E SERVIÇOS COMERCIALIZADOS, NO MUNDO E, DESSA FORMA, O INDICADOR É DE QUEDA, NATURAL, DA INFLAÇÃO, NO BRASIL E NO RESTO DO MUNDO, EM FUNÇÃO DA ABISSAL DESACELERAÇÃO DA ECONOMIA DO PLANETA TERRA. SE O CENÁRIO É ESSE E SE ESSE CENÁRIO ESTÁ CORRETO, POR QUE RAZÃO O BANCO CENTRAL ESTÁ AUMENTANDO A TAXA SELIC NESTE MOMENTO, O QUE PODE CONTRIBUIR, AINDA MAIS, PARA APROFUNDAR A DESACELERAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL, NO CURTO PRAZO.

     

    b)           Vide imagem, em anexo (“Preços que recuaram segundo MDIC.jpeg”). Reprodução do conteúdo da imagem: “Preços que recuaram – Variação dos preços exportados* – Produtos metalúrgicos: -10,95%; Açúcar e álcool: -18,47%; Calçados e couro: -12,19%; Móveis e mobiliário cirúrgico: 32,31%. Fonte: Mdic * 1º trim.2013/1º trim. 2012”).

     

    64.         Quarto Fator Prejudicial para o Brasil. As importações estão aumentando e prejudicando, fortemente, o saldo da balança comercial brasileira, que está, simplesmente, derretendo ao longo do tempo;

     

    a)            O saldo comercial do Brasil com a China pode cair 75%, conforme matéria, em anexo, intitulada “Perda de fôlego da economia chinesa já afeta exportações brasileiras”, divulgada em 25/05/2013, pelo O Globo.com, no link http://oglobo.globo.com/economia/perda-de-folego-da-economia-chinesa-ja-afeta-exportacoes-brasileiras-8495378, segundo a qual:

     

    “As perspectivas de crescimento mais fraco na China já começam a afetar o Brasil em indicadores como o volume de exportações e o preço de commodities, segundo José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)”.

     

    “Na avaliação de Castro, a balança comercial brasileira pode registrar saldo de apenas US$ 5 bilhões este ano ou até mesmo um déficit com a desaceleração da economia mundial e, principalmente, da China, principal parceiro comercial do país”.

     

    b)           É oportuno consultar a matéria, em anexo, intitulada “Concentração Comparada na Pauta de Exportação do Brasil”, divulgada em 17/01/2011, no link http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2011/01/17/concentracao-comparada-na-pauta-de-exportacao-do-brasil/, segundo a qual:

     

    “Sergio Lamucci (Valor, 13/01/2011) alerta que “o processo de concentração da pauta de exportações brasileira em poucos produtos primários avança rapidamente”. Em 2010, as vendas de cinco commodities – minério de ferro, petróleo em bruto, soja (grão, farelo e óleo), açúcar (bruto e refinado) e complexo carnes – responderam por 43,4% do valor total exportado pelo Brasil, fatia bastante superior aos 27% de 2004. O maior destaque é o minério de ferro, cuja participação subiu de pouco menos de 5% para mais de 14%. Outra alta considerável foi a da fatia do petróleo em bruto, de 2,6% em 2004 para 8% em 2010, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic)”.

     

    65.         Quinto Fator Prejudicial para o Brasil. O aumento, das importações, prejudica a logística das exportações e o preço do que o Brasil ainda consegue vender cai ainda mais. Vide matéria, de minha autoria, intitulada “A MP dos Portos Sendo Utilizada Para Aumento de Importações”, divulgada em 19/05/2013, no link http://www.facebook.com/notes/rogerounielo-rounielo-fran%C3%A7a/a-mp-dos-portos-sendo-utilizada-para-aumento-de-importa%C3%A7%C3%B5es/578970288810074

     

    66.         Sexto Fator Prejudicial para o Brasil. O comércio, no mundo inteiro, desacelera, enquanto isso o Banco Central do Brasil, faz o que? Aumenta a taxa selic. Ninguém explica por que, apesar da desaceleração da economia, do Brasil e do mundo, a inflação no Brasil sobe, o que é um contra-senso. Há algo errado com a economia do Brasil, mas ninguém quer explicar para a sociedade brasileira:

     

    a)           Indicador que demonstra a forte queda no nível de atividade econômica, no mundo, em sintonia com o indicador de queda dos preços dos produtos e serviços, comercializados pelo Brasil, conforme item anterior, e que aponta para deflação, no Brasil e no resto do mundo — mais à frente, item 39, abaixo, explico por que utilizei o termo “apontariam”, em lugar do termo “apontam”, neste trecho da análise –, é a informação de que “Navios grandes, que, em 2008, poderiam ter sido vendidos por US$ 150 milhões, hoje valem cerca de US$ 40 milhões, segundo Nicholas Tsevdos, especialista em transporte marítimo de cargas na CR Investment Management, que ajuda os bancos a lidarem com ativos em difícil situação”, conforme matéria “Crise entre cargueiros afeta bancos europeus”, em anexo, divulgada pela folha.uol, em 08/04/2013, link http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1258121-crise-entre-cargueiros-afeta-bancos-europeus.shtml

     

    b)           A forte queda na atividade dos transportes marítimos indica a profundidade da crise econômica, no mundo, e de quanta faxina os bancos da Europa ainda têm por fazer. “O receio é que alguns credores, quase todos na Europa, ainda não tenham encarado os potenciais prejuízos decorrentes dos estimados US$ 350 bilhões em empréstimos feitos ao setor”, informa a matéria citada no item acima;

     

    67.         Sétimo Fator Prejudicial para o Brasil. Bancos europeus rejeitam dinheiro de clientes alemães por que não tem mais como arcar com custos de captação desses recursos, em uma ponta, e não podem emprestá-los, na outra ponta, para nenhum país do mundo. A recusa dos bancos europeus em aceitar recursos dos seus clientes é sintoma, inequívoco, do início do “estouro da bolha” de ativos do Sistema Financeiro Internacional;

     

    68.         Oitavo Fator Prejudicial para o Brasil. Por que a inflação, no Brasil, não pára de crescer, apesar da desaceleração da economia, do Brasil e do mundo? Resposta: excesso de capital, remunerado, que não consegue ser aplicado em atividades produtivas (Causas da inflação, no Brasil, apesar da desaceleração econômica, mundial). A recusa dos bancos europeus em aceitar recursos dos seus clientes é são SINTOMA, INEQUÍVOCO, do início do “estouro da bolha” de ativos do Sistema Financeiro Internacional, que explicamos nos próximos itens:

     

    69.         Nono Fator Prejudicial para o Brasil. O endividamento público não pára de crescer e com o aumento do endividamento público cresce o pagamento de juros pelo Brasil;

     

    70.         Décimo Fator Prejudicial para o Brasil. A burla, realizada pelo Governo Federal, da Lei de Responsabilidade Fiscal e a extrapolação do Orçamento Geral de Gastos Públicos, autorizado pelo Congresso Nacional, no orçamento, por meio de operações envolvendo o Tesouro Nacional e o BNDES;

     

    71.         Décimo primeiro Fator Prejudicial para o Brasil. O brutal crescimento da carga tributária, em função do brutal crescimento da dívida pública, bruta, brasileira, e do brutal crescimento do pagamento de juros (taxa selic). O Brasil capta recursos, via tesouro nacional, para repassar ao BNDES, a taxa de juros de 18% a.a. e empresta a taxa de juros de 5% a.a. (abaixo da inflação), com perda de 13% a.a. sobre endividamento de R$ 730,3 BILHÕES, conforme item anterior e, em algumas grandes operações de crédito, como as realizadas com o grupo “X” pode o BNDES, inclusive, não receber o dinheiro de volta;

     

    72.         Fim do sonho brasileiro, irresponsável, e não realista, de desejar ser uma potência econômica, mas que na prática não passou e não passa de um país manipulado por interesses que nunca são os dos brasileiros e de suas famílias.

     

    Fim

    1. Exportações para EUA e UE

      A título de curiosidade, quais seriam esses produtos manufaturados e de alto valor agregado que vendíamos para EUA e UE? 

    2. Longuíssimo comentário e com

      Longuíssimo comentário e com vários ítens repetidos em ctr-c / ctr-v , porém com numeração diferente. É algum tipo novo de falácia para matar pelo cansaço eventuais críticos?

      Parece que o mundo está cor de rosa e somente o Brasil na m…O México vende somente para os EUA e está uma maravilha! Não existem muitas escolhas no mundo de hoje e eu duvido e odó que você disponha de melhores informações que um governo (que eu tenho certeza está tentando fazer o melhor possível) constituido. Não sou daqueles que acham que FHC fez o que fez simplesmente por prazer. Havia uma conjuntura mundial à época (lembra-se do fim da história, do Fukuiama, do afundamento do Kursk, e da OTAN forrando com um tapete de bombas humanitárias a Iugoslávia?). Pois é meu caro, vendemos para a China porque é a oportunidade do momento, ainda mais que estão sabotando as economias do Mercosul que compram nossos produtos industrializados. Já tentou comprar alguma coisa americana sofisticada que não seja produto de consumo? Então você não sabe o que é depender de alinhar sua economia a dos EUA.

      Não tem jeito, o equilíbrio das contas externas virá, inicialmente, do petróleo do pré-sal. Se perdermos isto, realmente, babau…A competitividade da indústria brasileira, se acontecer, virá pela porta do novo empresário PhD e empreendedor. Não espere coisa alguma dos atuais rentistas e a formação do novo empresário só se dará a longo prazo com a melhora da educação como um todo. O resto não passa de delírio de uma noite de verão… 

    1. Quando é que vc vai conseguir

      Analisar e comentar sobre fatos, com argumentos, em vez de dar piadinhas (de pinto) sobre “petistas” e similares, pra vc poder discutir algo inteligentemente por aqui?!

      Mostra que vc pode mais, vai…

      Dicunforssa!

  2. O recado foi dado, espero que

    O recado foi dado, espero que o PT escute e atue. Deixe que a oposição corra atrás com propostas melhores para o desenvolvimento do país ao invés de ficar à reboque desta agenda negativa que só interessa ao golpe : “O que um eventual governo do PT precisa é não se deixar levar pela retórica conservadora da agenda imposta pela mídia, sob pena de jogar pelo ralo o legado de inclusão e crescimento com mais equidade social que marcou até hoje sua gestão.”

  3. Tentei, mas não deu

    O aparente especialista em bossa lidades começa com opiniões, inverdades e desinformações

    Depois começa a fazer piadinhas bêbadas de boteco e quer que a gente leia o livro dele de centos parágrafos.

    Que bom que parei no início, poupei tempo e não ofendi meus neurônios.

  4. tudo trem seu tempo

    tudo trem seu tempo certo, como diria o grande tito madi,

    por isso acho que o pt e a dilma nesse setembro primaveril mostrarão as doferenças maisclaras entre as duas propóstas da situação e as da oposição. 

    e o que o governo trabalhista fez e podeá fazer de novo em confronto com as falsas promessas da oposição.   

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